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História Teach Me How To Love You - 13


Escrita por: LeticiaSQ

Notas do Autor


Oi, galerinha.
Então, eu sei que não estou postando nos dias corretos, mas com a correria preferi postar quando der do que ficar fazendo vocês esperarem.
Boa leitura!

Capítulo 13 - 13


"No campo afetivo, deixei muitas pessoas irem. Nunca gostei nem de pensar na possibilidade de ser o peso ou atraso na vida de alguém. Nunca quis ser algo que as impedissem de irem e fizessem o que quisessem. Não sei mais falar dos meus sentimentos, então pra muita gente é como se eles nem existissem. Mas a verdade é que depois de tantas derrapadas, me tornei uma obcecada por reciprocidade. Se fulano não fala: não falo. Se beltrano não faz: não faço. Só tomo uma atitude até onde sei que os meus sentimentos coincidem com os de alguém. " 

— Esgotada 

 

  Depois das aulas convencionais, tive uma reunião no clube de literatura, uma hora meia de hipismo e ainda fiquei algum tempo cuidando de Rocinante enquanto nenhuma das palavras de minha irmã saiam de minha mente. 

   - O que você acha que devo fazer, em garoto? - Perguntei retoricamente ao cavalo enquanto escovava seu pelo e ele comia a ração recém posta no cesto de sua baia - Acha que devo tentar alguma coisa para fazer as pazes com a Emma? - Perguntei ainda o escovando e ele relinchou, assim que ouviu o nome dela, fazendo seu pelo vibrar em minhas mãos - Rocinante, você é um cavalo muito lerdo. Bastou ela te fazer uns carinhos e já se entregou? - O repreendi enquanto ria e ele relinchou novamente -  Acha que ela é legal? - Perguntei aproximando o carinho de sua cabeça. 

  Alisei seu pelo naquela área enquanto o observava comer, me lembrei de quando Emma fez o mesmo e um sorriso acanhado posou um meu rosto. 

   - É, talvez você tenha razão. - Conclui ainda o observando. 

   Quando fui embora, tomei banho e assim que voltei ao quarto me joguei na cama. Já eram umas seis horas e eu estava exausta, então abracei o travesseiro e fechei os olhos para tirar um cochilo que acabou se tornando algumas horas de sono. Percebi ao levantar a cabeça sonolenta, com os olhos pesados se acostumando com a escuridão, e ver que já eram duas da manhã em meu celular depois de procura-lo no meio do cobertor, que já estava todo embolado embaixo de mim. Tinham duas chamadas e uma mensagem de Zelena, do horário que normalmente jantamos, perguntando onde eu estava e se a estava evitando. Revirei os olhos já sabendo que eu estava encrencada pois com certeza ela falaria uma meia hora sobre o porquê de eu ter um celular se não o uso, como se fosse nossa mãe. 

   Meu estômago se apertou e roncou de fome, eu não comia desde as três. Estava com muita preguiça para ir na ala de recreação no terceiro andar para pegar algo no frigobar, mas por sorte sempre tinha uma barra de chocolate no gaveta da escrivaninha. Levantei-me devagar e pude ver o volume do corpo de Emma sob as cobertas na cama oposta. Liguei a lanterna do celular para acabar não tropeçando em algo e assim que peguei o a barra, fechei a gaveta, olhei para o computador e despertei no mesmo instante em que meus olhos arregalaram. Eu ainda tinha que fazer os slides da apresentação que seria em poucas horas, eu tinha planejado faze-lo depois do jantar, porém não esperava que fosse acabar dormindo. 

   Decidi por terminar naquele horário e torcia para que a loira não acordasse com o brilho da tela ou o barulho do teclado. Algum tempo depois, sentada na cama com o computador no colo e um quarto de chocolate a menos, eu tive a ideia perfeita de como chamar a atenção da loira. 

