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História Swing - Vazio


Escrita por: Lolita_Yuno e Blue-Witch

Notas do Autor


Aehoooo finalmente vamos atualizar a fic
Sim, três fics atualizadas hoje, então não venham me cobrar! Bandicu.
Agora continuando, esse capítulo está muito sambante, e eu estou me sentindo uma fodendo autora.
Então licença.
Boa leituraney.


Betado e editado em: 04 de novembro de 2016

Capítulo 3 - Vazio


Swing

 

Capítulo 3: Vazio

As portas de aço se fecharam a sua frente. O cheiro extremamente adocicado do perfume da Haruno, parecia ter ficado impregnado em cada milímetro do estacionamento.
Arqueou a sobrancelha escura, apertando fortemente as unhas da palma da mão.

Como àquela garota conseguia ser tão cara de pau? Tinha passado a noite fodendo com o amante e agora estava ali, louca para dar para o Uchiha.

Sacudiu a cabeça, bufando irritada. Não conseguia entender o porquê daquela mulher ficar com os dois homens ao mesmo tempo. Mesmo que estivesse fazendo o mesmo, ainda irritava-se com essa atitude.

Saiu da garagem, colocando os óculos escuros assim que cruzou a rua em direção a um táxi, que estava parado em frente ao prédio de Sasuke. Analisou o lugar, por cima dos ombros, antes de entrar no carro. A rosada ainda não havia saído do apartamento.

 ― Vagabunda.

 ― Disse alguma coisa, senhorita?

 ― Não. Siga para o edifício Sapphirus.

(. . .)

Cruzou os braços rente ao corpo, erguendo o queixo; Não queria deixar que o moreno percebesse seu nervosismo e medo. Os ônix a encaravam de forma fria e severa, como se o dono deles estivesse pronto para uma bronca gigantesca nela.

Mas ele não o fez.

Puxou-o, colando seus lábios aos dele e começou a empurrá-lo em direção a parede da sala. Deslizou lentamente as mãos por suas costas largas, apertando a carne com força para machucá-lo. Estava com raiva demais naquele momento.
Esfregou o nariz no pescoço do moreno, sentindo o cheiro forte que emanava de sua pele pálida e levemente marcada.

Mirou as esmeraldas no rosto moreno por algum tempo. Inexpressivo.

Soltou-o, irritada. Ela estava praticamente implorando para que ele a fodesse, e ele sequer se importava com isso. Parecia totalmente alheio a tudo ao seu redor.
Afastou-se, pegando a primeira coisa que viu em cima da mesa de centro e jogou nele. O moreno desviou do objeto, segurando-a com força pelos pulsos.

Jogou-a contra a mesa, que para a sorte dela, era de madeira, ou teria se partido em milhares de pedaços.

A língua ávida deslizou lentamente pela nuca, causando um arrepio que tornou-se mais visível a medida que os lábios do Uchiha desciam pelas costas cheias de marcas avermelhadas.

 ― De castigo, Sakura. ― Sorriu, mas ela não pode ver. ― Irei tomar um banho.

Deixou-a ali, com as pernas abertas, o corpo inerte, totalmente submissa às suas vontades.

Suspirou, sentando-se sobre os tornozelos. Havia um forte cheiro de perfume feminino por todo o apartamento, e com certeza, não era o seu.

Avistou o celular em cima do sofá, a tela iluminada, e um sorriso malicioso formou-se instantaneamente nos lábios inchados.

(. . .)

Hinata encarou a porta de seu apartamento por algum tempo, e soltou um suspiro pesado, levantando as chaves que estavam em sua mão esquerda, e encaixou uma delas no pequeno buraco da fechadura. Outro suspiro escapou enquanto ela girava-as lentamente.

Tinha chegado a hora de por um ponto final em seu relacionamento, havia cansado de tantas virgulas.

Fora sido uma decisão extremante dolorosa de se tomar. Havia pensado nas possibilidades e nos "e se?", durante todo o trajeto do apartamento do Uchiha até o seu. Aquilo tudo não estava certo. Não podia colocar uma pedra no que havia acontecido, as traições eram totalmente erradas.

Bufou. Como faria aquilo sem magoar Naruto, nem a si mesma?

