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História Talvez Nós... - You


Escrita por: R5okay

Notas do Autor


you can't see me, like i see you

Capítulo 7 - You


Janeiro de 2015 (Ano Novo) – RL

Entrei no quarto normalmente, sozinho, para meu bem ou mal, não sabia definir agora. Todos pareciam estar longe e talvez fosse sorte já que eu era o mais distante de todos. Estava congelando, não lembrava da última vez em que senti tanto frio, mas quando me virei, pude jurar que meu corpo havia esquentado tanto que em pouco tempo estaria suando... Aquecedor nenhum tinha aquele efeito, só ela. Riley. Que, aliás, devia estar na Inglaterra com a família para as festas, mas por algum presente do destino, ela estava ali deitada na cama com fones de ouvido, balançando a cabeça no ritmo da música que eu conseguia ouvir dali.

 Riley Donovan, a garota dos seus sonhos, dos meus sonhos, e de qualquer cara em sã consciência; que conseguiu me conquistar sem fazer absolutamente nada, e que conseguiu me chutar com a mesma facilidade. Tá, talvez nem tanto, mas pra mim não fazia diferença, só sabia que quando se tratava dela, conseguia fazer tanta besteira que às vezes era difícil acreditar que estava apaixonado. Difícil para todos, menos para mim, disso eu tinha certeza. A amava mais que tudo, abandonaria qualquer um, daria qualquer coisa para que ela ficasse, mas como sempre, não era assim tão fácil, não com Riley.

Talvez qualquer outra garota tivesse seu preço, mas ela não. Seu único preço era algo que eu não conseguia manter estável por muito tempo, não entendia por que, mas tinha o feito de novo. Três horas atrás, na virada do ano, meus lábios estavam colados aos de uma fã aleatória por não mais que um segundo. Não sabia exatamente o que estava fazendo, vai ver foi o ego... Ou talvez só quisesse entrar na onda do Riker, mas a mais provável era a razão que estava lá no fundo.

Consegui devanear mais um pouco antes que, em um dos movimentos da cabeça de Riley, seus olhos me alcançaram. Ela não fez absolutamente nada ao me ver parado ali na porta, só permaneceu com a cabeça tombada para o lado enquanto nos encarávamos. Eu estava nervoso, mas não tinha por que, não é? Não, não é, tinha sim, eu tinha beijado uma desconhecida no meio da rua, isso já devia estar em todo lugar e ela parecia séria de mais para não saber...

Ali ela estava e ali ela continuou, na mesma posição, se mexendo apenas para puxar os fones das orelhas.

– Oi... – soltei timidamente e ela não disse nada, só permaneceu com um olhar tão neutro fixo em mim que eu não sabia o que fazer. – Ry...

– Sabia que essas coisas dão doenças? – perguntou do nada ao mesmo tempo em que se sentou na cama em um supetão.

– O quê? – franzi o cenho e o casaco já estava se fazendo desnecessário.

– Sair beijando qualquer uma sem saber nada sobre a saúde da pessoa... – falava incrivelmente descontraída e eu juntei as sobrancelhas. – Olha só: eu, Brittany, e agora essa menina... Isso é meio perigoso – disse olhando para o teto. – E nojento também – estremeceu e fez cara de nojo.

– Sinto muito...

– Devia mesmo, mas por você – deu de ombros voltando a olhar para mim.

O que diabos estava acontecendo? Por que ela estava ali? E por que não me mostrava se eu tinha estragado tudo mais uma vez ou não? Ela estava sorrindo e eu não sabia dizer se era irônico, jogando na minha cara que eu era um idiota e só sabia ir pelo caminho errado, não sabia se estava feliz e encabulada ao mesmo tempo depois de tanto tempo sem nos vermos. Não sabia mais lê-la. Isso era mais assustador que tudo. Não a conhecia mais.

– Ross... Eu não quero mais brigar. Eu já entendi, o universo não vai nos deixar em paz, nós não vamos nos deixar em paz... Então quando estamos aqui, só eu e você, precisamos aprender a passar por cima dos erros que insistimos em cometer.

Ela se levantou, falava e dava passos lentamente em minha direção, e eu não conseguia me mover.

– Do que está falando?

– Não estou falando nada.

Não me lembrava daquelas coisas com aqueles detalhes, o modo como ela se movia e sua respiração compassada... Mas ao momento em que suas mãos tocaram meu rosto, eu me lembrava exatamente daquele calor. A mesma coisa com seus lábios, era impossível esquecer aquilo. Seu jeito apressado que conseguia ser calmo de alguma forma me deixava num impasse, só queria tê-la nos braços pelo maior espaço de tempo possível e o fato de parecer tão pouco me deixava agoniado.

Seus passos seguiam para a cama, me arrastando junto. Nunca havia acontecido antes, mas meus joelhos estavam bem, porque no fundo, eles sabiam o que estava acontecendo. E quando caímos no colchão macio, eu também soube. Senti os lençóis no rosto por alguns momentos, e pensei no quanto aquele casaco estava me incomodando. Rolei uma vez para o lado e encarei o teto branco. Ela não estava ali, nunca estaria.

Hoje, faz mais de um ano que não a vejo e nem tenho uma conversa decente. Sinceramente não sei por que a trato assim em meus pensamentos, como se eu estivesse tentando fervorosamente... Mas no fim, eu estava sim, só não o mesmo que ela. Estávamos em caminhos diferentes: ela tentava se prender a mim e eu tentava deixa-la livre.

Não era pra menos tanta confusão, somos dois idiotas. E eu mais ainda. Com tudo isso descobri que só se senta e chora em uma tentativa de martírio, quando as coisas realmente doem, o mundo para por alguns segundos, e esses segundos são tão longos que nunca terminam, e a dor te consome.

Era ridículo, mas eu precisava dela nesse momento e era meu único jeito de tê-la... Imaginando.

E a mais provável razão era aquela. Eu sentia sua falta e não sabia mais para onde ir, para onde olhar. Só sabia que tinha que continuar indo para frente sem olhar para dentro, onde eu guardava o buraco negro que estava aberto no coração.

Eu sabia que tinha que respirar e continuar.

Depois de tirar aquele casaco.


Notas Finais


Olá, olá! Tudo bem com vocês, queridos amores? O que acharam do capítulo? É meio difícil visualizar, mas acho que no fim dá pra entender, né? Ele tava imaginando ela ali e tudo mais...
ENFIM! Venham me contar o que estão achando! Estou demorando pra responder os comentários, mas não desistam de mim, é que eu ando super ocupada, porque a escola está tentando fazer com que eu me jogue da escada!
Não esqueçam que amo vocês! Beijos <3


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