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História Sweet Venom - Inferno de Harry


Escrita por: nicmoura

Notas do Autor


Geente, vocês são umas divas, amei muuuito cada comentário e tbm amei deixar vocês curiosas, desculpem-me, mas é mais forte que eu !
Obrigada tbm a todos os favoritos, fiquei muito feliz !
E por favor, se tiverem qualquer crítica construtiva, opinião ou dica sobre a fic, não fiquem com vergonha, podem me falar ;)
Espero que gostem do capítulo Xx.

Capítulo 8 - Inferno de Harry


Fanfic / Fanfiction Sweet Venom - Inferno de Harry

— Será ótimo trabalhar para você, Scorpio. — sorrio, a ironia transbordando em minha voz.

Inferno de Harry

 

Pisquei várias vezes quando as luzes esbranquiçadas da academia machucaram meus olhos, já que estava acostumada a penumbra do quarto. Meus passos não fizeram barulho ao pisar nos tatames revestindo o chão. Eu desviei de máquinas, pesos, pessoas se exercitando e mesas que continham várias maletas prateadas cheias de armas. A academia era tão grande que entrando em um corredor adjacente, eu conseguia ver uma área exclusiva para treinamento de tiros. Mais à frente, havia um ringue todo estofado em couro preto. Perto do mesmo, alguns sacos de pancadas pendurados na parede e outro jogado no chão, cheio de marcas de socos. Cheguei mais perto e pude ouvir Stephen exclamando, enquanto gesticulava furiosamente.
— Porra, Styles! Se continuar desse jeito não vai ter mais ninguém. E acredite, eu não sou idiota o suficiente para entrar aí! Vai com calma!

Assim que fiquei ao lado dele pude ver Harry dentro do ringue, lutando com outro homem. Harry parecia um animal. Ele permanecia focado. Lutando com uma feroz intensidade, batendo como louco. Sua respiração empurrando para fora a cada golpe poderoso. Observo seus músculos bronzeados flexionando-se a cada golpe de seu punho. Um barulho alto de algo se chocando com força ecoa. Harry volta a ficar ereto enquanto o homem cai em um TKO a seus pés. Seu peito sobe e desce fortemente, a boca entreaberta puxando o ar. As gotas de suor deslizam pelo centro de suas costas, os calções paravam um pouco abaixo da linha do quadril, mostrando seu V, onde as gotas perdiam-se. Ele estala os dedos e percebo os nós de suas mãos machucados e sujos de sangue. Harry passa a língua pelos lábios ressecados e vejo um corte lá também. Tira os cabelos grudados na testa e seca-os com a toalha, deixando-os charmosamente bagunçados. 
Stephen balança uma faca em frente ao meu rosto e eu desperto. 
— Tira isso do meu rosto! — bato em sua mão, irritada por ter sido pega olhando Harry.
— Não está no seu rosto, está na minha mão! — defende-se.
— Só cale a boca, Stephen!

