1. Spirit Fanfics >
  2. Talking Body >
  3. Três.

História Talking Body - Três.


Escrita por: byuwarn_

Notas do Autor


Oi! Caramba! Eu tô atrasadíssimo (de novo, pra variar) mas tenho meus motivos kekeke... Espero não demorar tanto dessa vez, até porque o lemon já está quase aí. Prometo tentar.

Desculpa e boa leitura! Vejo vocês nas notas finais :)

Capítulo 3 - Três.


Se Chanyeol dissesse que esperava aquela reação de Baekhyun, mentiria feio. Não porque achava que seria totalmente rejeitado pelo menor – ah, ele achava – mas sim porque sequer planejava soltar a tal bomba que, para o Byun, era quase como uma explosão nuclear. E, na tentativa falha de “abafar” o caso, o jogador continuou com o joguinho de perguntas e respostas, cuja ideia ele não soube dizer se fora boa ou ruim.

– O-ok. – Gaguejou, nervoso. – Você prefere praia ou campo? – Mudou completamente de assunto com uma pergunta meio sem noção e voz um pouco falha.

– Praia. – O menor respondeu rapidamente, na esperança de voltar ao assunto anterior. – Isso é verdade? É sério? Sério mesmo?

– Ye, Baekhyun, é sério! – Com um sorriso pequeno nos lábios e tentando miseravelmente não demonstrar nervosismo, embora este estivesse evidente aos olhos do apaixonado Baekhyun, o grandão confirmou.

Ele não tinha vergonha de dizer quem era, muito pelo contrário. Só não achava que era necessário sair dizendo para todo mundo a sua sexualidade; Baekhyun era a única pessoa – fora seu melhor amigo, Jongin – que sabia. E, para ser sincero, não tinha se arrependido de ter dito, nem um pouco.

– Chocolate branco ou preto? – Perguntou, dobrando mais uma rua e no fim dela estava o pub onde iriam.

“Graças ao bom Deus!”, Chanyeol pensava.

Indignado, Baekhyun passou a quase correr para acompanhar os passos largos de Chanyeol, que agora se tornaram mais rápidos e ele realmente não fazia ideia do porquê. Ansiedade, talvez, mas por que aquilo o afetava tanto? Possivelmente, por ser um alvo de bullying terrível durante o inferno, mais conhecido como ensino médio, o Byun não ligasse tanto.

Assim que os alunos do seu ano voltaram das férias de verão, sua sexualidade foi espalhada para a escola toda, e nunca nem tinha dito pra ninguém sobre.

Malditos sejam os alunos novos!

Menos Chanyeol.

Chanyeol era novo na época, mas não era maldito, e nem iria ser. Ele era a fonte de coisas boas dos populares do internato, se bem que era o único, então compensava toda a falta disso em seu grupo de amigos.

– Por que só você faz as perguntas?! Aish. Preto, meio amargo e com nozes. – Baekhyun respondeu logo antes de passarem pela porta do pub, que era totalmente diferente por dentro.

Se por fora era como um simples bar, o interior era como um paraíso. Cartazes gigantes de filmes antigos pregados por toda a parede chamavam atenção, já que a parede, sem reboco, estava pintada de preto por inteiro, até o teto. Um em particular atraiu seu olhar. A junção de todo o elenco de Breakfast Club em uma foto de, no mínimo, um metro de altura. O dançarino não resistiu em apontar para o quadro e pediu, quase implorando:

– Pode tirar uma foto minha ali? É uma edição limitada do cartaz! – Exclamou sorridente – Só que… Calma! – Parou para pensar. – Eu respondi três perguntas e não fiz nenhuma, isso é injusto!

Achando adorável, Chanyeol apenas estendeu a mão, pedindo para que desse seu celular, mas acabou mudando de ideia e tirou o seu próprio iPhone do bolso, indicando para que o colega de quarto fosse para o lado do cartaz.

– Vá, eu passo a foto pra você depois. E, assim que tirar, você pode fazer as perguntas que quiser. – Ditou e desbloqueou o celular, indo direto na câmera, apenas esperando que o outro se preparasse devidamente para a foto.

Chanyeol não pôde deixar de sorrir largo quando o viu todo animado e apenas isso o deixou animado também.

Estava cansado; não via a hora de tomar uma ducha e deitar na cama quentinha; abraçar o travesseiro e dormir até esquecer o nome. Mas, naquele momento, quando viu o sorriso do Byun, todo o seu cansaço sumiu e, se pudesse, ficaria a noite inteira ali apenas para ver aquele bendito sorriso de dentes compridos bem enfileirados.

Baekhyun pulou até a frente do cartaz e juntou as mãos atrás do corpo, sorrindo sem mostrar os dentes. Quando voltou, Chanyeol mostrou pra ele a foto, coisa que o fez sorrir demais. Guardaria aquilo para sempre, afinal, era seu filme preferido desde que se entendia por gente.

– Acho que não tenho o seu número, eu salvo quando me mandar a foto. – Comentou o Byun, na esperança de trocar telefone com o outro. – Você está? – Perguntou agora, e, percebendo que não tinha feito sentido algum, completou a questão. – Ah, digo, com crush em alguém da escola.

Restou, para o maior, assentir enquanto soprava uma risada calma, olhando a foto novamente antes de apagar a tela do celular e o colocar no bolso novamente. Andando até onde ficava o Pump It Up, jogo do qual Chan gostava, mesmo não sendo o melhor dançarino, e logo respondeu a pergunta devidamente.

– Sim, eu estou. – Respondeu sem olhar para Baekhyun. – E não vale repetir as mesmas perguntas que eu, Baek!

– Vale se eu quiser saber. – Reclamou fazendo bico.

