Gabriela batia as unhas na mesa e balançava o celular de uma forma que estava me irritando. Parecia que estava em abstinência. Mauro tem mel, é?
- Vai logo atrás desse menino antes que ele vá embora, Gabriela - João a incentiva após Iure arrancar o celular da mão dela, estava o irritando.
- Eu não vou chegar lá do nada! - ela bufa - Olha o tanto de homem que tem lá! - ela diz e eu reviro os olhos. Por que as pessoas são tão complicadas?
- Eu vou lá! - Iure já diz se levantando.
E no final, Iure chamou na cara de pau Mauro, que ficou aparentemente feliz em ver a Gabi novamente. Foi uma cena até fofinha. Ele estava na nossa mesa em pé, falando sobre como Iure o abordou.
- Tudo muito lindo, mas vão se pegar logo, vão - digo e Mauro fica vermelho, já Gabriela deu risada. É um casal interessante.
Eles iam saindo, mas o celular de Mauro apitou em cima da mesa. Ele pega e ri. Mostra a Gabriela que ri mais ainda e olha pra mim, como se estivesse rindo da minha cara.
- Que foi, louca? - pergunto agoniada.
- Olha você! - Gabi pega o aparelho da mão de Mauro e mostra uma conversa aberta no whatsapp. Era uma mensagem escrita exatamente: "essa loira aí é a mesma de ontem a noite??". Olhei mais acima e o nome era "Lucas Olioti". Olho para os dois e começo a rir com eles.
- Ele tá aqui? - pergunto por impulso, já que a resposta é obvia. Mauro assente.
- Ele sabe que é você porque ele foi o caminho todo falando você. Se eu disser que é, ele vai querer te ver de novo. - Mauro diz, mas logo retoma - A não ser que você não queira, claro.
- Não, não é isso. - digo rapidamente.
- É que ela nunca encontrou um cara que ela ficou na noite anterior, aí tá insegura - Gabriela me provoca com 'insegura'. Os meninos que já me conhecem muito bem, fazem um 'uou'.
- Insegurança nada, me respeita! - digo.
- Então por que você não tá lá agarrando ele, já que é isso que você tá com vontade de fazer? - ela sorri irônica e os meninos riem.
Se tem uma coisa que eu não resisto é desafios. Cara, sou louca, eu sei. E a Gabriela sabe disse, e também sabe que eu queria mesmo.
- Diz que sim, Mauro - digo olhando Gabriela ironicamente. Ela sorri.
- Sabe que eu te amo, né? - ela ri e deposita um beijo na minha testa.
Mauro assobia e instantemente Lucas e Christian olham na direção do som. Me levanto e Lucas sorri, já Christian se senta, acho que entenderam. Vou andando na direção da esquina e quando passo por ele, dou um sorrisinho sacana, quase malicioso. Ele segue logo atrás de mim.
O bar é de esquina, porém, só as portas da frente estavam abertas. Do lado não estava deserta, só haviam as pessoas que passavam pela rua normalmente.
- Aquele seu sorriso quase me matou hein! - Lucas diz enquanto se aproxima sorrindo malicioso.
- Não fala nada - digo e me prende na parede e se aproxima do meu ouvido.
- Ficou com saudades? - ele sussurra e morde o lóbulo da minha orelha me fazendo suspirar, por pouco não sai um gemido - Não vai gemer aqui pra mim, Anna Clara... - ele sussurra ainda muito próximo.
- E você não me provoque... - digo baixo e ele puxa minha nuca para um beijo cheio de vontade e malícia. Estava ficando mais intenso do que deveria, considerando que estávamos no meio da rua, diga-se de passagem. Ainda no beijo, ele desce suas mãos vagarosamente até minha bunda, a apertando com força, me fazendo sorrir no meio do beijo. Por mais que meu corpo não quisesse subi suas mãos, ele nos separa e ri.
- Se eu te provocar você faz mais que isso? - ele pergunta sorrindo concentrado nos meus lábios, enquanto passava o polegar sobre eles. Ele concentrado e com a boca entre aberta era muito sexy.
- Nem te conto... - Lucas ri e morde o lábio inferior - Vamos voltar pra mesa, eu pra minha, você pra sua.
- Você que manda! - ele se pôs ao meu lado.
- Eu vou primeiro e depois você vai - digo a ele. Ele me analisa por alguns segundos e depois ri.
- Não quer perder seus contatinhos da noite né? - ele pergunta.
- Talvez seja... - sorrio sacana.
- Esses aí nem vale a pena, eu posso te oferecer bem mais... - ele me puxa e se aproxima de meu ouvido - Prazer! - ele sussurra e que me arrepio. Me subiu um negócio, não vou negar. Me solto e faço menção de ir, mas decido fazer o quê eu adoro fazer.
- Será mesmo? - provoco. Ele estava mais atrás e no momento em que disse, ele me puxa e cola seu corpo no meu.
