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História Te Pego na Saída - Quem é o melhor aluno?


Escrita por: coldweather

Notas do Autor


AMORES, AMORES, AMORES. Tudo bem com vocês? Espero que sim! Vamos lá, eu realmente precisava escrever uma OS Jikook onde há competitividade!
Espero mesmo que vocês gostem dessa fific!
Boa leitura!

Capítulo 1 - Quem é o melhor aluno?


Quando você é definitivamente o melhor aluno da sala, você está mais do que acostumado a ser o centro das atenções.

Podem me chamar de egocêntrico, é só mais um apelido do qual irei ignorar. Também sempre fui muito seguro de mim, e todas as vezes que algum professor resolvia elogiar um aluno (fazendo com que a maioria dos outros revirassem os olhos), eu era o primeiro da lista. Meu nome sempre saía da boca dos professores com um evidente orgulho, e não havia nada que eu pudesse fazer. Eu era um aluno que chamava a atenção da faculdade inteira.

“Sejam como Jeon Jeongguk, o nosso aluno de ouro. Por que vocês não seguem o modelo dele?”

“Se empenhem mais, queridos alunos, eu tenho certeza que todo esse esforço valerá à pena. Jeongguk tirou a maior nota de todas, como sempre, e dele eu não tenho do que reclamar. Ele traz muito reconhecimento para essa faculdade.”

Então, sim. Eu realmente me acostumei a ser o centro das atenções o tempo inteiro. Acontece que, de repente, um aluno em especial começou a querer ganhar todo esse destaque para ele também.

Park Jimin era o seu nome.

Talvez a missão de sua vida era querer me tirar do sério.

Provavelmente, sempre havia sido.

Ele sorria para todos como se nada pudesse o atingir. E podem acreditar em mim, as pessoas gostavam dele de verdade. Talvez fosse a simpatia, ou a maneira como ele se sentava na carteira, a coluna reta, os olhos fixos no professor, concentrado e disposto a ajudar qualquer um que franzisse o semblante, confuso com alguma parte da matéria que para ele, nunca era complicado demais.

Ás vezes, as pessoas nem precisavam pedir por ajuda, ele estava lá com a sua voz doce junto de toda a paciência do mundo. Como eu, ele passou a anotar cada pequeno detalhe da aula para se lembrar de tudo posteriormente, e assim, estudar e tirar ótimas notas.

No começo, não me preocupei muito, devo ser bem sincero. Achei que com o tempo, Park Jimin iria entender que todos os elogios deveriam ser direcionados somente a mim. Eu sempre ficava sério quando o fitava, e ele notava o meu desgosto, sabia que eu não estava nada feliz com a sua forma de querer tirar o meu, digamos, destaque. Enquanto eu permanecia com o semblante fechado, encarando-o como se ele não passasse de um ser abominável, ele me olhava de volta com aqueles olhos sempre risonhos.

Nunca tive certeza se ele estava zombando de mim, até o dia em que recebemos a prova de Contabilidade Básica I. O número dez brilhava no canto superior da prova dele. A professora até fez um coração pequeno abaixo da nota e fez questão de escrever um “parabéns” com a sua letra elegante. Talvez fosse um ato muito infantil, já estávamos na faculdade, mas era uma maneira incrível de demonstrar contentamento conosco, afinal de contas, queria dizer que a professora também estava fazendo um trabalho brilhante.

No entanto, era exatamente o que ela escrevia nas minhas provas, caralho.

Tratava-se de um mérito meu.

Apenas meu.

Eu estava tentando conter a raiva que apenas aumentava dentro de mim (como um monstro feroz, poxa vida, não era justo me tirar do sério desse jeito), e quando a minha prova foi entregue, vi um simples 9,5. Nenhum elogio. Nada.

Franzi o cenho enquanto experimentava a sensação de fracasso. Juntei um pouco de coragem para olhar para Park Jimin, que, adivinha só, já estava me fitando. Era como se ele estivesse contando com a minha raiva e desgosto, como se soubesse que me deixaria realmente chateado e apreciasse isso.

Não pude deixar de pensar nas incontáveis maneiras que eu poderia assassiná-lo sem levantar suspeitas. Só não se assustem comigo, não sou do tipo assassino alucinado. De qualquer forma, tudo contribuiu para que eu me irritasse. O jeito como ele fez questão de depositar a prova cuidadosamente sobre o tampo da mesa, fazendo com que todos os olhares admirados se direcionassem imediatamente a ele, a forma como seu corpo estava levemente inclinado para a minha direção só para que ele pudesse prestar atenção no meu rosto se fechar de desgosto, e a maneira como um sorrisinho implicante se abriu.

Ele não estava apenas querendo brincar. Ele estava, claramente, planejando uma guerra contra mim.

Pude sentir o meu sangue se esquentar no mesmo momento e resisti a vontade de lhe mostrar o dedo do meio.  

Eu sabia que interiormente, ele estava gargalhando da minha fraqueza.

Naquele mesmo dia, vi com os meus próprios olhos que Jimin estava se esforçando ao máximo na aula de Estatística I para impressionar o professor. E adivinha só, também conseguiu. Ele fazia cálculos mais rápido do que qualquer aluno e também aproveitava para mostrar a facilidade que tinha com os números. Para a minha falta de sorte, eu era bem melhor em Planejamento Estratégica e Recursos Humanos, mas o professor focou-se nos cálculos.

Jimin sorriu, contente, porque se tratava da sua matéria favorita no curso todo e o professor que já havia conhecimento de sua rapidez com os números, o escolheu como o monitor daquela aula. Era ridículo como os garotos apoiaram a decisão e os elogios percorriam a sala na velocidade da luz. Ele era bom, não vou dizer que não, mas também não era necessário tanto alarde, não era como se ele fosse um grande revolucionário.

— O que está acontecendo? – Taehyung me lançou um olhar curioso ao me ver segurar a caneta com mais força, os cabelos loiros soltos na testa. Ele era o garoto que mais conversava comigo e eu tinha a ligeira impressão de que seu plano era de se aproveitar da minha inteligência e garantir uma dupla fixa para as provas e trabalhos. É como dizem por aí, o mundo é dos espertos. — Parece que você está prestes a matar alguém.

— Talvez eu esteja. – falei rápido, voltando a olhar para o meu caderno cheio de anotações. Não estava a fim de explicar a minha situação delicada (eu estava sofrendo uma quase ameaça, mas ninguém precisava ficar sabendo sobre a minha pequena desvantagem).

E como se não bastasse, vi o momento exato em que Jimin olhou para mim durante escassos segundos, aparentemente satisfeito com a minha desvantagem.

