História Talk me down - First mistake

- Taehyung, por favor, você me disse que ia - ele insistiu mais uma vez.

- Eu não disse isso ! - rebati na defensiva mesmo sabendo que não deveria.

- E precisava dizer ? Minha mãe pessoalmente convidou você e nem uma desculpa boa você tem pra me dar pra explicar o porquê de não querer ir - o moreno cruzou os braços rente ao peitoral e me olhou sério.

- É que… É que eu…

- Olha, eu sei que aconteceu alguma coisa que repercute até agora na sua vida e por causa disso nós somos um segredo e blá blá blá, mas poxa Tae, eu tenho feito tudo direitinho do jeito que você queria, e eu sei que pode parecer um pouco assustador ir conhecer minha família, mas eu só tô te pedindo isso. Vamos comigo, por favor - eu queria chorar e gritar com quem quer que seja responsável por toda essa dificuldade que é imposta à minha vida. Por que nada pra mim podia ser simples ? Ou indolor ?

- Kookie… - respirei fundo - Eu… eu não posso, me desculpa, mas seu pai vai estar lá e…

- Você tá com medo do meu pai é isso ? - ele interrompeu - Tae, ele sabe que eu sou gay e não tem nenhum problema com isso ou se tiver, eu não estou nem aí. Não precisa se preocupar com…

- Não é isso que me preocupa - soltei de uma vez tentando arrumar uma forma de fazê-lo entender.

- E o que é ?

- É que… Ele é diretor do colégio. Ele me conhece, principalmente se sua mãe já tiver dito meu nome à ele. O que eu quero dizer é que… - fechei os olhos - Ele ser o diretor implica que além de me conhecer, ele conhece meu pai… - falei de uma vez e baixei a cabeça. Com essa revelação ele poderia pensar em mil possibilidades, mas acho que nenhuma delas chegaria perto de ser a resposta para o grande questionamento em sua cabeça sobre o que aconteceu comigo.

- Seu pai ? - afirmei com a cabeça ainda com os olhos no chão.

Permaneci daquele jeito por mais um tempo até que seus pés surgiram em minha visão e sua mão gélida tocou meu queixo, me fazendo erguer o rosto para si.

- Seu pai não sabe que você é gay, é isso ? - não respondi, mas não foi necessário, o entendimento veio quando ele encarou meus olhos - Ele sabe, mas não aceita que você é gay… - sussurrou baixinho acariciando meu rosto.

- Esse é o problema ? - ele questionou com a voz suave passando o polegar devagar pela maçã de meu rosto. Não conseguia encará-lo e apesar de saber que deveria agora, naquele momento contar-lhe tudo, não consegui. Eu nunca consigo.

- Sim, depois do que aconteceu… Ele… ele fez - apertei os olhos e sacodi a cabeça - Desculpa, eu... Eu não consigo - covarde como sempre, sem conseguir enfrentar meus próprios medos.

- Ei, não precisa se desculpar, eu já disse que quando estiver pronto eu vou estar aqui pra escutar, não precisa ser agora - ele segurou meu rosto com as duas mãos e me forçou a olhar nos seus olhos e eles estavam tão compreensivos quanto antes.

- Eu devia ter te dito antes - confessei - É por isso que eu nosso relacionamento tem que ser escondido… Eu… eu finjo que saio com uma namorada, uma amiga minha que me encobre sempre que saio com você para que ele pelo menos me deixe sair de casa - consegui ir proferindo as palavras uma por uma até conseguir dizer no mínimo essa pequena parte de toda a história - Me desculpa por não ter falado pelo menos isso antes - fechei os olhos tentando impedir as lágrimas que já insistiam em cair.

Ele permaneceu em silêncio por um tempo e devagar abraçou meu corpo com cuidado quase como se eu fosse me desfazer em pó caso me apertasse com força demais ou de menos.

- Eu não vou dizer que entendo realmente o que você passa porque nunca foi o meu caso, mas eu conheço amigos que também passam por isso e eu não imagino o quanto deve ser ruim não ser aceito como é pela própria família, sangue do seu sangue… - ele afastou nossos corpos com cuidado e tirou alguns fios que caíam sobre meus olhos - Mas amor - seu sorriso iluminou minha visão - Eu queria poder dizer que quero te dar nem que seja esse pouquinho de liberdade que nós temos aqui nesse apartamento, quando somos só eu e você e dane-se o mundo lá fora. Mas eu não quero isso… - encarei atento seu rosto que mais parecia ter sido esculpido detalhadamente com o intuito de me hipnotizar - Eu quero te dar mais, muito mais. E ao invés de ignorar o mundo lá fora, eu quero que todo ele saiba e conheça a pessoa incrível e encantadora que você é - ele sorriu me fazendo sorrir junto com os olhos marejados - Você é lindo Taehyung, tanto por fora quanto por dentro e eu vou lutar junto com você para que um dia você se liberte de pessoas e pensamentos desse tipo que te prendem à um chão cheio de obstáculos enquanto você pode voar por um céu claro e cheio de possibilidades comigo - então eu chorei. Chorei feito um bebê agarrado ao corpo daquele garoto tentando gravar cada palavra que ele me disse e o olhar lindo e iluminado que ele direcionava somente a mim.

