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História Teacher - Capítulo 3


Escrita por: Kstukd

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Teacher - Capítulo 3

 O dia passa rápido. Entre atividades, explicações e algumas correções, o sinal do final do período toca e sinto-me livre para despreguiçar assim que todos os alunos saem da sala e me deixam sozinha.

Sem muita pressa, organizo o meu material para colocá-lo nas pastas, mas uma voz repentinamente chama a minha atenção. Viro para a porta e encontro Daniel encostado no batente, segurando sua bolsa.

D– Vai almoçar? – pergunta

R– Sim. Preciso ir logo, pois terei reunião agora à tarde.

D– Vamos juntos?

R– Claro. – sorrio.

Daniel é o mais próximo de um amigo que eu tenho por aqui. Talvez por sermos quase da mesma idade, nos damos muito bem e, vez ou outra, saímos para comer ou beber alguma coisa depois do expediente.

Ele é engraçado e, admito, muito bonito. Até me surpreendi a primeira vez que o vi. Cabelos  castanho, olhos azuis, alto e um corpo malhado. Nem de longe se diz que ele é apenas um professor de matemática.

Descemos as escadas juntos e ele cumprimenta alguns alunos parados no corredor. Posso ouvir as meninas soltando suspiros enquanto passamos e, bem, eu entendo perfeitamente o porquê. Daniel é realmente bonito.

D– O que gostaria de comer? – indaga.

R– Sinceramente, eu não faço muita questão de escolher. Sendo comida, está bom para mim.

Ele sorri e concorda.

D– O mesmo vale para mim.

R– O que acha de irmos aquele restaurante da esquina? – pergunto.

D– É um bom lugar.

Decididos, vamos para a sala dos professores e pegamos nossas bolsas. Sob o olhar inquisitivo da diretora que, pode enganar qualquer um, mas posso notar que lança umas investidas para o professor ao meu lado.

Bom,  ela é bastante bonita. Sei que alguns professores são loucos para sair com ela, mas a diretora só tem olhos para "um".

Ao sairmos para o pátio, somos obrigados a desviar de alguns alunos que praticamente correm em direção a saída. Conversamos animadamente sobre qualquer coisa, mas a figura de Swan no portão tira-me o foco.

Encaro-a encostada no murro, conversando de forma "amigável" com uma menina que parece ser do segundo ano, creio eu. Nós nos observamos rapidamente e eu não me contenho e lhe faço uma careta irritada. Percebo que minha atitude a deixou surpresa, mas em segundos cai na risada.

Viro-me, sem demonstrar qualquer reação e sigo com Daniel para o restaurante da esquina.

Entramos no estabelecimento e sentamos na mesa próxima ao balcão. Uma garçonete logo surge para atender os nossos pedidos e enquanto esperamos, ele conta como foi as aulas com os segundos anos.

D– E como foram as suas aulas? A Swan pegou no seu pé outra vez?

R– Faltei voar no pescoço daquela menina.

Daniel solta uma risada e eu o acompanho.

D– Nossa que violenta.

R– E que Emma Swan realmente me tira do sério como ninguém.

D– Ela é uma garota muito inteligente, a número um do terceiro ano, é normal que seja um pouco arrogante. Vamos lá, todos ali são afinal.

R– Mas ela ultrapassa a barreira do aceitável.

D– Swan é muito incentivada e cobrada para que continue sendo a melhor. Acho que tudo isso subiu a cabeça dela.

R– Devo tirar a arrogância na base do tapa, então?!

Daniel ri novamente e nega com a cabeça. Nossos pedidos chegam.

R– Então não sei o que fazer. – digo.

D- Ela é uma garota especial devido sua condição.

R- Que condição seria essa, Daniel?

D- Você não sabe? Emma é intersexual!

R- Oh, não sabia disso. - fico surpresa. Como ninguém me contou isso?!

D– Só tenha um pouco de paciência. Ela é uma garota especial.

R– Se eu tiver um pouco mais de paciência, serei considerada Buda. Acredite. 

Aos risos, comemos nossas refeições e trocamos os assuntos da escola por outros mais casuais. 

Assim que terminamos e saímos do restaurante, paramos para tomar um sorvete e só então voltamos para a escola.

Nos despedimos próximo a sala dos professores. Daniel vai para a sua orientação e eu vou para q reunião pedagógica.

Entro na sala e reparo que todos os professores já chegaram e, obviamente, ganho um olhar repreensor da diretora por ter sido a última a chegar. Me sento na cadeira de sempre e a reunião não demora a começar.

Como de costume, falamos apenas de burocracias e muitas outras coisas que sequer fazem sentido. Finjo estar anotando o que a diretora diz e aproveito para ficar rabiscando traços aleatórios na folha e repensar o que devo comprar no mercado depois que sair daqui.

Minutos se vão e finalmente entramos nos assuntos sérios. Kristin começa a falar sobre o programa de vestibular dos terceiros anos e sobre o cronograma que podemos aplicar, baseados no que a maioria das boas universidades pedem. E também toca no assunto sobre os professores responsável sobre cada sala e suas questões.

K– Tem alguns professores que não estão aqui, mas já fizemos a separação dos responsáveis de cada classe. – diz, levantando e fazendo o som do salto ecoar.