Na seguinte semana, fiz questão de ser o primeiro a responder as atividades que os professores passaram, me empenhava até mesmo em fazer todas as pesquisas e trabalhos primeiro do que todos.

Se querem mesmo saber, eu estava me sentindo como uma criança do maternal diante daquela competição, não vou negar. Mas, em minha defesa, quero dizer que eu só não gostaria de ser fracassado. De me sentir fracassado. Não era a imagem que eu gostaria que as pessoas tivessem de mim. Não era a imagem que eu gostaria de ter de mim. Fora que era uma grande recompensa olhar furtivamente para Jimin depois de eu ter entregado as minhas atividades completamente respondidas, e ver a maneira com a qual ele segurava a lapiseira com um pouco de força enquanto lia as questões e tentava respondê-las com rapidez.

Ele era bom, mas eu era muito mais.  

Em poucas semanas, consegui recuperar o meu título de aluno de ouro, mas sabia muito bem que Jimin não tinha desistido de me superar. Eu conseguia sentir seus olhos em mim observando tudo o que eu fazia, contando cada passo que eu dava na faculdade. Nesse tempo, eu também observavá-o secretamente porque, sabe, é necessário analisar o perfil do concorrente algumas vezes.

Creio eu que os professores notaram essa disputa insana que acabou crescendo entre nós de repente, mas nenhum deles comentou absolutamente nada conosco. Provavelmente éramos o assunto na sala deles durante os intervalos em que eles tomavam café e comiam bolinhos diet fornecidos pela direção.

Na semana seguinte, fui surpreendido por uma ideia da professora de Recursos Humanos que conseguiu animar os alunos. Deveríamos criar um projeto que fosse melhorar a vida dos alunos no interior da faculdade de alguma forma. Eu me empolguei, é claro. A primeira coisa que fiz foi arrancar uma folha do caderno e começar a preenchê-la com ideias que fossem consideráveis. Fazer planos no papel é uma ótima forma para organizar os pensamentos, eu aprendi isso sozinho, tanto é que estudava através de resumos que eu mesmo fazia dos livros.

— Já sabe o que vai fazer? – Taehyung me perguntou depois de longos minutos, debruçando-se para o lado, mais precisamente para a minha carteira, tentando ler o que eu estava escrevendo na folha.

— Não, eu só estou fazendo... Sei lá, planos.

— Posso dar uma olhada? – perguntou com uma pontada de interesse.

— Taehyung? – olhei-o com seriedade e virei a folha, impedindo que aqueles olhos ligeiros e bem curiosos decodificassem algo. Não seria nada legal que ele furtasse alguma ideia minha. — Eu te agradeceria pra caralho se você me deixasse trabalhar um pouco. Eu sei que você quer ajuda, que talvez até queira se aproveitar das minhas ideias, mas não estou de acordo com isso. Você é esperto o suficiente para ter suas ideias sozinho.

Ele arregalou os olhos, aparentemente assustado com a minha repentina aspereza. Eu não queria ser ignorante, mas a questão era que Taehyung já estava praticamente me sufocando com aquele interesse inesperado. Levantou as duas mãos para mim, as palmas abertas como se estivesse se rendendo.

— Cara, é TPM?

— Olha... – respirei fundo antes de responder. — É sério, eu quero muito, muito, muito fazer isso direito, e eu preciso me concentrar aqui.

— Você não precisa tratar a faculdade como se fosse um trabalho, Jeongguk. – O tom de reprovação que ele usou me fez segurar o lápis com mais firmeza. — Não precisa se matar por isso o tempo todo. Olhar pra você chega a ser desesperador com toda essa mania de perfeição em tudo o que faz na sala. Sério, para, mano.

— Ué, não é você quem está aqui fuxicando o que estou fazendo? Eu estava bem quieto até então.

— Você precisa se tratar! – falou com um ar risonho porque era visível que eu estava ficando irritado. — Sabe de uma coisa? Fica aí sozinho com os seus projetos. Só cuidado para não se sufocar com tanta ignorância. E, ah, eu não estou interessado em roubar nada, só para você ficar sabendo mesmo.

— Cara...

— Ô, Taehyung! – escutei a voz do Jimin chamando-o, atraindo a sua atenção na mesma hora. — Vem aqui ver a outra ideia que tenho, é melhor do que a primeira, me dê sua opinião. – E Jimin sorriu como se fosse algo esplêndido. Ele sempre sorria quando falava com as pessoas, sempre tentava ser agradável ao máximo.

Só não entendi o motivo de ter me sentido tão incomodado com aquela aproximação dos dois, com o fato de ter escutado o Taehyung dizer que o Jimin era definitivamente o melhor.

Desviei o olhar e continuei trabalhando nas minhas ideias, eu não gostaria de perder muito tempo reparando em coisas e pessoas que não deveria reparar de maneira alguma.

Acontece que, inesperadamente, eu escutei o riso de Taehyung ecoar pela sala e depois dizer algo como “eu sei, ele não tá bem da cabeça não, acho que estudar tanto acabou matando todos os neurônios dele.” Soube exatamente que eu era o foco da conversa, e que estavam rindo de mim.

Se querem saber de uma coisa sobre a minha personalidade nada paciente, eu simplesmente detesto com todas as minhas forças que riem de mim por qualquer motivo que seja. E foi exatamente por isso que eu me levantei da carteira com raiva, chamando a atenção de praticamente todos os alunos com o barulho.

Naquele momento, a professora não estava na sala, havia deixado a turma resolvendo questões sobre o projeto e foi até a direção fazer alguma coisa que não interessava a ninguém, e eu agradeci mentalmente por isso.

— Do que vocês estão rindo? – Eu perguntei, olhando para eles com uma raiva enorme.

Taehyung foi o primeiro a mudar de expressão. De risonho, passou a ficar assustado enquanto me encarava como se eu fosse um monstro prestes a devorar todas as suas tripas. Até vi quando o seu pomo de adão subiu e desceu rapidamente, engolindo em seco.

— Calma, cara. Não estamos rindo de nada não... – Ele falou, tentando explicar-se.

— Na verdade, estamos. – Foi Jimin, ao lado dele, quem se levantou da carteira, olhando para mim fixamente. — Por quê? Está incomodado?

— Será que você não se cansa de ser estúpido, Jimin? – Eu realmente estava com raiva. A minha garganta queimava e todos os alunos olhavam para nós com o máximo de atenção possível. Era quase como se fôssemos a atração principal do dia. É incrível como todo aluno gosta de assistir uma boa discórdia, para, sabe, sair um pouco da rotina.  

— Não, me escuta, quem está sendo ridículo aqui é você, babaca. – respondeu usando o mesmo tom.

Eu meio que iria avançar para cima dele, caso a professora não tivesse chegado naquele exato momento. Horrorizada, nos olhou como se fôssemos de outro planeta.