Ainda bem que aquela era a única pergunta a respeito que Chanyeol fizera, mas, caso Baekhyun perguntasse muito sobre isso, ele poderia desconfiar de algo, e aquilo era o que o dançarino menos queria por agora.

Animado, seguiu até o seu lado do Pump It Up e colocou os pés nos lugares certos para começar, ansioso.

– Ah! Então você está interessado em saber se eu tenho crush por alguém da escola por quê? – Perguntou com a sobrancelha arqueada enquanto se posicionava com os pés onde eram pra ficar e segurou firma na barra de ferro que ficava atrás do jogo mordendo o lábio, encarando o monitor a sua frente.

– Você me perguntou primeiro e eu não reclamei. – Apontou Baekhyun, tentando sair por cima.

É claro que ele tinha interesse em saber. Estava estampado na sua cara; escrito na testa e tatuado no corpo que sim, mas, pensando bem, não havia sentido Chanyeol perguntar uma coisa daquelas sem ter também o famoso interesse.

– Eu nunca joguei isso, estou com medo! – Trincou o maxilar triangular, olhando pro alto, já que a tela parece ter sido feitas para pessoas como Chanyeol, e não crianças (ou, pelo menos, gente com altura de criança) como Baekhyun. – Hum... vamos ver... qual música você vai colocar? Quer dizer... não! Essa não é a minha pergunta!

– Pode escolher a música você mesmo. Eu já joguei várias vezes, não sou nenhum profissional, mas me considero tranquilo nesse jogo. – Sorriu, o olhando.

O mais baixo ficou quieto, com vergonha de abrir a boca enquanto escolhia uma música. Acabou escolhendo uma estrangeira, visto que também tinham muitas americanas, e o instrumental de Call Me Maybe começou a tocar baixo enquanto as letras passavam na tela. A contagem regressiva começou e Byun percebeu que seu nervosismo era inútil, pois era praticamente uma dança robô.

– É... bom, eu, pelo menos, tenho coragem de admitir que tô interessado mesmo. — Chanyeol falou baixinho até demais e, devido ao som, esperava do fundo do coração que Baekhyun não escutasse.

Quando a música começou, o maior suspirou e começou a movimentar as pernas. Ia acelerando cada vez mais e, vez ou outra, seu olhar ia automaticamente até Baekhyun, e, como consequência, pisava errado. Já estava ofegante, com o cenho franzido enquanto olhava no monitor.

– Assim não vale! Essa é muito rápida! – Reclamou, choramingando.

Baekhyun tirou os pés dos botões, olhando Chanyeol. Estava quase dez mil pontos na frente, então achava digno esperar o outro chegar pelo menos perto disso para voltar a jogar.

– Qual é, Chanyeol, tem até um padrão! Vai, esquerda, esquerda, direita, cima, baixo, cima, baixo, baixo. É só fazer mais rápido! – Falou e fez uma demonstração, voltando a parar logo em seguida, brincando com ele.

Baekhyun havia escutado murmúrios da parte do outro, mas apenas achou que fossem reclamações sobre o jogo. "Aish" pensou. Se não quisesse uma música rápida era só ter escolhido outra, ou, ao menos, avisado. Além do mais, uma das coisas que o Byun mais odiava era que falassem baixo perto dele, pois pegara um tipo de trauma. Era isso o que acontecia quando novos rumores falsos corriam pelo internato e ele estava no refeitório. Conseguia saber que estavam falando dele, mas nunca sabia sobre o quê exatamente.

– Hum? – Perguntou, voltando a jogar com esperança de que o outro repita. – Não entendi, desculpe.

– Ah, nada demais! – Ofegou.

Baekhyun suspirou, assentindo com a cabeça. Talvez suas esperanças tivessem voltado até a estaca zero, porque não conseguia confiar em quem não confiava em si nem pra falar uma simples frase que não havia entendido. Sua teoria era que aquilo que Chanyeol não queria repetir era algo ruim, por isso negou. Pelo menos era algo aceitável para acreditar.

Só mais alguns passos e a partida acabou. Chanyeol, como já esperado, perdera. Saiu dali e foi diretamente a uma daquelas máquinas em que você coloca a moeda e sai a bebida, pegou duas águas, e quando voltou, jogou uma na direção de Baekhyun. Em um gole, bebeu boa quantidade e deixou a garrafa em uma mesinha ali perto para se aproximar novamente e puxar o Byun pelo pulso.

– Obrigado. – Agradeceu e bebeu alguns goles antes de fechar a água e segurar para, com a mão livre, bagunçar o cabelo.

– Agora, eu quero ir em uma cabine de jogos 4D, é irado. Vamos, vamos! – O puxou, animado, quase dando pulinhos.

– 4D parece legal, você escolhe o jogo desta vez, desculpe por colocar algo difícil, eu deveria saber.

– Eu gosto de jogos de zumbi. Pode ser desse tipo ou você não gosta? – Perguntou, virando sua cabeça para olhá-lo enquanto andavam juntos até a cabine onde tinha tais jogos.

Chan adorava jogos de matança, de sangue, e adorava ainda mais quando ia naquele fliperama pra jogar em 4D, era, como dizia ele, irado.

