1. Spirit Fanfics >
  2. Tales of a Uchiha >
  3. Chapter 137

História Tales of a Uchiha - Chapter 137


Escrita por: MasterShigs e Saberus

Notas do Autor


Boa leitura ❤
No segundo [ ۝ ] coloquem a música / ost que está logo abaixo
https://youtu.be/kYX1XEVvvXU

Capítulo 137 - Chapter 137


Fanfic / Fanfiction Tales of a Uchiha - Chapter 137

Dois dias se passaram desde que Rin acordou, desde então era comum ouvir altíssimas gargalhadas e até brigas dentro do quarto na UTI, até por isso que ele foi transferido, dessa maneira removido da Unidade de Tratamento Intensivo. Nesse período de quarenta e oito horas não perceberam quaisquer sequelas no rosado, mas óbvio que pela letargia de dez dias o mesmo se viu na necessidade de uma cadeira de rodas para caminhadas duradouras, contudo dava-se a entender que ele melhoraria em pouco tempo. Nos dois dias que estavam em Konohagakure, o pequeno grupo de Amegakure optou por alugar um apartamento de dois quartos — Doro e Tsuyu no principal, Fushin no outro quarto e Musashi dormindo no sofá — enquanto o grupo de Yattsuhoshi partirá no mesmo dia, afinal de contas não tinham o que fazer por ali depois de saberem que o rosado enfim tinha acordado. E naquele dia em questão… o rosado estava bem decidido a levar os visitantes — e amigos — para onde se localizava o clã Hyuga… até por isso usava uma calça preta com uma camiseta branca que possuía o símbolo dos Uchiha na manga esquerda que estava bem dobrada, afinal havia ainda a ausência do braço. Misa optou por uma folga naquele dia, então ajudaria ao empurrar a cadeira de rodas e aproveitaria a companhia daquelas pessoas que não demorou a se afeiçoar. Seis pessoas — sem contar o próprio Rin — estavam no quarto.

— E o que quer fazer quanto ao lado esquerdo? — Sakura perguntou enquanto olhava para o lado esquerdo do outro rosado. Ela sentia pena por causa do acontecimento com o rosado. 

— Hm? — Rin disse. Ele parou de discutir com Tsuyu sobre quem era melhor; Doro ou Misa; para prestar atenção na kunoichi das lesmas, mas depois olhou para o lado esquerdo e levou a mão para o ombro e abriu um sorriso mínimo. — Parece que vou fazer uma visita muito em breve para Orochimaru-sama, quem sabe não usa as células de Hashirama para me dar um braço novo? —

— Isso é possível? — Tsuyu perguntou, sendo completamente incapaz de esconder um pouco de esperança. Ele olhou para o lado direito do corpo e mordeu os lábios inferiores. — Um braço é possível? —

Misa e Doro ficaram em silêncio. As duas apenas prestavam atenção na conversa que acontecia entre as três pessoas, mas as duas sabiam a quantidade de dificuldades que seus parceiros passariam com a ausência de seus braços — era dificílimo usar Ninjutsu com apenas uma das mãos.  

— Naruto tem parte do braço direito feito das células do Primeiro Hokage. — A kunoichi das lesmas respondeu a pergunta do Hyuga, mas retornou sua atenção para o rosado que acenou em confirmação ao comentário dela. — Porque ele? —

— Orochimaru-sama já está fazendo três braços sob encomenda, mãe. — Rin respondeu e levou a mão para o cabelo e o coçou antes de acrescentar ao final de um suspiro. — Um braço direito para esse idiota… — Ele olhou para o moreno que não escondeu a surpresa com aquele tipo de caridoso gesto. — ...e outros dois para uma enfermeira na clínica de Amegakure. Além disso… — Os olhos verdes mudaram para o Sharingan padrão. E ele deu continuidade ao sorrir pelo canto dos lábios. — ...há uma habilidade que me será útil se houver células do Primeiro Hokage em meu corpo. Estou cansado de usar o In'yu Shōmetsu quando pretendo usar o Mangekyou Sharingan para evitar a cegueira, por isso vou recorrer às habilidades regenerativas. —

— Você está ficando cego? — Tsuyu perguntou. Ele deu um passo adiante para a cama do rosado, mas sua atenção se desviou para a kunoichi das lesmas. — Você disse a dois dias que a visão dele está ótima. Que não havia problemas. —

— Tsuyu, acalme-se… — Doro pediu ao notar a seriedade que o noivo estava assumindo.