Era irônico pensar que nós, os que eram considerados alunos excelentes, não poderiam causar nenhum tipo de discórdia em momento algum. Mas, será que a professora nunca tinha considerado que, para nós, não se tratava apenas de um simples projeto, mas sim da oportunidade ideal para mostrar quem era o melhor e ponto final?

Eu estava com a respiração um tanto ofegante quando olhei bem nos olhos de Jimin, que me encarava de volta sem nenhum tipo de receio. Nunca vi alguém tão determinado como ele, e isso, de certa forma, acabava com a minha paciência que já estava mínima desde o momento em que ele começou a querer me superar.

Por isso, me aproximei dele o suficiente para que todos ao nosso redor entrassem em alerta, encostei minha boca o mais próximo de sua orelha e disse em tom de ameaça:

— Te pego na saída.

Ninguém além dele escutou. Era um problema para resolvermos entre nós e não precisávamos armar o maior circo de todos os tempos na faculdade. Se havia algo que me irritava, era como os alunos praticamente se tornavam animais selvagens quando uma briga estava acontecendo.

— Jeongguk, volte para a sua carteira por gentileza e deixe seu colega em paz. – A professora pediu, tentando manter o controle.

— Então peça para o “meu colega” deixar de ser inconveniente. – Eu disse, me afastando e voltando a me sentar na carteira como havia sido pedido. Eu ainda estava com muita raiva e conseguia escutar os cochichos dos alunos comentando sobre o ocorrido.

Não voltei a olhar para Jimin depois disso, mas sabia que eu tinha passado o recado.

E ele não era medroso.

Muito menos covarde.

Porque quando chegou o momento de irmos embora da faculdade e os alunos quase se desesperaram para se verem livres o mais rápido possível daquele lugar depois de tantas horas sentados em uma carteira, Jimin fez questão de me esperar no corredor.

Ele estava com o semblante sério, os olhos se fixaram nos meus quando me aproximei, determinado. Ele realmente não se sentia intimidado, muito diferente de Taehyung que, com qualquer mínimo movimento meu, tentava se desculpar e se encolhia todo.

Jimin me encarava com tanta seriedade que eu soube na mesma hora que ele queria defender o seu ponto de vista, seja lá qual fosse.

Esperamos o corredor ficar completamente vazio.

Nós dois continuamos nos encarando.

— Então, você realmente não quer fugir? – perguntei, dando-lhe uma última chance. — Se quiser, pode me confessar que você se arrependeu, me pedir desculpas que eu deixarei você ir como se nada tivesse acontecido.

Eu não era um cara violento, havia brigado apenas duas vezes em toda a minha vida, mas porque foi extremamente necessário. Não gostava de machucar as pessoas, de sentir aquela descarga de adrenalina, de ter que me envolver demais com o lado emocional. Brigas envolvem sim um lado emocional enorme, mas todo mundo sempre tenta esconder para deixar que a fúria e força prevaleçam.

No entanto, Jimin apenas sorriu.

Sorriu de mim ou do que eu disse.

A forma como ele se posicionava conseguiu me irritar ainda mais.

— E por que eu fugiria, Jeongguk? Você avisou e eu estou aqui. – falou em alto e bom som. — Está querendo descontar a sua raiva em mim por eu estar conseguindo chamar a atenção dos professores e não consegue lidar com isso, não é? Não percebe que isso é extremamente egoísta?

Eu me aproximei o suficiente para perceber que ele estava nervoso e com a respiração levemente descompassada. Havia uma tensão muito grande entre nós, e qualquer um que ousasse passar por aquele corredor seria capaz de perceber. Jimin não desviou os olhos dos meus em momento algum, não deixou ser intimidado, até eu colocar o dedo indicador sobre a sua boca.

— Egoísta é o caralho. Eu sempre fui o melhor aqui, todos desse lugar se inspiram em mim, até os professores vivem se gabando por terem um aluno tão bom como eu. E, sério, eu não preciso de concorrência, Jimin. Já está mais do que claro aqui quem é o melhor. Você só está perdendo o seu tempo. – Ele tirou rapidamente a minha mão sobre a sua boca, os dedos pequenos circundaram meu pulso com força e eu senti seu hálito quente bater em meu rosto.

— Será que sou eu que estou perdendo tempo? Porque é curioso como você tem tanta certeza de que é o melhor aluno de todos, mas mesmo assim, está aqui comigo, querendo impor o que você acha. – falou com rapidez.

— Você não sabe como é pra mim.

— Eu sei, Jeongguk. Eu sei que você é egoísta pra caramba. A faculdade não te pertence, assim como as notas máximas também não. Sou inteligente o suficiente para tirar notas boas e não vou deixar de me esforçar só porque você quer. – falou bem decidido.

Pressionei-o contra a parede e aproximei a minha boca de seu rosto para que a minha ideia ficasse bem clara. Eu não estava brincando.

— Você me faz ficar tão nervoso, Jimin. – proferi, tentando não enlouquecer. — Eu não sou violento, mas você me deixa nesse estado, porra.

Ele ficou quieto, olhando para mim. Nós dois éramos fortes demais, determinados e não nos daríamos por vencidos até fazermos um verdadeiro estrago. Seria de fato uma briga acirrada.

— Só aceite que é egoísta. – Ele falou tão baixo que pensei ter imaginado. — Merda, você se acha o dono de tudo e isso também me irrita.

— E você fica com esse sorrisinho o tempo todo, sendo gentil com as pessoas, fazendo com que elas gostem de você... – demonstrei todo o meu desgosto. — Não precisa ser tão superficial.

— Eu não sou superficial! Sou o que sou, e não tenho culpa se você é ignorante, se não se importa com as pessoas ao seu redor porque quer manter esse seu ego inflado. Você viu como falou com o Taehyung hoje? Ele só queria conversar contigo.

Quase ri da situação.

— Está defendendo o namoradinho? – provoquei-o, levantando uma das sobrancelhas.

— Sério... – Ele balançou a cabeça negativamente e ainda me fitando, fez questão de sorrir daquele jeito que só ele sabia sorrir. Eu só não soube explicar muito bem o motivo de ter achado-o diferente naquele momento de tensão. Era um sorriso que ele usava para se defender. Só que, como é que eu nunca tinha reparado antes que se tratava de um sorriso até bem bonitinho? — Você é ridículo.

— Ah, sou?

— É! – Ele parou de apertar o meu pulso e colocou as duas mãos no meu peitoral, como se estivesse prestes a me empurrar para trás. — Vê se presta atenção no que você faz com as pessoas, merda. Você ficou tão diferente depois que nos afastamos.