Baekhyun nunca teve medo dessas coisas, mas não sabia o que a merda de uma cabine 4D poderia fazer. Quando Chanyeol tocou no assunto, achou que fosse simplesmente aqueles assentos que se mexiam dentro de um carro com uma televisão no painel e o som ensurdecedor, mas era muito mais que isso. O Byun percebeu que era, literalmente, uma cabine. Toda escura, onde ficavam em pé e tinham telões nas quatro paredes. Deviam faturar muito dinheiro com aquilo, porque aquela porra colocou medo até onde não cabia mais no corpo de Baekhyun. Primeiro, porque aquilo parecia um closet onde jogos de sete minutos no paraíso eram jogados, e, se você não transa com ninguém em sete minutos do paraíso, ou faz um oral, ou leva um soco na cara. Segundo, porque tinham diferentes alto-falantes que transmitiam diferentes sons, o que os faziam olhar para todos os lados ao mesmo tempo – ou, ao menos, tentar – o que resultou em uma puta torcicolo na preciosidade que Baekhyun costumava chamar de pescoço. E, por fim, o terceiro, que era o pior. Até agora, era tudo como uma cabine 3D, mas tinham que acrescentar 1D a mais, não é? "Maldita diferença de três para quatro." pensou Baekhyun, repreendendo-se por assustar-se todas as vezes em que braços infláveis simplesmente se enchiam e batiam em sua cara. Não que doesse, mas em meio aos barulhos estranhos de zumbis, Park Chanyeol – puta que pariu, era Park Chanyeol ali – e telões pra tudo quanto é canto, qualquer alteração no ambiente era um disco voador – ou muito pior que isso.

– Eu costumava gostar de zumbis. No passado. Antes de entrar nesse jogo. – Falou encostando-se em uma das paredes, dando um salto para o lado pois um rugido estranho soou bem na sua orelha.

Chanyeol riu soprado, e olhou aos arredores da cabine.

Algumas coisas tinham mudado desde a última vez que veio. Antes, só tinha um monitor, agora, tem 4 deles. E tinha menos caixas de som da última vez, agora tinham adicionados muitas mais, o que dava um efeito muito mais real e Chanyeol estava ansioso para jogar.

– Não dá medo, confie em mim! – Falou ao pegar os óculos 4D e entregar um deles na mão de Baekhyun. – Vai ser divertido.

E então, deu início ao jogo.

Ambos os bonecos começaram a andar devagar enquanto uma música de suspense ecoava pelo lugar, deixando o clima ainda mais tenso. O primeiro zumbi apareceu, de surpresa, obviamente, e Chan deu um passo para trás, assustado. Começou a disparar várias balas em direção do monstro, que logo foi derrotado.

Ambos continuaram andando e mais zumbis apareciam. Um por um, os garotos os matavam com facilidade. O nível foi começando a ficar mais difícil, e criaturas diferentes e horrendas começaram a aparecer, fora os zumbis. Chanyeol se surpreendia vez ou outra, mas nada que o impedisse de matar todos que via pela frente. Com um sorrisinho no rosto, tirou os óculos por um segundo apenas para observar Baekhyun, e soltou uma risada alta quando o viu e voltou sua atenção ao jogo.

– Vamos, Baekhyun! Mate todos eles, nem é tão assustador assim! – Gritou devido aos sons estridentes que ecoavam pelo cômodo. – Qual é, eu achei que ia ser como guerra mundial Z! – O menor desesperou-se, atirando pra o lado onde um palhaço (qual é, zumbis eram normais, mas palhaços?) surgiu, e ele demorou horrores pra morrer, tanto que Baekhyun foi recuando duas polegadas por passo conforme atirava, até trombar com Chanyeol e deixar a arma cair no chão.

"Merda." Pensou ele. "Vou morrer!" Desesperou-se.

Não tinha tempo o suficiente para pensar no seu maior trauma de infância pois tropeçou a segunda vez na noite enquanto procurava a versão leve e plástica de uma arma de paintball, mas, desta vez, caiu.

– Merda, merda, merda, cadê o controle?! – Perguntou pra si mesmo, ignorando o baque surdo de seu corpo contra o chão, tateando o chão (e até os pés de Chanyeol) até achar o controle, também conhecido como merda, e matar o bicho de vez, mas já tinha perdido neste ponto.

Mesmo sabendo que ia perder, Chanyeol soltou uma risada alta, e quando o jogo acabou, tirou os óculos de imediato e foi diretamente pra perto de Baek, se certificar de que ele estava bem, e ainda rindo. Pelo menos bateram o recorde da noite naquele jogo, uma vez que a dificuldade escolhida foi média.

– Aish, merda. Desculpa, cara. Desculpa.

– Tudo bem, Baek, não precisa se desculpar! – Falou em meio a risos. – Você está bem? Se machucou?

Baekhyun levantou com a arma de brinquedo na mão, aceitando a ajuda de Chanyeol, sem conseguir escolher entre rir de si mesmo ou chorar, até porque não era nada engraçado e, além do torcicolo anterior, havia adquirido um roxo no joelho e parte da palma ralada. Tinha que ser o Baekhyun, mesmo.

– Não foi nada, só descobri que sou mais pesado do que imaginei, porque meu tombo fez um barulho tremendo. – Brincou ao levantar-se, batendo as mãos na calça para tirar a sujeira – Isso aqui em baixo deve ser oco, eu não tenho nem sessenta quilos!

Coçou o topo da cabeça, com vergonha. O rubor em suas bochechas era evidente já que agora as luzes estavam acesas, mas não olhava Chanyeol, justamente porque queria escondê-lo, então ficou encarando a arma em sua mão.

– Você se ralou. – Apontou para a mão do menor, e pegou nela para fazer um leve carinho ali. – Ah, Baek, eles nem eram tão assustadores assim. – Zombou, sem parar com as carícias na palma alheia.

Chanyeol mordeu a bochecha. “Porra, Baekhyun, perceba logo que eu estou flertando com você, facilite a minha vida”, Chanyeol pensava. É claro que tinha medo de que toda essa atração que sentia por seu colega de quarto não fosse recíproca, mas Baek chegou a dizer que Chanyeol era o cara mais lindo da escola. “Ele tem que ter pelo menos uma quedinha por mim”, pensava consigo mesmo.

