História Swingbrook - Emma Swan-Mills

Emma andava pela casa apressada, ela tentava fazer três tarefas ao mesmo tempo. Terminar o jantar, colocar a mesa, e cuidar de Henry. Ela colocou os pratos na mesa e voltou correndo até a cozinha, onde no fogo uma macarronada era preparada.

— Henry, você já terminou de tomar banho? - Ela gritou, mas não recebeu nenhuma resposta. - Henry não me faça subir até ai.

Emma mexeu o macarrão que estava na panela, verificou se o molho estava no ponto e desligou o fogo. Alguns minutos se passaram e nada de Henry, ela largou o que estava fazendo e foi atrás do menino. Subiu as escadas já nervosa e parou na porta do quarto do menino. Ele estava sentado na cama, os cabelos bagunçados, as roupas um pouco sujas de tanto que tinha brincado e um joelho ralado, resultado de um jogo de futebol mais cedo.

— Eu não te mandei ir tomar banho? O seu pai está para chegar, vamos jantar todos juntos. - Emma disse brava com as mãos na cintura.

— Mamãe, o papai não vai vir. - Henry disse. Ele a olhava de um modo estranho, como se conseguisse enxergar além de seu corpo.

— Do que está falando, Henry? - Ela se aproximou do filho e agachou até ficar da sua altura. - Vamos logo tirar essas roupas sujas e tomar banho.

— Mamãe, olha para mim. - Ele levou suas pequenas mãos até o rosto de Emma, forçando ela a encará-lo. - O papai foi embora, você está segura agora. Eu também fui embora, mas tudo vai ficar bem.

— Do que você está falando? - Emma o olhou assustada.

— Eu morri, e isso é triste. Mas você pode seguir em frente, isso não vai me magoar. Eu estou feliz onde estou agora, aqui tem várias outras crianças e eu posso brincar o tempo todo. Às vezes fico chateado porque sinto a sua falta, e sei que você também sente a minha, mas você precisa tirar esse peso de dentro de si mãe. O que aconteceu não foi sua culpa, foi um acidente. Você tem a chance de ser feliz novamente, com Regina e Roland, e quando o tempo chegar eu estarei aqui esperando por vocês três. Seremos uma família.

Emma sentiu lágrimas embaçando sua visão. Seu filho estava tão calmo enquanto dizia tudo aquilo, e ela apenas se sentia quebrada por dentro. Quebrada por não ter impedido o acidente, quebrada por ano ter deixado Killian antes e levado Henry consigo, quebrada por não ter sido capaz de prever o que aconteceria. Seu corpo amoleceu e antes de tudo escurecer a última coisa que viu foi o rosto de Henry sorrindo.

— Emma. - Regina sussurrou. - Emma, meu amor. Acorda.

Emma abriu os olhos, demorando um pouco para se acostumar com a luz do ambiente. Depois de um tempo se deu conta de onde estava, na mansão. A casa de Regina, ou melhor, a casa das duas. Depois de meses apenas namorando, tendo encontros casuais e saindo juntas com Roland, Emma tinha decido voltar para a mansão. O relacionamento das duas não podia estar melhor, o que era importante já que as duas estavam prontas para tomar uma decisão que mudaria suas vidas.

— Eu tive um sonho com Henry. - A loira disse se espreguiçando.

— Qual sonho?

— Nós estávamos na minha antiga casa, eu estava preocupada que Killian iria chegar e nada estava pronto. - Emma piscou diversas vezes seguidas, tentando se lembrar de cada detalhe. - Henry não tinha nem tomado banho ainda, o que me deixou furiosa. Fui mandá-lo novamente tomar banho e ele começou a dizer umas coisas.

— Que coisas? - Regina perguntou depois de um longo minuto em silêncio.

— Ele disse que eu devia seguir em frente. - Emma encarou os olhos castanhos da namorada. - Que o que aconteceu foi um acidente, e eu não devia me culpar por isso. Disse que ele estava feliz, e que eu podia ser também com você e com o Roland.

— Oh, meu amor. - Regina colocou a mão na boca e logo em seguida a abraçou.

— Está tudo bem. - Emma sorriu de leve. - Foi bom eu ter esse sonho, me deu certeza de que devíamos fazer.

— Sério? - Regina a olhou incrédula.