Sakura não disse uma única palavra. Ela apenas levantou uma das sobrancelhas quando o moreno tentou se aproximar da cama, mas foi impedido pela garota que o acompanhava. Fushin e Musashi — quietos — que estavam escorados na parede ao lado da porta só tinham mais interesse por aquela conversa.

— Isso é verdade, querido? — Misa perguntou e retornou sua atenção para o noivo que balançou sua cabeça em confirmação. — Mas você ainda não está… —

— Não. Os efeitos não começaram ainda, mas pode acabar acontecendo se não me cuidar, contudo o In'yu Shōmetsu gasta uma quantidade excessiva de chakra, assim como o Mangekyou Sharingan, então não é muito válido. — Rin não deixou que sua noiva concluísse o comentário. 

— Parece que você está decidido a se encontrar com Orochimaru. — Sakura disse e se aproximou da cama e levou sua mão direita para cima da cabeça de Rin e afagou um pouco suas mechas roseas. — Shiawase me deu muitos avisos a seu respeito, então sei que nada fará com que mude de idéia, por isso só desejo boa sorte. —

— Voltando ao assunto… — Tsuyu disse e não pareceu incomodado em estragar o clima familiar, nem mesmo deu a mínima para a noiva que lhe lançou um olhar desagradável. — ...quando me contaria sobre esse braço? —

— Eu já estou acostumada. — Misa disse e cruzou os braços abaixo dos seios enquanto olhava com um pouco de seriedade para o rosado. — Ele tem o péssimo hábito de contar as coisas essenciais de última hora ou acidentalmente. —

— Isso é verdade. — Doro disse. E ela continuou assim que percebeu o olhar de confusão do rosado acamado. — Rakun, esqueceu que me contou de última hora que me levaria para Amegakure? —

O rosado estava para se defender, mas percebeu que não havia como, por isso olhou para os dois — Fushin e Musashi — e esperou que eles lhe dissessem alguma coisa, mas as duas pessoas balançaram a cabeça, dessa maneira deixando entendido que não havia o que ser dito. 

— Certo, eu não conto as coisas, mas só não quero decepcioná-los caso alguma coisa acabe não dando certo… se Doro não quisesse me acompanhar até Amegakure, então teria ido sozinho. — Rin disse. Ele deu continuidade assim que olhou para o moreno que levantou uma das sobrancelhas ainda no aguardo de sua resposta. — Contaria quando estivesse em Amegakure. Satisfeito? —

— As vezes me pergunto o que mais você está escondendo. — Misa sussurrou e semicerrou seus olhos azuis, concentrando-os no rosado. — Você realmente me ama? —

— Hã? Mas é claro que sim. — Rin disse e sentiu as bochechas se esquentarem um pouco, mas assim mesmo deu continuidade e parecendo bem convencido das palavras que usaria. — Sou loucamente apaixonado por você. É o que mais tenho de importante nessa vida. Eu poderia atravessar longas distâncias só para vê-la sorrir. Eu penso em você toda hora, acordo pensando em você e durmo pensando em você, eu te amo, entendeu? E não quero que pense o contrário. —

— Ri-Rin… — Misa disse e sentiu as bochechas se esquentarem.

Sakura sorriu e movimentou com sutileza seu rosto para o lado esquerdo, admirando a franqueza sentimental do rosado que não mudava por um único segundo sua atenção — mantendo-a na Yamanaka. A kunoichi imaginou que enquanto Sasuke era mais reservado com determinados sentimentos, Rin não escondia, por isso acreditou que ele havia puxado uma de suas características. 

— Você nunca me fez uma declaração desse tipo. — Doro disse ao voltar sua atenção ao moreno e levou as mãos para a cintura e obviamente pareceu bem descontente.

