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História Tales of a Uchiha - Chapter 194


Escrita por: MasterShigs e Saberus

Notas do Autor


Boa leitura ❤
Ao chegarem no primeiro [ ۝ ] coloquem a música abaixo
https://youtu.be/-yF95pQdKJc

Capítulo 194 - Chapter 194


Fanfic / Fanfiction Tales of a Uchiha - Chapter 194

Os olhos esverdeados do rosado numa expressaram tamanho cansaço, o mesmo mantinha-os concentrados em sua contraparte mais velha enquanto sangue escorria de sua boca e do ferimento no lado esquerdo de seu peito, suas mãos fecharam-se em punhos enquanto semicerrava as sobrancelhas, o rosado sentia seus olhos pesarem de um jeito inimaginável. Ele acabou cedendo a aquela tentação, assim fechando os olhos.

[ ۝ ]

O rosado abriu novamente seus olhos. E pareceu um pouco confuso com o novo e nostálgico ambiente que encontrava-se, afinal de alguma maneira foi levado para uma sala de aula. Ele encontrava-se em pé e num degrau qualquer e no meio entre duas fileiras de mesas com várias crianças ocupando as cadeiras e suas atenções voltadas para um adulto que lia atenciosamente um livro para todas aquelas jovens mentes que possuíam uma certa curiosidade. O rosado sorriu pelo canto dos lábios com suavidade e desceu alguns degraus e olhou para o lado esquerdo, assim sua atenção se prendeu numa criança de cabelos róseos que mantinha o cotovelo direito apoiado na mesa e o punho em sua bochecha, assim como os olhos fechados e a boca ligeiramente aberta, abaixo dessa criança encontravam-se outras duas — uma de cabelo ruivo curto e outro de cabelo castanho claro — que prestavam atenção na aula. O rosado não precisou de esforço para reconhecê-los como sendo Uzumaki Kira e Li, assim como levantou as sobrancelhas quando o instrutor lançou um giz branco que atingiu a testa da adormecida criança que moveu a cabeça para trás em decorrência do impacto e abriu um pouco seus olhos esverdeados enquanto o giz caia em sua mesa.

— Minha aula está entediante, Katsuryoku Rin? — O professor perguntou com seriedade e mantendo o livro que usava para aquela aula na mão esquerda e olhando discretamente para os alunos quando os mesmos riram do acontecido, então não demorou em continuar. — Por acaso é chato conhecer os elementos básicos de natureza? —

— Sim, é chato. — Rin, em seus oito anos, respondeu enquanto passava a mão direita na testa e abria a boca para um preguiçoso bocejo, então não demorou em continuar. — Porque temos que aprender isso? —

— É o fundamental para o estilo de vida shinobi. Quando se tornarem Gennin, haverá chances de usarem Ninjutsu, Genjutsu ou Taijutsu em suas missões, por isso é necessário que aprendam sobre as naturezas básicas. — O professor respondeu.

— Eu não quero ser um shinobi. Parece chato e cansativo, além disso não há mais conflitos entre as nações, então os shinobi não são mais necessários, por isso não tem porque aprender sobre algo que não vou usar. — Rin disse com um olhar de desinteresse enquanto abria novamente a boca e bocejava preguiçosamente ao ponto de uma lágrima escorrer pelo canto do olho esquerdo fechado, então não demorou em continuar quando reparou no ambiente externo. — O dia está bonito demais para ficarmos aqui dentro. Tem como irmos lá fora, professor? —

— Tem sim, mas a sala inteira só sairá caso me dê a resposta certa para a minha próxima pergunta, Rin. — O professor disse e sorriu de maneira maliciosa para o garoto de pouca idade, então não demorou em continuar. — Quais são os elementos básicos de natureza, além disso quem é forte ou fraco contra o quê. —

O professor tinha explicado sobre aquilo. E sabia que o rosado não prestou atenção por ter adormecido, por isso possuía a vantagem. Rin abriu a boca para bocejar novamente e levou a mão esquerda para a nuca e a coçou com a ponta dos dedos, sua expressão continuava de desinteresse.