- Eu… eu sou completamente apaixonado por você - deixei as palavras fluírem junto com as lágrimas que escorriam por meu rosto e não me importei se era cedo demais, imprudente demais ou constrangedor demais. Eu tinha que dizer aquilo, porque era a única verdade que existia para mim. A de que eu precisava dele e me agarraria com toda minha força às suas palavras e sua segurança para ter esperança de que um dia eu alcançaria todos os meus desejos… junto com ele.

No momento em que as palavras saíram o aperto aumentou ao meu redor e ele se afastou para olhar em meus olhos com um sorriso lindo iluminando o seu rosto como eu nunca havia visto antes.

- Você não sabe o quanto eu queria te ouvir dizer isso - ele sussurrou aproximando nossos lábios - Eu sou louco por você Taehyung. Completamente louco por você.

Ele nunca tinha me beijado daquela forma. Tão intenso, tão significativo, tão cheio de sentimento…

Agarrei seus cabelos e me deixei levar pelo ritmo lento e ao mesmo tempo desesperado de sua língua. Suas mãos passearam pelas minhas costas apertando cada centímetro que seus dedos pudessem alcançar.

Não sei por quanto tempo aquele beijo durou, foi longo, mas não não o suficiente para saciar toda a vontade e necessidade que eu tinha dele.

Nos afastamos ofegantes e com sorrisos bobos no rosto, deixando o constrangimento do que dissemos um ao outro passar bem longe. Não temos tempo para perder com isso, só com nós dois.

- Eu posso não ir e ficar aqui com você. O que acha ? - ele perguntou e eu neguei imediatamente com a cabeça.

- Sua mãe mesmo disse que sua família e outras pessoas vão estar lá para ver você, é claro que você tem que ir - respondi rindo fraco.

- Eu não me importo com eles e muito menos eles comigo, só querem dar conta da minha vida. Me importo com você, isso sim é importante, ficar aqui cuidando de pedacinho lindo seu - ele beijou meu rosto várias vezes me fazendo rir e empurrá-lo na tentativa de afastá-lo. É claro que ele nem se moveu.

- Você não cansa de ser tão dramático ? - perguntei ainda rindo em seus braços.

- Claro que não. Como eu ia te convencer a qualquer coisa sem usar das minhas habilidades em drama ? - gargalhei ainda mais alto enquanto ele voltava a distribuir beijos pelo meu rosto todo.

- Tá bom, tá bom. Agora vai se arrumar pra ir, eu acho que vou ficar aqui mais um pouco assistindo uns animes - falei empurrando em direção ao quarto.

- Você vai é ver pornô que eu sei - ele rebateu com um sorriso malicioso e eu segurei a vontade de revirar os olhos.

- Ah, mas é claro que sim, vou estar gemendo o seu nome enquanto você cumprimenta seus parentes na festinha - sorri malicioso e cruzei os braços encarando seu rosto. Eu também sei brincar quando eu quero.

- Como você quer que eu vá pra essa festa agora ? Vou conversar com meus tios pensando em você aqui sozinho precisando de mim - ele se aproximou envolvendo minha cintura e beijando meu pescoço lentamente.

- Use seus super poderes Jeongguk e tente não pensar em mim - sussurrei e mordi o lóbulo de sua orelha. Pude ouvir seu gemido engasgado.

- Não tem como não pensar em você. Minha cabeça já está programada pra reproduzir cenas suas em qualquer momento do meu dia e agora ela ficou bastante criativa com o que você falou - ele falou intercalando um beijo ou outro na pele sensível logo abaixo de minha orelha.

- Ah é ? E no que você tá pensando ? - resolvi provocar um pouco mais agarrando seus ombros deixando meu corpo ser guiado por seus toques e suas palavras excitantes.

- Coisas muito depravadas - o moreno respondeu apertando mais minha cintura.

- Fala pra mim - pedi quase manhoso e ele grunhiu.

- São coisas nada fofinhas - Jeongguk falou mais uma vez como se para me alertar sobre o que ele viria a falar se eu continuasse insistindo.