    Não sei quanto tempo fiquei escrevendo, apagando e reescrevendo até que ficasse no mínimo aceitável. Eu somente sei que acordei novamente, mas agora com meu celular despertando. Esfreguei os olhos mais cansada do que quando acordei de madrugada e me espreguicei. Virei para o lado e meu computador ainda estava aberto nas notas, onde eu havia finalizado tudo, junto de uma embalagem vazia de chocolate meio amargo em cima do teclado. Desliguei o despertador e sentei me esticando novamente. Meu corpo estava um pouco dolorido por acabar cochilando de mal jeito, mas acabei me levantando para correr como de costume. Arrumei as coisas em minha cama, me troquei e Emma continuava dormindo, de bruços, agarrada a seu travesseiro e com o cachos compridos e rebeldes cobrindo seu rosto, como se nada estivesse acontecendo em volta. 

  Corri, tomei banho, me troquei e fui tomar café com uma estranha sensação de nervosismos passeando por meu corpo. O "plano" não era lá grande coisa. Eu tentei escrever o mais objetivamente possível, entretanto tentei não ser muito impessoal ou distante. Na verdade, em minha mente, eu não fazia menor ideia do que tinha escrito, não tinha a menor ideia do que estava aprontando e isso fazia meu estômago gelar. Era como se eu não soubesse o motivo de me esforçar daquela forma, mas tivesse a necessidade de faze-lo.  

   Por fim, acabei evitando minha irmã no café e no almoço, pois não precisava de um sermão ou qualquer outra coisa que me deixasse ainda mais pilhada naquele momento. E tão rápido quanto passaram as aulas, chegou a de literatura e a professora pediu que nós duas fossemos para a frente da classe apresentar. 

     A loira falou excelentemente bem e, apesar de não termos feito a maior parte juntas ou treinado, acabou que nossas explicações se encaixaram bem. Até que chegamos nos poemas e cada uma lia um e explicava. A surpresa é que o último seria meu e a cada vez que chegava mais perto dele, mais minhas mãos suavam enquanto eu tentava seca-las colocando no bolso do blazer, de vez em quando. Isso se sucedeu até que a loira iria falar que terminamos e eu a interrompi pedindo para a professora passar o slide fazendo a loira me olhar em estranhamento e logo após para o quadro onde o poema era refletido. 

   - Para finalizar, eu acrescentei um poema de minha autoria e, apesar de não ser uma escritora nomeada, acho que ficou razoável. - Falei e olhei para a professora ao lado que sorria em forma de incentivo. 

   Limpei a garganta e comecei a recita-lo já o tendo decorado, olhando para um fixo ponto no fundo da sala para que aquele formigamento todo não me enlouquecesse. 

       

Desculpas 

 

Se procurarmos no dicionário 

A palavra "desculpa" 

É um substantivo feminino 

Que tem várias definições. 

 

Algumas delas são: 

1. clemência  para com falta cometida; perdão; 

2. razão ou motivo alegado por alguém para desculpar a si mesmo ou a outrem; justificativa; 

3. arrependimento de quem julga ter ofendido, contrariado ou aborrecido outrem. 

 

Apesar de tantas definições 

Essa palavra expressa, 

De fato, 

Arrependimento. 

 

O arrependimento 

É aquilo que nos faz pensar em como estamos agindo, 

É como um efeito dominó 

Pois se a palavra "desculpa" vem sendo usada constantemente 

É porque algo no seu comportamento deve ser avaliado. 

 

Às vezes, é preciso que uma pessoa 

Com a qual nos importamos 

Nos faça ver que as desculpas passam a não serem suficientes. 

 

O problema é que talvez nos arrependamos tarde demais 

E o "sinto muito" e a mudança de comportamento 

Passam a não ser suficientes  

Para ter as pessoas que se importam por perto. 

 

  Quando me calei a sala toda explodiu em aplausos e minhas bochechas arderam em vergonha junto do sorriso tímido que repuxou o canto direto dos meus lábios ao olhar para todos. Olhei para o lado para observar a reação da loira e jurei que a vi sorrir antes de eu flagra-la e ela vira o rosto. 

    A professora logo colocou ordem e voltamos para os nossos lugares para assistirmos o restante da aula, depois de alguns elogios dela. Não consegui olhar para o lugar da loira uma vez se quer, tinha medo que aquilo só pudesse ter piorado as coisas. Então, depois do horário sai as pressas da sala e somente as três e meia fui topar com ela novamente ao entrar no quarto e  vê-la sentada de pernas cruzadas no chão na frente da sua cama com várias partituras espalhadas pelo chão. 