Baekhyun soltou uma risada baixa, logo colocando sua outra mão por cima da de Chanyeol, cobrindo-a por completo, embora fosse bem maior que a sua. Um pequeno sorriso formou-se em seu rosto, e agora ele já não tinha mais tanto medo assim disso. Se estava feliz, qual era o problema em mostrar, afinal?

– É só lavar que passa. – Ele deu de ombros, referindo-se a pequena ardência das mãos, afastando-se sem quebrar o contato visual até encostar-se em uma das paredes dali, a mesma do bicho que o fez perder. – Tinha um palhaço bem aqui. Ele sim dava medo, você não acha?

Baekhyun sorriu mais um pouco, demonstrando nervosismo e tombando a cabeça para o lado. As luzes começaram a diminuir mais uma vez, avisando que a cabine já estava aberta para outras pessoas jogarem, mesmo que quisesse passar mais mil horas ali dentro com o Park, até porque, além de ser divertido, ele era uma ótima companhia, era como se estivessem isolados do resto do mundo. Quase esqueceu da hierarquia escolar que o separava do garoto em sua frente, pelo qual sentia uma enorme queda. Pelo menos, era isso o que sentia antes do sentimento evoluir um pouco mais.

– Eles me assustaram um pouquinho, talvez... – O jogador deu de ombros, soltando uma risada logo em seguida enquanto olhava em volta, percebendo que uma fila pequena começava a se formar do lado de fora.

Se Baekhyun queria sair daquele cubículo apertado com Park Chanyeol como companhia? Quem em sã consciência responderia sim? Alguma lésbica antipática, talvez, mas até os que não gostavam de homens tinha que admitir que o gigante ao seu lado era muito bonito e simpático. Por isso, relutante, saiu da cabine, umedecendo os lábios com a língua antes de respondê-lo, encarando-o de volta com o maior gosto, esperando que, do fundo do coração, ele lhe correspondesse, nem que se fosse por um mísero por cento.

– Escolhe o próximo jogo! – O maior disse, virando o corpo na direção de Baekhyun para olhá-lo nos olhos.

Este olhou em volta, perdido. Não sabia sequer o que observar, imagine para onde ir. Chanyeol escolhera a pessoa errada para fazer tal decisão, pois o Byun era a personificação da dúvida, tanto que, no início da noite, achou que ia ser zoado até o talo, xingado e pintado com cola instantânea antes de ser jogado num balde de penas ou até no lixão, já agora, talvez não tivesse sido a noite perfeita para si, até porque os lábios do Park estavam distantes dos seus, mas foi muito, muito, muito boa. Ainda estava sendo, na verdade.

– Eu realmente não sei. – Apertou os lábios. – Pode escolher, é sério.

Chanyeol entortou os beiços e olhou em volta, olhou para Baekhyun, olhou em volta de novo, olhou para Baekhyun de novo e suspirou antes de sugerir:

– Hum, tem aqueles simuladores de carro e moto, tem tiro ao alvo, tem aquele do basquete – Apontou, sorrindo. – Também tem aqueles jogos de cabines, sem ser os 4D. Ah, eu não sei.

Choramingou e sentou-se em uma mesa que estava ao seu lado. Deitou a cabeça na mesa e olhou para o Byun, na esperança que ele escolhesse algo para fazerem enquanto apenas observava Chanyeol dizer, sorrir e estilhaçar seu coração em três mil pedaços de diferentes tamanhos quando seus lábios perfeitos cortaram as bochechas fofas e mostraram as covinhas irresistíveis, mas, quando ele deitou a cabeça, sentiu-se culpado, afinal, se Chanyeol já estava cansado ao chegar do treino, imaginem agora, depois de horas, e ainda queria brincar. Queria jogar com Baekhyun, mas ele só pensava mesmo em cuidar do mais velho, colocá-lo para dormir e observar, observar, observar até que, finalmente, dormisse. Seus olhos pesados transmitiam a culpa que sentia em tal intensidade que seria capaz de abastecer um grande hospital por dias apenas com a energia estranha que corrompia sua antiga alegria e entusiasmo

– Você está com sono, Chan?

Perguntou e ignorou todas as perguntas que ele fez para si, ignorou as pessoas a sua volta e teria ignorado caso um avião caísse na calçada ao lado, focando apenas em dois lugares. Duas orbes pretas que flutuavam em fluido branco irrigado por capilares cor de rosa, por onde o sangue corria e corria e corria e o permitia enxergar todo aquele mundo que não o merecia, pois Park Chanyeol merecia o mundo, mas não o contrário. Era esforçado e o filho perfeito, mesmo tendo feito coisas erradas tempos atrás.

– Por que se preferir podemos voltar para você ir descansar.

Em contrapartida, Chanyeol colocou o cotovelo sobre a mesa e a apoiou na mão, encarando de volta os olhos brilhantes e castanhos de Baekhyun com um sorrisinho no rosto.

Seus olhos estavam pesados e ele não via a hora de cair na cama, mas também queria aproveitar cada minutinho da noite com Baekhyun. O sono falou mais alto e obrigou Chanyeol a tombar um pouquinho a cabeça para o lado, bocejando. Apenas acenou positivamente com a cabeça, já se levantando e ficando de frente para Byun.

– Eu queria poder ficar mais, só que o sono fala mais alto.

