História Teach me - One-night lover

– Pai... – Uma voz conhecida sussurrou no meu ouvido. No entanto, não movi um único músculo e continuei pressionando meu corpo contra o colchão. Permiti que a lei gravitacional continuasse me empurrando para baixo enquanto todo meu corpo estremecia.

– Pai... – A voz me chamou mais uma vez, entretanto dessa vez fez o favor de me sacudir. Merda! Qualquer movimento fazia minha cabeça doer. Movi-me lentamente na cama com o intuito que aquela voz simplesmente me deixasse em paz, mas eu tinha consciência que ela não deixaria.

– Pai, Primeiro dia de aula! O Senhor tem que me levar pra escola. – Abri os olhos e me deparei com Liam. Vestindo seu uniforme impecável e com a mochila nas costas. Ali estava ele com expressão de desaprovação.

Ainda sonolento consegui raciocinar. Primeiro dia de aula de Liam. Como tinha esquecido? Por que diabos eu tinha que entrar naquele bar ontem? O que eu exatamente tinha feito ontem?

Como em um flash todas as cenas apareceram na minha cabeça o que fez com que ela latejasse ainda mais. Amber! Com desespero olhei para o outro lado da cama a fim de encontrar a minha parceira de ontem à noite. Por sorte, ela não estava mais lá. Respirei, aliviado.

– Então, Pai... Vamos? – Liam protestou, chamando a minha atenção.

– Claro, claro. – Ainda estava desorientado. Minha cabeça rodava e não conseguia formular pensamentos completos.

Que tipo de pai eu seria em deixar o meu filho me ver nu com outra mulher? Ok, ele sabe que eu tenho minhas saideiras, mas na mente do garoto ele acredita que ainda exista amor incondicional mim e a mãe dele. Pobre garoto. A vadia manipuladora não faz mais parte do meu coração. Nem nenhuma mulher. Killian Jones agora é um homem livre. Um homem que sai com uma garota e no dia seguinte a dispensa.

Pelo meu jeito, muitos não acreditam que eu tenha uma vida paterna. Eu tenho e sei de todas as minhas responsabilidades. A única pessoa que ainda tenho capacidade de amar é Liam, meu filho. Ele foi o único que não me abandonou. E é nele que me apoio todos os dias.

Sequei o cabelo após uma ducha fria. Precisava tirar a aparência de ressaca. E, como já me disseram, uma boa ducha fria sempre ajuda a esquecer dos problemas.

– Pai, estamos atrasados. – Liam me chamou mais uma vez.

– Em um minuto estou pronto – Gritei enquanto colocava as calças.

            Esguichei o perfume forte em meu corpo. As mulheres adoram o cheiro de masculinidade. Eu estava disposto a flertar com alguma mãe solteira ou até uma professora.

Olhei mais uma vez no espelho. Preciso comentar, eu estava impecável. Blazer grafite, calças sociais pretas e sapatos tão brilhantes que fariam qualquer homem ter inveja. As mulheres iriam cair aos meus pés. Baguncei o cabelo antes de sair. Selvagem.

– Pronto, agora podemos sair – comentei com Liam que me lançou um olhar de alivio.

Saímos de casa e corremos até o carro que estava estacionado na grande garagem. Levava uma maça comigo. Como eu seria um grande predador se nem uma refeição havia feito?

Liguei o radio e percebi a animação de Liam. Enquanto a brisa suave de cidade do interior chocava-se contra nossos rostos a música popular vinda do rádio fez com que Liam começasse a cantarolar. O garoto estava mesmo animado.

– Entusiasmado, garotão? – perguntei enquanto seguia em linha reta o caminho já decorado da escola.

– Estou entrando na 6° série. Claro que estou animado. É como entrar no mundo dos adultos. – Vi o deslumbre de sua felicidade pelo canto dos olhos.

Ri internamente. Oh, criança. Se ele soubesse mesmo como é a vida de adulto nunca iria querer crescer, mas por enquanto não vamos destruir as esperanças do garoto e o deixar acreditar que é maduro o suficiente para ser considerado adulto.

– Claro, Garoto – Baguncei seu cabelo enquanto ele protestava.

– Qual é a sua primeira aula? – perguntei.

– Biologia – respondeu após verificar na agenda.

– Minha matéria favorita, sabia? – Abri um sorriso enquanto lembrava dos tempos onde tudo era mais fácil.

Chegamos à escola e quanto finalmente achei uma vaga estacionei o carro. Sai do carro e Liam me fitou em desacordo.

– Pai, eu não sou mais criança. Eu posso encontrar a minha sala sozinho – protestou

– Eu sei. Só iria pegar um café da cafeteria. Esta em desacordo com isso? – Perguntei, com sarcasmo. Sabia que Liam odiava isso.

– Não. Só não entre comigo – Liam correu pelo pátio e logo encontrou seus amigos. Incrivelmente, conhecia muitos deles.

Encarei o espelho novamente. Killian Jones estava pronto para sua caçada.

Andei pelo pátio recebendo olhares de várias mães que estavam pelo local. Mais um dia normal. Sustentei a postura e o andar viril. Entrei na cafeteria procurando alguma vítima, mas reconheci o semblante. Arthur. O meu companheiro de bares. Pai solteiro, como eu, vivia a mesma situação vivida por mim.

– Bom Dia, parceiro? – Falei assim que me assentei na mesma mesa que ele.

– Como vai, Killan? Quero diz... Depois daquela mulher interessante que você levou para casa ontem, não preciso nem perguntar.

– Minha cabeça está me matando – Levei a mão às têmporas sentindo ela ainda doer.

– Vamos lá... Não foi bom? – Perguntou incrédulo.