— Katon, Suiton, Doton, Fūton e Raiton. — Rin respondeu a primeira parte da pergunta enquanto mostrava a palma direita para o professor e listava os elementos na base dos dedos que fechavam-se, então continuou. — Katon é forte contra Fūton e fraco contra Suiton, Fūton é forte contra Raiton e fraco contra Katon, Raiton é forte contra Doton e fraco Fūton, Doton é forte contra Suiton e fraco contra Raiton, Suiton é forte contra Katon e fraco contra Doton. — Rin fechou sua mão em punho e sorriu com inocência antes de acrescentar. — Podemos sair? —

— Porque fingiu estar dormindo se estava prestando atenção na aula? — O professor perguntou ao mesmo tempo que cruzava os braços depois de fechar seu livro e colocá-lo na mesa.

— Eu não estava fingindo. Sei disso porque já li esse livro em casa, professor. — Rin respondeu com inocência, não querendo agir com superioridade e levantando os braços e entrelaçando as mãos, assim se espreguiçando. — Daqui uns capítulos, Yin e Yang serão mencionados. —

O professor não precisava verificar para saber que aquela criança estava falando a verdade, afinal a dois anos passava aquele tipo de conhecimento para os estudantes da academia. Rin mantinha as mãos atrás da cabeça, apenas ao aguardo da confirmação de seu professor para a saída da turma, o que não demorou a acontecer com um balanço qualquer de cabeça, assim o mesmo pôde observar as crianças seguindo enfileiradas para a porta que levaria ao corredor do prédio. Rin suspirou e saiu de seu assento e pôs a mão esquerda dentro do bolso de sua bermuda cinzenta e seguiu para a janela que usava para apreciar o exterior da academia.

— Não será uma aula livre antes que pensem nisso. Mudaremos um pouco a programação hoje, então vamos de Taijutsu. — O professor disse enquanto prestava atenção nos alunos que saiam da sala, porém voltou sua atenção para o rosado na janela. — Vamos, Rin? —

— Prefiro o caminho mais rápido, posso descansar um pouco enquanto espero por vocês. — Rin disse ao mesmo tempo que sorria pelo canto esquerdo dos lábios antes de retornar sua atenção para um colega em específico e dar continuidade. — Você vem, Li? —

O professor e alguns alunos ficaram sem entender o rosado por alguns segundos, exceto por um de cabelo curto e castanho bem claro com o corpo esguio que o compreendeu e aproximou-se dele — Li — e estendeu o braço esquerdo com a palma aberta quando já estava próximo dele, assim os dois se cumprimentam com aquele simples gesto e olham para o lado de fora enquanto mantém-se dentro da sala, ambos sendo observados por alguns companheiros de sala e pelo professor que enfim compreendeu a intenção dos garotos, por isso correu em direção a janela enquanto via-os se pendurarem no vão e então ambos saltam quando já estava para segura-los. Os dois pularam com os braços levantados, assim suas mãos agarram-se nos galhos da pequena árvore em crescimento que havia por ali, dessa maneira evitando uma queda séria que poderiam machucá-los. Rin e Li se encaram e não leva muito tempo para gargalharem animadamente ao mesmo tempo que soltam os galhos e caem em segurança. O rosado levantou a cabeça, assim enxergando o professor que parecia aliviado pelo bem estar deles.

— Tenho uns cinco minutos para cochilar, ou mais se me esconder. — Rin disse com malícia enquanto levava a mão direita ao queixo.