Viro e cinto algo estalar em meu traseiro, arrancando-me um " Ai! ". Faço a volta e vejo Stephen com uma faca na mão, sorrindo. Pego uma faca na mesa e bato com força em seu braço, conseguindo uma reclamação dele. Eu só não esperava que ele se abaixasse e segurasse minhas pernas, levantando-me para derrubar-me em um tatame. Stephen tenta ficar por cima de mim, mas consigo colocar o pé em seu peito e empurrá-lo. Levanto-me e ele copia-me. Stephen arqueia as sobrancelhas em desafio, enquanto sondamos um ao outro. Ele se abaixa rapidamente e tenta dar-me uma rasteira. Antes que sua perna atinja-me, giro e chuto seu rosto. Ele cai para trás, mas logo retoma. Abaixo e vejo seu punho passando a centímetros da minha cabeça. Seguro seu braço e levanto a perna, chutando seu perfil. O corpo de Stephen tenta cair para trás, mas continuo segurando seu braço como alavanca, puxando-o para trás e deslocando seu ombro. Com o impulso, ele cai para o meu lado. Enrolo minha perna em seu braço e quando ele já está no chão, enrolo a outra, segurando seu punho contra meu peito. Se ele se mexesse, eu impulsionava seu cotovelo para cima e quebraria seu braço. Ouço a risada sôfrega dele.
— Nossa, gata! — exclama, enquanto solto-o e sento ao seu lado, vendo-o levar a mão ao peito e respirar rápido — Isso me deixou muito excitado!
Não consigo conter minha risada. 
— Idiota! — murmuro, levantando-me e ajudando-o a fazer o mesmo.
Stephen passa um braço pelo meu pescoço, tentando normalizar a respiração.
— Rudy! — ele grita para alguém do outro lado da academia —Você está ferrada!
Ele pisca um olho para mim.
— Quem é Rudy? — pergunto desconfiada.
— Minha pequena vingança. — diz rápido, beijando minha testa e afastando-se até um homem que caminha em nossa direção.
— Rudy, essa é Violet. — apresenta-nos — Violet, esse é Rudy.
Aparentemente, não vejo nada de estranho em Rudy, só se parece com todos os outros homens daqui. Alto, forte, e os cabelos castanhos. Só sua carranca que deixa-me confusa. 
— Você pode treinar um pouquinho com ela? — Stephen pergunta — Preciso resolver umas coisas.
Rudy assente e Stephen se vai. 
— Então, Rudy — vou até uma mesa e começo a verificar as coisas que posso usar — , o que acha de ...

Minha frase se torna um grito de surpresa ao sentir meu cabelo sendo puxado furiosamente, forçando-me a ir para trás, de encontro ao corpo de Rudy. Ele não perde tempo ao passar um braço pelo meu pescoço, cortando meu ar. Meu esforço de puxar seu braço é inútil. Estico minha mão e tento alcançar a faca na mesa. Meus dedos tocam o cabo e logo consigo pegá-la. Viro a faca de lado e impulsiono meu braço acima da minha cabeça, acertando o olho de Rudy com o cabo da faca. Posso respirar novamente quando ele cambaleia e me solta. Seu braço se enrola em volta do meu pescoço novamente, de modo que minha cabeça fique abaixo dele e pressionada na lateral de seu corpo. Caio de joelhos ao sentir a dor consumir meu corpo, assim que Rudy soca meu estômago. Ele me solta de joelhos no chão, chutando minhas costelas, fazendo-me cair deitada gemendo de dor. Ofego ao sentir seu peso em cima de mim. Suas mãos vão direto para meu pescoço. Ele aperta cada vez mais, bloqueando totalmente minha respiração. Minha boca se abre na tentativa de puxar ar para os pulmões, mas sinto seus dedos pressionando cada vez mais minha pele. Bato em seu peito e rosto, mas ele não para. Seu rosto concentrado. Minha visão começa a ficar turva e lágrimas involuntárias escorrem pelo meu rosto. Posso ouvir os ecos dos meus batimentos. Meus dedos esbarram em algo no tatame. O cabo da faca. Não penso duas vezes antes de infincá-la na barriga de Rudy. Ouço seu grito e o peso dele some. Só tenho forças de rolar para o lado, arquejando, tentando puxar o máximo de ar que consigo. Meu pescoço doí com o mínimo esforço. Ao passar os dedos, posso sentir a pele áspera e dolorida. Vejo as botas de Rudy aproximando-se e a faca ensanguentada bater no tatame. 