Girou a maçaneta e empurrou a porta lentamente, encarando o local escuro. Ela tinha que fazer aquilo de uma vez, mesmo que doesse muito, era necessário.
Sempre amou aquele rapaz, desde o instante que o vira. Seu sorriso cativante, seu otimismo, sua força de vontade. Amou tudo nele. Amou, não amava mais.

Nunca cogitou a possibilidade de que um dia iria terminar com o único homem quem já pensou em se casar, ter filhos, uma vida feliz. Era tão impossível pensar.

Fechou a porta atrás de si, acendendo a luz. Naruto nunca abria as cortinas da sala, deixava sempre o lugar no escuro. Sentiria falta daquela mania.

Passou os olhos pelo lugar rapidamente a procura do loiro, sentindo uma enorme nostalgia dominar seu peito no mesmo instante. Não queria abandonar aquele apartamento tão amado, que lhe trouxera vários momentos marcantes e inesquecíveis em sua vida.
Mas, um dele teria que sair dali no fim. E preferia que fosse ela, para não lembrar das risadas, da felicidade, de tudo que vivenciu.

Caminhou em direção ao quarto com um enorme peso nos ombros. A porta estava apenas encostada, exatamente como havia deixado ao sair. Se não tivesse visto com os próprios olhos, acharia que o Uzumaki não tinha traído-a.

Abriu-a e encontrou o seu (ainda) namorado esticado na cama, vidrado num programa qualquer que passava na TV.

Desligou o aparelho eletrônico e finalmente, Naruto que ela estava ali, parada a sua frente, com o semblante sério.

 ― Por que desligou, Hina?

 ― Precisamos conversar, Naruto.

A expressão de indignado foi subsituída por uma de total surpresa mesclada de medo. Ele sabia do que a morena queria falar.
O ar pareceu sumir dos seus pulmões.

 ― Eu posso explicar, amor. ― Começou, levantando da cama o mais rápido possível.

 ― Não quero que explique nada, Naruto. ― Ela ergueu a mão brevemente, como se pedisse para o loiro parasse, e então sentou na ponta da cama, fitando-o. ― Quero conversar com você de uma forma pacífica, e serei o mais breve possível.

 ― P-Por que está falando assim?

 ― Acontece que isso já chegou ao limite.

 ― Isso o quê? ― Sua voz vacilou.

 ― Nosso relacionamento. ― Murmurou asperamente.

 ― Como assim, meu amor?

Aproximou-se dela, segurando a pequena e frágil mão entre as suas.

Fitou sua mão, sentindo o calor que tanto amava, emanando dele, aquecendo-a. Tentou segurar o choro, não queria que ele a visse chorar. Mas falhou misevelmente.

Logo sentiu as bochechas molhadas e sua visão embaçou.

Olhou o homem a sua frente, parecia totalmente derrotado naquele momento. Deu seu melhor sorriso, o lábio inferior tremendo. Era o máximo que conseguiria diante da situação.

 ― Não dá mais para mim, Naruto. ― Sussurrou. ― Estou terminando com você.

 ― Você não pode terminar assim comigo, Hina! Não pode! ― Segurou a mão da Hyuuga com força, colocando-a em seu rosto. ― Por favor, não faça isso comigo.

 ― Você fez primeiro. Não podemos continuar assim, não dificulte mais as coisas. ― Sua voz saiu embargada, e um soluço escapou de seus lábios. ― Por favor.

 ― Eu sei que você vai sofrer com isso, tanto quanto eu, nesse término. ― Disse rapidamente, quase que tentando convencer a si próprio. ― Sabemos que podemos ser felizes, basta tentar!

Aproximou-se ainda mais dela, segurando o pequeno rosto de porcelana em suas mãos. Passou os polegares pelas lágrimas, tentando secá-las.

Nem isso fê-la desistir.

 ― É o certo a se fazer. ― O fitou de forma intensa, aquelas safiras pareciam mais brilhantes ainda. ― Irei embora daqui, não se preocupe, vou mandar buscar minhas coisas amanhã.

Ela tirou as mãos do seu, agora ex-namorado, do próprio rosto e as abaixou, ainda segurando seus pulsos.

Levou as mãos à face do loiro, a segurando, e depositou um beijo cálido em sua testa franzida, que relaxou logo após o toque. As lágrimas escorreram mais intensamente nos segundos que permaneceu ali.

