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História Teachers room ; reddie - Maldito guarda noturno I


Escrita por: vantaegguk-

Notas do Autor


Essa estória passou por um pequeno processo de reescrita. A probabilidade de conter algum erro gramatical é, como em todas estórias, grande.

Contém menção a bdsm, mais precisamente a parte de submissão e dominação. Nada muito intenso.

De qualquer forma, boa leitura!

Capítulo 1 - Maldito guarda noturno I


Fanfic / Fanfiction Teachers room ; reddie - Maldito guarda noturno I

Estava tarde. 

Edward conseguiu constatar pela imagem da lua que, majestosa, se estendia no horizonte cessando a paisagem antes crepuscular de cores alaranjadas. As estrelas, de pouco a pouco, tomavam forma no escuro da noite cujo, gradativamente, tornava-se ainda mais soturno. O frio dominava a atmosfera da Universidade, forçando Eddie a abraçar o corpo com os próprios braços numa tentativa de se aquecer.

Embora a temperatura fosse um intenso incomodo para Kaspbrak, ele ainda insistia em caminhar dentre os os corredores vazios sem vontade alguma de voltar para a casa. Nada ainda havia sido trancado, e esse fato era um perfeito pretexto para perambular pacifico e sem compromissos enquanto olhava para as janelas longas.

No entanto, a pacificidade que ele almejava se mostrou inalcançável quando sentiu um baque forte contra o corpo. Havia se chocado contra uma maldita pessoa. 

Revirar os olhos havia sido uma reação automática de Edward quando ele notou que a forma como os corpos se bateram mostrou ter sido proposital da parte da outra pessoa. Desconfortável com aquilo, ele levantou o rosto para cima birrento como uma criança, prestes a reclamar e bater os pés nos chão, desgostoso. Mas quando seus olhos depararam-se com a armação preta de óculos familiares, ele trincou o maxilar. Não sabia dizer se era vitima do destino, cujo adorava pregar peças nos momentos mais inusitados, ou se era apenas seu dia de má sorte quando a pessoa com qual ele trombou se revelou ser Richard Tozier. Os cantos dos lábios dele, com a constante mania de ironia, curvavam-se ladinos enquanto os olhos transparecia, sem escrúpulos, divertimento. 

— Ainda por aqui, Eds? — ele questionou com o tom de voz cínico, usando sempre quando o objetivo era ser irritante. — Não me diga que estava procurando... — Tozier pausou, se aproximando do ouvido de Edward numa letargia curiosa. Kaspbrak recuou, embora não tenha funcionado o suficiente para um afastamento. — Outro parceiro pra se aliviar?

Num impeto de frustração, Edward espalmou as mãos no peito de Richie e o empurrou em desgosto. Com os lábios retorcidos e testa franzida, ele bufou. Embora estivesse acostumado com as provocações alheia, ele ainda conseguia se sentir afetado de um modo que beirava ao ridículo.

— Me deixa em paz Richie. Suas brincadeiras são insuportáveis! — contornou o corpo a frente e passou a se distanciar.

— Acho que não, ursinho. Não trocamos nenhuma palavra ainda — ele pausou, e Edward cessou os passos. — Não acha rude da sua parte me ignorar?

Eddie se virou com relutância.

— Diga o que quer, Tozier. Hoje eu não estou com tempo pra suas piadas, então seja breve.

"O que você quer, Tozier?": Era a pergunta que martelava a cabeça dele desde que pisara os pés naquela universidade. O que Tozier queria. Mas descobrir a resposta se mostrou ser algo inalcançável, tendo em vista a maneira sempre enigmática como Richard agia. Daquela boca não saiam respostas ou explicações; apenas provocações e piadas. Ora ou outra uma frase neutra, mas estas eram raridades quando se tratava de Eddie.

Edward cruzou os braços, encarando-o esperançoso. Richie, por sua vez, se mostrou novamente imprevisível quando a resposta dada fora o silêncio, acompanhado por passos lentos. O sorriso presunçoso, mais uma vez, floresceu naqueles lábios, e Edward quis morrer quando se viu encarando como uma adolescente com hormônios a flor da pele.

Não seria novidade se Richard o dissesse algo relacionado a sua sexualidade. Quando espalhou-se pela universidade que Edward Kaspbrak havia saído com um garoto, todos só sabiam falar da mesma coisa; Eddie era gay. Como se o fato fosse algo de extrema importância. Quando a fofoca chegou aos ouvidos de Tozier, ele teimou em provocar Edward ainda mais do que antes. Com uma intimidade da qual ele certamente não havia o fornecido.