— Bom, é porque sou maluco. — Tsuyu disse e desviou sua atenção para o rosado e piscou seu olho direito para ele e sorriu quando percebeu um divertimento nos olhos esverdeados dele.

— Quando exatamente você ficou maluco? — Rin perguntou e sorriu pelo canto dos lábios enquanto prestava atenção no amigo de Amegakure.

— Tem alguns meses, mas vem piorando diariamente. Eu acordei numa manhã e em dado momento daquele dia conheci uma mulher de olhos púrpuros, lindíssima, mas que pouco a pouco tem me levado ao cume da maluquice. — Tsuyu disse e usou o polegar para apontar para a noiva que naquela altura já tinha enchido as bochechas e ignorava as risadinhas de Fushin e Musashi, ele deu continuidade. — Uma mulher linda, sem dúvida, mas que está me deixando louco e parece que não há devolução. Ah, mas o amor é lindo, então fico um pouco dividido, sabe? —

O rosado não se aguentou. Ele começou a gargalhar animadamente e até mesmo estendeu seu braço com a palma aberta em direção ao moreno que compreendeu, por isso que os dois acertam as palmas de suas mãos. Musashi e Fushin cobriram as bocas com uma das mãos com intenção de suas gargalhadas serem abafadas. Doro parecia brava com a resposta e reação das pessoas, por isso olhou em direção a Misa que também a olhava, mas a Yamanaka não resistiu e levou a mão direita a barriga e a esquerda para a boca enquanto ria animadamente. Ou seja, Doro não poderia contar com ninguém para ajudá-la, nem mesmo com a kunoichi das lesmas que mordia os lábios inferiores. No fim… Doro entendeu que era uma brincadeira.

— Idiotas. — Doro sussurrou.

[ ۝ ]

E como planejado, o grupo deixou o hospital para que visitassem a mansão que pertencia ao clã Hyuga, contudo Musashi e Fushin foram deixados para trás com intenção de que conhecessem um pouco mais Konohagakure, afinal as visitas aquele lugar eram pouquíssimas, por isso que apenas os casais que andavam por uma rua conhecida. Misa, de boa vontade, era responsável por empurrar a cadeira de rodas que Rin estava sentado, os dois seguiam com Tsuyu e Doro lhes acompanhando no lado esquerdo, mas os mesmos pareciam distraídos demais numa conversa sobre Amegakure para sequer darem atenção ao outro casal.

— Como está sua família? — Rin perguntou e moveu sua cabeça para o lado direito e assim observou a noiva e semicerrou seus olhos. — Esqueci de perguntar sobre eles. Estão bem? —

— Eu agradeço a preocupação. — Misa disse em baixo tom enquanto mantinha um olhar bem suave para o rosado, mas deu continuidade assim que olhou para frente. — Mamãe está bem… perdeu um pouco da visão do olho direito, mas está bem. Já Miura… está com problemas… sonambulismo e o próprio comportamento mudou… está com falta de apetite… mamãe diz que vez ou outra acorda e o vê no quarto enquanto sussurra "mate-me"... e ele diz escutar sons de ossos sendo partidos e de telhas sendo removidas… o olhar dele, querido… Miura perdeu completamente a esperança… seu espírito foi quebrado, mas achamos que a Clínica Infantil de Assistência Médica Mental ajudará. —

— Ele ainda carrega as memórias de tudo o que aconteceu… — Rin sussurrou e levou a mão ao queixo e o coçou, parecendo pensativo sobre alguma coisa, mas então voltando sua atenção para frente. — ...peça para seu irmão me visitar amanhã. Se possível… tem algo que gostaria de experimentar que pode ser que ajude-o. —

— O que está pensando? Ou é uma dessas coisas que manterá segredo até a última hora? — Misa perguntou.

