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História Take My Hand - 4 Months


Escrita por: waewonwoo

Notas do Autor


gente esse capítulo é mais tenso, se preparem

Capítulo 5 - 4 Months


Fanfic / Fanfiction Take My Hand - 4 Months

Capítulo 5 – 4 Months

 

Lá estávamos nós dois cortando o meu bolinho de aniversário. Eu não me importava com festas e grandes comemorações, ter ele ali era o suficiente.

— Fez um desejo?

— Eu não acho justo fazer um desejo ao cortar o bolo.

— Por que não Kyun?

— Porque eu já tenho você, não preciso de mais nada. Prefiro deixar que alguém no mundo tenha seu desejo realizado do que fazer o destino perder tempo com um meu.

Wonho me abraçou e me deu um beijo na testa, então comemos metade daquele pequeno bolo que era maravilhoso e fomos dar um passeio. Por um instante eu lembrei de quando as coisas não ficaram boas para a gente, mas logo afastei esse pensamento. Era meu aniversário e eu não queria me lembrar do que ocorreu no nosso quarto mês juntos.

 

— flashback on:

Eu estava extremamente sensível naquele último mês. Wonho estava do meu lado, mas eu nunca me senti tão sozinho. A única vez na minha vida que eu me senti tão mal foi quando minha mãe partiu. Era simplesmente doloroso, mas vamos explicar.

Minhas notas melhoraram muito, eu me matava de estudar. Esse era um fator que estava me deixando sensível, porque eu pulava refeições para poder me aplicar aos estudos e lentamente consegui uma gastrite que deveria ser tratada para não se tornar uma úlcera.

Depois disso, Wonho estava em provas, então nós estávamos um pouco afastados pois ele ficava na biblioteca estudando até que fosse fechada e quando voltava pra casa, tomava um banho e caía na cama.

— Você está magrinho – Ele disse num dos poucos cafés da manhã que nós tomamos juntos.

— É esse período de entrar na faculdade, você sabe que é tenso.

— Ok, mas eu estou preocupado.

— Primeiro se preocupe com as suas coisas, eu estou bem.

É, mas eu não estava bem. O que eu não contava a ele era que meu pai tinha ido a minha procura. Ele ficou sabendo que eu estava morando com um garoto e digamos que ele não ficou feliz. Eu recebia diversas ameaças e tinha que fazer muita coisa para ele para que não entrasse na justiça querendo que eu voltasse para casa.

Nas últimas semanas, eu dizia ao Wonho que estava estudando na escola, mas na verdade eu ia para a minha antiga casa e fazia trabalhos manuais, ou seja, limpar aquilo tudo. Meu pai assistia e eu achava que ele estava completamente louco.

— Você não está fazendo direito Changkyun, seu verme, quer que eu dê uma boa porrada no seu colega de quarto?

— N-Não senhor, vou fazer direito.

— É bom mesmo.

Era tão bizarro, ele simplesmente me seguia segurando sua garrafa de vodca na mão. Eu era observado enquanto fazia tudo. Quando eu chegava em casa, me enchia de hidratante nas mãos para que o meu hyung não notasse os efeitos que produtos de limpeza tinham na pele, a deixando mais grossa.

Alguns dias eu simplesmente apanhava. Ele me chamava lá para me bater, porém ele tinha ficado esperto. Nunca me acertava no rosto, a maioria das vezes era em lugares cobertos e como Wonho e eu não estávamos mais nos tocando, ele nem chegou a ver, eu escondia bem.

Um dia foi simplesmente a última gota d’água, aquela que faz o copo transbordar, eu estava de quatro no chão limpando o banheiro. Eu sabia que ele me observava então já tinha a pulga atrás da orelha. Em seguida eu senti a mão dele nas minhas costas, era como se fizesse um carinho, mas eu fiquei arrepiado no mal sentido. Essa maldita mão desceu até a minha bunda e a apertou. Eu me virei abruptamente e arregalei os olhos.

— O que você está fazendo? – Eu perguntei assustado.

— Você é meu, eu faço o que eu quiser.

— N-Não faz não.

Ele me deu um tapa na cara com tanta força, as lágrimas tiveram que começar a cair.