Ele não tem tempo de se aproximar mais. Harry choca-se contra ele e Stephen corre em minha direção. Só posso dirigir-lhe um olhar mortal, pois não consigo falar direito. Ele parece derrotado e culpado. Leva seu pulso a boca e faz um pequeno corte. Empurra a mão em minha direção e logo estou levando seu sangue à boca. Logo, ele corre para onde Harry parece querer matar Rudy. Harry conseguiu ficar por cima e só posso ver seu pulso indo e voltando rapidamente em direção ao rosto ensanguentado de Rudy, que já está caído sem se mover no chão. Mas Harry não para. Ele rosna de raiva, seu rosto é uma máscara sombria. Não vai parar até matá-lo. Percebo que não tenho coragem para mover-me, acabarei por ver Harry tirando a vida de Rudy. Assustador, é o que não para de passar na minha cabeça. Stephen tenta tirá-lo de cima do homem inconsciente, mas só quando mais homens ajudam a segurar Harry que ele finalmente sai. Algumas pessoas levantam Rudy e correm para a direção da enfermaria. 
Murmúrios chamam minha atenção.

Harry está com os dois braços apoiados na parede, a cabeça tombada para frente. Seu corpo treme e ele ofega, muitas vezes fechando e soltando os punhos. Vejo que está de jeans ainda desabotoado. Ouviu meu grito e veio correndo, surpreendo-me. Stephen anda em volta de Harry, parecendo extremamente nervoso, temeroso de que algo aconteça. Pede a todo momento para que Harry se acalme, que ele consegue controlar, é só esperar um pouco. Mas parece que ele mesmo não acredita no que diz. E os rosnados de Harry só aumentam.
Estephen olha para mim e parece que recebeu uma luz. Corre em minha direção e levanta-me do chão, empurrando-me em direção a Harry, mas eu travo meus pés.
— Por favor! — Estephen parece desesperado — Por favor! Só vai lá!
Eu não consigo! 
— Só vá lá e tente acalmá-lo. — implora.
— Não sei ... - hesito.
Pelo amor de Deus! Acalme-o ou nós iremos ter um problema muito grande, estou falando sério. Só tem que abraçá-lo ou fazer qualquer merda!

Seu desespero pega-me de surpresa. Sei que ele ajoelharia se precisasse, mas algo me diz para escutar Stephen. Forço meus pés e ando até Harry. Toco suavemente seu corpo trêmulo e ele tensiona de repente. Deslizo os dedos pela extensão de seu braço, sentindo os músculos duros. Respirando fundo,  passo por debaixo do braço e fico de frente para ele, mas sua cabeça continua tombada. Coloco a mão em seu rosto e levanto em minha direção. Seus olhos estavam fechados com força.
— Harry. — chamo, baixinho.
Ele ofega e abre os olhos, fitando-me. Estavam de um verde escuro, quase negro. Percebo que ele começa a tentar dizer algo.
— Shhh. — tranquilizo-o.

Puxo seu rosto para mais perto, minha bochecha roçando na sua. As mãos dele deslizam timidamente para a minha cintura. Passo meus braços pelo seu pescoço. Sinto Harry respirando profundamente ao envolver-me em um abraço, apertando-me contra seu corpo quente. As mãos dele pressionam fortemente minha cintura, o rosto na curva do meu pescoço, sua respiração ofegante batendo em minha pele. Meus dedos passam levemente por suas costas e sinto os músculos relaxarem. Não paro de passar a mão em sua nuca e descer por seu pescoço. Aos poucos, Harry vai parando de tremer, mas não levanta o rosto do meu pescoço.
Por cima de seu ombro, vejo Stephen sentar no tatame, parecendo cansado. " Obrigado " ele murmura. Só gostaria de saber em que exatamente ajudei Harry.

{...}

Três dias. 