Por um instante, ele parou de falar e fitou os meus lábios. Eu queria fingir que não reparei o pequeno deslize da parte dele, mas foi a primeira vez que ele desviou os olhos dos meus desde então. A forma como ele continuou fitando-os, me fez lembrar de tudo o que já tinha acontecido entre nós.  

Eu não costumava ter uma personalidade tão penosa assim. Isso foi mudando, e Park Jimin era o responsável por isso.

Aconteceu exatamente quando ele me beijou no começo do ano, e eu perdi o controle de quase tudo. Estávamos fazendo um trabalho, sentados na minha cama. Comecei a ler um texto narrativo em voz alta que a professora passou para nós dizendo que teríamos que decorá-lo porque seria importante para a produção do trabalho. E tudo bem, eu estava prestes a chegar na parte do texto onde havia uma importante explicação sobre contabilidade, quando, de repente, Jimin me beijou.

Isso nunca tinha acontecido antes, não com um garoto e, de certa forma, o beijo acabou mexendo comigo mais do que deveria.

Não queria ter gostado tanto de sentir seus lábios quentes nos meus, assim como também não queria ter sentido vontade de continuar. Mas, fiz questão de interromper aquele beijo porque a confusão me definia.

Qual é, Jimin era o meu amigo e havia me beijado sem nenhum tipo de aviso prévio. Foi assim que nos afastamos porque o expulsei da minha casa, tomado pela confusão e nervosismo.

Passei semanas achando que eu estava louco visto que só conseguia pensar naquele momento e em como ele me olhou levemente esperançoso quando interrompi o beijo.

A minha vida e meus sentimentos estavam uma bagunça desde aquele ocorrido.

Acredito que foi por isso que me tornei mais empenhado nos estudos, já que manter as minhas notas altas era a única coisa que eu poderia controlar.

E Park estava ali, à minha frente, olhando exatamente para os meus lábios como se mais nada importasse, como se quisesse me beijar outra vez.

— Não. – falei com certa autoridade. — Não me olha desse jeito.

— Você sabe que é a primeira vez que estamos nos falando depois do que aconteceu, não é?

— Eu sei. – Minha voz soou tão firme que me surpreendi. No entanto, Jimin voltou a sorrir, e de novo, aquele sorriso acabou mexendo comigo mais do que deveria. Arrisquei-me a encarar o sorriso de canto dele durante alguns segundos e, caramba, eu estava ferrado, ferrado de um jeito como nunca estive antes. Ás vezes, é muito complicado encarar a realidade e entender a dimensão dos sentimentos que você tanto tentou ocultar. — Que seja. Acho que você já entendeu o meu recado, não é?

— Eu estou esperando...

— Esperando o que exatamente? – indaguei.

Jimin tirou o sorriso dos lábios, mas continuou me encarando intensamente, quase suplicante.

— Você disse que me pegaria na saída, Jeongguk. – percebi que não estava imaginando a situação quando seus lábios estavam extremamente próximos dos meus, eu conseguia sentir perfeitamente o calor de seu hálito, fazendo-me entrar em alerta. Meu coração deu um salto quando suas palmas arrastaram-se ligeiramente em meu peitoral sem nenhum tipo de cuidado. Caso alguém nos visse ali, não seria algo muito agradável.

— Você, meio que... Entendeu as coisas do jeito errado. – tentei me explicar com certa dificuldade porque aquela pequena aproximação estava me deixando mais tenso do que o aceitável.

— Não, você que entendeu tudo errado. – Ele umedeceu os lábios, e sério, acho que nunca tive tanto autocontrole assim na minha vida porque eu quase consegui sentir o gosto do beijo dele outra vez. E era bom. Era bom pra caralho.

Se eu pudesse descrever tal momento com uma única palavra, eu escolheria “tentação”.

Não havia nada mais tentador do que Jimin daquele jeito.

Era como voltar ao passado e ter a chance de fazer tudo dar certo.

— Jimin...

— Hum?

Seus olhos estavam mais acesos do que o normal e o nervosismo em mim apenas aumentou sem que eu conseguisse controlar. Considerava-me alguém calmo, mas a partir do momento em que eu ficava perto de Park, as coisas se transformavam muito.

Suas mãos quentes desceram um pouco mais até empacarem em meu abdômen, que se contraiu involuntariamente. Não estava acostumado a ser tocado nessa região, ainda mais por ele.

Mas, era tudo uma grande perdição porque mesmo eu sendo um cara e ele sendo outro cara, não queria que ele tirasse as mãos de mim. Não queria deixar de sentir o calor agradável (embora eu estivesse afundado em confusão), e também não queria deixar de me sentir instigado.

De novo, Jimin deixou de me encarar tão diretamente e fitou meus lábios entreabertos sem se policiar e qualquer pessoa conseguiria ver claramente que ele desejava me beijar. Jimin parecia clamar silenciosamente por isso.

A distância se encurtou ainda mais quando ele inclinou a cabeça ligeiramente para frente e nossos lábios se resvalaram tão suavemente, houve um leve formigamento no local e eu senti toda aquela tensão entre nós aumentar.

Eu já estava quente quando os dedos, ligeiros e surpreendentes, pararam no cós da minha calça.  

— Estamos no meio do corredor. – lembrei.

— Devemos ir para outro lugar?

Minha mente respondeu “não”. Claro que não. Mas, meus lábios tiveram a capacidade de me trair da forma mais descarada possível.

— Sim. Minha casa. – As palavras saíram peremptoriamente.

Eu não sabia exatamente o que estava fazendo, mas de repente, tudo me pareceu tão adequado.

Enquanto saíamos da faculdade, os passos rápidos demais, o vento gelado contra nossos corpos, havia a ansiedade anormal, pois estávamos prestes a fazer algo que eu sempre recusei. Jimin caminhava ao meu lado com os olhos fixos em algum lugar à nossa frente, provavelmente contando os passos para chegar até a minha casa, que por ironia do destino, se localizava duas ruas atrás da faculdade – o que me permitia acordar apenas vinte minutos antes do início das aulas.

Diferentemente de mim, Jimin não mudara em nada desde que nos afastamos.

O sorriso.

Os olhos que eram espremidos pelas bochechas quando sorria, os dedos pequenos que geralmente estavam nas alças da mochila, a postura ereta, os cabelos tão brilhantes à luz do Sol.

Ele era bonito sim e eu me sentia praticamente invisível ao seu lado, era como se ele roubasse toda a beleza do mundo apenas para si.

Jimin estava um pouco apreensivo quando chegamos, eu conseguia notar nos pequenos trejeitos, na forma como se movimentava cautelosamente como se estivesse prestes a ser rejeitado a qualquer momento, quando como eu o empurrei depois de ele ter experimentado o gosto dos meus lábios.