Os olhos de Baekhyun se fecharam instintivamente quando ele sorriu fraco, assentindo com a cabeça. Só por ter consciência que desejava passar mais tempo com Chanyeol, se sentia egoísta e fraco. Era horrível saber que, mesmo que o outro esteja caindo de sono, ainda teria que caminhar até a escola, pois os braços de dançarino de Baekhyun não conseguiriam sustentá-lo, o que, na mente do Byun, era o mínimo a se fazer naquela noite. E ele se torturava por isso. Se xingava mentalmente e ficava repassando a música que mais o deixava triste no cérebro por segundos e mais segundos até que, finalmente, volte para a vida, assentindo com a cabeça ao abrir os olhos castanhos, expondo-os ao planeta, caminhando lentamente atrás daquele que o fazia tremer apenas por sorrir ou piscar, movimentar pequenos músculos faciais ou fazer míseras mudanças em sua expressão natural.

Ah, como Baekhyun era horrível.

Horrível consigo mesmo por torturar-se, imaginando um bom futuro, em uma boa faculdade ao lado de Park Chanyeol, enquanto este, na verdade, na imaginação do Byun, se preocupava com ganhar jogos de futebol e rasgar as bochechas a cada sorriso.

Mas só na imaginação, porque, na realidade, estava tão chapado de sono quanto caindo de amores pelo baixinho dançarino deslocado que, ao invés de lhe completar, transbordava-o. Era uma paixonite tão ingênua e pura que Chanyeol até se achava ruim por, um dia, já ter pensado malícia olhando para as coxas fartas do colega de quarto.

– Não tem problema, Chan, podemos sair de novo quando quiser. Sempre por minha conta. – Apelou, estranhamente preocupado com a possibilidade do Park não querer mais fugir do internato com ele.

Ah, mas ele quereria. Quereria tanto, que deu um sorriso largo, com direito a covinhas e tudo, e esperou que Baekhyun chegasse ao seu lado para enfim caminharem juntos até a saída.

E assim seguiram, ambos andando devagarinho – porque, se andassem rápido demais, Chanyeol cairia e dormiria no chão da rua mesmo, e Baek provavelmente o acompanharia – e com o maior dos dois sem conseguir tirar o olho do outro. De sua boca, mais especificamente. O Park engoliu em seco quando o dançarino retribuiu o olhar e virou o rosto para frente, respirando fundo e até fechando os olhos rapidinho.

Talvez já fosse tarde demais, mas foi apenas quando aquilo aconteceu que conseguiu finalmente assumir sua paixão mentalmente. “Eu to gostando dele mesmo, caralho.” Chanyeol pensava consigo mesmo.

O maior se aproximou de Baek e passou os braços longos em volta dos ombros alheios, o apertando contra si.

– Eu me diverti muito hoje, Baek, obrigado! – Sorriu, esfregando sua cabeça contra a dele num carinho infantil para tentar compensar sua investida.

E, se Baekhyun já se achava horrível antes, agora, então, pensava ser a pior pessoa do universo por estar simplesmente aproveitando o carinho dado a si. Estava gostando. Sua consciência ridícula o insistia em diminuir-se mais, mais e mais ainda, chegando a quase interferir em si fisicamente, de tanto que se encolhia. Era uma pequena figura de grande desejos inalcançáveis, e um desses era provar do pecado, também conhecido como lábios de Park Chanyeol.

– Eu tive que me controlar bastante pra não te beijar, mas mesmo assim, foi uma ótima noite. – Chanyeol soprou uma risada e se afastou um pouco, arregalou levemente os olhos depois de perceber o que tinha dito e colocou a mão sobre a boca, exclamando um "oops" baixinho.

Estava drogado de sono. Nenhum ser em sã consciência tinha tamanha coragem e cara de pau para se confessar daquele jeito. Com certeza não. Mas nunca ficou tão entregue a uma pessoa como estava sendo ao Byun, nunca ficou tão desesperado pra sentir o gosto e a pressão dos lábios de alguém.

E o Park rezava para que fosse recíproco.

Haviam algumas razões um tanto quanto poéticas pelas quais Baekhyun apelidava os lábios de Chanyeol, em segredo, de pecado. A primeira delas era porque não havia freira que resistisse, não havia hétero que não admitisse e não havia gastrônomo que não gostaria de criar uma comida com o gosto maravilhoso que eles deveriam ter. Eram pecado porque seduziram Byun Baekhyun de tal maneira que o impedia de pensar, o fazia esquecer de como respirar e ordenava seu coração bater três milhões de vezes mais forte quando se mexiam, quando aquela língua que fazia parte de seus desejos mais obscuros humedecia-os, quando os imaginava o beijando.

Porém, pensou.

Pensou quando ouviu aquelas palavras saírem deles, quando os viu movimentando de forma que o som escorregasse para fora perfeitamente, ecoando a voz grave em seus ouvidos como nunca achou que um dia seria possível.

Sua noite foi resumida em segurar-se, em não agarrá-lo e não morrer de parada cardiorrespiratória quando ele sorria, e agora disse o mesmo? Não podia ser. Não pode ser.

Era pra ser desde o início.

Paralisado, tentando raciocinar, Baekhyun parou bruscamente de andar. Um nó enorme se formou na garganta do jogador e ele apertou o punho com força, achando que aquela parada brusca do Byun era porque ele estava pensando em fugir correndo ou algo do tipo.

– Chanyeol? – Perguntou, temendo ter imaginado tudo aquilo. – O que você disse mesmo?

Quando ouviu as palavras dele, Park suspirou pesadamente encarando sua face surpresa, ficando na frente de Baekhyun e o olhando nos olhos. Dessa vez, não diria que não era nada importante. Porque era _sim_, algo importante.

– Eu disse que eu me controlei durante a noite inteira para não beijar essa sua boca, Baekhyun. – Repetiu, pausadamente e com a voz calma, mas com a expressão séria e um medo do caralho de Baekhyun dar-lhe um pé na bunda.

