História Taedynho (Crack!Fic) - Minha vida pelo seu prazer

Poderia começar essa história explanando o maior questionamento de minha existência, que seria como algo como Eu conseguiu ter consciência. Talvez eu tenha sido alguém ruim em uma vida passada e, como punição, tenho que viver a minha vida, se posso chamar o que tenho assim, desse jeito, ou talvez eu tenha sido enfeitiçado e acabei me tornando isso que sou. Em todo caso nunca gastei muito tempo pensando a respeito disso e nem me permitiria pensar, achava que não teria mesmo tempo suficiente para gastar.

Não, essa história não é sobre mim, ou minha habilidade anormal, essa história é como eu me apaixonei por ele; Jeon Jeongguk.

Aconteceu aproximadamente uns dias atrás, quando ele me pegou de uma prateleira de um pequeno mercado. Foi amor à primeiro contato, assim que seus dedos brancos e macios tocaram minha embalagem senti todo o meu interior congelar. O que não tardou a acontecer de fato, assim que ele me tirou da sacola de compras e me colocou na geladeira de sua casa juntos a outros iguais a mim, mas não inteiramente iguais a mim, eles não tinham consciência, apenas eu tinha e a minha consciência estava totalmente voltada para Jeon Jeongguk.

Descobri seu nome quando a mulher, que ele chamou de mãe, brigou com ele dizendo para ele não tomar todos os achocolatados de uma vez só e ele fez um muxoxo, um pouco antes dele fechar a porta da geladeira e me deixar ali, junto a outros dos meus e não iguais a mim e também a sucos e frutas, carnes, verduras e doces, todos dividindo aquele espaço frio e na maior parte do tempo escuro.

Enquanto sentia meu interior congelar desejava vê-lo novamente. Cada vez que a porta se abria sentia o liquido dentro de mim ficar ainda mais gelado em antecipação, esperando ver seu rosto angelical novamente. Da primeira vez que isso aconteceu fiquei decepcionado por ser apenas a mulher que ele chamou de mãe a pessoa que abriu a geladeira, da segunda vez fiquei com medo quando a pessoa que vi não fora ele e nem sua mãe, mas sim uma versão mais velha e diferente dele, levando sua grande e aterrorizante mão ao local onde Jeongguk guardou a mim e os outros iguais-não-tão-iguais-a-mim na geladeira. A mão aterrorizante pegou um dos nossos e vi com uma mistura de horror e alivio quando ele rompeu o lacre de um dos achocolatados de Jeongguk.

Descobri que o dono de tal mão aterrorizante era irmão de Jeon Jeongguk ao ouvi-lo gritar para sua mãe que seu irmão estava roubando-lhe seus Toddynhos.

Após esse ocorrido o irmão de Jeongguk não lhe roubou mais, e tão pouco sua mãe ou o homem mais velho, que julgo ser seu pai, ousava tocar nos achocolatados de Jeongguk. Vi sua face novamente no outro dia, ele parou em frente a geladeira, olhando para o local onde eu me encontrava, olhava fixamente e eu sentia como se ele pudesse ler a minha alma, me entender, mesmo que no fundo de minha embalagem soubesse que tal coisa era impossível. Desejei fortemente para que ele me tomasse em sua mão e me levasse consigo, mas isso não aconteceu.

E nem nas próximas seis vezes que ele abriu a geladeira para pegar um dos seus preciosos achocolatados. Sentia-me triste por ver o seu rosto, sentir sua mão tão próxima a mim e ainda assim ser deixado lá, sem ao menos ser tocado por ele. Sentia que era indesejado e o sentimento intensificou-se quando me vi sozinho e Jeongguk abriu a geladeira, olhou para onde eu estava e apenas voltou a fechar a porta, me deixando naquele local frio e escuro novamente. Se eu pudesse teria chorado naquele momento, se eu pudesse teria rompido meu lacre e acabado com a minha vida naquele momento, mas não podia fazer isso, não conseguiria e me sentia mais inútil ainda.

Não sei quanto tempo passou enquanto estava vivendo aquele momento melancólico e depressivo, quando dei por mim a porta da geladeira estava sendo aberta novamente e quando a luz do refrigerador iluminou sua face branquinha foi como se tivesse visto um anjo.

“Eu tentei me conter, mamãe disse que sou viciado em Toddynho e que não sou eu mesmo quando tomo isso, mas eu não consigo. Estava tentando deixar você pra depois, mas não vai dar parceiro”

Foi o que ele disse antes me pegar e me tirar da geladeira.

Quando ele puxou o canudinho pregado a mim foi a dor mais prazerosa que havia sentindo até então, seus olhinhos brilhando em antecipação para me provar me faziam ama-lo ainda mais, me faziam sentir desejado novamente.

Sim, eu via o desejo grande refletido em seus olhos. Quando ele usou o canudinho para furar o meu lacre foi como se ele tivesse apunhalado meu coração como uma adaga, se eu tivesse um coração. Minha embalagem começou a suar devido a mudança de temperatura, mas sabia também que era por finalmente estar com aquele que amava.

Seus lábios cheinhos e rosados tocaram o canudo e ele começou a sugar meu liquido vital. Jeongguk gemeu prazerosamente e eu gemi seu nome, mesmo que ele não conseguisse me escutar. Ele me sugava rápida e incessantemente como o viciado que ele disse que sua mãe lhe chamara e eu sentia mais amor por ele a cada gota de meu liquido vital saindo de meu corpo. Estava perdendo as forças, os sentidos, estava morrendo, mas morrendo pelos lábios daquele que eu amava. Morrendo feliz por ser sua fonte de desejo.

Ainda tinha um resquício de consciência em mim quando senti ele sugar meu interior em busca das últimas gotas dentro de minha embalagem, o que proporcionou um barulho estranho. Jeon Jeongguk estava feliz e eu estava feliz, a minha curta existência fora para fazer ele feliz e levaria como a última imagem o seu sorriso angelical, aquele que ele dera antes de atirar minha embalagem no poço escuro conhecido como lata de lixo.