Naquele dia fatídico, ele queria que eu retribuísse aquela demonstração de carinho.

Ele se apaixonara por mim e quis arriscar de uma vez por todas, beijando-me no meu quarto. Precisou encher-se de coragem antes de ter feito aquilo, e eu, covarde, fugi e me afastei de todas as maneiras possíveis.

Pessoas covardes tendem a correr dos problemas.

Eu não sabia lidar com o fato de que provavelmente eu estava gostando do meu amigo, e tentar me esquecer do que havia acontecido em meu quarto sempre me pareceu a opção mais fácil.

Abri o cadeado do portão da minha casa e deixei que Jimin entrasse primeiro. Tudo aconteceu rápido demais, e quando pisamos na sala principal, o vi tirando a mochila dos ombros depois de colocar os sapatos próximos à porta. Imitei sua ação sentindo um gosto estranho na boca, acompanhado de um frio na barriga que eu não costumava sentir.

— Você... Sabe, pode ficar à vontade. – Era uma pequena mania minha. Sempre que recebia visitas, esperava que elas se sentissem à vontade, que gostassem do ambiente e da minha presença.

Jimin riu baixo com o meu pequeno comentário e assentiu.

Era estranho. Mas, ele mordiscou o lábio inferior nervosamente e tudo o que eu queria fazer era beijá-lo de uma vez por todas. Por isso, avancei alguns passos até me aproximar daquele garoto que, de tanto insistir, de tanto chamar a minha atenção da sua maneira (mesmo que me irritasse tanto todos os dias), acabou conseguindo o que ambicionava.

Enganchei os dedos na ponta do queixo dele e inclinei sua cabeça levemente para cima. Jimin fechou os olhos durante alguns segundos, como se estivesse apreciando o meu contato em sua pele tão quente e agradável, e quando as pálpebras se abriram, os olhos prosseguiram me fitando com uma intensidade excessiva.

— O que você está fazendo? – perguntei. — Você, por acaso, quer me deixar louco?

— Essa é a sua forma de ver as coisas?

— Provavelmente sim. – encostei nossas testas de leve e suas mãos pequenas se apoiaram em minha cintura, como se quisesse demonstrar que aquela aproximação era necessária.

— Então, sim. Quero te deixar louco por mim da mesma forma que eu sou louco por você.

Eu meio que ofeguei e senti a adrenalina correr bem rápido em minhas veias.

— As coisas estão tão mal resolvidas entre a gente... – desabafei, sentindo as mãos dele pressionando a minha cintura com mais força. Ele não fazia a mínima questão de esconder a maneira como me queria.

— Podemos resolver agora. É justamente por isso que estou aqui, Jeongguk.

— Vem. – falei ao me afastar, e andei na frente. Olhei por sobre o ombro só para lembrar-me daquela imagem; Park Jimin me seguindo pelo corredor em direção ao meu quarto, necessitado.

Naquele momento, me considerei sortudo. Não era todo garoto que poderia levar alguém em casa depois da faculdade com segundas intenções. Eu não tinha irmãos e meus pais trabalhavam em um escritório de advocacia, ou seja, chegavam apenas bem tarde da noite. Não era como se eles não se preocupassem comigo, na verdade, sempre estavam se certificando se tudo estava em perfeita ordem e se eu não me sentia solitário.

Eu gostava de ficar sozinho em casa, pois tinha a minha total privacidade e não precisava ficar me vigiando quando queria andar apenas de boxer pela casa, ou quando ficava duro e sentia vontade de me masturbar. O sonho de todo cara solteiro é ficar sozinho em casa todos os dias para poder assistir a um milhão de vídeos pornográficos por dia.

Bem, eu tinha aproveitado muito bem essa fase, mas as coisas estavam diferentes agora. Não precisava mais ficar apenas assistindo a vídeos, imaginando como seriam tais sensações, já que Jimin estava no meu quarto, olhando para mim com aqueles olhos tão atentos, enquanto eu o analisava da cabeça aos pés. Não suportei mais ficar distante e com passos rápidos, me aproximei outra vez.

Olhá-lo tão de perto em meu quarto com certeza era uma situação que achei que jamais voltaria a acontecer, mas a verdade é que não há como correr de grandes vontades durante muito tempo. Ele sabia que eu estava gostando de estar tão perto assim, porque entreabriu os lábios cheios e me provocou, passeando com eles em meu queixo quando juntei nossos quadris.

Fechei os olhos, sentindo aquela carícia gostosa e, segundos depois, os lábios já estavam em meu pescoço. Seus dedos também seguiam acariciando minhas costas enquanto eu, vagarosamente, resvalava a minha ereção que já crescia contra a dele.

O cheiro de Park era incrivelmente bom. A boca cheinha ia me torturando enquanto eu pensava em mil e uma coisas obscenas. Ele também estava tão duro quanto eu, e a forma como ofegou baixinho, próximo ao meu ouvido, me fez arrepiar.

— Você tem noção do quanto você é gostoso? – Ele perguntou, o sorriso que foi desenhado em seus lábios espalhava excitação, assim como os seus olhos que não conseguiam esconder absolutamente nada de mim, não naquele momento. — Olha o estado que você me deixa.

— Assim? – friccionei nossas ereções um pouco mais rápido e as pontas de seus dedos cravaram em minhas costas, por cima da camisa.

Vi quando ele fechou os olhos, sentindo absolutamente tudo o que deveria sentir. Aproveitando a situação, levei a mão na direção de seu membro desperto e o apalpei com firmeza para depois massageá-lo bem devagar.

Ele sussurrou meu nome e deixou uma mordida em meu pescoço para mostrar que estava gostando muito de ser tocado daquela forma. O tecido das nossas calças era bem fino, o que contribuía para que ele sentisse tudo com mais intensidade.

Porém, eu queria ir mais além porque vê-lo de olhos fechados, proferindo o meu nome baixinho enquanto eu simulava uma masturbação bem lenta, era incrível. Segundos depois, eu já estava com a mão dentro de sua calça, deixando que as pontas dos dedos encontrassem a ereção escondida pela boxer. Ele choramingou de desejo, e remexeu-se ligeiramente em minha mão, o pênis pulsando. Eu realmente estava gostando da experiência, deixar um garoto duro era bem interessante.

— Está gostoso assim? – perguntei rouco bem próximo de seu ouvido, e Jimin sofreu um calafrio quando o ar quente escapou de meus lábios, estimulando-o ainda mais.

— Jeongguk... – falou de um jeito quase choroso. Sabendo que eu estava excitando-o muito, resolvi tocá-lo diretamente e induzi minha mão para o interior da boxer, encontrando seu pênis molhado de pré-gozo e pulsando entre meus dedos. Sorri maliciosamente quando ele encostou a cabeça na parede, de olhos fechados, a respiração alterada. — Nossa...