Afinal, isso nuca tinha acontecido antes, por favor, era Park Chanyeol, não podia levar um pé na bunda. Talvez essa fosse a primeira vez, porque viu o menor abrir a boca de tanta surpresa. Ansiedade.

O queixo do Byun caiu tanto que o maxilar marcou em seu pescoço de uma forma invejável. Sua boca cheirando à menta aberta era, como sua mãe dizia, um convite para insetos, pois costumava fazer isso na infância, mas agora estava tão assustadoramente assustado que não conseguia voltar pra a terra. O mundo girava e ele estava parado parado parado em relação a ele, como se tivesse visto um fantasma.

E que fantasma! Park Chanyeol estava ali na sua frente cobiçando seus lábios e esse era um fantasma tão tão tão estranhamente maravilhoso que deixava sua pele tão tão tão estranha e doentemente pálida, porque estava prestes a desmaiar, e o remédio para sua pressão estava bem ali na sua frente, um pouco mais para o alto e logo abaixo do pequeno e adorável nariz do jogador. Seus lábios convidativos agora não eram apenas isso e sim extremamente necessários agora. Era como se sua vida dependesse disso. Ela dependia de fato. Então, simplesmente surgiu em sua mente uma possibilidade ideia, que se tornaria real. Precisava tornar-se real.

Estava pronto para ser atacado por tomates, ser espancado até a morte e ser humilhado pelos amigos de Chanyeol, mas quando puxou-lhe com cuidado para a sombra que a luz alaranjada do poste fazia na parede ao não atravessar a pequena árvore dali, nada aconteceu. Nada exceto seu coração disparado, sua angústia corroendo-lhe de dentro pra fora e seus olhos medrosos se fechando ao mesmo tempo que seus lábios se entreabriam e suas costas sentiam o muro liso atrás de si.

Estava pronto para o oito ou oitenta, para a mentira ou a verdade, para o beijo ou a risada que o humilharia todas as vezes que seus olhos inseguros cruzassem com o corpo alto do anjo ou demônio em sua frente, do qual esperava o toque nos lábios com medo e paciência.

Sendo oito, oitenta, menos oitocentos ou oito quadrilhões, era um número bom, porque um suspiro de alívio escapou de Chanyeol quando sentiu ser puxado para a calçada com Baekhyun. Ele se aproximou, colocou a mão apoiada no muro e encostou suas testas. Não acreditava que iria mesmo fazer aquilo, que estava a centímetros de distância da boca com qual ele tanto desejou nos últimos meses. Sua barriga formigava e sua respiração estava descompassada, e, pela primeira vez, Park Chanyeol não soube o que fazer. Deixou seus instintos de adolescente cheio de hormônios guiarem-no. Apenas segurou com a destra na nuca de Baekhyun enquanto a outra ainda estava apoiada no muro, inclinou o rosto mais um pouco pra frente e colou os lábios, em um selinho de início, e não demorou para que Chanyeol entreabrisse os lábios e tombasse a cabeça para o lado, agora sim, iniciando um beijo intenso, porém calmo.

O gostinho de menta da boca de Baekhyun era absurdamente bom, e todo o cansaço que Chanyeol sentia pareceu ir embora, ele poderia ficar o resto da madrugada ali, beijando Byun Baekhyun, o garoto pelo qual estava apaixonado.

Deu mais um passo para a frente e desceu sua destra para a cintura do Byun, onde apertou levemente e fez um carinho gostoso. Quando a falta de ar se fez presente, o Park descolou seus lábios e apenas o ficou encarando por algum tempo, sem precisar dizer nada, e o beijou de novo sem nem pedir passagem para aprofundar o ósculo, suas línguas já dançavam eroticamente dentro de ambas as bocas, e todos os pelinhos possíveis do corpo de Chanyeol se arrepiando. Pareceu até que um vento de sensações boas tinha passado por ali e ele não conseguiu evitar sorrir durante o beijo, que ficava mais caloroso a cada segundo.

Baekhyun pegava fogo. Não era algo pornográfico, longe disso. Era intenso, e, depois de um tempo, talvez tenha chegado um pouco mais perto da primeira ideia. Estava ansioso, tremendo e tremendo de angústia e medo, medo e mais medo de que o maior se afastasse, desse um passo para trás, mas Chanyeol contrariou seus pensamentos ruins quando colou suas testas e Baekhyun sentia aquela aproximação e esqueceu de como ficar vivo e de como morrer e arrepiava-se com o ar quente que saía dos pulmões do mais alto e batia em seu rosto.

Suas costas abaixadas, curvadas, sua mão logo ao lado de seu pescoço, escorada no muro e a outra em seu pescoço, atiçando, atiçando e atiçando ainda mais o fogo em seu interior, queimando-o de dentro pra fora, assim como fazia todas as vezes que sorria, mas milhões, milhões e milhões de vezes mais forte, mais intenso, mais Park Chanyeol beijando Byun Baekhyun.

O paraíso chegou junto com o toque dos cobiçados lábios macios dele. Baekhyun pirou. Estava louco, pirado, sem conseguir formular qualquer coisa que seja em sua mente, não que precisasse, porque, afinal, estava beijando aquele que tanto desejou.