Três dias sem ver Harry. Três dias que ele está trancado em um quarto. Três dias que ele está dopado. Três dias que eu não faço a mínima ideia do que está acontecendo com ele. Eu o ajudei, mas exatamente do quê? O que me assustava era saber que estava preocupada com Harry, depois de ver toda vulnerabilidade e medo em seus olhos.
Stephen entrou na sala e parou quando me viu, dando meia volta rapidamente. 
— Nem pense nisso! — vou atrás dele e o puxo pela camiseta, fazendo-o cair no sofá — Chega de fugir!
Ele bufa e se ajeita no sofá.
— Desculpa. — murmura — Não pensei que Rudy fosse levar tão a sério. Eu não sabia. Só pensei que ele fosse te cansar.
Assenti vendo seu olhar arrependido.
— Tudo bem. Não foi sua culpa. Não tinha como você prever.
— E eu vou contar tudo o que você quer saber. — respirou fundo, ao terminar de dizer.
— Por favor, me conta o que está acontecendo com Harry. 
— Bipolar. 
Stephen fala tão rápido que acho que não é o que ouço.
— O quê? 
—  Bipolar. Isso é o que Harry é. Por sorte, não é do tipo mais grave.
Ele balança a cabeça, compreendendo meu estado de choque.
— Muitos daqui acham que ele é só um bastardo mal-humorado, mas já correu boatos de distúrbio de personalidade múltipla. — contou, com uma carranca sombria — Não é assim que funciona. O cara é bipolar. Ele tem crises constantes. Ataques de raiva ou simplesmente se tranca no quarto por dias, odiando a si mesmo. O humor dele não tem hora para variar. As pessoas acham que há dois Harry e eles estão certos em parte. Normalmente, ele é fechado e sério. Por Deus, o cara tem um muro a sua volta desde que eu o conheço e acredite, faz muito tempo. Mas quando ele está em uma crise, fica obscuro, descontrolado, impulsivo. Ele apenas bate como o inferno em qualquer um que se aproxime. Na verdade, ninguém quer. Todos sabem que é melhor correr quando os olhos dele ficam negros. Harry tenta se controlar diariamente, pois sabe que não tem controle do que faz quando está em uma crise, mas muitas vezes tenho que apagá-lo. Fica desacordado por dias com as doses que dou, até voltar ao normal. Só que de alguma forma, você o mantém estável. Desde que ele soube de você, o cara ficou obsessivo. Eu fiquei malditamente assustado porque seus olhos nunca deixavam de ficar negros. É raro os olhos mudarem de cor, mas pode acontecer, e o fato de Harry ser um lobisomem ajuda. Ele nunca ficou tão interessado em alguém, mas sabe que tem de manter o controle. Harry tem medo que você veja uma de suas crises. Só esses dias, ele já me pediu para dopá-lo mais de duas vezes por dia. Mas eu sei que você o ajuda, Violet. Só você, todo esse tempo.

Stephen me encara durante longos segundos. Sinto como se seu olhar tentasse desvendar minha alma e descobrir meus segredos. Sei que o que aprendi sobre não demonstrar emoções está falhando. Minha boca entreaberta em choque e a respiração acelerada, por ter um segredo de Harry em minhas mãos. Antigamente, a primeira coisa que passaria pela minha cabeça seria usá-lo a meu favor, mas, no fundo, sei que agora só penso em mantê-lo bem escondido comigo, para a segurança de Harry.
— Irônico, não? — pergunto, pigarreando — Eu preocupada com Harry.
Stephen sorriu ternamente, segurando minha mão gelada.
— Não. Uma Phoenix preocupada com um Scorpio. Não é errado você se preocupar com ele. Aprenda a não colocar títulos à frente de pessoas, ruivinha. 

" Eu sabia o que eu estava fazendo. Estava preparada para um longa dança com a morte "


Notas Finais


Capítulo grandinho, em ?
Espero que todas tenham gostado do capítulo, incluindo sobre o Harry, porque sei que algumas pessoas não gostam quando o boy da fic tem alguma doença ou algo do tipo, como no caso bipolaridade, espero que isso não tenha acontecido aqui, mas se aconteceu de alguém não gostar, eu sinto muito :)

TKO: Nocaute técnico
A frase do final é desse tumblr: http://fyhadesandpersephone.tumblr.com/


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