1. Spirit Fanfics >
  2. (Taekook) - O Raro Híbrido de Tigre >
  3. Almas quebradas

História (Taekook) - O Raro Híbrido de Tigre - Almas quebradas


Escrita por: Princessenpai

Notas do Autor


O capítulo tá bem cru... talvez ponha mais detalhes depois, mas espero que gostem mesmo assim.

Boa leitura ❤

Capítulo 14 - Almas quebradas


Fanfic / Fanfiction (Taekook) - O Raro Híbrido de Tigre - Almas quebradas

Em um momento do jantar, depois da refeição, Jungkook e Chanyeol foram cumprimentar alguns parentes deste último. Depois disso Kook se aproximou de uma das mesas que serviam aperitivos para pegar alguns para Taehyung quando ouviu uma voz desagradável por perto.

- Jeon Jungkook. – Hyunteo chamou.

- Sim? – falou sem olhar para ele.

- Eu não pude evitar, mas queria perguntar se você se interessa em “alugar” seu tigre por uma boa quantia. Desculpe minha insistência, mas ele era meu favorito.

- Taehyung não está à venda. – disse ríspido.

- É uma pena... mas se mudar de ideia com relação a ele, me contate que eu o compro.

Sem paciência, Jungkook se virou para ele.

- Ele não está a venda, e nunca estará.

Hyungteo levantou a sobrancelha diante de sua atitude e sorriu torto por causa da cicatriz.

- Está me julgando, é isso mesmo Jeon Jungkook? Como se você fosse diferente. O comprou para que se divertisse sozinho com ele – tomou um gole da taça que tinha em mãos.

- Eu não sou como você. – disse entredentes.

Hyunteo baixou a taça.

- Porque outro motivo você o compraria? – disse - Vai me dizer que nunca tocou um dedo nele? – riu incrédulo.

Jungkook pensou em se defender, mas não queria gastar energia. Não precisava provar nada pra ninguém. Se continuasse a ficar falando com aquele homem provavelmente ia querer quebrar a cara dele e ter a imagem manchada com violência não valia a pena. Começou a sair quando ouviu:

-  Não passa de um hipócrita, igual ao pai...

Girando o corpo, Jungkook o segurou pelo colarinho o encarando com raiva.

O que mais odiava no mundo era ser comparado com o pai.

Hyunteo não parecia afetado já que sorria divertido.

- Sabe... – o homem falou - seu pai também gostava de pagar para se divertir com híbrido raros. Se duvidar ele deve ter sido um dos primeiros a comer o seu tigre.

O punho já estava no ar pronto para dar o soco quando Kook foi impedido por alguém que segurou seu cotovelo travando-o no meio do caminho.

- Jungkook – Chanyeol disse baixinho o segurando. – Não vale a pena. – Kook não se mexeu, hesitante - Ele está te provocando porque quer que você reaja assim.

A contragosto, Jungkook soltou o outro sem delicadeza e saiu de lá com Chanyeol.

Seu humor melhorou quando voltou para perto de seu tigre.

--

--

--

Finalmente conseguiram sair daquele evento que parecia acabar nunca. Dirigindo a caminho de casa, Kook falou para Taehyung:

- Você se comportou muito bem no jantar e... Sinto muito pelo que aconteceu lá...

- A culpa não é sua. – disse olhando a cidade iluminada pela janela. - E o Kookie conseguiu me acalmar.

- Eu perguntei se você queria ficar com os hyungs e o Jimin...

- Mas eu queria ir com o Kookie. Eu sei que o Kookie também não gosta de eventos assim.

- Como sabe?

- O sorriso. – contou – O sorriso é diferente.

- Você é muito perspicaz. – admitiu.

- E foi bom ter vindo. – sorria quadradinho - Conheci meu novo hyung. – falou contente sobre o leopardo.

- Baekhyun não queria tirar as mãos de você...

- Na hora de comer ele me ensinou sobre todos os talheres na mesa, – contou. –  não sei pra quê tantos...

- Eu também não sei... – disse rindo.