Levantou-se rapidamente, indo em direção a porta antes que perdesse a coragem. Naruto estava estático, nunca pensara que a morena teria coragem de terminar tudo, e agora estava... Só.

Quando notou que a Hyuuga não estava mais a sua frente, correu até a porta, bloqueando-a com seu corpo. Voltou a segurar as mãos pálidas, desesperado.

 ― Hina, por favor. Não faz isso comigo! Eu te amo tanto...

Ele levou sua mão esquerda até o próprio peito.
Arfou, sentindo o coração dele acelerado. Um nó formou-se em sua garganta. Quem ama, não trai.

No mesmo instante, o celular que estava em cima da mesinha ao lado da porta, começou a tocar, vibrando. Mirou o aparelho, vendo o nome da amante brilhando na tela, e o resto de sentimentos que ainda mantinha, pareceram se partir ainda mais.

 ― Agora, nada te impede de atender. Se bem que... Antes não impediu. ― Sussurrou, fechando os olhos. ― Adeus, Naruto.

O Uzumaki sentiu as pernas amolecerem, e o coração partir-se em pedaços. Fitou o celular e em seguida, Hinata, que saia apressadamente do apartamento, fechando a porta num baque surdo.

Apertou o botão vermelho, encerrando a chamada, e deslizou lentamente até o chão.

Tinha perdido o amor da sua vida.

 

 

Destruída. Essa era a única palavra correta para descrever como ela estava naquele momento. Totalmente destruída.

Havia acabado com o relacionamento com Naruto, dessa vez para sempre, e agora estava a caminho de um hotel. Teria que passar alguns dias ali até arranjar um novo apartamento para morar.

Suspirou pesadamente, enrolando uma mecha de cabelo em seu dedo.

Pensou em Neji, ele era o único que poderia ajudá-la, sem julgar, a encontrar um novo lugar em tão pouco tempo.
Procurou o celular em sua bolsa e logo o encontrou. Havia apenas uma mensagem de Sasuke.

Seu rosto iluminou-se e ela foi capaz de sorrir. Desbloqueou a tela rapidamente, abrindo a mensagem.

O sorriso desapareceu logo em seguida...

Sasuke

Sakura e eu nos acertamos, acho melhor não sairmos mais.

Apague meu número.

 

...Dando lugar a uma expressão de puro ciúme e raiva.

(. . .)

Entrou na sala secando o cabelo escuro, fazendo-o ficar espetado para todos os lados. Encontrou a rosada sentada no sofá com seu iPhone nas mãos, fitando a tela de forma concentrada, como se esperasse que algo acontecesse.

Pigarreou, fazendo-a largá-lo em cima da mesa, e então fitá-lo com um sorriso alegre.

 ― O que estava fazendo com meu celular, Sakura?

 ― Apenas colocando uma foto nossa como papel de parede, Sasu. ― Sorriu, aproximando-se dele como uma leoa aproxima-se de sua presa. ― Está cheiroso.

Arqueou uma sobrancelha, desconfiado da atitude da Haruno. Mas logo relaxou, sentindo as mãos gélidas da mulher percorrerem seu peito, em direção ao cós de sua calça.

Afastou-a instintivamente, pegando um cigarro.

 ― Não estou afim disso, Sakura.

Virou-se de costas para o moreno. Estava irritada demais, já era a segunda vez que ele lhe negava sexo e isso era impossível do Uchiha fazer.

Pegou a bolsa, saindo do apartamento o mais rápido possível.
Discou o número do loiro, esperando que ele atendesse, mas caiu na caixa postal.

Gritou, socando a porta de ferro. Nem Naruto, nem Sasuke a queriam. E ela odiava ser rejeitada.

(. . .)

Estava em frente ao prédio imponente onde Neji morava.

Sabia que devia ter ligado antes de ir até ali, mas estava tão possessa por causa daqueles dois malditos homens, que acabou agindo sem pensar. Além de ter medo de descontar no primo por telefone. Ele odiava não saber das coisas e odiava ainda mais não saber com antecedência das visitas. Mas, agora já era tarde demais para pensar nas consequências.

Sentou no meio fio, perto de um carro de luxo. Qual era o modelo daquele, mesmo? Ela não sabia. Nunca foi boa em diferenciar carros, mas com total certeza, aquele ali não lhe era familiar.

Suspirou, pegando o celular no bolso, e apertou a discagem rápida. Uma foto dos dois surgiu na tela, ela estava sorrindo e ele com sua expressão neutra de sempre.

