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História Teacher - Garotinha petulante!


Escrita por: Kstukd

Notas do Autor


Relevem os erros 😘




Boa leitura!

Capítulo 5 - Garotinha petulante!


Fanfic / Fanfiction Teacher - Garotinha petulante!

Sustento seu olhar o tanto que posso e desvio quase que imediatamente quando aquele calor estranho ameaça tomar conta de mim outra vez.

Vou apressada para a minha mesa e despejo meus pertences sobre ela, pego o livro e mando que todos abram na página que iremos trabalhar. Escrevo o título do livro e a página na lousa como sempre faço e viro-me para começar a aula.

Porém, direciono meu olhar para qualquer outro ponto da sala, menos a penúltima mesa da fileira do meio. No decorrer dos minutos, lemos mais alguns trechos de Ilíadas e eu peço que alguns alunos recitem determinados versos. Tudo corre bem. Estranhamente bem e silencioso. Tanto que só reparo que entramos no último período ao ouvir o sinal tocando. "Meu Deus, Emma Swan não abriu a boca até agora? O que está acontecendo?" , penso, ainda sem coragem para olhar e saber o que ocorre.

Deixo esse fato de lado e proponho, assim como fiz com a outra turma, um exercício para que façam em dupla e sento na minha mesa para dar-lhes tempo e para que trabalhem melhor. Se ela não está falante hoje, é bem melhor pra mim.

Entre as minhas anotações e enquanto espero que terminem a atividade, minha cabeça gira sobre o mesmo assunto: o silêncio repentino da garota. Será que... Não, não. Eu me escondi bem e ela estava ocupada demais para dar atenção a outra coisa que não fosse a tal garota.

Sorrateiramente ergo o meu olhar para aquela que evitei as duas aulas e sou pega de surpresa ao notar que estou sendo encarada. Swan mantem seu olhar sobre mim de uma forma tão intensa e incomum que chega a dar calafrios.

Desvio a atenção por uns segundos, só para ter certeza de que esse olhar não é coisa da minha cabeça, e surpreendo-me assim que volto a observá-la e ainda tenho suas orbes verdes afiadas com duas adagas na minha direção.

Afinal, o que raios está acontecendo?

R– Terminaram? – pergunto, querendo tirar o foco da situação constrangedora.

A maioria dos alunos confirmam e então me ponho de pé ao lado do quadro negro e peço que ditem as respostas para que possamos corrigir o exercício.

E nem isso faz com que ela abra a boca para iniciar mais um de seus debates à procura de superioridade. Swan simplesmente permanece quieta.

Não quero admitir, mas, ver a garota tão calada está me incomodando.

Os minutos se vão e com eles a última aula, o sinal bate e a algazarra é instantânea. Contudo,.antes que os alunos comecem a guardar os materiais para sair, chamo-lhes a atenção e todos param para ouvir.

R– Bom, eu gostaria de fazer um anuncio. Era para ser feito no intervalo, mas... P-por conta de alguns problemas, não consegui vir antes. – olho para a razão viva ali presente e respiro fundo – O que eu tenho para dizer é que, à partir de hoje, serei a responsável pela classe de vocês. Então, se precisarem de alguma coisa, podem vir falar diretamente comigo. Ok?!

Algumas palmas animadas e burburinhos ressoam no ambiente e eu sorrio fraco pela empolgação de uns alunos com esse anuncio; depois de guardarem os materiais e ajeitarem as mochilas, eles vãoo saindo aos poucos. Porém, no instante em que o grupinho do fundo passa ao meu lado em direção a porta, me levanto e solto:

R– Senhorita Swan você fica. Precisamos conversar.

E– Tudo bem. – diz.

Peço que os outros se retirem e sem demora o fazem. Sozinha com a garota, fecho a porta e me aproximo de onde está, parada e com as mãos enfiadas nos bolsos da calça do uniforme. Recosto-me na parede logo atrás e cruzo os braços. Nos encaramos por uns segundos.

E– O que foi, professora Mills?

R– Eu vi o que você fez na hora do intervalo. – solto – Você sabe que é proibido fazer sexo nas dependências da escola, não sabe?!

O rosto dela torna-se vermelho e eu até acharia uma imagem fofa vê-la com as bochechas coradas, visto que ela jamais mostra mais do que sua arrogância na classe, mas esse não é o momento e eu não estou com humor para isso.

E– Como...?

R– Foi um acidente. Flagrei quando subi para dar aquele anuncio de minutos atrás.