— É isso aí. — Rin disse e não pareceu incomodado quando a noiva lhe agarrou a bochecha direita e deu-lhe um fraco beliscão. Na realidade, continuou assim que notou algo interessante. — Chegamos. —

Era verdade. Não muito distante encontrava-se a entrada para a residência de um dos clãs mais fortes de Konohagakure. Os muros eram brancos — como os olhos dos residentes — e altos para que ninguém visse o que acontecia lá dentro e ainda havia uma guarita com uma placa acima escrito "Hyuga" e um portão que no momento estava aberto. Apesar dos muros serem altos, dava-se para ver algumas árvores, mas havia apenas silêncio no interior.

— Há duas pessoas nos esperando. Avisei que iríamos aparecer, além disso estou sentindo os chakras logo adiante. — Misa disse. Ela se adiantou antes que alguém perguntasse como sabia. — Sou do tipo sensorial também. Essa é uma das especialidades do clã Yamanaka. —

— Entendi… — Tsuyu disse. Ele pareceu levemente impressionado pelo que a Yamanaka contou.

— Essa é minha garota. — Rin disse com um ligeiro orgulho das capacidades de sua noiva.

— Sou especialista em venenos, antídotos e medicamentos, cada um tem suas qualidades. — Doro disse. Ela olhou de Tsuyu para Rin em busca de reconhecimento, mas nenhum deles se interessou, por isso que fez um beicinho.

— Eles estão brincando. — Misa disse e olhou de Rin para Tsuyu que sorriam e moviam seus ombros e pareciam esforçados em não gargalharem. — Vê como são idiotas? —

— Demais. — Doro disse.

— Ah, tá bem… você é incrível da sua maneira. Satisfeita com isso? — Tsuyu perguntou e levou sua mão para a cabeça da noiva e acariciou com suavidade.

— Bem melhor. — Doro disse enquanto suas bochechas se esquentaram e um contente sorriso tomou forma. 

O rosado não disse uma única palavra, mas reconhecia que Doro era igualmente incrível — à sua própria maneira — por ter aprendido Iryō Ninjutsu e aperfeiçoado-se numa área, mas não seria ele a puxar o saco dela. Os quatro passam por aquela guarita e não demoram a ver o primeiro ambiente — um campo grande o suficiente com duas árvores enormes, além disso uma casa de dois andares bem tradicional com os corredores sendo visíveis e contendo portas deslizantes em algumas áreas do primeiro e segundo andar da mansão — e com duas pessoas realmente os esperando.

 Uma delas era uma mulher de cabelo castanho escuro e longo — até o meio das costas — com uma franja caindo em seu rosto jovial, além dos comuns olhos perolados do clã que a mesma pertencia, sem contar também a camisa quimono tanish de cor castanho-dourado e de manga comprida com chamas vermelho-alaranjadas sobre ele, com uma saia na altura de seus joelhos combinando, juntamente com uma cinta branca ao redor de sua cintura. Não era difícil reconhecê-la como Hyuga Hanabi, irmã mais nova de Uzumaki Hinata e capitã de uma equipe que só tinha garotas. A outra pessoa era consideravelmente mais velha que qualquer outro dali — sendo evidenciado pelas mechas acinzentadas de seu cabelo — e pelas rugas provocadas pela idade, além de um olhar severo para os recém chegados, sem contar também que usava vestes tradicionais do seu clã — um quimono branco com um haori marrom. Não era difícil reconhecê-lo como Hyuga Hiashi, líder do clã. Esse segundo em questão estava sentado no assoalho e bebericando um pouco de chá que estava dentro da xícara de barro que segurava cuidadosamente em suas mãos.

— Desculpe o atraso. — Misa disse. 

— Não tem problema. Estávamos num interessante assunto, por isso nem vimos o tempo passar. — Hanabi disse e levou a mão direita para a cintura e olhou cuidadosamente para as duas pessoas que não pertenciam a Konohagakure.

— Desculpem o incomodo. — Rin disse e concentrou seus olhos esverdeados e gentis no mais velho atrás da capitã feminina. — Meu amigo descende desse clã, além disso em alguns meses será pai, por isso imaginei que fosse interessante para ele conhecer um pouco do clã. —

— Um Hyuga que não pertence a Konohagakure. Sem dúvida deve ter uma história interessantíssima por trás. — Hiashi disse sem abandonar a seriedade do olhar ou na voz que estava ligeiramente áspera.