Eu nunca tinha masturbado ninguém além de mim, mas eu sabia exatamente o que fazer, visto que me masturbava o tempo todo. Saber como tocar outro homem é algo extraordinário, e eu soube disso no exato momento que Jimin mordeu o próprio lábio com força enquanto eu aumentava o ritmo.

Ele sempre cortava o silêncio com seus gemidos tão baixinhos e roucos que me deixavam insano, as mãos que outrora se encontravam em minhas costas haviam passado para a minha cintura, debaixo da camisa.

Os dedos se deslizavam algumas vezes em minha pele numa tentativa meio frustrada de retribuir as sensações, mas o garoto estava tão concentrado no prazer que eu estava lhe proporcionando, que muitas vezes ficava bem quietinho, apenas sentindo meus dedos trabalhando nele sem pausas.

Achei quase surreal quando Jimin gemeu arrastado e eu soube que ele estava prestes a gozar ali mesmo e nem avisaria, visto que estava achando tudo tão gostoso. Foi exatamente por isso que eu parei de masturbá-lo, olhando-o diretamente em seus olhos e com um sorrisinho quase cínico, resvalei meus lábios nos dele sem muita pressa.

Jimin foi ligeiro quando capturou meu lábio inferior com os dentes e eu ofeguei, completamente rendido. Só assim, suas mãos começaram a se movimentar em meu corpo, as pontinhas quentes e macias dos dedos passeando em meu abdômen, fazendo cada poro do meu corpo se arrepiar na mesma hora. Levantei os braços quando ele tirou a minha camisa sem muito cuidado e jogou-a para algum lugar daquele quarto.

Eu também tirei a dele logo depois porque eu não tinha a intenção de perder muito tempo, e no momento em que nossos peitorais se encostaram, pude sentir meu coração dar um solavanco forte. Meu lábio foi sugado com muita vontade, o que acabou despertando todas aquelas lembranças que me esforcei para me esquecer de todas as maneiras possíveis.

Eu sempre soube que beijá-lo era incrível, por mais que eu tentasse negar.

Minhas mãos percorreram impacientes as laterais de seu corpo quente até pousarem em sua nuca, onde coloquei um pouco mais de pressão para que nossas bocas se juntassem de uma vez por todas, o que de fato acabou acontecendo, dando início a um beijo repleto de vontade. Nossas línguas se toparam diversas vezes, havia um desespero, uma forma quase inusitada de demonstrar os nossos sentimentos através dos nossos lábios.

Eu pude beijá-lo depois de tanto tempo, dando um fim naquela vontade que eu carregava comigo sem querer. Jimin estava arrepiado em meus braços, os lábios resvalando-se úmidos nos meus, e caramba, era tudo tão ardente. Me senti pulsar com aquele beijo feroz, e voltei a ondular meus quadris nos dele, meu membro ainda aprisionado chegava a doer.

Ele sentiu a minha ereção contra a dele, e agiu da forma mais ligeira possível quando segurou meus ombros e me empurrou para trás, onde eu caí sentado na cama e ele colocou-se de joelhos entre as minhas pernas. Os lábios levemente inchados e avermelhados, os cabelos bagunçados, a respiração afoita. Ele sorriu provocante quando uma mão acariciou-me por cima da camisa mesmo e o ar escapou dos meus pulmões.

Os dedos pequenos engataram no cós da minha calça e puxaram para baixo, ajudei-o a se livrar daquela peça completamente desnecessária movimentando-me no colchão.

Apenas de boxer, ele analisava a marca do meu membro desperto desenhado no tecido, uma mancha de pré-gozo se destacava onde meu falo se encontrava. O dedo indicador de Jimin acariciou justamente essa região, fazendo-me apertar a colcha que eu estendia todos os dias em minha cama nas manhãs antes de sair para enfrentar o mundo.

Ele sabia me provocar tão bem, me tocando daquela maneira, olhando fixamente para o meu rosto a fim de captar cada reação da minha parte.

— Você fugiu todo esse tempo de mim, Jeongguk. – Ele falou rouco, quase manhoso, e então, aproximou a boca da minha boxer, os lábios entreabertos massagearam a minha ereção e só o fato de sentir o seu hálito tão quente em um lugar bem sensível, estremeci. — Olha só o que você acabou adiando também... – A língua brincou no tecido, contornando o meu falo completamente molhado. Ele fez questão de me chupar por cima da boxer, não deixando de olhar para o meu rosto.

Era tão enlouquecedor, nem na minha imaginação eu tinha ido tão longe assim com ele.

Segundos depois, engatou os dedos em minha boxer e se livrou dela bem rápido. Ao encarar meu membro rijo, sorriu de uma forma tão mal-intencionada que me senti pulsar muito forte. A boca rosa e inchadinha encontrou-se com a minha glande, e a língua circulou-a com tanta calma que eu senti um choque atravessar minha espinha dorsal.

Fechei os olhos e não consegui não gemer baixo, ainda apertando a colcha com força. A cena fez Jimin gemer também, e a vibração de sua voz contra a minha glande me deixou louco. Levei uma das mãos até seus cabelos macios e meus dedos se perderam entre os fios.

Ele sabia que eu estava gostando daquilo, tanto é que sugou apenas a glande sensível e molhada, permitindo que a língua friccionasse com ritmo, arrancando-me outro gemido longo. Eu nunca estive tão excitado assim em toda a minha vida, e Jimin arriscou-se a segurar minhas coxas, os dedos firmes em minha pele enquanto a língua descia pela base, contornando delicadamente cada veia saltada.

A cena era tão íntima e tremendamente excitante que não resisti e puxei seus cabelos com um pouco mais de força, tudo culpa do prazer tão grande.

A língua quente perambulando pela região conseguia me levar à loucura rapidamente e proferi um palavrão baixinho no momento em que Jimin me chupou ainda mais forte, indo e voltando com a cabeça, não se esquecendo de gemer algumas vezes para que a vibração deixasse tudo ainda mais intenso. Mordi meu lábio, deliciando-me ao máximo com todas aquelas sensações e com a cena tão obscena.

Segurou a base, afastando a boca rapidamente e com um sorriso arteiro, me olhou. Tive certeza de que poderia gozar naquele momento, mas, mesmo assim, queria sentir aquela boca quente em mim durante mais tempo.

Jimin lambeu os próprios lábios, como se quisesse sentir o resquício do meu gosto e voltou a me chupar, e o som molhado que escapava da sua boca tão bonita se espalhava pelo quarto como uma música que só nós podíamos escutar. De qualquer forma, antes que eu acabasse gozando, fiz uma carícia em seu rosto enquanto ele me chupava, e o chamei para cima com o dedo indicador.