Escutou a voz grossa e aproximou o telefone do ouvido.

 ― Alô? Hinata?

 ― Desculpe por ligar a essa hora... Nii-san.

 ― Aconteceu algo?

 ― S-Sim, Nii-san. ― Sua voz saiu baixa. Tinha voltado a chorar.

 ― Hina? Por que está chorando? Onde você está? ― Ela não respondeu, e sua preocupação aumentou significativamente. ― Está em casa? Estou indo te buscar agora.

 ― Não! ― Gritou, apertando o celular com força. ― Estou na frente do seu prédio...

 ― Estou descendo.

Antes mesmo que pudesse responder, o moreno já havia desligado.

Queria poder falar ia subir, que estava tudo bem, que ele não precisava se preocupar em descer a essa hora da noite só para vê-la... Mas não conseguia. Sempre que estava perto do Hyuuga, ela desabava e não conseguia mentir.

Devia ter ido procurar algum lugar para dormir. Ficar sentada numa praça até tarde não tinha sido uma boa ideia, fazia frio, e já estava com fome.

No tudo, sua ideia de sair do apartamento sem nada tinha sido péssima, e agora estava ali como uma mendiga, esperando o primo.

 ― Ei... ― Levantou a cabeça lentamente, encontrando o rosto quase perfeito do seu primo. Abaixou o olhar, fitando a mão dele estendida em sua direção. ― Vem aqui, pequenina.

Ele segurou sua mão com certa delicadeza, e a puxou para cima, trazendo-a a seu encontro. Foi envolvida num abraço apertado e quente, que quase fê-la desabar ali mesmo.

 ― N-Nii-san...

 ― Shhh. Fique calma, pequena. Você me conta quando chegarmos lá em cima.

A morena acenou positivamente, e ainda abraçados, os dois seguiram para dentro do prédio.

Quando já estavam no apartamento dele, notou como ele estava vestido: Apenas com seu pijama azul. Soltou uma risada fraca.
Tinha conseguido tirar Neji da cama, apenas de pijama, para buscá-la na rua. Merecia um prêmio por isso! Ou talvez, uma punição.

O Hyuuga demorou-se na cozinha, evitando fazer muito barulho. Ele colocou uma xícara a sua frente, sobre um porta-copo vermelho, e recostou-se no acento ao seu lado.

 ― E então?

Desabou. Chorou compulsivamente enquanto contava ao primo, tudo que havia acontecido nas últimas semanas. E ele escutou, calado, enquanto andava de um lado para o outro, passando a mão em seu longo e liso cabelo castanho. Bufava, suspirava ou seja lá qual fosse o som que fazia.

Quando a morena finalmente terminou de contar, ele a fitou, buscando algum resquício de brincadeira, e então sentou ao seu lado.

 ― Inacreditável! ― Suspirou.

 ― Alguma crítica, Neji?

 ― Que pergunta idiota, Hinata! ― Seu nome pareceu ecoar em sua mente, sabia que ele falaria muitas coisas. E provavelmente, a magoaria. ― Primeiro, que porra de ideia foi essa? Uma boate de Swing? 'Ta de brincadeira! Segundo, o Naruto foi um babaca, na verdade, ele sempre foi e eu disse isso várias vezes. Se te amasse do jeito que diz, nunca deixaria as coisas passarem do limite. E terceiro, Uchiha Sasuke? Puta que pariu, Hinata! O cara é um filho da puta canalha. Sobre a Haruno, eu não vou nem comentar. Você não...

 ― Nii-san! Por favor, deixe para criticar depois. ― O cortou, dando um dos seus olhares de censura. ― Preciso do seu apoio agora, e você sabe disso!

 ― Eu sei, me desculpe. É que... Foi realmente inacreditável! ― Deu leves palmadas na própria perna, convidando-a para se deitar. E ela o fez, encostando a cabeça nas coxas do primo. O moreno dedilhou lentamente suas bochechas, fazendo um carinho. ― Terminar com o Uzumaki foi o correto a se fazer. Amanhã mandarei buscar todas as suas coisas e eu mesmo irei lá ver se não ficou nada seu.

 ― Você promete que não fará nada de errado? Que não irá brigar com o Naruto?