Eles ligaram o rádio do carro para mudar de assunto e pelo resto do caminho cantaram juntos em voz alta. Tae conhecia muitas músicas pois, segundo ele, as moças da limpeza da casa gostavam de trabalhar ouvindo música, principalmente na hora de pendurar ou tirar roupas do varal. Kook poderia apostar que as moças também adoravam aquele tigre que era tão animado quanto um filhote brincando por entre os lençóis pendurados.

Depois de estacionarem na garagem de casa, o híbrido saiu do carro apressado. Kook saiu logo em seguida e ouviu Taehyung cantarolando em alguma parte da casa. Já estava tarde, e estranhou que o felino não foi logo para o andar de cima.

- Tae? – chamou seguindo a voz.

Ficou procurando pelo andar de baixo até que finalmente encontrou o tigre na área da piscina coberta. O felino cantarolava se equilibrando na borda com os braços esticados, quando se virou em sua direção sorrindo. Kookie começou:

- Nem pense-

Mas Taehyung se jogou na água. Jungkook suspirou. O tigre se recuperou de um resfriado na noite anterior e lá estava ele na piscina... Pelo menos a piscina era térmica, então a temperatura da água devia estar boa. Depois do mergulho, Tae apareceu na superfície, balançou os cabelos e as orelhinhas, e com um sorriso grande chamou animado:

- Vem Kookie!

- Está na hora de dormir Taehyung... vamos, saia da piscina.

Desobediente, o tigre voltou a ir para debaixo d’água nadando de um lado ao outro com o rabo aparecendo para fora. Depois voltou para respirar e olhou para Kook com cara de “O que está esperando?”. Jungkook suspirou outra vez e começou a tirar o casaco, a gravata e os sapatos.

- Só um pouquinho, tá bem? Depois vamos tomar banho e dormir.

- Tá! – disse mergulhando outra vez animado. Seus mergulhos eram curtos, já que ele nadava estilo “cachorrinho”.

Jungkook nunca acreditaria se um dia contassem a ele de que no futuro ele iria tomar um banho de piscina, a noite, no inverno, de roupas, e com um híbrido de tigre. Depois de tirar as meias mergulhou como um atleta e nadou em direção a Taehyung.

Kook tentava alcançar o outro e Tae ria tentando nadar para longe dele. Ficaram brincando assim por alguns minutos até que uma hora inevitavelmente o felino foi pego pelos braços fortes do dono. Tae passou os braços pelo pescoço de Kook enquanto este o levava no colo andando pela piscina, sem rumo e sem pressa. O lugar estava escuro, com exceção das luzes dentro da piscina.

- Porque a água não está fria que nem lá fora? – Taehyung perguntou nos seus braços.

- Tem uma máquina escondida lá trás – apontou com a cabeça - que mantém a temperatura da piscina quente.

- Que nem uma panela? – mexeu as orelhas.

- Sim – deu uma risadinha – que nem uma panela. Nana te explicou que não pode beber essa água aqui né?

- Uhum. – passeou a mão sobre a água - Ela falou que tem produtos bímicos que fazem mal para a barriga.

- “Químicos” – o corrigiu.

- Químicos. – repetiu. – Ela me contou quando eu perguntei porque não tinha peixes aqui. – deu um sorriso – Se tivesse, daria pra comer fresquinhos.

- Mas que tigre guloso esse meu. – sorriu coelho lhe dando uma cheirada na bochecha - Só pensa em comida.

- Quando o Tae, quer dizer, quando eu era filhote eu comia peixes em um lago. – contou.

- Do que mais você se lembra quando filhote? Fiquei curioso.

- Não lembro de muita coisa... – disse brincando com alguns fios de cabelo do Kookie - eu vivia sozinho em uma floresta. Comia pássaros, coelhos, e também os peixes do lago. Um dia choveu muito e andei procurando algum abrigo novo. No caminho acabei encontrando uma fazenda – sua voz revelava o esforço para se lembrar dos detalhes com uma pitada de nostalgia – eu comecei a comer umas galinhas de lá todas as noites. Eram uma delícia. Mas aí uma vez fui pego por algo escondido na terra que prendia o pé. Pareciam dentes de metal saindo do chão. – fez o movimento com palma para cima e com os dedos se fechando.

