-Eu prometo, Selena. Eu prometo.
(...)
POV Selena Gomez
Fomos em silêncio para casa. Justin perguntou se eu queria que ele me levasse em casa. Respondi que não. Era perigoso.
-Não quer mesmo que eu te deixe em casa? – neguei com a cabeça. – Pode ser perigoso ir andando essa hora da noite. – revirei os olhos. Justin não me conhecia. Literalmente.
-Obrigada, Justin. –falei – Mas eu posso ir. Obrigada, mesmo assim. – ele assentiu, parando o carro.
Abri a porta e meu corpo se arrepiou com o frio que fazia. Sorri para Justin e fui caminhando. Quando olhei para trás, ele já não estava mais lá. Sorri e continuei a caminhar pela noite fria.
(...)
-Até que enfim decidiu sair um pouco. – revirei os olhos ao encarar minha mãe. – Onde foi?
Ignorei sua perguntei e caminhei para meu quarto. Fechei a porta e me joguei na cama. Ouvi a porta ser aberta e minha mãe entrou.
-Você deveria seguir o exemplo de sua irmã, Rid. Você sabe o que o seu pai e seus amigos são. - suspirei. - Você sabe o que o seu pai precisa.
-Mãe, eu não sou rebelde, não sou má, não gosto de me meter em encrencas e não fumo. Só bebo pra agradar meu pai. Eu sou certinha e comportada. Gosto de ler e estudar. Desculpe, mas eu sou assim. - pude ouvir ela bufar, tentando conter a raiva.
-Filha, eu também não era assim. Eu era como você. Mas o amor que eu sentia pelo seu pai era maior. Eu mudei por ele. - ela suspirou. - Você sabe o que seu pai é. Nada vai mudar isso.
-Meu pai é um bandido. Ele é um traficante, bêbado e assassino. Ele matou Luke. - limpei as lágrimas que insistiam em cair. Minha mãe bufou.
-Não fale assim do seu pai, Selena! - pude sentir sua mão forte e pesada bater contra minhas bochechas. Virei meu rosto, por causa do impacto. Novamente outro estralo em meu rosto. Ele queimava e ardia, devido à força de minha mãe. - Luke morreu em um acidente. Seu pai não teve culpa.
Não respondi. Meu rosto pingava de suor, misturado com lágrimas e um pouco de sangue do pequeno corte que se formara em minha boca.
Minha mãe se levantou e caminhou em direção à porta. Antes de sair, se virou.
-Amanhã seu pai irá em uma reunião. Você irá junto com ele. Quem sabe aprende alguma coisa. - fechou a porta, me deixando sozinha.
Procurei meu telefone na bolsa, e quando o encontrei, procurei seu número na agenda. Encontrei.
Tocou algumas vezes, até cair na caixa postal. Droga.
Caminhei até o banheiro. Acendi a luz e me encarei no espelho. Eu estava horrível. A maquiagem havia escorrido, misturada com as lágrimas e o suor.
Lavei meu rosto e o sequei. Voltei ao meu quarto e tirei minha roupa. Coloquei meu pijama preto e me joguei na cama. Peguei meu telefone e tentei ligar novamente para Justin, sem sucesso.
''-Meu pai é um bandido. Ele é um traficante, bêbado e assassino. Ele matou Luke.''
''-Luke morreu em um acidente. Seu pai não teve culpa.''
Um ano atrás~
Luke e eu caminhávamos de mãos dadas. Eu estava envergonhada, era o primeiro menino que eu já havia gostado. Ele era alguns meses mais velho que eu, mas isso não importava. Ele havia me convidado para dar uma volta. Enquanto caminhávamos sob a areia morna da praia, Luke contava histórias sobre a viagem que fizera mês passado. Paramos um pouco e nos sentamos, cansados.
-Você é tão linda. - ele acariciou minhas bochechas coradas.
-Luke... - sussurrei.
Luke se aproximou do meu rosto e me beijou. Fiquei sem reação. Aquele era meu primeiro beijo. Retribuí o beijo um pouco sem jeito. Seus lábios esttavam quentes. Sua respiração, ofegante. Então, ele caiu.
-Luke! - gritei apavorada.
Em seu peito, uma bala. Sangue escorria do seu peito. Eu tentava limpar, sujando minhas mãos com seu sangue.
-Luke! - gritei, enquanto ele me encarava com suas íris azuis.
-Selena, prometa que vai ficar bem. - ele sussurrou - Você promete? - assenti.
Olhei para a direção da bala e meu pai estava ali, com uma arma na mão, me encarando. Seus olhos estavam marejados, iguais aos meus. Ele se virou e pois se a andar, tranquilamente.
-Luke... - Minhas lágrimas caiam sob seu corpo, já quase sem vida. Peguei o telefone com minhas mãos trêmulas e disquei o número da ambulância.
-Alô? - Uma voz calma atendeu.
-Preciso de uma ambulância. - falei chorando. - Meu amigo... - não consegui terminar.
-Tudo bem, fique calme senhora. Enviaremos uma ambulância imediatamente. Qual o endereço?
-Eu estou na praia. -consegui responder. - Em frente ao quiosque do Dino's.
-Tudo bem. Apenas fique calma. - assenti, deligando o aparelho.
Acariciei o rosto de Luke, tentando acalmar tanto ele quanto eu. Depois de poucos minutos, a ambulância chegou.
-Você tem que se afastar! - gritou o enfermeiro.
-Eu não posso! - falei
O homem me empurrou e pois se a ajudar seus companheiros. Tampei meu rosto com as mãos, chorando.
-Calma, vai ficar tudo bem com ele. - ouvi uma voz doce atrás de mim. Me virei encarei sua grande cabeleira negra e enrolada, como a minha.
-Não, não vai. Não precisa me consolar. - retruquei.
-Não entendo por que você é assim comigo. Eu nunca te fiz nada. - falou dando de ombros.
-Você é minha irmã. Não tem motivo pior que isso. - falei. Ridley revirou os olhos e se virou, caminhando. Parou antes de chegar a rua. - Ah, só para você saber, nós transamos ontem a noite, na festa da Lacey. Foi maravilhoso. - Sorriu maldosa e atravessou a rua.
Caí de joelhos no chão, gritando de ódio e agonia. Meu pai matou meu melhor amigo. Minha irmã transou com ele. Levantei-me e corri para casa.
(...)
-Onde você estava? - meu pai perguntou irritado.
-Eu estava ajudando meu amigo. Que você matou. - sorri irônica.
Meu pai colocou sua cerveja na mesa de centro e caminhou até a passos lentos e pesados. Fechei meus olhos, esperando um tapa. Nada aconteceu.
Senti uma respiração em meu pescoço, e meu pai sussurrou.
-Se você contar a alguém, você é a próxima. - ele riu malicioso - Talvez eu possa me divertir um pouco com você, caso não se comporte. - beijou meu pescoço, deixando um chupão no local.
Ele se afastou e voltou a se sentar, bebericando a cerveja. Suspirei segurando as lágrimas e corri para meu quarto. Joguei-me na cama e desabei. Chorei até meus olhos secarem e o sono me atingir.
-Eu irei me vingar, Luke. Eu prometo. - falei, fechando meus olhos.
Flashback off~
-Selena? Alô? - ouvi Justin no telefone
-Justin, me espere no parque central as 5 da manhã. - falei
-Ahn? - ele parecia confuso - Como assim? Do que você está falando?
-Eu vou fugir. E pretendo não voltar.
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