A língua de Chanyeol tocou na sua. Ah, como foi bom. Foi estranhamente bom e magicamente inexplicável, pois não havia sentido naquilo. Não havia sentido em dezessete anos de existência e sentiu agora, sete meses antes de completar dezoito anos, quando descobriu o que era vida, quando passou a viver de verdade e não apenas sobreviver. Era quente e intenso e outro bilhão de coisas gostosas juntas, batidas no liquidificador e depois aquecidas no micro-ondas inexistente e você deve estar se perguntando do porquê um micro-ondas que não existe para esquentar as coisas e Baekhyun diz que é impossível! É impossível e não é possível e estava acontecendo naquele momento consigo porque seu interior era aquecido pelo micro-ondas inexistente da língua de Chanyeol. Porque coisas impossíveis como ele ficar com o cara que deseja, como o cara que deseja ter que se segurar para não beijá-lo, podem, sim, acontecer, e estavam acontecendo quando a cintura do dançarino foi apertada e quando os olhos negros encontraram os castanhos em silêncio total, depois fechando-se para dar espaço às conversas de estalos que os beijos mais intensos prazerosos faziam, quando as mãos do Byun subiram pelo tecido da camiseta do Park e abraçaram seu pescoço, procurando um espaço escondido entre eles para diminuir.

Chanyeol já não podia descrever o que estava sentindo naquele momento; um misto de sentimentos invadia seu corpo e não poderia estar mais feliz. Seu desejo era beijar Baekhyun a noite inteira, sem parar. Normalmente, quando ficava com alguém, os beijos acabavam em sexo no quarto de alguma das líderes de torcida ou até no vestiário – tanto o masculino como o feminino –, mas, com o Byun, não precisava que acabassem transando ou algo assim, apenas seus beijos e toques eram o suficiente.

Quando o dançarino enrolou seus braços em volta do pescoço do Park, ele desceu a mão que antes estava escorada no muro, até a cintura de Baekhyun. Agora o apertava com as duas mãos, aproximando-o ainda mais de si, em nenhum momento interrompendo o beijo caloroso, apenas quando precisavam realmente respirar e a vontade de ficarem olhando os lábios alheios inchados orgulhosos do trabalho que fizeram um no outro.

Fogos de artifício coloridos explodiam e incendiavam e queimavam o céu do estômago de Baekhyun, impossibilitando sua bile de enxergar as estrelas, mas, afinal, quem liga para o que a bile vê?! O beijo de Chanyeol certamente não, pois faziam purpurinas coloridas corroer as paredes de seus órgãos e matavam seu dono pouco a pouco, de dentro para fora. Era algo inexplicavelmente bom morrer liricamente, fritar a mente em uma frigideira de emoções estranhas e perigosas e rir na cara do perigo, como dizia Simba, mas este sofreu as consequências, e Baekhyun também sofreria.

Eles apertaram sua cintura por cima do moletom e oh, meu Deus! Os dedos de Chanyeol apertaram sua pele com tanto vigor e vontade que desejou, secretamente, por mais. Mais contato e mais beijos e mais apertões fortes, o fazendo se sentir um safado com gororoba de ameixa preta no lugar do cérebro.

Então, Chanyeol finalizou o beijo com uma puxada no lábio inferior do menor e sorriu, deixando apenas as testas coladas e suas respirações descompassadas se misturando.

– Você... Você beija melhor do que eu imaginei, Baekhyun. E olhe que imaginei muito. – Sussurrou com a voz falha e continuou na mesma posição, encarando os lábios do colega de quarto e não conseguindo tirar o sorriso idiota dos seus próprios.

Caralho, nunca tinha sentido coisa igual com apenas um beijo! E principalmente, com um homem! Ele tem o mesmo instrumento no meio das pernas! Mas Chanyeol, mesmo já prevendo as zoações de “viadinho” vindo, só continuava dizendo a si mesmo que queria mais, já não se importava com o que os outros pensariam, já não se importava mais com nada. Pra ele, eram apenas Baekhyun e si; isso sim importava. Não deixaria que Baekhyun se afastasse, sabia que ele poderia estar inseguro — e Chanyeol não mentia, também estava um pouquinho inseguro, mas faria de tudo para que essa insegurança fosse embora e tudo que sentissem fosse apenas a vontade de estar um com o outro.

Não que Baekhyun fosse santo, mas foi menos ainda quando ouviu aquelas palavras saírem dos lábios que antes beijavam-no, mordiam-no de forma tão carinhosa que, na cabeça do pequeno, chegou a passar a imagem de ser mordido mais vezes, não só ali. Baekhyun definitivamente não era santo. Ele apenas sorriu um pouco, exibindo poucas partes de seus dentes brancos impecáveis, tombando a cabeça para trás, encostando-a no muro, buscando apoio de uma forma que nem se um anjo descesse pra a terra, podia ajudar-lhe.

Suas pernas tremiam loucamente.

– Eu não sei o que dizer. – Revelou angustiado, envergonhado e corado, com o maxilar trincado e todas aquelas outras formas de demonstrar o nervosismo que ele costumava esconder apenas para bater na própria testa mentalmente; deveria ter escutado seus instintos e calado a boca.

Chanyeol soprou uma risada e puxou Baek para um abraço, passou os braços por sua cintura fina, os entrelaçando ali, e apoiou seu queixo na cabeça do menor.

Ele o abraçou de volta com carinho, entrelaçando seus dedos atrás das costas do mais alto, suspirando fundo. Baekhyun conseguia sentir a perna de Chanyeol entre suas coxas, e se perguntava se este também sentia a sua e se causava ao menos um porcento do que ele causava em si. Era uma mistura de terror com magia e com todo o resto dos gêneros líricos mais estranhos. Seu abraço era como um filme de ficção científica que acaba no suspense, daqueles que o fazem convulsionar no chão enquanto espera uma continuação, mas, no caso, Byun apenas tremia um pouco, nervoso, ansioso e angustiado.

– Não precisa dizer nada agora. – Chanyeol sussurrou, sorrindo discretamente. – Pode me beijar mais e falar menos.

Sorriu e, logo em seguida, umedeceu os lábios, ficando de frente para o Byun. Sua barriga estava embrulhada em nervosismo, e sabia que a de Baekhyun também estava, então já que ambos não sabiam o que falar ou como agir, deveriam apenas se beijar, ué!