Ele deixou meu pênis, um fino rastro de saliva escapou entre seus lábios, o que deixou a cena ainda mais erótica enquanto ele se ergueu e colocou-se de pé.

Fora a minha vez de arrancar a sua calça, juntamente com a boxer com rapidez, e quando estava livre de qualquer peça, se deitou em cima do meu corpo levemente transpirado e eu não consegui segurar um ofego quando nossos membros duros e bem molhados se tocaram enquanto voltamos a nos beijar de uma maneira afoita.

Meus dedos percorriam as suas costas, explorando cada extensão de pele e quando o beijo se interrompeu, ele cravou os dentes em meu lábio inferior e puxou-o sem muita força.

Nós estávamos tão excitados deitados em minha cama, nossos membros se encostando enquanto ele se movimentava suavemente. Meu corpo poderia explodir naquele mesmo segundo, e essa sensação aumentou muito mais quando Jimin passou cada joelho ao lado das minhas pernas, sentando-se em minhas coxas e segurou nossos membros juntos para nos masturbar ao mesmo tempo.

A mão quentinha, seu pênis pulsando junto ao meu, a forma como ele me encarava, tudo era insano. Meu coração batia tão rápido quando segurei sua cintura com força, e ele movia os quadris, rebolando vagarosamente, atiçando a minha imaginação ainda mais.

Inclinei meu tronco, encostando as minhas costas na cabeceira da cama e olhei-o no fundo daqueles olhos recheados de luxúria. Foi nesse momento em que ele parou de nos masturbar, e habilidosamente segurou meu membro enquanto ele ajeitava a posição em meu colo. Não demorou quase nada para que ele começasse a pincelá-lo em sua entrada, acariciando-se, e então, provocantemente (eu tenho certeza absoluta que jamais me esquecerei dessa cena) fechou os olhos enquanto meu pau praticamente implorava para fodê-lo bem forte e fundo, mas eu não me mexi e nem forcei absolutamente nada enquanto minha glande molhada de pré-gozo esfregava aquela região.

Era só ele sentar-se que eu entraria nele. Quente, pulsante, com um desejo tão grande de vê-lo gemer. Eu me sentia bem ansioso, mas aguardei até que ele começasse a encaixar-se em mim lentamente. Segurei suas nádegas cheinhas, separando-as enquanto suas mãos estavam apoiadas em meus ombros.

Ele se inclinou para frente e aproveitei a ocasião para morder a pele de seu pescoço, e a maneira excitada e demorada que ele murmurou o meu nome ao se encaixar em meu membro me fez arrepiar. Jimin soltou um suspiro quando eu estava dentro dele completamente, suas unhas apertando a minha pele, seu pênis ainda rijo e molhado praticamente se encostava em seu abdômen. Era uma delícia, de verdade.

Segundos depois, ele firmou os joelhos no colchão e realizou o primeiro movimento. Seus lábios se abriram enquanto eu focalizava o seu rosto, as sobrancelhas juntas, o peito que subia e descia, o suor presente em suas têmporas. Outro movimento foi realizado e eu segurei ainda mais firme em sua cintura. Ele era tão quente e tão apertado, era tão incrível a maneira como eu me encaixava tão perfeitamente nele.

Jimin continuava me olhando quando começou a se movimentar com mais ritmo, subindo e descendo em meu membro. Minha respiração já estava completamente desregulada quando ele começou a rebolar, de olhos fechados, a cabeça caindo para trás, deixando seu pescoço já marcado por mim para que eu pudesse me aproveitar da situação.

Foi exatamente o que eu fiz, judiei daquela pele tão clarinha e tão gostosa, o pomo de adão movendo-se ás vezes quando ele puxava ar para os pulmões. Os sons gostosos que escapavam entre seus lábios eram deliciosos, quando nossos corpos se chocavam, os suspiros que eu soltava quando eu ia e voltava dentro dele.

Segurei seu pênis, masturbando-o sem muita velocidade, e ele gemeu o meu nome de forma manhosa. Ao mesmo tempo em que rebolava, eu me impulsionava para dentro dele com força, mas tanta força, que ele começou a gemer cada vez mais alto e eu precisei colocar uma das mãos em sua boca para silenciá-lo um pouco, ou os vizinhos iriam escutar o que estava acontecendo em minha casa enquanto meus pais estavam trabalhando.

Senti seus dentes mordiscarem a palma da minha mão com força, a língua perambulando de um lado para o outro, enquanto a respiração tornava-se cada vez mais ruidosa.

Comecei a fodê-lo cada vez mais forte, mais rápido, indo e voltando enquanto desfrutava de um prazer indescritível. O jeito como ele também cavalgava em mim me tirava do sério, a expressão tomada de prazer, as pálpebras tremulando, o suor escorrendo em seu corpo tão bonito. Voltei a segurar sua ereção, masturbando-o com mais ritmo, sem deixar de estocá-lo, e foi nesse momento que percebi que ele estava gozando, sujando meus dedos e uma boa parte de meu abdômen.

A imagem mexeu comigo, e repentinamente, não consegui ver e nem ouvir absolutamente nada enquanto sentia os espasmos em meu corpo e o alívio quando me desmanchei no interior de Jimin. Fechei os olhos, experimentando uma sensação única e intensa de formigamento na pele e, em poucos segundos, Jimin buscou pelos meus lábios de um jeito suave.

Diferente de antes, tratava-se de um beijo muito sereno e gentil que me fez abrir os olhos e sorrir quase anestesiado. Eu ainda permaneci dentro dele quando retribui o beijo, fazendo carinho em sua nuca, tentando me recompor do que havia acontecido.

Ele deitou-se ao meu lado, a cortina branca e bem leve do meu quarto dançava no ritmo que o vento determinava, visto que uma pequena fresta da janela estava aberta.

Fiquei ali, olhando a cortina se balançar, tentando voltar a respirar novamente e as batidas do meu coração se regularizar. Quando olhei para o lado, percebi que Jimin estava de olhos fechados com a respiração tão serena que tudo o que eu poderia fazer, era imitar a sua ação.

Antes de fechar os olhos, soube que no meio daquele caos, eu tinha feito a coisa certa.  

 

-

 

A turma de administração estava extremamente agitada, havíamos acabado de apresentar nossos projetos.

A verdade era que não iríamos desfrutar das nossas ideias apresentadas, visto que a faculdade as colocaria em prática depois de três anos. Mas, de qualquer forma, eu gostei de participar e de fazer a minha parte, porque, tudo bem eu não aproveitar nada, mas os outros alunos mereciam melhorias e tudo de bom que a faculdade poderia proporcionar. Eu estava ansioso porque a diretora se direcionou para frente da sala e nos encarava com um semblante que estampava contentamento.