— Meu pai sobreviveu à última guerra fugindo para Amegakure, onde conheceu minha mãe. — Tsuyu disse e deu um passo adiante. Seus olhos amarelos não escondiam a tranquilidade que o mesmo estava sentindo. 

— Um covarde. — Hiashi disse. Não havia razão para ser gentil como era com Himawari e Boruto.

— Papai! — Hanabi disse em tom reprovativo.

— Não nego que foi. — Tsuyu disse e suspirou com um pouco de preguiça, então continuou assim que coçou o cabelo escuro. — Um covarde que tornou-se um herói e símbolo pelo qual lutei por muitos anos. É melhor ser transformado em símbolo do que ser esquecido. —

— E que símbolo é esse? — Hiashi perguntou.

— Um símbolo de liberdade. — Tsuyu respondeu com seriedade e fechou sua mão com força e sorriu convencido que aquela era a única resposta possível. — Liberdade para pessoas que perderam suas esperanças com os anos, que perderam seus sonhos, que perderam tudo. E só agora estão recuperando. —

Hiashi ficou em silêncio, porém suavizou um pouco sua expressão, tornou a bebericar um pouco do chá e depositou a xícara de barro ao lado do corpo antes de se levantar. 

— Seu pai deve ter sido uma figura interessante. — Hiashi disse.

— Um homem gentil e que sonhava com um futuro melhor para Amegakure, então sim… foi muito interessante. — Tsuyu disse e assumiu um pouco mais de seriedade enquanto seus olhos amarelos se concentravam no homem.

— Mostre-me o que ele ensinou. — Hiashi disse. E veias surgem em volta de seus olhos assim que ele termina de passar ao lado direito da filha mais nova.

— Hm… — Tsuyu murmurou e sorriu nitidamente convencido pelo canto esquerdo dos lábios. 

— Está sorrindo para mim? — Hiashi sussurrou, praticamente inaudível para qualquer um, mais como um resmungo para si do que uma pergunta para qualquer um que quisesse respondê-lo. Ele pareceu realmente curioso.

— Eu aceito com uma condição. — Tsuyu disse e seus olhos amarelos mudam para o tom perolado, então deu continuidade enquanto as veias surgem em torno de seus olhos. — Use toda sua força. —

O líder do clã pareceu surpreso com aquele pedido, mas assim mesmo não perdeu aquela seriedade e acenou em confirmação ao comentário do líder da Mangetsu. Tsuyu e Hiashi foram para o meio do campo de treinamento. E parecia que nem mesmo Hanabi esperava por aquele resultado, pois imaginou que haveria apenas uma conversa. Rin, Misa e Doro ficaram num corredor que havia perto do campo de treinamento.

— O que está acontecendo aqui? — Misa perguntou. Ela sussurrou a pergunta para o rosado que continuava na cadeira de rodas. 

— Algo que será proveitoso para todo mundo. Até mesmo para você, amor… — Rin respondeu e levantou sua cabeça e assim dirigiu seus olhos esverdeados para a noiva. — ...eu esperava pedir por um combate simulado, mas parece que não será necessário. —

— Como assim para mim? — Misa perguntou.

— Seu estilo de luta quando decide usar o Sennin Mode. Observe, quem sabe não consiga replicar com o Senjutsu? — Rin disse e levou o cotovelo para o apoio da cadeira de rodas e levou o punho para sua bochecha e sorriu.

— Tsuyu ficará bem? — Doro perguntou.

— Não tenho certeza. — Rin disse.