Pela descrição, Kook entendeu que se tratava de uma armadilha de urso. Sentiu dor no peito ao imaginar Taehyung filhote sendo pego por uma armadilha dessas. Imaginou-o chorando de dor e medo, soltando sons parecidos com miados sofridos.

- Um senhor bem velhinho era o dono da fazenda, - continuou - ele ficou chocado em me ver. Provavelmente achou que quem comia as galinhas era uma raposa ou coisa assim. Por alguns dias não deixei ele se aproximar, já que achei que ele queria me machucar, então eu rosnava pra ele. – parou para pensar um pouco. Kook estava um pouco surpreso, já que era a primeira vez que via Taehyung falar tanto - Com o tempo a fome e a sede começaram a vir e me deixaram bem fraco. Me lembro que não sentia mais minha perna... O fazendeiro me deu alguns pratos de comida deixando perto, e com o tempo o deixei se aproximar e ele abriu a armadilha – Taehyung falava isso olhando para um ponto fixo mais para cima, se lembrando dos detalhes - Eu fugi em direção à floresta mancando. Me lembro que minha perna doeu por muitos e muitos dias.

“Com o tempo ir a fazenda virou um costume, mas eu não ia atrás das galinhas, ia direto para um prato de comida perto da cerca que todo dia aparecia cheio. – deu um sorrisinho. - O senhorzinho vivia falando coisas para mim do outro lado da cerca, mas eu não entendia o que ele falava, já que nunca tive contato com humanos antes dele. Só sei que toda vez que ele gritava “Taehyung!” um novo prato de comida aparecia. – riu – Só entendi anos depois que esse era o nome que ele tinha dado para mim.”

Jungkook sorria ouvindo atentamente.

- Com o tempo o vocabulário foi aumentando, “Taehyung” “humano” “Comida” “Quero mais”... – riu fraco - Fiquei por perto por muitas estações, mas então um dia os filhos do fazendeiro vieram visita-lo. Ficaram bem chocados ao me ver, que nem ele ficou na primeira vez... Um tempo depois uns homens apareceram e fui levado para vida com correntes.

Jungkook o olhava com compaixão abraçando-o mais para perto.

-  A pesca e a fazenda, - Taehyung disse - as correntes, e minha vida com o Kookie. Essa é a minha vida. – se juntou mais a ele lhe cheirando e abraçando o pescoço enquanto Kook continuava a segurá-lo no colo dentro d’água.

- Tae, - Kook chamou calmamente - você sempre passou o cio com pessoas que não queria e com correntes. Agora você pode escolher com quem quer passar. – Taehyung se afastou de seu pescoço para olhá-lo nos olhos. Os dois se encaravam, hipnotizados pela profundidade e conexão que seus olhares tinham – Se quiser, posso passar com você. Pela primeira vez você pode decidir. Sei o quanto isso é importante...

Taehyung sorriu afetuoso se abraçando para mais perto e, olhando para seus lábios, disse baixinho como se contasse um segredo:

- Quero passar o cio com o Kookie.

Jungkook sentiu o coração bater forte com a falta de hesitação que Taehyung teve ao dizer isso. Ficou bastante contente de ter sido escolhido. Se Taehyung quisesse, poderia passar com Jimin ou algum outro felino, mas saber que ele o escolhia para a primeira vez “livre” o deixava muito feliz.

Taehyung se aproximou e lhe deu um selinho longo. Lábios quentes que faziam o corpo inteiro esquentar. Um beijo dentro de uma piscina era delicioso... Depois disso afastou os lábios, deu um sorriso lateral e sussurrou:

- Acasalar com o Kookie deve ser tão gostoso...

Jungkook se arrepiou inteiro, ainda mais quando sentiu Taehyung lhe acariciar a orelha.

- Eu te amo tanto, Kookie. – disse doce.

- Eu também te amo Tae...

- O Kookie é o humano mais bondoso que eu conheço. – disse se acolhendo em seu pescoço.

- Você não conhece muitos humanos... – Jungkook se sentia fraco diante de tanta doçura na voz de Taehyung.

- Mas mesmo se conhecesse, ainda seria o mais bondoso de todos.

Jungkook desviou os olhos.

- Eu tenho tantos defeitos, Tae... – admitiu.