Ela vai até o armário e pega uma pasta. Volta a sentar.

K– Como o programa de vestibular será ministrado por alguns professores, achei melhor que fossem os responsáveis.

Ok, eu sou uma das professoras que vai ministrar o tal projeto. Isso quer dizer que, além do trabalho extra dessas aulas, eu ainda terei que lidar com os problemas que houverem na sala que eu ficar como responsável?! Pois é, só falta o grilhão.

K– Eu vou citar os nomes e as turmas, certo?!

Todos na mesa ficam quietos e ela começa a falar. Não sei porquê, mas um nervosismo estranho toma conta de mim e tudo o que eu consigo pensar é: "não seja p 3-A, não seja o 3-A, não seja o 3-A".

K– Regina.

R– Sim?!

K– Você ficará com o... Terceiro A. Ok?!

Ficou aturdida por uns segundos. Por que o universo me odeia tanto assim?

K– Regina?!

R– Ah, sim. Terceiro A, certo?!

Ela prossegue lendo a lista e eu me afundo minimamente na cadeira, respirando fundo. Responsável pelo terceiro A, sério mesmo?!

*

Respiro fundo uma e outra vez, tentando aceitar minha sina. Pois bem, já que não tem outra escapatória, eu serei a droga da responsável. Suspiro pela terceira vez enquanto levo a xícara aos lábios e ouço Zelena caçoar da minha falta de sorte. Pois é, eu deveria ter ficado de boca calada. Mas não, eu tive que contar à ela e desde que ficou sabendo da fatídica notícia de que serei a responsável do Terceiro A, justo a sala da garota que eu mais detesto naquela escola, minha amiga não para de encher o meu saco com piadinhas de mau gosto.

No fundo, eu sei que ela me odeia. Eu sei.

Z– O universo é engraçado, não é?! – diz, sentando-se ao meu lado.

R– Ele até pode ser, você eu já não tenho certeza...

Z– Aaahh, mulher azeda! – dá-me um tapinha no ombro – Eu não tenho culpa da sua falta de sorte, só estou me aproveitando da situação para rir um pouco.

Encaro minha amiga de canto de olho e solto um suspiro derrotado.

R– É karma. Não tem outra explicação.

Z– Você deve ter sido uma péssima pessoa na sua vida passada.

R– Nossa... – rio soprado – Eu devo ter jogado pedra na cruz, mesmo.

Z– Acho que sua última vida passada foi um "pouquinho" depois da época de Cristo.

R– Ok, eu devo ter jogado pedra em um cachorro então, ou num velhinho. Talvez dado início a Segunda Guerra Mundial?! Sei lá...

Z– Velhinho não. Por que você provavelmente deve ter jogado a pedra na vida passada da diretora da sua escola e isso explicaria o fato de ela ter escolhido logo você para ficar como responsável pelo tal Terceiro A. – ri e morde um pedaço do biscoito de chocolate – Ou, se foi o caso da guerra, com certeza ela é um inimigo abatido que quer vingança. Imagina só, uma rixa que será levada por várias reencarnações se não for resolvida?!

Volto a encarar Zelena por mais alguns segundos e termino o meu café num gole.

R– Sério Zel, pare de assistir séries. Elas estão mexendo com a sua cabeça.

Z– Ei! Deixe minha queridas séries fora disso, entendeu?! Se estou ficando louca com teorias da conspiração e reencarnações, a culpa não é delas.

Rio alto com sua fala e expressão contrariada. Levanto, coloco as louças sujas dentro da pia e saio em direção ao quarto, sendo prontamente seguida por minha amiga.

Zelena continua falando e falando no meu ouvido, e eu apenas concordo e sorrio ao ouvi-la defender tão assiduamente suas séries. Pelo menos ela esqueceu completamente de continuar me azucrinando com a história de eu ser responsável.

Termino de me arrumar e logo estamos no carro, saindo para mais um dia de trabalho e, milagrosamente, mais cedo do que de costume. A rotina é a mesma. Velocidade, comida e canções cantadas à plenos pulmões. E, claro, Zel tagarelando como as aulas no estúdio de dança estão animadas e que daqui a dois meses haverá um concurso regional entre grupos. O qual me fez prometer antecipadamente de ir.

Despeço-me da minha querida amiga assim que estaciona em frente ao portão da escola e saio carregando as minhas tralhas. Dou um último aceno e lhe jogo um beijo. Ela sorri e afunda o pé no acelerador, disparando pela avenida.

Sei que esse é o seu modo de dirigir e até estou acostumada com ele, mas, no fundo, tenho que admitir que ficou um pouco receosa toda vez que vejo minha amiga sair apressada com o carro desse jeito.

D– Oh! Regina! – olho para o lado e vejo Daniel se aproximando – Bom dia!

R– Bom dia! – sorrio.

D– Nossa, chegou bem cedo hoje.

R– Pois é. – dou de ombros.

D– Acho que a diretora vai cair para trás quando te ver aqui tão cedo.

R– Ei! Você fala como se eu fosse uma irresponsável que chega atrasada todos os dias.

D– Estou brincando. – sorri – Vamos entrar?

Consinto e entramos na escola lado a lado.

 

 

 

 

Continuação....

 



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