Poucos centímetros de distância separavam ambos corpos no corredor escuro. Edward naturalmente o empurraria para o mais longe com imprecações quase que perpetuas, mas naquela vez ele decidiu não relutar. Se suportar a aproximação intimidadora de Tozier era o que precisava fazer para obter uma resposta, ele certamente o faria. 

Richard demonstrou querer dizer algo, mas fora interrompido quando passos foram ouvidos pelo corredor junto com uma respiração intensa de quem acabara de correr uma maratona.

— Ah, garotos! — chamou-os a silhueta alta. Ambos ainda não havia identificado quem era. — Céus, que bom que encontrei alguém! Vamos, me ajudem com isso — se referiu as três grandes caixas de papelão que segurava com dificuldades.

Sem hesitar, eles pegaram no automático aqueles pesos que o homem segurava; ambos confusos, agindo por impulso.

Quando as caixas foram tiradas dos braços alheios, elas deixaram de tampar o rosto de quem as seguravam anteriormente, mostrando ser apenas um dos professores.

— Eu estou com pressa hoje, ainda bem que estão aqui! — suspirou aliviado. — Vocês podem levar essas caixas até a sala dos professores? Não é muita coisa... Tenho que ir embora ainda agora. Não demorem muito pois logo irão fechar as salas. Obrigado rapazes — saiu sem deixá-los dizerem sequer uma palavra.

Ambos olharam interrogativos na direção onde o homem havia partido, sem saber bem o que dizer, tampouco o que fazer com aquelas pesadas caixas que seguravam em suas mãos; Eddie com duas; Richie com apenas uma. Aquilo era um pouco injusto considerando o tamanho e pouca capacidade de Eddie, porém Richie não se importava, ao menos não demonstrava.

A unica reação de Eddie havia sido um revirar os olhos pelo infortúnio de ter sido interrompido no momento em que ansiava pela resposta de Richie. Ele tivera de retomar a consciência para a atual situação, e não segurou a boca quando reclamou:

— Justo com você!

— Não. Eu 'tô caindo fora — respondeu sereno, enquanto colocava a caixa que segurava em cima das de Eddie, quem não pôde fazer nada além de dobrar os joelhos por conta da carga.

— Merda, Richie! Me ajuda nisso. O professor pediu a ajuda de nós dois, não só de mim. Eu não aguento segurar tudo isso! 

Richie que caminhava de forma lenta pelo corredor, virou com uma expressão convencida.

— Você reclamou quando ele disse para irmos juntos — deu de ombros enquanto colocava suas mãos na cintura. — Agora é só ir sozinho. Seu problema foi resolvido.

— Richie... — numa suplica, sua voz soou baixa.

Tozier esperava o pedido de ajuda enquanto o olhava esperançoso. O rosto de Eddie parecia um pouco mais entristecido do que antes, o que lhe deu certo remorso.

— Vai se foder! — foi a resposta que recebeu.

Não era bem o que Richard estava esperando.

— Vai lá, então. Você deve aguentar essas caixas — proferiu depois de um longo silêncio, virando-se novamente para o corredor escuro.

Seus passos estavam ficando distantes. Entretanto pareciam curtos, como se Richie não quisesse, de fato, se afastar. 

Em questão de segundos, a carga parecia ainda maior para os braços finos de Edward, o ocasionando joelhos dobrados e quase encostados ao chão. Ele distorceu o rosto com o lábio superior repuxado sobre os dentes.

— Merda, Richie! Me ajuda — pediu, sabendo que o outro era orgulhoso demais para ajuda-lo sem escutar uma suplica.

Ele escutou Tozier cessar os passos sobre o corredor, para segundos depois os passos voltarem e se amplificarem em seus ouvidos. Em uma combinação com a sonoridade do tênis, Richard soltou um riso nem um pouco discreto, recheado de ironia. Edward quis jogar todas as caixas em cima daquele maldito Richie egocêntrico. O peso das caixas, no entanto, nem mesmo juntas numa balança se comparavam com o peso do orgulho e narcisismo que Tozier carregava pelos corredores com seus casacos havaianos e sorrisinhos sarcásticos.

— Justo comigo, não é mesmo? — ele indagou irônico enquanto pegava duas das caixas que Edward segurava.

Um suspiro de alivio saiu de imediato.

— Vamos logo, eu quero voltar para casa — alertou Eddie de forma ingrata, andando na procura da sala dos professores.

— Por que não me leva contigo? Sua mãe deve estar com saudades de mim por conta da noite passada.

Eddie revirou os olhos aumentando seus passos com objetivo de deixar Richie e suas piadas sujas para trás.

— Suas piadas sobre minha mãe já saturaram o suficiente.