— Eles vão te achar, como sempre. — Li disse com um ligeiro divertimento e cruzando os braços enquanto observava o colega, aproximando-se dele no processo e encarando-o. — A aula de Taijutsu sempre é mais divertida que a de Ninjutsu. —

— As duas são chatas. — Rin disse ao mesmo tempo que fazia beicinho e semicerrava suas sobrancelhas para evidenciar o descontentamento, porém não demorou para continuar com um sussurro praticamente inaudível. — É uma pena que não tenhamos aulas envolvendo  o Iryō Ninjutsu. —

— Você acha tudo chato. Eu tô pensando que você também me acha chato, RinRin. — Li disse e acabou sorrindo pelo canto dos lábios quando usou o apelido que a amiga inventou para o rosado.

— Eu… não te acho chato. — Rin disse enquanto suas bochechas ficam levemente ruborizadas, o mesmo pôs as mãos atrás da cabeça enquanto olhava para outra direção. — Você nunca será chato. Bom, não para mim. —

— Rin… — Li sussurrou enquanto suas bochechas ganham um rubor semelhante, porém moveu seus olhos por alguns centímetros e aproximou-se mais do amigo com o braço direito estendido para cima da cabeça do rosado, então deu continuidade quando semicerrou as sobrancelhas. — …tem um negócio na sua cabeça. —

— Pode tirar? Deve ser alguma folha… — Rin disse e baixou um pouco sua cabeça para que o outro pudesse ajudá-lo naquele momento.

— Folhas não se movem. — Li disse com as sobrancelhas erguidas e um sorriso no canto esquerdo dos lábios, então deu continuidade. — Já vou tirar. —

O garoto fez uma concha com suas mãos, assim pegando o que havia no cabelo róseo do outro garoto. Não passava de uma lagarta bem verde com ondulações pretas. Rin pareceu um pouco curioso com a lagarta, mantendo seus olhos esverdeados na criaturinha que mantinha-se nas mãos do outro garoto.

— Vou jogar fora. — Li disse e começou a fechar sua mão direita para literalmente arremessar a lagarta.

— Não vai! — Rin disse com seriedade e levando sua mão direita para o pulso do colega e apertando um pouco, então continuou. — Deve ter caído em mim porque estávamos na árvore, então não pense em jogá-la! —

— Tá bom. O que vamos fazer? — Li perguntou enquanto a lagarta movia-se pelo meio de seus dedos, enroscando-se no seu polegar. 

O rosado olhou discretamente para o professor que chegava ao pátio com o restante da turma, inclusive recebendo o aceno amigável de Kira que parecia verdadeiramente contente em revê-los. Rin voltou sua atenção para Li que aguardava por sua resposta.

— Deixe na árvore. Ela não vai muito longe. Vou levar para casa e cuidar dela como um pedido de desculpas. — Rin disse.

— Você que sabe. — Li disse e agitou seus ombros para deixar em evidência seu desinteresse.

Li se aproximou da árvore e cuidadosamente colocou a lagarta num tronco baixo, ao alcance do rosado que escutava inúmeras coisas do professor que aparentava uma óbvia preocupação pelo feito dos alunos, mas Rin apenas manteve-se despreocupado. Li não demorou para se aproximar da turma e ser recebido com algumas mãos que repousam em seus ombros, um provável gesto pela maneira que escapará da sala de aula, enquanto que Rin simplesmente manteve-se atento ao professor até o momento que este decidiu mudar de assunto.

— Muito bem, chega. Vamos começar essa simulação de combate. — O professor disse ao mesmo tempo que cruzava seus braços e olhava para os dois que escaparam de maneira indevida da sala de aula, por isso sorriu com malícia e deu continuidade. — Rin e Li serão os primeiros. —

O rosado suspirou em óbvio desgosto, porém aceitou a ideia oferecida pelo professor e ocupou o espaço do lado direito enquanto seu amigo de cabelo castanho do outro lado, os dois eram assistidos por todos os companheiros de sala e também pelo professor que parecia pronto para avaliá-los. Rin e Li encaram-se e não demoram em mover o braço direito com o selo do confronto à mostra — um semi-Tigre / Carneiro — e devagar abaixam os braços. O rosado mais velho, aquele que repentinamente apareceu no meio da sala de aula, assistia debaixo da árvore e com os braços cruzados e exibindo um sorriso que remetia ao contentamento por algo que não se lembrava a muito tempo voltar em um momento tão incomum e levou a mão direita para uma parte do rosto.