– Foi... Claro que foi. Pelo menos a parte que eu me lembro. – Tirei sarro.

– Então... – Falou Arthur mudando de assunto- Alguma dama em vista? – Continuou dessa vez olhando o ambiente que agora já estava cheio.

– Alguma nova na área? – ergui a sobrancelha com insinuação.

– Precisamos checar, mas olhe essa cafeteria, cara. Cheia de mães quentes. – Arthur me lançou o mesmo olhar que eu já havia lhe dado anteriormente.

– Temos um ano inteiro para conhecermos essas mulheres, mas agora eu preciso trabalhar – Levantei em um pulo. Bati no ombro de Arthur enquanto nos despedíamos.

Adentrei o carro ainda recebendo alguns olharem maliciosos. Notei na pequena cavidade do carro uma vibração. Merda! Liam tinha esquecido o celular. Já estava atrasado e agora ficaria mais ainda.

Sai como um jato do carro e corri pelo local onde estava anteriormente. Onde Liam estava? Não estava mais perto dos outros meninos.

Entrei no corredor. Onde era a primeira aula dele? História? Matemática?

Biologia. Era isso.

Alcancei uma moça que provavelmente trabalhava na escola.

– Senhorita – chamei com pressa.

- Pois não... – Ela perdeu a voz assim que virou para me olhar.

Ela ajeitou a postura e se inclinou sugestivamente.

– Como posso ajudar? – Falou com a voz sedutora e com aquele mesmo sorriso que as mulheres sempre dão quando estão flertando.

Eu não tenho tempo para isso agora. Não é hora de flertar. É hora de encontrar o meu filho.

– Eu preciso saber onde é a sala de Biologia, por favor – falei rapidamente fazendo com que a mulher ficasse um pouco nervosa.

– Primeiro corredor, segunda sala – falou desajeitadamente.

– Obrigado – sai em disparada, com passos rápidos. Fazendo preces silenciosas para que eu achasse o meu filho logo.

Cheguei à sala com uma pequena placa identificando que aquela era realmente a sala de Biologia. Agradeci silenciosamente.

A aula ainda não havia começado. Pude ver Liam, mesmo eu estando do lado de fora da sala.

Bati na porta com certa suavidade e adentrei a sala.

Já estava indo na direção de Liam quando uma figura em pé chamou minha atenção.

Desacelerei o passo para observar a mulher de costas na minha frente. Ela ainda não havia percebido a minha presença. Seus cabelos loiros caiam perfeitamente até o meio das costas. Cintura e quadril perfeitamente alinhados e bem realçados pelo vestido azul royal que ia até acima dos joelhos. Isso estava ficando interessante. As pernas cruzadas revelavam as coxas bem torneadas e o salto preto a deixava incrivelmente sensual.

Como posso estar desejando uma mulher que nem olhei o rosto ainda?

– Com licença – Falei com o intuito de chamar a atenção da loira a minha frente.

A curiosidade me matava por dentro. A hesitação em ver o rosto da loira que estava bem a minha frente era evidente.

Ela se virou. E pude ter o deslumbre de seu rosto. Céus! Sua beleza me enfeitiçou. Os olhos verdes que revelavam um brilho confuso, as bochechas avantajadas, a boca levemente inclinada...

Temo que meus olhos passaram muito tempo cravados em sua boca que, por sinal, tinham um leve toque avermelhado. Por um momento a sensação de que eu iria me atrasar simplesmente foi embora. Eu poderia olhar para aquela mulher o tempo todo que nunca me cansaria.

Os pensamentos de como ela seria na cama passaram pela minha mente impura. Pude ter o vislumbre do início dos seus seios que apareciam no decote comedido. Nada muito extravagante, mas caras observadores, como eu, com certeza notariam. Só de fantasiar com seu corpo contra o meu, de suas pernas abrindo para mim tive que conter um suspiro.

– Posso ajudar? – A voz suave da moça quente a minha frente me fez pegar fogo. Ela me olhava de uma maneira diferente. Não era com desejo. Pode apostar que eu sei quando uma mulher me quer, mas ela não tinha esse mesmo olhar. Era um olhar casual.

Hum... Isso ficou ainda mais interessante.

Parece que Killian Jones já tem sua próxima parceira de sexo.

– Pai?! – Pude ouvir a voz de Liam.

Infelizmente, tive que desviar o olhar da mulher. Por que atrapalhar nas melhores horas, Liam?

– Você esqueceu seu celular – Tirei o aparelho do bolso e entreguei ao meu filho.

– Obrigado, Pai – Liam disse envergonhado. Se eu estivesse no lugar dele também não ia querer que o meu pai aparecesse na minha sala de aula . Isso seria constrangedor.

Mas voltando aos assuntos que realmente interessam. Voltei meus olhos à mulher.

– Ainda não fomos apresentados oficialmente – Joguei o meu olhar mais sedutor. Notei suas bochechas ruborizarem. Parece que eu estou ganhando ela... Ponto para o Jones – Me chamo Killian Jones, sou pai do Liam.

– Swan. Emma Swan. Professora de Biologia do seu filho - Ela aplicou uma postura confiante e estendeu a mão. Um sorriso profissional saiu de seus lábios.

Hum... Ela estava ficando cada vez mais atraente. Meus pensamentos foram guiados novamente pelas minhas fantasias imorais.

– Foi um prazer conhecê-la, Senhorita Swan – Falei, em quase um sussurro seguido de um sorriso que só os Jones sabiam dar. Notei que uma das suas sobrancelhas se ergueu em receio.

– O mesmo, Senhor Jones – quando seus lábios pronunciaram o meu nome a única coisa que eu queria era deita-la naquela mesa e beijar todas as partes de seu corpo, mas me contive, afinal havia crianças na sala.