— Eu faço sim Changkyun, eu te uso da forma que eu quiser.

— Você é meu pai, isso é doentio.

Ele estava abaixado e bem perto de mim, eu estava totalmente em pânico. Meu pai segurou meu rosto com as duas mãos e veio me beijar. Eu peguei o balde com cândida que estava ao meu lado e joguei em seu rosto, então comecei a correr. Saí daquela casa e não quis parar de correr.

Eu sinceramente não sabia pra onde ir, o que fazer. Não queria ir na delegacia denunciá-lo, não queria voltar para casa porque sabia que Wonho estaria lá naquele dia. Eu não tinha amigos, ninguém para conversar. Estava sozinho.

Todas as dúvidas que eu estava tendo, somado com a ausência do meu namorado e as poucas e boas que eu passei com meu pai, todos aqueles pensamentos ruins voltaram a me assolar. Eu me sentia frágil, tão frágil.

Me lembrei do dia que Wonho me conheceu e fiquei me perguntando se não era mais fácil simplesmente sumir, desaparecer. Se não ajudaria as pessoas ao meu redor.

Passei a andar lentamente na rua. Estava tremendo de frio porque minhas roupas estavam molhadas por conta da hora que eu joguei o produto de limpeza na cara dele. Entrei numa farmácia e comprei uma lâmina que barbeiros usavam, não era bem uma gillete, apenas a lâmina.

Entrei em casa devagarinho e encontrei meu namorado debruçado na mesa em seus livros, ele dormia. Eu beijei o topo de sua cabeça e fui até o banheiro. Tantas coisas ruins passavam pela minha cabeça, eu apenas queria silêncio. Só um maldito silêncio.

Tirei a roupa e fiquei só de cueca, liguei o chuveiro para que Wonho não viesse me incomodar caso acordasse e fiz um pequeno corte no meu pulso, bem pequeno mesmo.

Depois eu parei e me perguntei o que diabos eu estava fazendo, eu precisava de ajuda.

— Kyun? Você chegou amor?

Eu não respondi, tinha certeza que tinha trancado o banheiro, mas não tranquei. Wonho nunca entrava no banheiro quando eu estava lá, mas naquele dia ele entrou. Eu dou graças a deus que ele entrou.

— Changkyun! Amor, o que você está fazendo? Changkyun, olha pra mim amor, o que houve?

Ele jogou a navalha fora, desligou o chuveiro e eu apenas olhava para a merda que eu tinha feito, não conseguia olhar pra ele.

Meu namorado tentava falar comigo, mas eu não respondia. Ele limpou meu braço e fechou o pequeno ferimento. Eu comecei a chorar, então o hyung disse que eu precisava de um banho para me acalmar, ele encheu a banheira de água, tirou a minha cueca e me colocou lá dentro. Wonho se sentou no chão ao meu lado e em silêncio passava sabão no meu corpo, então eu finalmente olhei pra ele.

— Amor... eu fiz alguma coisa? – Ele perguntou e começou e chorar – Me desculpa Kyun, eu estou tão afastado de você, me desculpa.

Eu grudei a minha testa na dele e fechei os olhos, então beijei de leve seus lábios.

— Você n-não fez nada. Eu... eu preciso te contar uma coisa.

Respirei fundo e expliquei tudo a ele. Tudo que aconteceu nas últimas semanas. Ele me olhava com carinho e fazia tudo por mim, me tirou do banho, me secou me vestiu, então calçou meus sapatos e depois os seus.

— Onde nós vamos? – Eu perguntei ao ver ele colocar o casaco em mim e pegar um pra ele.

— Nós dois vamos a delegacia.

— Wonho! – Eu comecei a chorar e ele segurou meu rosto em suas mãos.

— Você tem que ser corajoso, você é a vítima, não deve ter medo de nada. Eu não vou deixar aquele filho da puta fazer isso com você. Changkyun, você não vai sofrer por causa dele.

Ele entrelaçou seus dedos nos meus e me levou até o carro, então colocou o cinto de segurança em nós dois e fomos lentamente até lá. Eu me sentia tão acuado. Estava tremendo, mas eu disse ser de frio, claro que o meu hyung não acreditou.

