História Tears - M e m o r i e s pt.2

                    ~Jimin~

Mais um dia em frente à toda aquela multidão de fãs gritando nossos nomes, jogando presentes, a cada música estavam cantando junto com a gente.
Não foi fácil chegar até aqui, não foi fácil para nenhum dos garotos.
Não é fácil você ter que estudar coisas que você tem que relembrar e ao mesmo tempo ter que se ocupar com shows, comebacks, eventos, tudo.
Começo a me sentir tonto, vejo borrões e começo a perder a visão e a audição.
Desmaio.

                3 dias depois.

Acordo e vejo um teto branco, uma cama com laterias feitas de ferro, vestido numa roupa de paciente de hospital, soro correndo para minhas veias. Quantos dias eu fiquei por aqui?
Me ajeito na cama, respiro fundo e vejo uma garotinha entrar e logo depois, sair correndo. Isso me fez lembrar da Clarice.
Todas aquelas memórias ressurgem; brincadeiras, pequenas brigas, juramentos, passeios, até mesmo o nosso primeiro beijo.
Eu sinto tanta falta dela. Eu já fiz tanta bosta atrás das câmeras, apenas os garotos sabem. As vezes eu tento entender o porquê de ela nunca ter mantido o contato comigo, será que ela cansou de mim? Eu não tentava manter o contato também, então ficou assim mesmo.
Ela era a garota ideal, a garota que todas as meninas queriam em seus grupos, sempre tão especial.
Aqueles cachinhos, aquela pele moreninha, aqueles olhos grandes da cor do mar, magrinha, tão fofa mesmo não tendo nenhuma descendência asiática.
Eu ainda lembro de um de nossos primeiros beijos, doces e inocentes.
No mesmo ano em que ela se foi.

                          ~10 anos atrás~

            Vamos apostar uma corrida? Se eu ganhar, você vai ter que me dar uma barra de chocolate daquelas que vende na lojinha da esquina que são beeeeem caras, e se você ganhar, você faz o que você quiser comigo. - Ela sorri e responde com uma voz retardada.
          Mas é claro que sim, sucuri. - Ela ri igual a uma égua rinchando.
         Para de me chamar assim. Agora fica quieta e se posicione em seu lugar. - Ela balança a cabeça positivamente e obedece. - Já sabe que eu vou ganhar né? - A mesma ri ironicamente e balança a cabeça.

Nós estavamos correndo tão alto que eu podia sentir o vento sendo cortado por nós.
Clarice estava um pouco a minha frente, estava correndo com todas as forças, daqui a pouco ela vai desmaiar, tenho certeza.
Ela é tão pequena, mesmo assim é uma ótima atleta, mas eu sou melhor que ela.
Estamos quase chegando no final, ela corre, corre e corre. A Clarice ganhou.
 
           Você deve ter feito alguma coisa, bebeu algo pra correr assim. Como você conseguiu ser mais rápida que eu? - Eu estava impressionado e ao mesmo tempo indignado.
          Força de vontade. - Isso foi como um tapa na minha cara. E ela nem sequer desmaiou ou estava passando mal.
          Ok. O que você vai fazer? Hum? - Ela ri.
          Venha aqui! - Vou até ela e ela, a mesma me olha inocente e ao mesmo tempo com o olhar de quem estava aprontando. - Chega mais perto, se abaixa um pouco, e não pergunta nada.

Chego mais perto.
Me abaixo um pouco, ela cola nossos rostos e faz o mesmo com nossos lábios.
Eu entendi, e cedi.
O beijo era inocente, calmo, rápido.

Quando chegamos em casa nossas mães estavam nos esperando, acabamos chegando muito tarde por conta que a Clarice ficou me melando com o barro de uma estrada qualquer.
Eu estava melado, MUITO MELADO, a Clarice também. Infernizei a vida dela por uma semana por causa que ela conseguiu colocar até barro dentro do meu ouvido.
Bobona.

                                ~Now~

Ajeito-me na cama novamente.
Eu queria reviver tudo outra vez.
Ver ela.
Abraça-la.
Conversar.
Mas ela não está aqui.
Não está aqui e nem vai estar...