História Take care of you - Bom dia anjo

Uma simples noite, dormir na mesma cama, sentir o calor do corpo ao seu lado. Simples, deveria ser? Pra algumas pessoas sim, pra outras é algo mais difícil. Para Emma e Regina não era nenhuma das opções. Era revigorante, as duas mulheres a anos não tinham um envolvimento completo com alguém. Emma por suas barreiras emocionais e Regina por falta de vontade e podemos dizer tempo. Se isso era uma desculpa que as duas utilizavam para justificar, isso somente elas poderiam dizer. Mas a verdade é que nenhuma das duas queria que essa noite chegasse ao amanhecer. Os corpos – depois dos acontecimentos da noite – estavam conectados de uma forma surreal e entrelaçados fisicamente embaixo das cobertas quentes da cama de Regina.

Emma teve dificuldades para dormir, todo ficou rodando em sua cabeça ansiosa, o que será que Regina estava pensando de tudo. Que vergonha ela passou chorando igual uma criança mimada. Ela conseguiu se acalmar após sentir a respiração pesada do sono de Regina contra a pele do seu pescoço. Emma se concentrou apenas nesse detalhe gracioso e caloroso, sentiu seu corpo inteiro sendo embalado em uma sensação de prazer. Não era um prazer sexual era um sentimento diferente. Sentimento que envolve muito mais do que carne, envolve compreensão e apreço. Regina tinha ultrapassado as barreiras de Emma e a loira não se sentia invadida como no inicio, ela sentia-se com um Plus. Como um jarro tão cheiro prestes a se derramar. Ela dormiu concentrada no ar que entrava e saia pelas narinas da morena.

Regina acordou com o nariz colado nos pescoço de Emma, os braços agarrados na cintura da loira e as pernas entrelaçadas. Ela sorriu com os olhos ainda fechados. Suspirou, passou os lábios pela extensão do pescoço sentindo a textura da pele de Emma. Se segurou para não fazer movimentos bruscos, não queria acordar a loira. A Morena aconchegou mais ao corpo de Emma e sentiu os braços da loira a apertarem mais para perto. Regina sentiu-se como um ursinho de dormir quando a loira suspirou claramente em um sono profundo. Aquele momento de paz fez Regina relaxar e acabar cochilando mais alguns minutos.

Regina despertou mais uma vez naquela manhã sorrindo igual criança em manhã de natal, a diferença era que seu presente estava ali ao seu lado, e ela não o abraçava feliz, mas era abraçada e se sentia igualmente feliz. Pensou um pouco então decidiu acordar a loira para o desjejum, já se passava das 09h30 e inconscientemente Regina queria convencer Emma de ficar a tarde com ela, fez planos e torceu para que a loira aceitasse.

- Bom dia anjo – Regina usou seu tom mais baixo devido a rouquidão matinal.

Emma suspirou, mas não abriu os olhos, ela havia tido um sonho tão bom que estava sentindo medo de que se os abrisse ela acordaria em seu quarto sozinha e aquilo tudo fosse uma criação do seu subconsciente.

- Não vai acordar não preguicinha?

Regina falou em tom divertido. Ela se liberou dos braços de Emma. Ficando de lado e se apoiando em um braço. Pode ver um sorriso brotando nos lábios da outra mulher. Ela beijou os lábios de Emma carinhosamente.

- Acorde Emma, quero te propor algo. – Regina deitou seu corpo sobre o de Emma, distribuiu beijos pelo rosto e pescoço de Emma.

Emma sorriu mais aberto, agarrou Regina pela cintura, abriu os olhos encontrando os olhos castanhos brilhantes.  Ficou observando todos os detalhes daquele rosto perfeito. A cicatriz, os dentes alinhados, os cabelos bagunçados, o nariz perfeito. Cada detalhe em Regina era lindo. Emma sentia-se tão afetada com aquilo que teve a impressão que ar falta-lhe nos pulmões.

Regina ficou com as bochechas coradas recebendo aquela olhada logo de manhã. Com certeza seus planos iriam por agua abaixo. Emma deve estar assustada com a cara com que ela estava naquela manhã.

- Alguém já deve ter dito, mas eu preciso reforçar. – Emma passou as mãos pelo rosto de Regina com carinho.- Você é encantadora ao amanhecer, tão linda que me tira o folego. – Emma suspirou pesadamente. Suas mãos desceram pelas costas de Regina, sentir a pele da mulher sob seus dedos fizeram suas ideias irem longe e sua carne vibrar de desejo. – Bom dia majestade.

- E você é um Dom Juan senhorita Swan. – Regina suspirou aliviada, colocou as pernas uma de cada lado do corpo de Emma sentando em seu abdômen. – Eu queria te convidar pra ficar à tarde comigo e antes que você responda eu quero dizer que... – Regina sorriu levantando um dedo – Eu sei que isso é pedir demais e que você esta aqui desde ontem e você tem a sua vida, mas eu quero muito te convidar.

- Ok, estou preparada, me diga a sua proposta.

Emma se sentia tão a vontade que sentia vontade de falar cantando em rimas, igual aqueles filmes infantis. Isso podia fazer muito sentido, por que a loira só definiria seu estado de espirito com uma explicação, ela sentia-se uma adolescente apaixonada. Ela já nem lembrava mais a ultima vez que passou por algo assim.