Chegamos na delegacia, ele me deixou sozinho por um instante, depois uma delegada nos chamou para uma sala especial, longe de todos os outros. Ela me trouxe um copinho de café quente e pediu para eu contar a história toda, desde o começo.

— Changkyun, você prefere que seu namorado esteja aqui conosco ou lá fora? – Ela perguntou.

— Aqui, por favor. Ele precisa estar aqui, senão eu... não tenho coragem.

Wonho se sentou ao meu lado e sua mão repousava na minha coxa, fazendo carinho. Eu contei a história desde que eu vi pela primeira vez meu pai agredindo a minha mãe. Meu hyung me mandou não poupar detalhes e eu realmente não o fiz. Ela fez um breve carinho na minha mão e disse que tudo ficaria bem, a polícia ia busca-lo.

— D-Delegada... eu não quero ir para o orfanato.

— Você tem quase 18 anos Changkyun. O pai do Wonho vai assinar alguns papéis que se responsabiliza por você e pronto, você não vai ser afastado do seu namorado.

E realmente o pai do meu hyung o fez. Ele veio até a delegacia, praticamente me adotou. Era por poucos meses, mas eu o agradeci quase de joelhos por ele concordar com aquilo e prometi me comportar.

— Não se preocupe Changkyun, você é da minha família também. – Ele disse.

Eu quis chorar, mas não fiz nada, apenas o abracei e depois fui atrás do meu namorado.

Depois de longas horas na delegacia, meu pai chegou, ele não sabia que eu estava o vendo, mas eu estava porque tive que reconhecê-lo. Eu o fiz e me prometeram que ele estaria preso, provavelmente eu teria que ir ao tribunal para que ele fosse condenado.

Wonho me levou para casa. Eu coloquei meu pijama no banheiro e voltei.

— Não sei porque você está se escondendo, esqueceu que te troquei? Eu vi as marcas no seu corpo Kyun.

— Esqueci...

Nós nos deitamos frente a frente e ele fez carinho no meu rosto.

— Changkyun, você acha que precisa de ajuda? De um especialista, eu quero dizer. Seu olhar me parece tão... vago. Não estou te chamando de nada, mas como você se sente?

— Muito mal hyung.

— Você quer ver um psicólogo? Eu posso te levar lá, provavelmente seria uma vez por semana.

— Eu não quero tomar remédios.

— Diga isso a ele ou ela. Eu concordo com você, mas você não acha que era bom?

— Desculpa hyung – Meus olhos até doíam te tanto que eu tinha chorado naquele dia. Wonho me abraçou bem forte – Eu não queria precisar, mas acho que preciso.

— Eu vou sempre estar aqui Changkyun, sempre. Eu não quero que esconda nada de mim nunca mais, nunca mais, você me ouviu?

— Sim hyung.

Nos próximos dias Wonho não saía do meu encalço e eu não o julgo por isso. Ele dava desculpas tipo “vamos tomar banho juntos”, mas eu sabia que era para ficar de olho em mim, e para ser sincero, eu estava feliz que ele estava o fazendo, nem eu tinha certeza se era seguro ficar sozinho.

Nós procuramos uma psicóloga e eu passei a frequentar uma vez por semana. Wonho me levava até lá e ficava esperando na salinha de fora, eu até queria que ele entrasse, mas a médica não permitiu.

Aos poucos eu me sentia melhor. Nem preciso dizer que aquele combinado para quando eu e Wonho fizéssemos 4 meses de namoro foi para o brejo, né? Eu não me sentia 100% bem e ele também queria esperar, então nem comentei nada sobre isto.

— Kyun, amor, que tal a gente passear hoje?

— Onde?

— Hm, você tem ficado trancado em casa nessas últimas semanas. Minhas provas já foram, as suas também, que tal se a gente for no aquário fazer um daqueles encontros que só existem em doramas.

— Você sabe que já tinha me convencido com a palavra “aquário”.

— Então vamos.

Aos poucos eu notava que as coisas voltavam ao normal. Ele me dava o meu espaço e nunca me tratou diferente. Uma vez eu disse que ele merecia coisa muito melhor que eu, eu recebi um “tsc” e um olhar de matar. Pensei que ele ia me jogar pela janela, mas na verdade Wonho explicou que me amava e não tinha como voltar atrás.