 ― É um promessa difícil de se fazer, e principalmente, de cumprir. Não acha? ― Indagou, arqueando a sobrancelha. ― Ele machucou minha estrelinha.

 ― Estrelinha? Faz tempo que você não me chama assim, meu irmão. ― Ela levou a mão até as pontas do cabelo do primo, mas parou num súbito, olhando-o. ― Você ainda não prometeu, Neji!

 ― Quase escapei, droga! ― Gargalhou. ― Eu prometo que não encostarei um só dedo naquele babaca!

Levantou seu dedo minimo, fazendo com que sua prima fizesse o mesmo, e os enganchou, sorrindo.

 ― Acho bom que cumpra. ― Fez um biquinho extremamente fofo. ― Estou cansada.

 ― Vamos dormir? Seu antigo quarto continua do mesmo jeito... ― Murmurou, levantando. Havia uma certa mágoa nos olhos do Hyuuga. ― Você ainda tem algumas roupas aqui. Tome um banho e vá deitar.

 ― Sim, papai!

Ela levantou, seguindo para o quarto. Neji a seguiu com os olhos, e logo a porta escura fora fechada num baque surdo.

 

Ouviu-se suspirar pesadamente. Era extremamente desconfortável ser rejeitada por dois homens, e no mesmo dia. E o pior, ambos escolheram a mesma mulher.

Arrastou-se para a cama, jogando seus sapatos em qualquer canto. Seu corpo não estava cansado, mas o resto... Parecia totalmente exausto.
Queria fechar os olhos e esquecer tudo. Da traição, do sexo, da boate, e principalmente, do seu coração, que estava em mil pedaços.

O iPhone estava ali, em cima do criado mudo. Parecia implorar a ela, para que telefonasse para o Uchiha, ou talvez, para Naruto. "Use-me! Use-me! Se humilhe por ele!"

Sacudiu a cabeça rapidamente.

 ― Sasuke...

E como se o celular ouvisse seus pensamentos — ou talvez o moreno —, começou a tocar e o nome dele surgiu na tela. Trincou o maxilar.

 ― O que foi, Uchiha? Sakura te rejeitou tão rápido assim? ― Ironizou, observando o celular. ― Pois apodreça sozinho!

Jogou o iPhone contra a parede, e no mesmo instante, ele parou de tocar. Não havia mais a melodia calma de sua música favorita, nada, apenas o barulho de sua respiração pesada.

(. . .)

 ― "O número para o qual você ligou se encontra desligado..."

 ― Mas que merda...

Hinata nunca havia desligado em sua cara.

Ok, ele só tinha ligado duas ou três vezes para ela, mas nesse meio tempo, ela simplesmente atendia com àquela voz doce que tinha.
Ligou mais uma vez, ouvindo novamente a gravação eletrônica dizendo a mesma coisa de antes.

Irritou-se, apertando o celular com força.

 ― Vou deletar essa porra!

Colocou a mão no queixo, fitando a tela iluminada. O nome da morena estava ali, e parecia implorar para que o Uchiha iniciasse outra chamada.

 ― Esperarei que ela me ligue. Não sou o cachorrinho dela. ― Murmurou para si mesmo, ainda fitando o contato. ― Mas e se ela não ligar?

Uma voz em sua cabeça sussurrou-lhe: "Ela vai ligar, sua rola é grande demais para que a garota desperdice".

 ― Acho que irei ligar de novo. ― Apertou a tela por milésimos de segundo, e novamente ouviu a voz eletrônica. ― Talvez ela esteja tentando me ligar. Vou dar um tempo.

A toalha branca agora repousava sobre o ombro direito, enquanto ele fitava o iPhone em cima da mesa de centro, como se o venerasse.

Nem Hinata, nem mesmo Sakura. Ninguém ligou para ele nos primeiros quinze minutos que ficou esperando.
Desistiu e praticamente se obrigou a ir para a cozinha, com um pesar gigantesco em suas costas. Era como se estivesse triste demais.

Suspirou, lançando um olhar para o iPhone.

 ― Ela vai ligar.

(. . .)

Neji já estava no elevador, sozinho, indo em direção ao antigo apartamento de Hinata. Torcia mentalmente para não encontrar seu ex-cunhado ali ou acabaria cometendo uma loucura.

As portas de metal abriram-se com um chiado, estava no andar em que sua prima havia morado pelos últimos meses. Suspirou.