- Como é, Anna Clara? - ele pergunta firme e autoritário perto do meu ouvido e minhas pernas ficam bambas. Meu, quanto tempo um homem não me faz sentir isso só com palavras? Meu Deus! - Não me desafia... - ele diz baixo e morde meu lábio.
Puxo um pouco de sanidade do fundo do poço e o empurro, enquanto riu. Passo na frente e ele vem logo atrás.
Na mesa que eles estavam, havia só dois caras, que me olharam descaradamente de cima a baixo. Mauro e Gabriela estavam com Iure e João conversando. Sinto Lucas puxando meu braço me fazendo parar. Ele fala alguma coisa baixo aos meninos que assentiram rindo.
- E aí, casal? - sacaneio os pombinhos e me escoro em Lucas, já que Mauro estava no meu lugar, mas ele logo me oferece o lugar novamente - Você é muito fofo, Mauro! Eu shippo vocês pra você educar a Gabriela.
- Enfim, vamos? - ela desvia o assunto rindo e Iure concorda animado.
- Vamos aonde? - pergunto confusa.
- Ué! O meninão não te contou? - Iure pergunta e Lucas ri como se tivesse se lembrado de algo.
- E o que vocês estavam fazendo que não deu tempo de contar, hein? - João pergunta com deboche e os outros riem.
- Sonso! - riu - Mas me expliquem.
- É que assim... - Mauro começa - Você disse que eu não tenho cara de quem frequenta barzinhos, e é verdade! - riu fraco - Nós viemos buscar nossos amigos, já que o carro do Júlio quebrou e já foi até levado pelo guincho. Nós marcamos de ir em uma social na casa de nossos outros amigos.
- Tá, e nós vamos pra casa dos seus amigos? - pergunto, já que ele não deu finalidade alguma. Ele assente. - Vai ter bebida? - digo intercalando meus olhares entre Lucas e Mauro. Eles riem.
- Se tem uma coisa que não vai faltar, é bebida! - Lucas responde.
- Ah, então 'simbora'! - digo animada.
Lucas chama seus dois amigos e nós atravessamos a rua, onde ficavam os carros. João já havia pagado a conta, já que era dia dele. Peguei meus celular e eram 00h17m, era cedo. Eles se juntam a nós e nos apresentamos. Júlio e Igor.
- Bom... - Mauro começa - Iure, João e T3ddy es... - o interrompo. Como assim "T3ddy"?
- "T3ddy"? - pergunto confusa. Eles quatro caem na gargalhada com minha cara de confusa.
- Aonde vamos, todos me chama assim. Depois eu explico. - assinto.
- Voltando... Iure, João e T3ddy - ele dá ênfase e nós rimos - Estão de carros, então vamos dividir.
- Quero um que saiba o caminho comigo - Iure diz e João concorda.
- Eu posso ir, mano - o Júlio diz.
- Então vai Igão e Júlio com o Iure; Mauro e Gabi com o João; e eu infelizmente - Lucas diz com deboche e dando ênfase - Vamos ter que ir sozinhos - ele faz cara triste e eu riu.
- Ai gente, eles vão parar no meio do caminho e chegar lá só as 03h da manhã! - Gabi diz sacaneando.
- Eu não garanto nada... - Lucas diz e eu reviro os olhos.
- Vocês são ridículos, só com álcool pra aguentar vocês. Vamos logo! - eles riem caminhando cada um para seu respectivo carro e carona.
- Até que a ideia da Gabi nem é tão ruim assim né? - Lucas diz assim que dá partida no carro.
- Ai, Lucas.... - digo rindo. - Você não vai ter essa maravilha aqui na sua cama tão cedo! - ele ri e coloca uma das mãos em minha perna.
- Ah, não é? - ele pergunta e eu assinto - Então pode ser aqui no carro mesmo - Lucas aperta minha coxa e eu fecho os olhos me controlando.
- Tira seu unicórnio da chuva - retiro suas mãos e ele ri.
- Você se controlando assim só me deixa com mais vontade... - Lucas diz com uma voz que puta que pariu.
- E aquela história de "T3ddy"? Me conta aí.
- Outro dia te conto - ele responde sorrindo.
- Ah, então vamos nos ver ainda? - pergunto rindo.
- Mas é claro! - ele responde.
Fomos o caminho todo conversando. Ele é um palhaço e a conversa fluía bem.
Chegamos todos juntos praticamente. Havia alguns carros do lado de fora. A casa era enorme e muito linda.
- Se pegaram muito? - Gabriela pergunta sacaneando.
- Você nem imagina... - entro na dela e ela ri, como os outros.
- O T3ddy é mó lerdo, ele deu conta do recado? - o Igor pergunta zoando.
- E aí, carai? - Lucas diz se fingindo de indignado.
- Bora parar de falar que eu quero beber, por favor, né?
...
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