Li semicerrou suas sobrancelhas, então disparou de encontro ao rosado e saltou e girou seu corpo, assim tentando acertar Rin com uma canelada, mas o garoto somente se agachou, assim evitando o primeiro movimento. O rosado sorriu, porém se impressionou quando Li pôs as mãos em seus ombros e o usou para saltar para trás, assim pousando em suas costas e derrubando-o no chão por causa da sustentação, mas Rin rapidamente se levantou e fechou sua mão direita em punho e girou seu corpo para atacar o amigo com um soco, mas sequer teve a oportunidade de atacá-lo. Li o atacou antes. O garoto de cabelo castanho claro moveu o braço direito, com a mão fechada em punho, para o lado e depois para trás, assim acertando o rosto do rosado no instante que ele se moveu, assim acertando-o no canto do rosto e jogando-o para o lado e derrubando-o no chão. Rin ficou sentado e olhando surpreso para Li que parecia sério enquanto seus olhos esverdeados marejam significativamente e movia as sobrancelhas de forma icônica e um catarro escorria por seu nariz.

— Essa doeu! — Rin disse nitidamente bravo.

— Certo, já chega. Façam o selo de reconciliação e vamos para o próximo. — O professor disse antes que Li tivesse a oportunidade de dizer alguma coisa naquele momento.

Rin e Li se encaram. Era óbvio que o olhar do segundo expressava um silencioso pedido de desculpas, mas o primeiro sequer se dava conta daquilo por causa do esforço em não chorar por causa daquela dor em seu rosto, na realidade seus olhos verdes estavam tão úmidos que tornava difícil enxergar alguma coisa, mas o rosado se esforçava para manter a compostura. Os dois não demoram para fazer o selo de reconciliação e afastam-se para darem espaço aos próximos participantes daquela simulação de combate. 

Rin não se juntou ao pequeno grupo de estudantes, tendo se aproximado da mesma árvore e olhando para o galho mais baixo e rapidamente encontrando a lagarta alguns palmos da onde foi colocada, por isso que ele sorriu e gentilmente a pegou junto de um graveto e algumas folhas. Ele esfregou o antebraço direito nos seus olhos enquanto mantinha a lagarta junto do graveto e das folhas na mão esquerda, então olhou para o professor que parecia concentrado nas disputas e sorriu com um pouco de malícia enquanto caminhava o mais discretamente possível para longe dos colegas, chegando ao ponto de correr nos metros finais para se dirigir ao interior da escola. 

— Eu preciso de um pote para você, amiguinha. — Rin disse com a cabeça baixa e prestando atenção na lagarta e sorrindo um pouco mais antes de dar continuidade. — Me desculpe pelo susto, ok? Nem teria pulado se soubesse que estava na árvore, mas agora quero te dar uma recompensa. —

O rosado parecia se divertir com aquela ideia, sentindo-se verdadeiramente animado com a chance de fazer alguma coisa para o inseto, por isso concentrou-os apenas na lagarta e ficou desatento com o caminho a sua frente, assim trombando com alguém e recuando um ou dois passos naquele momento de confusão, mas então olhando sério para o indivíduo e depois com surpresa e medo, afinal a pessoa a sua frente nada mais era do que o diretor da academia — Umino Iruka — que mantinha os braços em suas costas e uma expressão afetuosa para o reconhecível garoto.