Sorrindo, o tigre voltou a lhe cheirar a bochecha dando alguns beijinhos ali de leve. Sentiu o gosto de cloro, mas não se importou. Olhando em seus olhos, o felino continuou:

- Eu disse bondoso, e não perfeito.

Ficaram se olhando por mais alguns segundos e sem que notassem estavam se beijando outra vez.

Um beijo longo, com movimento. Igual ao que deram na grande sacada quando Tae estava se descontrolando.

Um beijo tão doce que os faziam sentir como se flutuassem. Depois do beijo Tae deu uma risadinha de felicidade e puxou Kook pra dentro d’água com ele para que brincassem um pouco mais na piscina.

--

--

--

Tomaram um banho de ducha juntos. Tae não ficou muito contente, já que preferia a banheira e os patinhos, mas concordou em tomar junto com o Kookie quando este o convenceu que era um banho de chuveiro era mais rápido. Os dois secaram os cabelos com o secador e vestiram os pijamas.

- Essa camiseta é minha – Kook falou ao notar o que o felino vestia.

- Eu gosto dessa aqui.

- Você tem uma parecida. Gosta de dormir com mais largas?

- Tanto faz. – deu de ombros.

- Se tanto faz, veste a sua.

- Não.

- Porque?

- Essa aqui tem o cheiro do Kookie. – disse pulando deitado na cama e se espreguiçando de cansaço.

- Às vezes acho que estou te mimando demais. – Kook disse indo até a cama também.

Taehyung se abraçou ao outro deitado. Seu ronronar estava alto, era gostoso de ouvir.

- Você está ronronando alto. – Kook contou lhe coçando a cabeça entre as orelhas felinas, e estas se moviam apreciando os movimentos.

- Estou carente. – disse fofo.

- Carente? Eu já não te dou amor suficiente? – disse com uma risadinha.

- Quero mais.

Kook lhe deu alguns beijinhos na bochechas para mimar seu tigrinho, que ronronava com o carinho.

Depois disso os dois desejaram boa noite um ao outro e adormeceram aos poucos.

--

--

Jungkook sabia que estava sonhando, e pelo contexto sabia que era um pesadelo, já que nele ele se olhava no espelho e via a imagem do pai enquanto ajeitava a gravata. Quando abriu a porta do quarto encontrou seu tigre sentado na cama com os pulsos e tornozelos amarrados com correntes. O tigre o olhava com ódio.

“Você é igual a todos eles”.

“Hipócrita, igual ao pai”.

Quando foi com as mãos repulsivas em direção ao tigre, acordou em choque.

Ao seu lado, Taehyung estava sentado na cama.

- Kookie? – chamou baixinho – Tá tudo bem?

- Tá tudo bem – esfregou os olhos. Ainda estava de noite. – O que faz acordado?

- Tive um pesadelo... – disse abraçando as próprias pernas.

- Oh, Tae. – puxou-o para que voltasse a se deitar ao seu lado. – Quando for assim, me acorde, tá bem?

O tigre se aconchegou no outro.

- O que você sonhou? – Kook perguntou.

Taehyung hesitou um pouco antes de responder.

- As correntes. Eu sentia o peso delas... – disse triste.

Jungkook poderia apostar que aquele pesadelo teve a ver com o reencontro com Hyungteo.

- Eu estou aqui. – disse lhe acariciando a cabeça – Vou te proteger sempre.

Jungkook foi com a mão até a cabeceira da cama e ligou a tv no quarto escuro. Os dois ficaram assistindo filme até caírem em um sono tranquilo, dormindo abraçados com a tv ligada.

Jungkook teve um pesadelo de que ele se tornou como o pai.

Taehyung teve um pesadelo de que estava na jaula no leilão, e Jungkook não estava na platéia.

 

Os dois sofreram bastante no passado.

Cada um carregava correntes e cicatrizes diferentes.

 

Eram duas almas quebradas... que encontraram conserto juntas.


Notas Finais


"Eu disse bondoso, não perfeito"

"Cada um carregava correntes e cicatrizes diferentes."

Curiosidade nada a ver: Sabiam que "Hyungteo" tem tradução?

O que acharam do capítulo? E do passado de Taehyung antes das correntes? Comentem o que acharam, please <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...