[ ۝ ]

Uma nuvem cobriu temporariamente o sol e um vento bateu contra as folhas da maior árvore daquele campo de treinamento, assim uma folha começou sua lenta queda. Tsuyu e Hiashi se encaram com uma perfeita mistura de seriedade e concentração. E quando a folha enfim chegou ao chão… Hiashi se adiantou e disparou de encontro ao moreno — com tanta vontade que danificou um pouco o chão — e tentou acertá-lo com o Jūken, mas Tsuyu agiu com mais agilidade. O líder da Mangetsu usou o pé direito como apoio e esticou a perna esquerda enquanto girava um pouco seu corpo, desta forma seu pé acertou um pouco abaixo do cotovelo do líder do clã, assim desviando o primeiro ataque, ou melhor, errando, mas Tsuyu não parou com aquele seu primeiro movimento, pois logo que terminou de girar e dobrar seus joelhos — o que foi bem rápido — ele abriu seu punho em palma e tentou o mesmo tipo de ataque que o mais velho tentou, porém o ataque foi dirigido ao abdômen. Hiashi estalou a língua e assumiu um olhar mais sério e usou o mesmo movimento de antes para mudar a trajetória do ataque de seu jovial adversário, então usou a mão disponível para outra tentativa do Jūken. E Tsuyu podia ser ágil, mas não foi o suficiente para recuperar-se a tempo de um ataque desviado, por isso foi atingido por aquele Punho Gentil que afastou-o por um metro e meio do mais velho.

Ele não apenas foi afastado, como também acabou tendo de rolar para o lado esquerdo, desta forma evitando Hiashi quando o mesmo saltou e tentou acertá-lo com outro Jūken. Tsuyu aproveitou a abertura — distração — e respirou profundamente e soltou uma boa quantidade de ar o mais depressa possível e avançou a pouca distância que o separava do mais velho. Ele acertou um Jūken… dois… e movimentou o rosto para o lado esquerdo o máximo que pôde, desta maneira evitando um Jūken de Hiashi, mas assim mesmo não parou de atacá-lo e deu seguimento ao terceiro e quarto Palma Gentil. Era nítida a agilidade e precisão dos golpes executados por Tsuyu, assim como a velocidade de Hiashi em tentar defender-se e suceder com um ataque, mas aquilo era um puro confronto de Jūken, ou quase isso, afinal de contas o líder da Mangetsu acertou um quinto e sexto Jūken no líder do clã Hyuga. Ele esperava transformar aquela sucessão de ataques num Hakke Sanjūni Shō por mais que faltasse outro braço. Tsuyu rangeu os dentes e deu um mortal para trás quando percebeu um movimento peculiar das mãos do mais velho. Ele aproveitou aquele mortal para chutar as mãos de Hiashi e assim desviar o ataque que se dirigiu para as folhagens da árvore. E não pareceu impressionado quando uma rajada de ar compactado removeu uma boa quantidade de folhas dos galhos.

— Isso foi o Hakke Kūshō. É bom saber que não está pegando leve comigo. — Tsuyu disse com uma leve seriedade, mas sua voz estava contradizendo completamente com sua expressão, parecendo contente, animado, com a situação. 

— Tem uma boa reação. — Hiashi disse e usou a mão direita para remover um pouco de poeira que havia em seu quimono. — Você estava sério ao tentar um combo, então me deixei levar, mas fico contente que tenha evitado. —

Tsuyu sorriu pelo canto dos lábios. Ele poderia usar uma estratégia básica — usando Raiton: Kage Bunshin no Jutsu para paralisar o mais velho e atacá-lo — mas não via razão em usar suas principais técnicas contra alguém do mesmo clã. Ele voltou a avançar e novamente tentou um Jūken, mas Hiashi usou o antebraço direito para defender-se do ataque e depois dirigiu um ataque semelhante contra o rosto do moreno que o curvou o máximo que pôde o seu corpo — inclusive dobrando os joelhos — e assim evitando por centímetros o Punho Gentil que acertaria seu rosto, mas aproveitou aquela oportunidade para segurar o pulso dele e usá-lo como apoio para se levantar e então o atacou da maneira mais inesperada possível… com uma cabeçada… da mesma forma que um certo rosado o atacou num primeiro encontro. E aquilo acertou o mais velho que recuou alguns passos e levou a mão para a testa e pareceu um pouco desnorteado. O líder da Mangetsu avançou e acertou com dois Jūken, assim afastando o líder do clã Hyuga por alguns centímetros, mas assim mesmo não interrompeu o ataque e deu seguimento a outros dois Jūken, porém o último já parecia recuperado da breve confusão e por isso segurou o braço de Tsuyu um pouco acima do cotovelo e acertou em seu abdômen com um Jūken e depois girou em rápida velocidade e o jogou de encontro à árvore.