- Achei que você já soubesse… - aproximei meus lábios de sua orelha, lambendo degavar ali ouvindo ele arfar - Que eu nem sempre sou fofo.

- Então eu posso dizer o quanto eu tô com vontade de foder você agora mesmo nesse carpete - ele finalmente disse e suas palavras sussurradas e carregadas de malícia e sensualidade me atingiram em cheio. Arrepiei dos pés à cabeça.

- E o que mais ? - pedi fechando os olhos e uma provocação que iniciou como minha, me fez agora refém da minha própria ideia.

- O que eu mais quero agora é te jogar ali, tirar sua roupa e te chupar inteiro, sentir teu corpo colado no meu - então meu corpo foi virado de uma vez e posto contra a parede mais próxima. Arfei em surpresa e com o contato brusco.

- Hmmm… Só isso ? - ainda consegui dizer em meio a respiração pesada.

- Não… Eu quero fazer tantas coisas com você, mas agora… - ele mordeu minha nuca - Eu só queria meter em você desse jeito - então ele investiu com sia pélvis contra mim e eu senti seu membro duro encaixar em minha bunda simulando uma estocada forte que nos fez gemer em unissono.

- Aaah…

- Você gosta assim ? - ele perguntou sussurrando em meu ouvido e eu, sem conseguir falar, apenas concordei com a cabeça arrancando uma risada descarada de si - Então eu vou fazer de novo - mais uma investida - E de novo… - a cada palavra eu sentia seu membro me pressionar deliciosamente e eu gemia de olhos fechados.

- Se você já está gemendo assim com roupas, imagine quando eu estiver mesmo dentro de você… Meu pau vai entrar tão fundo que vai te fazer gritar meu nome - gemi mais alto. Era tão obsceno e eu só queria cada vez mais… - Meus vizinhos vão te ouvir gemer alto e delirar com essa sua vozinha rouca implorando pra ter mais do meu pau em você, mas eles não vão sentir você. Eu vou. Eu quero você de todas as formas possíveis Taehyung, porque eu já sou todo seu. De alma, corpo e coração - e dessa fez ele não estocou, na verdade, foi ainda mais gostoso, porque ele rebolou e esfregou devagar seu membro em mim puxando meus cabelos para trás me fazendo empinar ainda mais para ele.

- Olha essa bunda deliciosa - ele falou consigo mesmo - Ah caralho, eu te quero tanto - ele falava com a voz abafada pela minha pele enquanto ondulava seu corpo contra o meu.

Meu corpo inteiro pegava fogo e eu nem conseguia mais raciocinar o que estava realmente fazendo.

Minhas costas estavam arqueadas ao máximo que se era possível para mim naquela posição e Jeongguk parecia gostar tanto quanto eu de empurrar seu membro duro contra minha bunda a julgar pelos seus arquejos misturados aos meus gemidos.

Então em algum momento que se seguiu ele enfiou a mão por dentro da minha calça frouxa e puxou meu membro para fora masturbando-o na mesma velocidade que ele simulava as estocadas contra mim.

Tão gostoso…

Seus dedos me apertavam com maestria e eu gemia de olhos fechados sentindo aqueles dois prazeres na frente e atrás ao mesmo tempo, mas sabia que Jeongguk não chegaria ao ápice apenas com àquilo. Então estiquei meu braço para trás e de alguma forma consegui fazer o mesmo que ele com seu membro, masturbando-o de costas.

Ele gemeu longo ao sentir minha mão fria contra o calor de seu pau e aquilo me incentivou a mover a mão mais rápido e forte do mesmo jeito que ele fazia em meu membro.

Ainda de costas. Ele puxou meu rosto com sua outra mão livre e me fez olhá-lo. Iniciamos um beijo desengonçado, mas não permanecemos nele por muito tempo, em poucos segundos estávamos os dois de boca aberta olhando nos olhos um do outro enquanto nós mastubávamos gemendo e sentindo aquele prazer maestroso juntos. Até que enfim o orgasmo nos atingiu e gozamos praticamente juntos gemendo e sentindo os espasmos por todo o corpo. Apertei os olhos com força e senti o líquido se esvair de meu corpo enquanto o prazer emanava de cara poro do meu corpo.

Ele apoiou a testa na parede e eu fiz o mesmo, mas usando a lateral de meu rosto, ficando com a bochecha amassada contra o gesso. Os dois tentando regular a respiração ofegante e descompassada que não nos permitia acalmar os batimentos cardíacos eufóricos. E foi bem aí nesse momentos que começamos a rir. Gargalhando abertamente de tudo, o sentimento e a vontade de expressar de alguma forma toda aquela intensidade antes presente entre nós nos invadindo de uma vez.