Os homens que havia mandado para buscar as coisas da mulher já estavam ali, colocando diversas caixas de papelão no corredor.
Ele só ia para fiscalizar, algo rápido, mas estava tão nervoso que parecia que ia explodir a qualquer momento.

A palma da sua mão formigava intensamente, seus dedos pareciam perder a circulação por conta da força que usava, para contê-la fechada.

Ódio.

Só havia uma coisa em todo o mundo que conseguia deixá-lo tão puto, e isso tinha acabado de acontecer.

 ― Não posso me descontrolar. ― Sussurrou para si mesmo, fechando os olhos. ― Prometi a ela.

Caminhou lentamente em direção à porta, desviando de duas caixas que estavam em seu caminho. Olhou para dentro do apartamento, dando de cara com o garoto loiro apoiado na parede e dois homens encaixotando coisas. O sangue pareceu ferver em suas veias.

 ― Não estão esquecendo de nada? ― Indagou, colocando as mão nos bolsos. Precisava ocupá-las.

 ― Não, senhor Hyuuga.

 ― Vocês tem certeza que verificaram tudo na lista que eu dei?

 ― Sim, senhor. ― Um deles sussurrou. ― Está tudo nas caixas.

 ― Quando vocês dois acabarem, darei uma última verificada.

 ― Não exagere, Neji.

Estava torcendo tanto para que Naruto não falasse nada. Ele tinha uma promessa a manter, mas esse cara não o ajudava em nada.
Só sua presença já o irritava profundamente, sua voz então, fazia-o querer matá-lo das piores formas possíveis. Todavia, tinha que manter a compostura. O controle.

Levou uma das mãos até a testa, massageando as têmporas com o polegar e o indicador. Suspirando, começou a contar mentalmente até a dez. Era por Hinata.

 ― Naruto, cale a boca.

 ― Ah, Hyuuga, não venha querer mandar logo aqui. Estou na minha casa e eu só te respeitava por causa da Hina, e agora, isso acabou totalmente.

 ― Naruto... ― Ergueu os olhos vagarosamente, encarando-o com todo ódio que sentia. Eram amigos por ela... ― Cale... sua maldita boca!

 ― Não, cale a boca você! ― Rosnou, desencostando da parede. ― Você acha que pode mandar em tudo e em todos...

 ― Naruto! ― Sua voz tremia, e não era por medo. Odiava quebrar promessas, principalmente quando era algo relacionado a sua doce prima. ― Por favor, estou pedindo, cale a boca.

 ― Ah, vá se foder seu babaca mesquinho e egoísta!

Ele pediu para o loiro ficar calado, tentou ao máximo se controlar, quase conseguiu manter a maldita promessa... Mas sua fúria o cegou completamente. Só conseguiu ver o que tinha feito, quando encontrou Naruto com o rosto ensanguentado, a mão no queixo, pronto para revidar a surra.

 ― Eu sou um babaca mesquinho e egoísta? ― Indagou, segurando-o pela camisa. A merda já estava feita mesmo. ― Você traiu a Hinata, magoou a garota mais doce que podia passar por tua vida, a trocou por uma vadia que já deu para todos que você conhece, e eu sou o babaca? Ela sempre mereceu algo melhor, e agora, você a perdeu a para sempre.

Jogou-o contra a parede, apontando seu dedo indicador.

 ― Aproxime-se dela novamente e eu matarei você. ― Sussurrou, o soltando. Virou-se para os outros dois, assumindo sua postura fria. ― Voltem ao trabalho, vocês não viram nada. Verifiquem a lista, não quero que nada dela fique aqui. Entenderam?

Ambos acenaram positivamente, e ele saiu do apartamento, passando por cima das caixas novamente. Estava encrencado, mas tinha valido totalmente a pena.

Um enorme peso havia saído de suas costas.

(. . .)

Várias caixas de papelão estavam espalhadas pelo chão do quarto. Algumas, lacradas com fita adesiva, outras abertas e quase vazias.
Neji e os empregados tinham entregado suas coisas no inicio da noite, e agora, ela só precisava organizar tudo, jogar algumas coisas foras.

Retirou um porta-retratos de dentro da caixa. Uma foto dela com Naruto, em alguma festa, estava nela. O vidro trincado bem em cima do rosto dele, fazendo várias rachaduras surgirem no resto.