As costas de Tsuyu se chocam com a árvore, mas ele sabia que aquele não era o momento de ficar parado ou reclamar de qualquer dor, por isso disparou ao encontro do mais velho que ficou parado e mais relaxado conforme chegava cada vez mais perto dele. A palma do líder da Mangetsu estava aberta e já estava pronto para outro Jūken. E quando Tsuyu já estava perto de acertá-lo… Hiashi girou e um escudo rotativo de chakra surge em volta dele — Hakkeshō Kaiten — o protegendo do simples Jūken de Tsuyu, mas também jogando-o de volta para aquele tronco de árvore, mas a grande diferença dessa vez era a velocidade que aquilo aconteceu, por isso não foi surpresa quando a metade do tronco despencou.

[ ۝ ]

Hiashi parou de girar e levou os braços para as costas e entrelaçou as mãos e observou Tsuyu que decididamente não parecia bem para continuar a luta. Ele não estava inconsciente, apenas machucado, mas já era motivo o suficiente para dar fim ao combate simulado.

— Tá aí sua resposta. — Rin sussurrou e olhou de relance para a amiga e sorriu pelo canto dos lábios. — Ele não ficou bem. Agora… — O rosado olhou para a noiva. — ...pode me levar até ele? —

— Com certeza. — Misa disse.

O rosado foi levado para perto do moreno que entendeu depressa o que aconteceria, por isso sorriu em agradecimento e logo sentiu a mão do rosado em seu ombro e uma aura suave encobrindo a palma. Não havia machucados devidamente sérios em Tsuyu, mas com certeza teria hematomas no dia seguinte por causa do combate. Os olhos do líder da Mangetsu voltam ao tom amarelado, então suspirou e prestou atenção em Hiashi que diminuía a distância com ele.

— Você tem bons olhos. E aposto que luta melhor quando se tem os dois braços, não apenas um. — Hiashi disse.

— Isso é verdade. Nós dois lutamos. — Rin disse com um ligeiro divertimento e fechando suas mãos direita em punho e se contentou quando o outro o acertou com um clássico toque de punhos.

— Dois bobos que não reconhecem o momento sério. — Misa sussurrou, mas era visível como estava contente pelo bom relacionamento que seu noivo tinha com o moreno.

— Eles reconhecem a seriedade, mas não se importam. — Doro sussurrou em resposta para a Yamanaka e balançou a cabeça em negação. — Um está prejudicando o outro. —

— Sem dúvida. — Tsuyu disse. Ele não pareceu incomodado pela conversa das duas mulheres.

— Entrem, bebam um pouco de chá. — Hiashi disse e diminuiu consideravelmente seu olhar sério, desta vez sendo bem suave e amigável, então deu continuidade. — Não queria conhecer um pouco do clã que descende? —

— Com certeza. — Tsuyu disse. 

O líder da Mangetsu aproveitou para se levantar e não sentiu mais dores, não havia pelo que reclamar, por isso só sacudiu um pouco da poeira e fez uma reverência ao líder do clã Hyuga que soltou um risinho animador com aquele gesto.

— Posso até ensiná-lo aquela última técnica, quem sabe. — Hiashi disse e aproveitou para ficar de costas para o líder da Mangetsu e deu continuidade enquanto afastava-se. — Tudo dependerá de você. Agora venham, acompanhem-me. Você também, Hanabi. —

— Certo! — Os cinco em uníssono.

[ ۝ ]

E já era noite. Passava das nove e meia da noite quando todos — Rin, Misa, Tsuyu, Doro, Musashi e Fushin — se reuniram nos portões enormes de Konohagakure. O rosado continuou sentado em sua cadeira de rodas e olhava para os amigos que já estavam de partida. A viagem de retorno seria muito mais prática, afinal de contas usariam o Hiraishin no Jutsu de Musashi, além disso o especialista em Kenjutsu já tinha deixado uma marcação em Konohagakure — num pedaço de papel que estava guardado no bolso de Rin — para o caso de quererem voltar. O rosado olhava para Tsuyu que carregava um pergaminho contendo todas as informações necessárias para usar o Hakkeshō Kaiten — entregue de boa vontade por Hiashi — e depois o mesmo olhou para Doro que quase silenciosamente terminava de se despedir de Misa.