- Oi...- Falei receosa fechando a porta com cuidado. 

- Oi.- Ela respondeu e voltou a olhar para os papéis - Eu gostei do seu poema. - Acrescentou assim que pendurei o blazer no cabide atrás da porta e me virei para ela. 

- Sério?- Perguntei andando com cuidado para não pisar em nada até me sentar na ponta da cama de frente para ela que concordou com a cabeça enquanto  me fitava - Ah... - murmurei cruzando as pernas e tamborilando os dedos na cama - Emma, podemos... conversar? 

- Você quer conversar? -  Ela perguntou curiosa levantando uma sobrancelha. 

- Gostaria muito. - Respondi em um tom baixo. 

- De conversar? - Ela repete enfatizando a palavra me fazendo enrugar o nariz e trazer minhas mãos para o colo. 

- Não acha que a palavra "conversar" já foi ditar muitas vezes em um curto período de tempo? - perguntei e ela sorriu de leve ajeitando os óculos. 

- Eu sei, mas você parece receosa e eu tenho uma teoria de que se você repetir uma palavra que te incomoda várias vezes ela passa a ter o antigo impacto que tinha. 

- E essa teoria funciona?  

- Não sei, porém você parece menos apreensiva depois que eu a repeti. Agora, quer conversar? - Emma perguntou concluindo e seu sorriso sapeca aumentou. 

- Ok, acho que já é o suficiente dessa palavra. - Falei chacoalhando a mão direita com desdém. 

- Tudo bem, então vamos conversar. - Ela repetiu, agora tentando segurar o riso porque fazia de propósito para me provocar. 

- Você é impossível! - Exclamei jogando as mãos para o alto com uma expressão de incredulidade a loira soltou uma gargalhada. 

   Era muito bom a ver daquela forma novamente, mas ainda tínhamos que nos resolver. Esperei até que as risadas cessassem e respirei fundo. 

- Ok. Bom... eu não sei exatamente o que dizer porque não sou boa nesse tipo de conversa, - falei revirando os olhos e ela sorriu brevemente - mas, enfim, eu realmente preciso falar com você. Eu não sei o que andou acontecendo comigo nessas semana eu só, sei lá... Tentei extravasar minha dor de alguma forma e obviamente foi na pessoa errada. Não que tivesse uma pessoa certa para descontar, mas acho que você pode me entender. 

- Eu entendo. Verdadeiramente entendo. - Emma falou entrelaçando as mãos no colo. 

- Me senti muito mal pela forma como você se sentiu por minha culpa e me incomodou bastante o seu jeito apático, mesmo que eu soubesse que causei aquilo. - Enquanto falava minha ansiedade ia diminuindo pelo forma cautelosa com a qual Emma me olhava e meus ombros relaxaram - Olha, não acho que estou pronta para conversar sobre a causa dessa dor agora... Sei que você se importa, ou pelo menos se importava, mas no momento eu só queria saber se podemos começar novamente ou algo semelhante. 

- Se me prometer que não vou mais ser interpretada de forma injusta, acho que podemos sim. - Ela falou concordando com a cabeça. 

- Eu prometo. - Disse e um sorriso de canto surgiu em meu rosto. 

- Não pode ser assim da boca para fora. - Emma resmungou colocando as mãos em sua cintura e franzindo a testa - Tem que ser promessa de dedinho. - Concluiu levantando a mão direita em punho com o dedo menor a mostra. 

- Quantos anos você tem? - Perguntei entrando na brincadeira. 

- Anos o suficiente para nunca ter quebrado uma promessa de dedinho. - Revirei os olhos com um sorriso, mas me debrucei para frente enroscando nossos dedos e um súbito frio subiu por minha espinha - Então,  agora por mim está tudo bem. - Ela sorriu e recuei limpando a garganta ainda a olhando - E... eu me importo, nunca deixei de me importar. - Acrescentou e ambos os rostos estampavam sorrisos tímidos. 

"Quando você está perto de mim, eu sinto que estou em paz com o mundo todo." 

-Escrituras


Notas Finais


Prometo de dedinho que agora não atrapalho o crescimento afetivo delas kkkkkkk.
O que estão achando?
Obrigada por todos os comentários. Beijos e até o próximo!


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