E– A senhora viu tudo?

R– Claro que não. – minto – E não me chame de senhora.

Respiro fundo e massageio as têmporas. Continuo:

R– Assim que percebi, desci para o pátio. Sua vida sexual não me importa, senhorita Swan, o problema é você querer fazer isso logo aqui na escola. Sua sorte foi que apenas eu flagrei a cena ou você estaria em grande apuros agora, e nem sua fama de "aluna de ouro" dos terceiros anos te livraria de uma suspensão.

E– Contou para alguém?

R– Não.

E– Então, está tudo bem.

R– Como é? – franzo as sobrancelhas.

E– Se apenas a senho... Se apenas você viu, creio que não há problema. Certo?!

R– Sim, há um problema. Porquê eu não vou acobertar suas aventuras sexuais pela escola, senhorita Swan. Compreendo que as vezes é complicado segurar os hormônios, mas isso não deve mais acontecer. Vou deixá-la livre dessa vez, com a promessa de que não voltará a fazer, entendeu?!

Ela balança a cabeça em afirmação e solta um risinho.

E– E se acontecer de novo? – indaga.

R– Se acontecer de novo, dê adeus a sua ficha limpa e ao amor dos outros professores. Então, se não quer que algo do tipo aconteça, mantenha as suas calças fechadas.

Swan me encara espantada. Acho que ela já  sabe que eu sei.. Onde raios uma professora diria algo desse gênero para uma aluna?! Deus, eu preciso controlar a minha boca.

E- Você já sabe?

R– Emma...

Sua gargalhada corta qualquer chance de me redimir. Observo-a rir como se não houvesse amanhã e luto para que uma risada não me escape também, só que de nervoso.

E– Está tudo bem, professora Mills. – diz ao respirar fundo - não é segredo pra ninguém que sou diferente, e pode deixar que eu vou fazer o máximo possível para manter minhas calças fechadas.

Rio soprado e falo:

R– Faça o possível e o impossível. Se alguém te pegar numa situação dessas outra vez, mesmo que seja eu, as coisas ficarão difíceis pra você, garota.

E– Ok, entendi.

R– Já pode sair e ir encontrar os seus amigos. Terminamos por aqui.

Dou-lhe as costas para recolher meus pertences, mas sua mão em meu pulso impede que o faça. Olho para seus dedos longos ao redor da minha pele, quentes e firmes, e em seguida fito seu rosto, onde um sorriso sem graça brinca em seus lábios.

E– Obrigado. – murmura.

R– N-não há de quê.

Dá-me um sorriso largo e sai da sala depois de ajeitar a mochila no ombro. 

O que diabos está acontecendo?

*

Nesse momento, tudo o que eu mais queria era ter o poder de soltar raios laser dos olhos para fritar a megera sentada à algumas cadeiras de mim, também conhecida como Kristin, popularmente chamada de diretora da escola e que nesse instante é a mira de toda a minha indignação.

Embora eu esteja ciente de que esse momento - uma hora ou outra - iria chegar, por que raios essa mulher resolveu começar o programa diferenciado de estudo para os terceiros anos justo quando, assim como os outros professores, tenho milhares de trabalhos para corrigir e duas provas de fim de bimestre para elaborar?

Essa mulher nos odeia. É a única explicação.

Me ajeito na cadeira, querendo ao menos demonstrar que não estou de saco cheio dessa reunião pedagógica que já dura mais do que o necessário, e solto um suspiro baixo.

Desvio minha atenção da diretora por um momento e meus olhos cruzam com os de Daniel do outro lado da mesa. Recebo um pequeno sorriso cansado de sua parte e lhe retribuo com um.

K– Quero o planejamento das aulas até o final da semana na minha mesa. – ela roganum tom exigente e eu praticamente viro a garota do exorcista por girar a cabeça tão rápido.

R– No final dessa semana? – indago.

K– Sim. Algum problema?

R– Diretora, não acha que esse prazo é curto para todo o trabalho? Fora que ainda temos os trabalhos dos alunos para corrigir e as provas bimestrais para fazer. Entregar o planejamento do programa especial essa semana é um pouco...

K– Eu não estou vendo outro professor reclamar além de você, professora Mills. – interrompe ríspida.

R– Não estou reclamando diretora, só acho que...

K– Isso quer dizer... – interrompe mais uma vez, ainda mais grosseira – Que o prazo é o suficiente para fazê-lo e entregá-lo à mim.