Não vou mentir, havia ideias surpreendentes, e outras, bem... Não eram tão boas assim, mas pelo menos, tentaram. Taehyung, por exemplo, proferiu que seria fascinante caso o bebedouro não disponibilizasse apenas água, mas suco de uva e refrigerante gelado (porque em nossa cidade, o verão era intenso e os alunos precisavam se refrescar). Todo mundo gargalhou quando ele disse a ideia seriamente, como se fosse algo revolucionário.

Namjoon, outro aluno que eu não conversava muito, mas que sempre tomava grandes iniciativas, fez um novo projeto para aumentar a biblioteca da faculdade. Foi bacana. Mesmo que eu não tivesse o hábito de ler, sabia que muitos alunos aproveitariam muito um espaço maior e com livros novos (nada velho, encardido e repleto de ácaros, como infelizmente costumava ser).

A minha ideia envolveu a formação de oficinas onde os alunos teriam a oportunidade de explorar seus talentos. Meu projeto incluía oficinas de teatro, jardinagem, artes, tecnologia, coral e esportes. Fui aplaudido no final e a diretora me lançou um sorriso bem orgulhoso. Não quero parecer o dono da verdade, mas eu estava bem satisfeito com a minha ideia.

No entanto, devo dizer que Jimin não ficou para trás. Seu projeto envolvia a conscientização dos professores e alunos em relação ao meio ambiente. Sugeriu que a faculdade fornecesse materiais escolares ecológicos, a substituição do papel-toalha por secadores de mão, lixeiras de coleta seletiva por todo o ambiente e palestras duas vezes ao ano para cada série sobre a conscientização porque era, de fato, muito importante. Ele também foi aplaudido. Inclusive, eu o aplaudi.

Depois do que aconteceu em meu quarto, as coisas mudaram entre nós.

Mudaram para melhor, muito melhor.

— Boa sorte. – Ele sussurrou em meu ouvido.

Agora, Jimin sentava-se na carteira atrás da minha. De repente, ele estava por toda a parte e totalmente incluído em minha rotina.

— Boa sorte para você também. – falei por sobre o ombro e seus olhos foram espremidos pelas bochechas quando me jorrou um sorriso bonito.

A diretora não escondeu o seu orgulho de nós. Eu sabia que a notícia era boa quando ela colocou a mão sobre o peito e nos jorrou um sorriso grande. Havia algo no jeito como ela se direcionava aos alunos que me fazia gostar dela, mas gostar de verdade. Diferentemente de muitos diretores por aí, ela não carregava aquela postura irritante de que ganhava bem e que poderia ditar as regras. Ela continuou com um sorriso largo, antes de começar a falar.

— Estou muito feliz em saber que vocês, alunos de administração se empenharam tanto nos projetos. Vocês só me trazem orgulho e eu tenho muita sorte por ter a oportunidade de fazer parte da educação de vocês. A faculdade possui um papel de extrema importância na sociedade e vocês acabaram de me mostrar que se importam com esse fato de verdade. – Ela fez uma pequena pausa para respirar, abaixou a cabeça ligeiramente e eu pude ver escassos fios brancos se destacando naquela cabeleira negra. — Os projetos que vocês se dedicaram foram incríveis! Não posso enrolar muito porque consigo ver a ansiedade nos rostos de vocês, e de forma alguma quero ser desagradável. Inicialmente, eu escolheria apenas um projeto, mas se eu fizesse isso, estaria cometendo um erro bem grave quando, na verdade, os projetos dos alunos Jeongguk e Jimin me chamaram extrema atenção. Quero adotá-los na instituição e parabenizá-los.

— Os dois? – Escutei alguém perguntar e quando olhei para trás, me deparei outra vez com o sorriso largo de Jimin, os dentes brancos e quase infantis sendo mostrados de uma maneira sincera. Eu conseguia sentir a sua felicidade por ter sido escolhido.

Se estivéssemos passando por essa mesma situação há algum tempo, eu seria o primeiro a me levantar da carteira para mostrar a minha indignação e dizer que nos informaram que apenas um projeto seria o escolhido, mas não.

Sorri para Jimin de volta e toda aquela rivalidade existente havia desaparecido completamente.

Por mim, estava tudo bem.

Taehyung disse que foi merecido, que nós realmente éramos bons alunos, mesmo eu sendo um “chato que mais se parecia com um senhor ranzinza de oitenta e poucos anos com dores nas juntas”. Eu achei aquele comentário hilário, dei um tapinha fraco na nuca dele e disse que queria que o tal bebedouro revolucionário fosse criado para que eu pudesse comprá-lo para a minha casa, porque eu detestava sentir tanto calor e merecia me refrescar de forma digna.

Agora que a minha situação com Jimin estava normal, sentia que não precisava competir o tempo inteiro e ficar provando para todos ao meu redor o quão interessado e inteligente eu era.

Tudo bem não tirar nota máxima sempre, tudo bem não receber todo destaque diariamente.

Se querem mesmo saber, era muito cansativo estudar o tempo inteiro como se eu não passasse de um robô programado para ser o número um.

 Os alunos se levantaram rapidamente quando o horário de ir embora chegou, o que não era uma novidade. Jimin e eu fomos os últimos a deixar a sala de aula de propósito. Com o corredor já completamente vazio, escutávamos o som dos nossos passos contra o piso liso.

— Então, depois de termos sido os escolhidos, acredito que somos os melhores alunos da faculdade. – Jimin comentou com um sorriso nos lábios enquanto segurava a alça de sua mochila como de costume. Era bom estar ao lado dele outra vez, sem que houvesse estranheza entre nós.

— Acho que devemos comemorar... – dei uma pequena sugestão e o olhei diretamente.

— Tipo, me pegar na saída de novo? Você gostou daquilo, não é? – A voz adquiriu um tom de malícia.

Olhei para os dois lados e como confirmei que realmente estávamos a sós, segurei o seu ombro e pressionei aquele garoto incrível contra a parede mais próxima, como da última vez. Sorri ao captar a surpresa em seu rosto. Meu corpo já parecia demandar pelo o dele de todas as maneiras imagináveis.

— O que você acha? – indaguei bem próximo de sua orelha, aproveitando para mordiscar o lóbulo bem devagar.

O senti amolecer em meus braços e conter um suspiro.

— Agora. Na sua casa. – respondeu urgente.

Ele precisava daquilo tanto quanto eu.

E nós, alunos tão aplicados e competentes...

Era irônico que passássemos a gostar tanto da hora da saída.

 


Notas Finais




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