— Estou apenas falando a verdade, não é minha culpa se você não escutou os gemidos dela enquanto dormia — continuo a provoca-lo. – Se quer saber, ela fazia assim; Ooh Richie, isso é tão grande, Ooh...

— Da pra calar a porra da boca? — questionou virando-se para trás. — Eu não quero te ouvir gemer, seu idiota. Isso nem ao menos tem graça!

— Você fica tão engraçado quando se irrita — Richie riu balançando a cabeça e passando na frente de Eddie, quem estava parado enquanto reclamava.

— Não da pra ficar um minuto do seu lado, é impressionante — reclamou voltando a andar, dessa vez, atrás de Richie.

— Sua mãe aguentou muito mais do que um minuto — ironizou enquanto abria a porta da sala onde finalmente chegaram. — Chegou a pedir por mais.

Eddie revirou os olhos, tentando comprimir o pequeno resquício de risada que queria escapar de modo proibido. De onde ele consegue tirar tantas piadas? 

— Não vou perder meu tempo com isso — avisou Eddie, enquanto entrava.

A primeira coisa que tomou conta da sua visão quando entrou fora o sofá de veludo que, com uma chamativa coloração avermelhada, se encontrava encostado numa parede próximo a porta. Suas pernas estavam tão exaustas que ele queria se jogar ali, mas conteve-se de segurar a vontade, se preocupando apenas em colocar as caixas na a enorme mesa que se estendia no centro da sala.

Sem a carga, Eddie movimentou os braços tentando se livrar da tensão que os dominava conforme, por outro lado, Richie se preocupava com coisa mais banais como tatear uma das caixas como um gato curioso. 

— Você não vai mexer nisso... Não é? — indagou Eddie enquanto alongava um de seus braços.

— Quero saber o que tem — cutucou a fina camada de fita que cobria uma parte de uma das caixas.

— Devem ser livros, não é óbvio pelo peso? 

— Tem razão — levantou seu tronco. — São mais pesados que sua mãe.

— Que droga, Tozier, você não consegue controlar essas suas...

Não fora capaz de continuar a frase quando, rapidamente, a porta se fechou.

Ambos olhares foram direcionados até ela. Estavam paralisados; medo e receio. Quem podia ser naquele horário a não ser o professor de anteriormente? Cujo também não haveria sentido, pois ele havia saído de forma apressada.

— Mas que porra...

A fala de Richie também fora cortada quando um "click" apareceu. O mesmo correu até a porta puxando a maçaneta de forma apreensiva, sentindo-se preso, mas não havia nada o que abrisse aquela porta de madeira. Estavam trancados.

Ele olhou pelo olho mágico e de relance conseguiu ver uma silhueta que andava cantarolando, senão dançando, com grandes fones de ouvido sobre sua cabeça. Parecia ser um dos guardas noturnos.

— EI! —gritou Richie, batendo na porta de forma bruta.

— Que merda está acontecendo, Richie? Essa piada não tem graça! — reclamou Eddie assustado.

— Não é piada! — respondeu Tozier. — Ótimo... Estamos ferrados.

— Espera... Não me diz que... — Eddie olhava assustado para Richie, quem parecia já ter aceitado a situação. — Ah não, não, não. Merda! — gritou enquanto corria até a porta.

Richie se sentou no sofá que havia por perto. Não havia muito o que fazer além de esperar alguém passar por lá

— SOCORRO! EU ESTOU PRESO! — gritou batendo na porta. — OLHA PARA CÁ, PORRA! — berrou para o guarda, quem estava sereno com um enorme fone de ouvido — SEU IDIOTA, OLHA PARA CÁ!

— Da pra calar a merda da boca, Kaspbrak? — Richie esbravejou, chamando-o pelo sobrenome pela primeira vez. — Gritar não vai adiantar merda nenhuma!

Eddie virou seu pescoço para trás o olhando. Ficou quieto por alguns segundos antes de voltar a gritar.

— OI? TEM ALGUÉM ME OUVIDO? EU ESTOU PRESO COM...

— Para de gritar...

— ... COM UM IDIOTA — bateu ainda mais forte na porta.

De cabeça cheia, Richie se levantou andando com passos rápidos até Eddie. Estava furioso. Edward constatou quando ele analisou as sobrancelhas franzidas e lábios torcidos que emolduravam as feições dele. O tom de divertimento que antes exibia transformou-se em cinza. Brevemente, indiferente. Desconcertado.