Chanyeol se aproximou e deixou um selinho na ponta do nariz do menor, acompanhado de outro na bochecha, no maxilar, e continuou distribuindo selos estalados até que chegasse na sua boca. Puxou o inferior entre os dentes apenas para provocá-lo e finalmente o beijou, do mesmo jeito que a primeira vez, lentamente porém intensamente.

– Boa ideia. – Apontou Baekhyun antes de beijá-lo de novo.

E quase se sentiu envergonhado ao subir no rodapé do muro, ficando na ponta dos pés em cima deste, mas apenas quase, pois sua mente o lembrou que o que aparentavam ser cerca de vinte centímetros separavam-no de Chanyeol, então cada esticada de seu corpo contava como ajuda para ambos, e isso era o que mais queria devido a sua brilhante ideia de aprofundar o beijo. E, ah, como era bom brigar com a língua do Park apenas para sentir mais de seus lábios e explorar mais de sua boca macia e quente como nunca desejou ser ou sentir, tudo era muito melhor do que qualquer coisa que tenha feito. Com as mãos na cintura de Baekhyun, Chanyeol desceu a destra até alcançar o tecido do seu moletom e adentrou a mão ali, acariciando seu abdômen. Sentiu a pele dele reagir e se arrepiar com seus toques. O maior sorriu, adorava ver como o outro reagia tão bem aos seus avanços, podia imaginar como ele reagiria a toques diferentes. Tais pensamentos fizeram com que Chanyeol sentisse fisgadas no baixo-ventre, e – não querendo que as coisas fossem rápidas demais, podia deixar Baekhyun assustado – parou com as carícias, deixando um último selinho estalado na boca do dançarino e o puxou para que voltassem a andar até o colégio novamente.

– Se continuarmos com isso, eu não vou saber como me controlar, sabe. – Fez uma careta.

– Então é melhor nós voltarmos pro colégio…

Mas o maior nem imaginava que, na verdade, o Byun nem sabia como reagir a isso. Quando este o cumprimentava com um pequeno sorriso no corredor ou uma grande saudação no quarto em alguma aula vaga em que estão mortos demais para fazerem suas tarefas extracurriculares, sempre acenava de volta, quieto, e abaixava a cabeça. Agora, quando foi convidado para sair – o que ainda pensa ser total e estranhamente impossível – custou pouco para Baekhyun não desmaiar. Já quando ele disse aquelas coisas sobre se segurar para não beijar Byun, aí sim teve um mini-ataque cardíaco e achou que ia morrer. Porém, quando sentiu seus toques no abdômen, o contraiu rápido por instinto, arrepiado, e, diferente das outras vezes, nunca se sentiu tão vivo. Seus hormônios adolescentes faziam-no ter vontade de pegar naquela mão grande e sarrar na barriga, no entanto, tinha noção de que, caso o fizesse, espantaria Chanyeol para longe, e esta era a sua última intenção.

– Controlar? – Baekhyun engoliu em seco. – Estávamos só nos beijando… – Reclamou antes de ficar em silêncio, envergonhado.

Quando corava, costumava dizer que era personagem de um anime, pois apenas uma linha grossa vermelha aparecia, pintando apenas uma parte de seu rosto logo abaixo dos olhos, e era isso o que estava acontecendo. Nunca soube que Chanyeol tinha aquelas segundas (terceiras, quartas, quíntuplas...) intenções consigo, achou que iriam só se beijar e pronto, acabou. Por isso, queria beijar até a boca necrosar e cair, ou mais que isso. Mas não entendia a expressão "se controlar". Tinha que se controlar para não fazer o quê? Transar no meio da rua? O dançarino achava difícil. Impossível. Não, não era verdade.

– Se eu pudesse, tiraria sua roupa ali mesmo e faria tudo o que eu quisesse. Então, sim, melhor parar antes que eu me descontrole. – Assumiu com a voz calma enquanto andava.

E, opa, outro pensamento impossível acabou se tornando realidade.

E uma realidade muito boa, por sinal.


Notas Finais


Oi de novo! Acho que a hora de me redimir chegou, porque (caralho porra inferno cacete todos os palavrões do planeta) eu amei cada um dos comentários do último capítulo, então comentem mais, fazendo favor kekeke. Em segundo lugar, obrigado mais uma fucking vez pelo feedback. São quase 100 favoritos na minha primeira fanfic e ela ainda está incompleta! Me sinto muito muito muito grato por isso, sério mesmo.
Eu postei um jornal há algum tempo avisando que eu entrei pra um projeto, mas ainda não debutei lá. Quando postar, o que acontecerá muito em breve, já que eu tenho uma OS pronta e estou desenvolvendo uma 3shot meio comédia romântica que quem curte Talking Body vai adorar, porque é uma história bem levinha e com um final legal, assim como aqui. Vale relembrar que essas duas obras serão postadas no perfil do projeto, cujo link deixarei aqui embaixo.

Quero agradecer imensamente x melhor beta do universo!!!!! Amém @d4rkness_Girl e suas correções coloridas e organizadas. Já te amo, sério mesmo, real oficial. @/intrínseca, debuta esse meninx!

Tchau, obrigado por me aguentarem, e até a próxima! Amo vocês, mas amo ainda mais quem comenta rs beijos do Daek

Link da música que inspirou a fanfic: https://www.youtube.com/watch?v=nlYbDjwBe2Y
Projeto Sweet Writers: https://spiritfanfics.com/perfil/sweetwriters
Meu twitter (me atormentem, obrigado!): https://twitter.com/whosdakho

P.S: Amo vocês.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...