— Francamente? Não vai demorar o reencontro. — Rin disse e levou a mão para o cabelo e o coçou ao mesmo tempo que suspirava.

— Ela vai reclamar comigo por dias se não se despedir direito dela. — Tsuyu disse e levou a mão para o bolso da jaqueta e exibiu um olhar mais sério para a noiva. — Já está abusando da paciência! Voltará a pé para Amegakure, Doro! —

— Já estou indo! — Doro disse. E aproveitou para fazer um obsceno gesto para o moreno e depois retornou sua atenção para Misa e continuou conversando com ela.

— Haha… certo… — Tsuyu disse e revirou seus olhos. E então voltou a atenção para Rin que não parecia incomodado com a demora da partida. — ...o que me diz de mostrar no Coliseu suas habilidades? Não estou propondo um confronto entre nós, mas contra os participantes. —

— Sabe que vai perder se me enfrentar, por isso vai me entregar de bandeja para os idiotas? — Rin perguntou e levantou uma das sobrancelhas, além disso manteve um tom provocativo. — Pode ser… —

— Você se acha o melhor, né? — Tsuyu perguntou e curvou seu corpo e exibiu um sorriso malicioso para o rosado, então continuou. — Se não houvesse aquela pausa, com certeza eu teria vencido, estava no papo a vitória. —

— Vai sonhando. — Rin disse com um olhar mais sério e levando imediatamente sua mão para a gola da camisa do moreno.

— Está confiante? — Tsuyu perguntou e seus olhos amarelos tornam-se perolados e o sorriso de malícia se mantém. Ele também segurou a gola da camisa do rosado.

— Qualquer hora, qualquer lugar. — Rin sussurrou e seus olhos esverdeados se tornam avermelhados. Ele apertou a gola da camisa do moreno. 

Misa e Doro, que naquela altura já tinham encerrado a despedida, observam silenciosamente a conversa que os seus respectivos noivos tinham e suspiram em resposta à rivalidade deles. O único que parecia realmente se divertir com aquela situação era Musashi que adoraria jogar um pouco de lenha na fogueira, mas não havia mais o que ser dito para que a situação esquentasse. Qualquer um veria o respeito que Tsuyu e Rin tinham pelo outro, mas veriam também a rivalidade que possuíam.

— Podemos ir? — Doro perguntou. E aproveitou para apontar para Fushin que estava bocejando. — Ela está com sono. —

— Hã? Não, eu só… — Fushin percebeu o olhar da kunoichi, por isso bufou, então coçou uma das bochechas antes de acrescentar. — ...estou morrendo de sono. — 

— Hehe… — Musashi riu.

— Certo… fiquem à vontade para retornarem. — Rin disse e removeu sua mão da gola da camisa de Tsuyu e aproveitou para desativar seu Sharingan, mas deu continuidade. — Em breve estaremos por lá. —

— Estaremos esperando. — Tsuyu disse e aproveitou para remover a mão da gola da camisa de Rin e seus olhos voltam ao tom amarelado de sempre, então continuou. — Até mais. —

— Até. — Rin e Misa disseram em uníssono.

Tsuyu se aproximou do especialista em Kenjutsu e pôs a mão em seu ombro direito, Doro pôs a mão no ombro esquerdo e Fushin pôs em cima da mão da amiga, assim os três desaparecem num piscar de olhos. O rosado suspirou e olhou para a noiva que voltou a ficar atrás dele para empurrar a cadeira de rodas e assim levá-lo ao hospital para que descansasse no quarto. Os dois sabiam e sentiam que não demoraria para que o reencontro realmente acontecesse, por isso sentiam uma incomum animação, enquanto andavam pela escura Konohagakure com o caminho parcialmente iluminado por postes luminosos.


Notas Finais


Chegamos ao fim desse arco.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...