Suspirou pesadamente, abraçando a foto com força.

Doía demais terminar um relacionamento tão longo. E machucava ainda mais, quando o motivo era ter sido traída. Era como se um enorme buraco vazio tivesse sido aberto em seu peito... E nada podia preenchê-lo.

(. . .)

Os lábios finos estavam secos, um pouco ásperos pela falta de hidratação, mas ela não se importava com isso.
O álcool das bebidas faziam-nos arder a cada vez que sorvia o líquido âmbar, tentando acalmar a dor em seu peito.

Nem Sasuke. Nem Naruto. Nenhum deles atendia suas ligações desesperadas. Sentia-se rejeitada e trocada; Como se fosse um mero objetos que eles usaram durante certo tempo e então, simplesmente cansaram dele.

Bateu o copo na mesa, e o garçom voltou a servi-la, lançando-lhe um olhar misto de pena e censura. Ignorou-o por completo.

Era doloroso ser esquecida, revoltante ser trocada.
Engoliu novamente o líquido, sentindo sua garganta queimar. Precisava preencher o vazio em seu peito, antes que enlouquecesse.

(. . .)

O apartamento parecia extremamente vazio agora que Hinata se fora, levando consigo as suas coisas. Restavam apenas as lembranças dos dois.
O lugar que eles compraram juntos, economizando seus salários mês após mês. O apartamento que ela decorou. Agora, parecia ainda mais escuro sem a luz da morena.

Haviam tantas fotos dos dois, espalhadas pela sala. Fotos dela com as amigas e com o primo... Seu maldito primo!

O olho roxo, o lábio cortado por conta da surra, as costelas doloridas... Nada estava mais ferido que seu coração.
Onde tinha estado com a cabeça quando se meteu numa boate de swing, e pior, quando resolveu foder a Haruno?

Não conseguia pensar. Aliás, até pensava... Com a cabeça errada!

Era frustrante estar ali, sofrendo sozinho, com um vazio crescente dentro de si. Magoado e orgulhoso demais para admitir que sentia falta dela...

Só lhe restava o buraco em seu peito como companhia.

(. . .)

Ela não tinha mais atendido aos seus diversos telefonemas. Aliás, o número sequer chamava. Estava desligado ou desativo por dois dias seguidos, um grande recorde pelo tempo que a conhecia.
Sentia-se ridículo, e desesperado, ao estar ali, em frente ao enorme prédio onde a morena morava. Esperava que, por um milagre, ela saísse sozinha e os dois pudessem finalmente conversar. Queria entendê-la.

Apertou o volante com força, encostando seu rosto nele. Quatro horas de espera e já estava enlouquecendo. Tentara ligar para a Hyuuga três vezes nesse meio tempo, e até mesmo para o telefone do apartamento. Nada, ambos estavam desligados.

Abriu a porta do carro, engolindo todo seu orgulhou, enquanto seguia em direção ao prédio. O porteiro lia um jornal, com o rosto apoiado numa das mãos, totalmente absorto em sua leitura.

 ― A senhorita Hyuuga Hinata está no apartamento dela? ― Indagou, tentando ser formal.

 ― Ela não mora mais aqui. ― Respondeu, sentando-se corretamente. ― Foi embora alguns dias atrás e ontem vieram buscar as coisas dela.

 ― Hm... Ok. ― Sussurrou, fitando as escadas. ― E o namorado dela?

 ― Parece que terminaram, e ele está trancado lá desde então. ― Sorriu. ― Talvez tenha se matado.

 ― Obrigado.

Enfiou a mão no bolso, saindo novamente do prédio. Ela realmente estava o evitando, mesmo estando solteira.
E isso era extremamente confuso e irritante.

Observou sua caixa de mensagens. Nenhuma dela, de ninguém. Nem mesmo de Sakura, que lotava-a de coisas inúteis.

Observou as enviadas. Apenas duas... E finalmente o motivo para ela ignorá-lo nos últimos dias, estava a sua frente.

Rosnou.

 ― Filha da puta!

Emputecido, bateu a porta do carro com força, dirigindo-se diretamente para a casa da Haruno.
Ela precisava dar uma explicação para o que tinha feito, e ele a obrigaria a dar.


Notas Finais


NO PRÓXIMO CAP TERÁ TRETA, MHUAHUAHA
/apanha
Finalmente <3


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