— Ora essa, o que está fazendo por aqui, Rin-kun? Seu professor e colegas não estão lá fora? — Iruka perguntou e atentou-se no que o rosado carregava, por isso não demorou em dar continuidade com um ligeiro tom de divertimento e curiosidade. — O que tem aí? —

— Es-... Estão sim, Iruka-sensei. — Rin disse ao mesmo tempo que suas bochechas ficam coradas e engoliu em seco. Ele olhou discretamente o caminho percorrido e voltou sua atenção para o diretor antes de dar continuidade. — É uma lagarta. —

— Eu posso vê-la? — Iruka perguntou com a cotidiana gentileza e curvou o suficiente seu corpo para tentar observar a mencionada lagarta, mas não demorou em dar continuidade. — O que fará com ela? —

— Pode… — Rin disse e moveu a mão que a lagarta se encontrava-se, assim dando a chance do diretor vê-la e não demorou em continuar enquanto perdia aquele medo inicial do encontro inesperado. — Vou cuidar dela, então preciso de um pote. —

— É uma bela lagarta. — Iruka disse ao levantar sutilmente as sobrancelhas, então não demorou em continuar quando ajustou sua postura. — O professor sabe que deixou a aula, Rin-kun? —

— Não, Iruka-sensei. — Rin disse e baixou um pouco sua cabeça e demonstrou uma breve infelicidade, tristeza ao supor que seria mandado de volta para a aula.

— Então vou fingir que nem o vi, Rin-kun. — Iruka disse com gentileza e levando sua mão direita para a cabeça do garoto e acariciando-o, então deu continuidade. — Vá atrás do pote. —

O rosado abriu um sorriso. E depressa balançou sua cabeça em concordância ao comentário do mais velho e passou pelo diretor que sorria como se achasse algo bem divertido, então não levou muito tempo para que a criança saísse em disparada e começasse a imaginar os lugares que encontraria um pote em que guardaria a lagarta, contudo aumentou seu sorriso ao lembrar-se dos pais e sabia que médicos geralmente possuíam potes, com isso se lembrou da enfermaria na academia e aumentou mais ainda sua velocidade, assim não demorando em chegar frente uma porta com uma cruz vermelha e abrisse–a violentamente e entrasse no cômodo espaçoso e olhasse em volta, mas tudo o que via eram duas camas com lençóis brancos e algumas medicações num armário. Ele se aproximou de uma cama e colocou a lagarta, as folhas e o graveto em cima e depois caminhou para uma cadeira e a levou para onde havia outro armário e sorriu com mais animação quando viu alguns potes numa prateleira alto, quase difícil de alcançar.

— Não é difícil. — Rin sussurrou ao mesmo tempo que semicerrava as sobrancelhas, assim não demorando em continuar. — Só é alto. —

O rosado subiu na cadeira depois de abrir o armário e depois levou suas mãos para a prateleira que conseguia alcançar, assim firmando-se e concentrando-se na que era seu objetivo e que possuía os potes, por isso começou a escalar ao mesmo tempo que o armário balançava e as prateleiras rangiam, afinal não foram projetadas para alguém com pouco mais de vinte e nove quilos escala-las. O rosado depois de alguns instantes alcançou a última prateleira e aumentou um sorriso de felicidade por causa do objetivo concluído, então levou a mão direita para o maior pote e o segurou com os dentes, afinal devia descer. O rosado acabou se assustando no momento em que outra pessoa adentrou na enfermaria e lhe encarou. Ele o reconheceu como sendo outro professor, Aburame Shino, que ficou sem entender a intenção do garoto.

— Venha. Eu vou ajudá-lo. — Shino disse ao mesmo tempo que se aproximava mais e estendia os braços para o rosado.

O rosado pareceu um pouco aliviado e depressa pulou, assim caindo em direção ao professor que o agarrou, mas ao mesmo tempo as prateleiras desmoronaram por causa do apoio que usou para aquele salto, assim incontáveis coisas foram ao chão. Rin olhou para o professor que aparentemente perdeu a cor.

— Obrigado? — Rin disse e sorriu pelo canto esquerdo dos lábios assim que pegou o pote com a mão direita.

Shino pôs Rin no chão e discretamente tirou a cadeira de perto do armário, sua intenção era não criar suspeitas de que alguém estivesse por ali quando aquilo aconteceu. Ele olhou para o rosado que parecia bem contente pelo pote adquirido.