- Eu sei que o intuito dos nossos encontros é sempre para te ajudar, mas Emma você tem que saber que isso foi além. Eu nunca me senti assim em relação a pacientes, na verdade eu nunca me senti assim em relação a ninguém. Eu preciso de você comigo, hoje, amanhã, sempre que você quiser. – A cada palavra de Regina o coração de Emma batia mais rápido, a dificuldade dela de aceitação a fez duvidar daquelas palavras, como Regina iria querer ela, logo ela. Parecia que em sua cabeça tinha o anjo mal e o anjo bom, este era o mal falando, mas o bom parecia gritar, e a voz do segundo parecia transcender as crenças de Emma. Regina era real, ela não tinha motivos para mentir, ela já havia pedido para que Emma passasse a noite com ela e agora a morena pedia que Emma ficasse a tarde e mais Regina dizia que sentia algo por ela. – Emma me perdoa se estou parecendo uma adolescente desesperada, mas é que o que to sentindo é tão bom e puro.

- Regina, eu, nossa, eu me sinto em um sonho, você é incrível.

Emma virou seu corpo deitando Regina na cama e colocando seu corpo sobre o dela. Beijou o pescoço da mulher, agarrou as coxas dela com as mãos firmes. Emma suspirou o máximo que podia daquele cheiro doce que emanava da mulher e pode ouvir a gargalhada dela.

- Eu não estou brincando Emma.

- Eu também não, eu, estou com vontade de chorar de novo.

Emma foi sincera.

- Por que meu anjo? Não precisa esta tudo bem se não quiser ficar.

- Não é isso.

Emma tinha um sorriso sereno e sincero no rosto. Regina fez carinho nos braços dela.

- Me conta então.

- Eu estou me sentindo como você, em um sonho adolescente. Eu nunca vivi isso, eu não sei Regina, estou com medo, você pode estar se precipitando.

Emma tinha aquela guerra de sentimentos dentro dela, por segundos seu olhar ficou perdido.

- Emma, querida, me olhe aqui. – Ela obedeceu como uma criança, fazendo um bico. – Você é uma pessoa maravilhosa, não precisa ter medo, eu quero você aqui comigo, você sabe que se não fosse assim eu não pediria, então vou refazer o pedido de outra forma. Quero que preste atenção. Eu quero passar mais tempo ao seu lado, eu quero te conhecer melhor, quero saber tudo sobre você e quero que você conheça tudo sobre mim. Não estou falando isso por impulso, não estou falando isso por nenhum motivo a não ser o real, que eu quero ter mais de você na minha vida, e isso não é de ontem pra hoje, isso é desde quando te conheci ainda no consultório.

Não foi preciso dizer mais nada depois do sorriso e dos beijos trocados. Ambas as mulheres não esperavam por nada disso, mas as duas sabiam que não podiam deixar passar, não sabiam ao certo tudo o que poderia acontecer, mas sabiam que sim podiam tentar. Medos não foram mais posto à mesa, era só curtir os beijos, o calor do corpo e o que mais estariam disposta a oferecer uma a outra.

- Venha vamos tomar café, você vai me ajudar a fazer.

Regina se levantou da cama sorridente, pegou duas camisetas grandes, deu uma para loira e vestiu a outra. Beijos ali, frutas aqui, café fresco, panquecas, mais beijos, sorrisos, suspiros. O café da manhã foi neste ritmo.

- Hoje vai ser um sábado especial, eu quero te tratar como você merece, como uma princesa.

- Ah, eu não sou uma princesa. – Emma sorriu corando as bochechas, ela estava sentada na cadeira da cozinha e Regina estava sentada sobre suas pernas de frente pra ela.

- Você é sim, a minha princesa.

Emma só sorria. Beijou Regina carinhosamente.

- Ok, quero deixar claro que hoje estamos aqui, mas quero que no próximo sábado você venha passar comigo, quero que conheça minha casa, quero que conheça mais de mim Regina Mills.

- Eu aceito Emma Swan, mas com uma condição.

- Qual?

- Teremos que passar a noite anterior juntas, eu adorei ser seu bibelô de dormir, seu abraço é tão forte, você não precisa ter medo eu prometo que não vou fugir.

- Você é boba é?

As duas gargalhavam. Regina preparou um banho pra Emma. Na banheira havia sais de cheiro e efeitos relaxantes. A verdade é que a loira acabou levando a morena junto, mais beijos e caricias aconteceram, até Regina abandonar Emma de molho, dizendo que já voltaria com as coisas para ela sair do banho.

O plano de Regina era simples e ela agradeceu a Deus por ter tudo o que ela precisava em casa.  Preparou tudo nos mínimos detalhes, olhou a sua sala toda modificada e sorriu satisfeita.

Regina havia tirado a mesa de centro, afastado o sofá. Por cima do tapete ela esticou seu tatame de Yoga, colocou um lençol branco por cima, em volta ela colocou umas pedras enérgicas. Um dos cantos ela deixou seu óleo de massagem, e em volta ela espalhou umas velas aromáticas. Todas eram da mesma essência para não virar aquela bagunça de cheiros. A morena já havia imaginado fazer isso com Emma, mas era um exercício que ela preferiu posterga, porém estava se sentindo tão confiante e plena que queria passar isso para Emma.

Ainda pensativa se era isso que realmente queria Regina foi caminhando silenciosa para seu quarto, pegou um roupão na mão, parou frente ao espelho se olhando. Seu peito subia e descia com a respiração, suas mãos segurando firme o roupão. Em seus lábios um sorriso doce. Emma estava logo ali em sua banheira e pensa nisso lhe fez suspirar.

Regina não sabia ao certo se Emma iria gostar daquilo e concordar, mas mesmo assim ela queria tentar.  Foi para o banheiro com o roupão, parou na porta encostando-se  no batente, a cena que viu fez seu peito encher de algo que ela não sentia a tempos.

Alguns dizem amor, mas Regina acredita que é uma mistura de coisas, o amor propriamente dito é construído, mas antes pelo caminho você sente uma enxurrada de emoções enchendo o peito, isso são as portas para levarem ao caminho final.