Não foi isso o suficiente para fazer Eddie se calar. Não se importava se estava sendo impertinente ou não. Apenas queria sair dali. Ficar preso com Richard Tozier numa sala estranha o dava calafrios indesejáveis. Então, ele logo voltou a atenção a porta, virando-se para ela. As vozes de suplica para ter a atenção do guarda voltaram, juntamente com os murros que ele projetava impiedoso contra a porta.

O som mais forte, no entanto, tornou a ser produzido pelas duas mãos de Richard, cujo pararam espalmadas contra a porta. Uma no lado esquerdo e outra no lado direito. Em cada lado da cabeça de Edward. 

O susto foi imprevisível. Ele não hesitou em e virar para reclamar com Tozier, mas hesitou em abrir a boca quando tomou consciência da súbita aproximação de ambos rostos. O ar chegou a faltar em seus pulmões.

— Por que te assusta tanto ficar perto de mim? – Indagou Richie o encarando. Seu rosto estava intimidador naquele momento.

Eddie ficou quieto por alguns segundos. A resposta era concreta. Não tivera de pensar muito quando os pensamentos sujos em relação a ele voltaram. Atração. Me assusta porque você me atrai.

— Por que você é insuportável! — mentiu, empurrando-o e o afastando.

Eddie se retirou de perto dele, sentindo-se um pouco arrependido. Ainda estava aturdido pelo curto momento de aproximação que tivera. Perguntou-se, inevitavelmente, o que aconteceria se não tivesse falado nada.

— Sua mãe deve discor...

— Para de falar dela. Caramba, Richie! — esbravejou, atrapalhando a piada genérica de Tozier, quem o olhou curioso.

Eddie se sentou no sofá ficando inquieto enquanto balançava os braços em gestos confusos, de acordo com o que dizia. Enquanto isso, Richie se encostou na porta cruzando seus braços, sem dizer uma palavra. Com o olhar interrogativo tão incisivo quanto uma adaga. Atraente até o ultimo centímetro.

— Você só sabe falar da mesma coisa! Isso cansa — alertou dando ênfase na palavra final. — Por que gosta tanto de me tirar do sério?

Ele olhou frustado para Tozier, assistindo-o descruzar os braços e se aproximar com um sorriso descarado.

— Você gosta tanto de ser provocado pelo Bill, mas por mim você se irrita? 

Eddie sentiu seu coração retumbar fervorosamente. Era mesmo necessário tocar naquele assunto?

— Gritar com ele parece ser mais divertido, não é? — indagou num tom provocativo. Ele deu uma pausa misteriosa enquanto se agachava em frente a Edward. 

Kasprack sentiu todo o oxigênio se extinguir de seus pulmões quando, imponente, Richie segurou-lhe o queixo com possessividade. Como se quisesse realmente verificar se ele estava ouvindo o que dizia.

— Principalmente na sala do laboratório.

Quando a última palavra saiu daquela boca, Eddie não se segurou quando levantou a mão e desferiu um tapa árduo no rosto dele..

Richie o olhou de volta, surpreso pelo ato, e riu.

E como duas criança, ambos começaram a se bater de forma infantil. Seria mentira se dissesse que aquela socos e tapas doíam, para fala a verdade, parecia uma brincadeira de jardim de infância.

Por que Richie o provocava tanto? Era óbvio para qualquer um que visse. Tozier odiava vê-lo com Bill. Fazia de tudo para chamar sua atenção mas nunca era o suficiente para trocarem se quer uma palavra sem ser provocações. Kaspbrack nunca lhe dissera nada além de xingamentos, o que ele não julgava; era divertido vê-lo irritado.

Por inconveniência, Richie acabou por cair em cima de Eddie, segurando seus braços impedindo de desferir qualquer outro tipo de ataque.

— Você é nojento — disse Eddie. Seu olhar desceu até os lábios carnudos de Richie de forma inconsciente. Ele não conseguia desviar; parecia atraente. Morder o próprio lábio inferior fora involuntário.

Entretanto, seu olhar pôde se desfocar quando um sorriso apareceu no canto dos lábios de Tozier.

— O que tanto olha? — indagou irônico. — Achei que era só a daquele maldito gago que lhe interessava — provocou.

Eddie desviou o olhar. A parede parecia ser mais interessante naquele momento. Ele queria se calar até Richie desistir de prende-lo contra o chão. No entanto, a maneira erótica como seus pulsos eram segurado a cima da cabeça o despertou desejos que vinha a muito tempo ocultando, e junto a eles veio uma boa porcentagem de coragem. Guardar algo por tanto tempo não era confortável, e se tinha um hora para falar a verdade, talvez, apenas talvez, fosse aquela; sem ninguém por perto e sem tempo para ir embora.

— Eu não gosto dele... — começou após um breve silêncio. — Eu...

 



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