Em alguns dias o aniversário dele chegou. Eu o mimei de todas as formas que eu podia. Ele quis comemorar e me apresentar aos seus amigos, então limpei a casa toda para quando ele chegasse. Nós pedimos bastante pizza e eu pude respirar aliviado que todos os garotos foram bem simpáticos comigo. Eu morria de medo deles não gostarem de mim.

— Ele é uma gracinha – Eu ouvi um tal de Minhyuk falando com o meu hyung na cozinha.

— Ele é Min, eu sou apaixonado no jeito dele.

— Você deu sorte Wonho, ele te olha com um brilho nos olhos, é impressionante.

— Nós nos amamos Min, eu o olho assim também.

— Posso notar, e você ainda está subindo pelas paredes porque não transa a meses?

— Estou, mas eu quero esperar. Tem que dar certo com esse garoto, não me importo de ficar mais um tempo sem.

— Você sabe que o Shownu resolveria o seu problema.

— Eu sei, ele já ofereceu, mas nem cogito essa possibilidade. Eu tenho dono. Posso tatuar na minha testa “Changkyun” na minha testa que não tem problema.

Depois disso eu entrei na cozinha como se não tivesse ouvido nada. Eu segurava as garrafas vazias de refrigerante e meu namorado veio me ajudar.

— Você sabe cozinhar também Changkyun-ssi? – Minhyuk me perguntou.

— Eu tento, mas o Wonho hyung faz um trabalho muito melhor.

— Deixa eu te contar um segredo, seu namorado é louco por batata frita, mas não aquelas de pacote, as feitas em casa. Se você aprender a fazer isso, garanto que Wonho nunca mais sai do seu pé, já pede em casamento.

Minhyuk riu e saiu da cozinha depois de apertar de leve a minha bochecha. Eu tinha a impressão que os amigos do meu namorado me viam como um garotinho de 10 anos, mas tudo bem, eu não me importava.

— Kyun, obrigado por me ajudar com a festinha. Eu amei que você conheceu meus amigos, eles gostaram de você.

— É um alívio hyung, de verdade.

— Você nem deveria ter ficado preocupado.

— Eu sei, mas... essas coisas sempre dão frio na barriga. Hyung... eu sei que a gente tinha combinado uma coisa e não deu certo, mas mais tarde eu queria dar o seu presente.

— Ah eu vou ganhar um presente?

— Vai sim.

Ele beijou a minha bochecha e assim que eu vi que seus amigos estavam indo embora, me despedi de todos e corri para o quarto, então fiquei só com a cueca e me enrolei todo numa fita vermelha e fiz um laço meio malfeito, mas foi o que deu para fazer.

Wonho me chamava, mas eu não respondi, então ele entrou no quarto e me viu sentado na cama. Meu hyung deu risada e chegou perto de mim.

— Hyung, você vai abrir o presente?

— Eu vou Kyun, hoje finalmente a gente abre o presente.

— flashback off.

 

— Changkyun, onde você está?

— Na cozinha amor, guardando meu bolo.

— Ok, fica aí mais um instante que eu estou preparando o seu presente!

— Ah amor, você me deixou mais curioso ainda. Posso ir?

— Ainda não.

— E agora?

— Changkyun!

— Isso foi você me chamando?

— Aish.

Esperei meu hyung me chamar de novo e quando entrei no quatro o vi todo envolto de um laço azul. Eu dei risada e ele também o fez.

— É para compensar a nossa primeira vez. Eu sempre quis fazer isso.

— Posso abrir meu presente Wonho?

— Lógico que pode.

 

Continua...


Notas Finais


então gente, o que acharam? eu finalmente vou liberar esse lemon semana que vem hahahahha enrolei vocês até não dar mais, espero que não tenha nenhum erro, vou dar mais uma olhadinha depois

o que acharam do que o pai do Kyun fez? como tem pai que faria isso né? pelo menos agora isso teve um fim.

o Wonho lidou bem com a situação, poderia ter simplesmente mandado o Kyun embora e ter deixado outra pessoa lidar com isso

espero que estejam gostando e agradeço todos os faves <3


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