— Sim, é só uma assinatura boba que nos separa de trazer o Roland pra cá definitivamente. - Emma se levantou da cama e começou a andar para fora do quarto, Regina quase pulou junto e começou a segui-la.

— Você tem certeza? - Ela disse enquanto apertava o passo atrás da loira. Estavam indo em direção ao seu escritório na mansão. - Eu pensei em dar uma festa antes, avisar aos nossos amigos, te comprar um anel.

— Regina. - Emma se virou, segurou nos braços da namorada e sorriu. - Eu não preciso de uma festa, muito menos de um anel, e nossos amigos vão saber na hora certa. Eu já tive um grande casamento uma vez, mas agora eu só quero estar com a minha família.

Regina sorriu e a beijou. Puxou Emma pela mão o resto do caminho até o seu escritório, Regina foi até a gaveta da sua mesa e a abriu, tirando de lá diversos papéis. Estavam quase todos assinados, exceto o último da pequena pilha. Regina o pegou e passou os dedos no local onde ambas deveriam assinar, tirou uma caneta de prata da gaveta e rabiscou seu nome. Em seguida Emma fez o mesmo, assinando logo abaixo de Regina.

— É oficial. Estamos casadas, senhorita Emma Swan-Mills. - Regina a agarrou pela cintura, prensando Emma entre a mesa e seu corpo, tomou seus lábios num beijo lento e caloroso.

— Vamos buscar o nosso garoto. - Emma disse assim que finalizou o beijo.

Elas subiram de volta para o quarto e se arrumaram para o dia, Regina em um de seus terninhos e Emma de jeans e uma blusa comum. A morena passou antes em seu escritório e pegou como os papéis, agora devidamente assinados, e os colocou dentro de uma pasta. Elas entraram no carro e dirigiram o mais rápido possível até o orfanato, ao chegar lá foram imediatamente encaminhadas para a sala de Astrid.

Depois de acomodadas de frente para a mulher, elas lhe entregaram a pasta com toda a documentação.

— Parece que vocês tem tudo em ordem, até a certidão de casamento. - Ela lhes sorriu amável. - A situação financeira já foi analisada e continua estável, não tem mais nenhum empecilho. Vocês estão prontas?

— Sim, sim. - Regina disse com um sorriso gigantesco, ela quase pulava da cadeira de tão animada.

A mulher deixou a sala. Emma segurou a mão de Regina, notando que a mesma tremia de tão nervosa e ansiosa que estava. Ela fez pequenos círculos na mão da morena, o que fez com que ela se acalmasse um pouco.

— Vai dar tudo certo. - Regina apenas acenou com a cabeça e começou a encarar a porta por onde Astrid havia saído.

Elas esperaram em silêncio por vinte minutos. Apreensivas e sem nunca desviar o olhar da porta. Quando a mesma se abriu, Emma respirou fundo e apertou mais ainda a mão de Regina. Roland entrou correndo e se jogou no colo das duas, ele chorava e se espremia para caber no meio delas. Elas o abraçaram na mesma intensidade, puxando o menino para mais perto.

— É verdade? - Ele perguntou com a voz chorosa.

— É sim. - Emma o respondeu. Levantou o rosto do menino e limpou suas lágrimas. - Você quer vir morar com a gente?

— É tudo o que eu mais quero.

Regina abraçou Roland e Emma ao mesmo tempo.

— Eu peguei todas as coisas dele. - Astrid se pronunciou, ela carregava uma pequena mala que continha as poucas roupas do menino.

— Obrigada. - Regina agradeceu antes de pegar a mala. Os três se despediram de Astrid, Roland um pouco mais já que ele daria adeus de vez aquele lugar.

Quando já estavam no carro, Roland tirou um papel de dentro da bolsa e entregou para Emma. Era um desenho que o mesmo tinha feito, no centro estava Emma, ele e Regina. Tinha uma paisagem de fundo com árvores e flores, nuvens no sol e um sol brilhante. Perto das nuvens tinham mais alguém desenhado, que possuía asas e “voava” pelo desenho.

— Esse é o Henry. - Roland explicou. - Ele está lá no céu tomando conta da gente.

— É lindo, Roland.

— Não tanto quanto os seus, mas eu chego lá.

Os três deram risada. Regina deu partida no carro e dirigiu até a mansão. Ela olhou para Emma, que sorriu radiante e analisava o desenho, segurou sua mão e sussurrou:

— Você está feliz?

— Sim.