Eu nunca imaginava poder ter a sorte de ter alguém como ele… E ele estava ali e me quer junto dele, ele quer ficar.

Depois de nos recuperarmos, o moreno se dirigiu para o banheiro e fui até a cozinha preparar algo rápido para comer.

Nem precisei olhar para trás, seu cheiro cálido e característico o entregou antes de ele sequer se aproximar e abraçar minha cintura por trás me virando para si.

- Isso foi tão bom - ele disse beijando o topo de minha cabeça.

- Foi mesmo - respondi abraçando sua cintura c força inalando tudo o que podia com seu cheiro.

- E eu não sei se você já está pronto ou não pra seguir em frente com isso, mas, mesmo que estivesse, nós ainda sim não transariamos agora.

- E por que não ? - questionei curioso me afastando para encará-lo. Eu não conseguia pensar em nenhum motivo real para isso.

- Porque eu estava meio fora de mim e meus hormônios falando alto demais.

- E não é isso que deve acontecer ? - confuso mais uma vez.

- Não, pelo menos não na nossa primeira vez. Talvez seja frescura minha eu sei, mas quando acontecer, eu quero que seja calmo. Com desejo, porém calmo. Quero ver cada reação sua a cada toque meu com bastante nitidez - ele me deu um selinho e eu sorri sem jeito. Por que mesmo eu ainda me surpreendo com as coisas que ele fala ?

- Tudo bem então - ri sem graça - Agora vai logo antes que sua mãe venha te buscar aqui - me inclinei agora eu mesmo selando nossos lábios rapidamente.

- Vou ficar com saudade - ele disse fazendo biquinho.

- Larga de ser reclamão Jeongguk - dei um tapa em seu braço e o empurrei até a porta.

Ele se virou e beijou minha testa, mas parecia hesitante em sair - O que foi ? - franzi o cenho confuso.

- Você não vai mesmo se masturbar enquanto vê pornô e geme meu nome né ? - ele perguntou e eu caí na gargalhada. Eu não ia fazer aquilo, mas a cara dele foi tão hilária.

- Quem sabe… - brinquei erguendo as sobrancelhas e ele soltou um muxoxo.

- Amor, não faz isso comigo - ele pediu e eu senti meu coração acelerar novamente ao escuta-lo me chamar daquele jeito. Era tão bom - Mas se fizer, eu te imploro… Faz uma vídeo conferência comigo ? - ri ainda mais empurrando seu corpo de vez para fora do apartamento.

- Tchau amor, até mais tarde - fechei a porta ignorando seus protestos infantis e me encaminhei ainda sorrindo para o sofá.

…

- Hã… Oi. Alô - minha voz estava mais rouca que o normal devido ao sono de instantes antes.

- Amor, desculpa, te acordei né ? - ouvi a voz do moreno ressoar do outro lado em meio a uma música lenta não tão alta.

- Ah, sim, mas não tem problema, não precisa se desculpar. O que foi ? Aconteceu alguma coisa ? - perguntei coçando os olhos e em seguida me sentei no sofá e estiquei os braços prendendo o celular entre a lateral do rosto e o ombro.

- Na verdade sim. Meu pai acabou de sair para um compromisso de emergência e vai ficar fora até muito tarde - ele disse e eu quase podia "ouvir" seu sorriso pelo telefone.

- E ? - perguntei ainda desentendido. Talvez fosse o sono ainda presente.

- E aí que sem ele aqui, você pode vir pra cá - Jeongguk explicou e enfim meu pensamento clareou.

- Ah sim - exclamei enquanto minha cabeça compreendia tudo finalmente.

- E então, já que você não fez àquela vídeo conferência até agora… Eu tô indo te buscar aí e quem sabe você não faz ao vivo né ? Eu ia amar - sem tom maliciou na mesma hora e eu comecei a rir.

- Idiota - falei rindo e sacudindo a cabeça em negação - Vou só tomar um banho rápido e me aprontar.

- Ótimo, espero que quando chegar aí você esteja só de toalhinha me esperando - ele riu consigo mesmo e eu revirei os olhos mesmo sorrindo da sua idiotisse - Tô indo te buscar agora.

- Ok, estou esperando - meu sorriso estava radiante e quando me levantei para ir até o banheiro, eu lembrei de quando tempo fazia desde que eu me senti tão plenamente feliz como dessa vez… Mas eu devia ter desconfiado, é claro. A essa altura do campeonato eu já devia saber que nada é tão fácil assim… Inclusive pra mim.

E enquanto eu lavava os cabelos sentindo a água relaxar meu corpo, de jeito nenhum aquilo passou pela minha cabeça.

Estar indo àquela festa acabou sendo irrevogavelmente um erro crucial…