— O que fará com isso? — Shino perguntou.

— Vou usar como lar de uma amiguinha nova. Vou cuidar de uma lagarta, Shino-Sensei. Ela caiu de uma árvore e parou na minha cabeça, então quero cuidar dela. — Rin respondeu e usou a mão disponível para apontar a lagarta e outras coisas que estavam na cama.

O rosado pôs as várias folhas dentro do pote e depois fez a mesma coisa com o graveto, então olhou para a lagarta e cuidadosamente a pegou e mostrou ao Aburame antes de guardá-la no pote que se fechou com a tampa, mas cuidadosamente fez alguma buracos com uma faca para que houvesse a entrada de ar para que o inseto não morresse sufocado.

— Não pensou no perigo em fazer isso? Poderia ter se machucado se eu não tivesse aparecido. — Shino disse ao mesmo tempo que mantinha as mãos na cintura.

— Não pensei. Eu só queria o pote e consegui. — Rin disse e sorriu com um ligeiro divertimento e acabou abraçando o pote e olhando o professor e dando continuidade. — Obrigado… — O rosado baixou a cabeça e olhou para o pote, então não demorou em acrescentar. — …vou cuidar dela por muito tempo… —

— Eu duvido muito. — Shino disse. Ele percebeu a curiosidade do rosado e não demorou em acrescentar. — Lagartas passam por metamorfoses, no momento essa está na fase larval, mas em algum momento chegará a fase de pupa e depois se transformará numa borboleta, então morrerá. Elas vivem entre duas semanas a três meses, mas depende da espécie. —

— A lagartinha vai virar uma borboleta? — Rin perguntou com admiração, porém não demorou em acrescentar quando olhou com inocência para o professor. — Como as lagartas são feitas? —

— É um processo meio complexo e que você não está pronto para descobrir, mas posso contá-lo o simbolismo das borboletas se tiver interesse. — Shino disse, porém não demorou em continuar quando recebeu um balanço sutil da cabeça do garoto. — Representam um paradoxo da própria existência humana em uma incessante busca por transformação. Uma metamorfose necessária rumo ao crescimento. As borboletas têm esse profundo simbolismo, representando a trajetória da vida e a transgressão da morte, do alegre crescimento, a evolução, transformação, o ciclo do começo ao fim, da mortalidade à imortalidade. Me entendeu? —

— Ahn… — Rin murmurou. Ele não entendia muito bem o comentário do professor, na realidade tendo se perdido após o mesmo mencionar a palavra paradoxo, mas assim mesmo balançou a cabeça em concordância.

— Que bom. — Shino disse e sorriu com certa gentileza, então não demorou em acrescentar. — Solte-a quando se tornar uma borboleta. —

— Certo. — Rin disse.

[ ۝ ]

O tempo passou, mas não o suficiente. Era a semana seguinte, mas em seu último dia, ou seja, sexta-feira. O garoto encontrava-se na janela aberta da sala e vagarosamente girando a tampa do pote adquirido na semana anterior, atrás dele encontrava-se Aburame Shino que supervisionava o feito do garoto. Rin não demorou para destampar o pote, assim dando acesso a liberdade para a borboleta de asas azuis com um pequeno sombreamento preto nas bordas. O inseto voador não demorou para bater suas asas, assim deixando o graveto que possuía um casulo aberto e voando para fora do pote e depois passando gentilmente no nariz do garoto, fazendo-lhe um tipo de cócegas com suas asas e depois voando para a liberdade enquanto era supervisionada pelo garoto que parecia bem contente. 

[ ۝ ]

O rosado voltou a abrir seus olhos esverdeados e concentrando-os na sua versão mais velha que continuava caminhando em direção ao portal. Seu rosto estava no terreno triangular e sangue continuava escorrendo de sua boca e do ferimento em seu peito esquerdo. Ele semicerrou as sobrancelhas e ofegou enquanto abria e fechava as mãos e não demorou para fechar novamente seus olhos.



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