Calo-me e apenas assinto. Fecho as mãos em punho por debaixo da mesa e procuro ficar calma, antes que  fale mais alto e eu acabe chutando o pau da barraca aqui e agora, sem me importar com nada.

Se não fosse por essa bendita tradição de respeitar hierarquia, independente se esteja certo ou não e a qual tento me encaixar, ainda que seja uma tarefa difícil, e as minhas contas à pagar, eu já teria mandado tudo pro espaço.

Mulher idiota!

Depois de falar e falar, somos dispensados com a sobrecarga de mais um trabalho e a obrigação de cumpri-las sem questionar. Saio da sala de reuniões e marcho direto para a minha mesa, batendo o pé e querendo correr para o mais longe possível da escola e o mais rápido possível.

Começo a enfiar minhas coisas dentro da bolsa, com tanto ódio, que admira-me não ter passado a mão através do tecido.

Definitivamente, eu preciso de uma bebida.

D– Regina?!

Ergo a cabeça e mando o meu olhar mais fulminante para o indivíduo que teve coragem de se aproximar, e só então percebo que é Daniel. Respiro fundo para me acalmar e dou-lhe um sorriso fraco. Ele, com certeza, não merece a minha raiva.

R– Ah, oi.

D– Está tudo bem? – pergunta.

R– Na medida do possível. – sorrio fraco – Não se preocupe.

Assente e dá-me um sorriso gentil. Suspiro. Volto a organizar meus pertences para finalmente ir para casa, ainda sentindo o sangue ferver, enquanto ele permanece calado ao meu lado, o que não dura muito.

D– Quer uma carona? – questiona.

R– Não precisa se incomodar.

D– Não é incomodo algum.

Observo-o por uns segundos e outra vez suspiro. O que há de mal?

R– Então tudo bem. Só não fique chateado se eu for um pouco grosseira, ainda estou irritada. Já estou avisando.

Daniel ri e balança a cabeça.

D– Não se preocupe. – se inclina um pouco e sussurra – Podemos falar mal dela no caminho. Você não é a única brava.

Gargalho com suas palavras.

R– Ela deve se revirar a noite com tantos xingamentos.

D– Já deve estar acostumada. – dá de ombros – Vamos?

R– Poderia esperar um pouco? Vou ao banheiro.

D– Tudo bem.

Deixo a bolsa pronta sobre a mesa e saio à passos rápido para o banheiro mais próxima. O baque dos meus saltos é o único som no corredor vazio, porém, outro som muito parecido chama a minha atenção logo a frente e deparo justamente com o alvo da minha indignação, vindo provavelmente da sala de reuniões, com sua bolsa cara suspensa no braço e o casaco sobre os ombros.

Curvo-me como de praxe e ela para diante mim.

K– Bom final de expediente, professora Regina.

R– Obrigada, diretora. Para a senhora também.

Curvo-me novamente e então sigo o meu caminho, ou pelo menos era o que pretendia, se não fosse sua voz interrompendo o meu passo. Viro para olhá-la.

K– Não se esqueça. Até o final da semana.

Engulo o belo 'foda-se' que sobe pela garganta e somente concordo. Observo-a dar as costas e caminhar rumo a saída sobre seus saltos, e uma súbita vontade de que partam e seu rosto prepotente vá direto ao chão me acerta em cheio. Infelizmente, seus sapatos parecem muito resistentes para simplesmente quebrarem do nada.

Respiro fundo pela milésima vez em menos de uma hora e retorno ao meu trajeto até o banheiro, embora toda a minha vontade tenha passado graças ao encontro com a diretora de minutos atrás.

Marcho para o banheiro mais próximo, remoendo-me por dentro, e novamente o universo me surpreende, agora com um lindo e inconveniente cartaz de "em manutenção".

R– Ótimo...!

Dou meia volta e, sem outra opção, só me resta ir para o primeiro andar. Subo as escadas às pressas, mas assim que chego ao topo, esbarro com tudo em algo e o impacto por um triz não me faz rolar degraus à baixo.

*– Por que não olha por onde anda?

Uma voz áspera de repente alcança os meus ouvidos e só então reparo que duas mãos fortes seguram firmemente a minha cintura. Meio desnorteada, tento recobrar do susto e assim que ergo a cabeça, um par de olhos malditamente verdes me encaram com certa reprovação.

R– O que disse? – indago.

*– Eu disse: por que não olha por onde anda?

Fico perdida na profundidade dos olhos a minha frente por segundos e só me dou conta de que estou encarando demais quando um pigarro chama a minha atenção. Volto a órbita e o desejo de cair das escadas me preenche no instante em que noto quem é a dona das orbes verdes e as mãos que continuam na minha cintura.

R– Swan?! O que faz aqui?

E– Eu que pergunto.

R– Trabalhando. Será que não vê?

E– Sim, eu vejo. Ao contrário de você, que esbarrou em mim.

R– Ei, foi um acidente!

Por alguma razão que desconheço, volto a encarar o rosto de Emma não tão distante do meu e sinto seu olhar recair sobre mim de imediato.

O que tem de chata, esse garota tem de bonita. Tenho que admitir.

 Emma Swan é uma mistura perigosa.

E– Ultimamente você está envolvida em muitos acidentes que me comprometem, não é professora?! – ouço-a dizer.

Franzo o cenho e então caio na real. Dou alguns passos para a frente, levando-a junta, e desvencilho-me de suas mãos. Tomo minha postura de sempre e cruzo os braços em indiferença.

Nos encaramos.

R– O que quer dizer com isso?

E– Nada. – dá de ombros e ri – Foi só uma constatação.

R– Huh...

E– Aonde está indo com tanta pressa?

R– Banheiro.

E– Aahh, agora entendo a pressa. Está muito apertada, não é?!

R– Garota, desde quando te dei permissão para agir tão informalmente comigo?

E– Desde que me pediu para chamá-la de você?!

R– Só pedi porquê acho senhora muito estranho, levando em consideração que de senhora eu não tenho nada. Eu ainda sou sua professora e você me deve respeito.

E– Ok, ok. Me desculpe professora.

R– Garotinha petulante! 

E– Olha, a petulante até posso concordar. Mas assim como você não tem nada de senhora, eu não tenho nada de garotinha.

Encaro seu sorrisinho atrevido e reviro os olhos. Garota idiota!

R– Você e essa língua afiada, não é, Emma?! – solto uma risada anasalada – Bom, se me der licença, eu ainda preciso ir no banheiro. Porque, como disse, estou apertada.

Viro-me, mas da mesma forma que fez a diretora, a pirralha também me impede com sua voz. Será algum complô para eu não ir ao banheiro?

R– O que foi?

E– Você está bem?

R– Hã?

E- Não que não seja o seu normal, mas... Você parece bastante irritada. Bom, sua veia da testa está bastante evidente e suas bochechas estão um pouco vermelhas e geralmente só ficam assim quando está muito brava, então...

Sou incapaz de não arregalar os olhos. Como essa garota sabe disso?

R– O que você...

E– Aconteceu alguma coisa?

Permaneço calada, estática, vendo-a coçar a nuca em claro desconforto. Sinto minhas bochechas corarem, mas de longe é por conta da raiva. Sério, como ela sabe disso? Quando estou muito brava?

R– N-não aconteceu nada. – balbucio – Está tudo bem.

E– Certeza?

R– Sim, eu só... Só estou um pouco de saco cheio.

E– Ah, então somos duas. – sorri.

Apenas balanço a cabeça por sua fala e a encaro. Emma faz o mesmo e outra vez nossos olhos se encontram com tamanha naturalidade que chega a assustar.

No silêncio do corredor, prosseguimos com nosso - não tão - embate, até que passos na escada quebram a situação e Daniel aparece com um semblante um tanto preocupado. A garota vira e cumprimenta seu professor, que a retribui.

D– Regina, estava te procurando. Pensei que tinha ido ao banheiro.

R– Sim, mas... O banheiro do térreo está em manutenção e precisei subir.

D– Já podemos ir?

R– Ah, ainda não. Encontrei a Swan e ela pediu uma ajuda com a matéria. Acabei não conseguindo ir ao banheiro. Pode esperar mais uns segundinhos?

D– Claro. Fique a vontade.

Sorrio e direciono o meu olhar para a garota parada ao nosso lado. No entanto e surpreendentemente, seus olhos possuem um brilho indecifrável e sua expressão que antes era suave retornou a apátia de sempre.

Ela meneia a cabeça antes de dar as costas e descer as escadas, deixando-nos sozinhos. Apesar de achar sua atitude estranha, não dou muita atenção e finalmente consigo entrar no banheiro. Faço o que queria fazer à tempos e saio para encontrar Daniel e ir para casa com sua carona.

 


Notas Finais


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