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História Teclas de Piano - Sope - Yoonseok -


Escrita por: RachelDorella

Notas do Autor



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Hello
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Boa leitura •.
•. •

Capítulo 3 - Ré


Fanfic / Fanfiction Teclas de Piano - Sope - Yoonseok - Ré


Segunda-feira, de novo. Me sento na cama sentindo o meu corpo protestar contra isso, minhas pernas não respondem o comando: "levantar". Faço grunhidos estranhos enquanto me espreguiço e desligo o despertador.

Com pouca força de vontade, ando até o banheiro. A imagem que aparece no espelho é horrenda; meu cabelo está todo bagunçado, estou com a camisa branca um pouco amassada e tenho uma careta no rosto; Me sinto um lixo. Porém, a situação piora quando sinto o forte odor que sai pela minha boca, pareço um ogro. Então, escovo os dentes e entro para o banho para me limpar e me deixar apresentável.

[...]

Minha mãe já tinha saído para ir trabalhar, mas me deixou um café da manhã maravilhoso; pão de queijo, café, uma maçã e uma laranja. Adoro quando minha Omma inventa de fazer comidas típicas de outros países; as comidas Brasileiras e irlandesas são as minhas favoritas.

Me lembro da primeira vez que comi Feijoada. A receita é composta por feijão preto e carne de porco, e a maioria dos nativos brasileiros gosta de come-la acompanhada do arroz, couve e laranja. Me recordo de repetir a refeição três vezes, aquilo era realmente magnífico.

Quando acabei meu café da manhã, peguei meus cadernos com as partituras e minha flauta, e fui para o ponto esperar o ônibus. Este não demorou muito, o que é bom, assim fico livre até a aula começar e posso andar pelo campus com meus amigos.

Quando o ônibus para e me deixa na porta da Universidade, imediatamente recebo um abraço de alguém que conheço muito bem, Lalisa Manoban. Uma das minhas melhores amigas. Ela é tailandesa, mas se mudou para Busan, afim de fazer faculdade de dança e conseguir ser coreógrafa de algum grupo de Kpop.

Kpop é algo que Lisa ama. Ela fica o dia inteiro escutando músicas de grupos diversos e sempre quer conhecer mais outros, fora que ela adora gravar as coreografias e ler as fanfics dos shipps dos grupos utts. No momento, posso escutar seu fone em último volume tocando Baam do momoland.

— Chegamos juntos Hobi! — Ela fala animada quando me solta do abraço. — Já é a segunda vez no mês que isso acontece!

— Oi, bebês! — Sana chegou por trás de Lalisa e a abraçou, mas seu olhar e sorriso eram focados em mim.

Sana era um amorzinho. Sempre querendo ajudar e sempre mantém o bem estar do outro acima do seu; o que é um pouco preocupante, mas nós procuramos sempre a dar suporte à ela também.

— Que isso? Todo mundo marcou de chegar no mesmo horário? — Sehun apareceu do nada e me abraçou de lado. — Falta meia hora, dá pra irmos em um barzinho, uh? O que acham?

— São 6:27 agora, Sehun! — Lalisa exclamou enquanto Sana ria descontroladamente — Você precisa fazer terapia, seu cachaceiro!

— Que insulto gratuito! — colocou a mão no peito fingindo mágoa — E você também é! Devo lhe lembra do dia do cabrito?

— NÃO! — Lalisa gritou constrangida — Nem pense em falar do dia do cabrito!

— Tudo bem, tudo bem. Qual das duas vai querer carona? — Ele falou se virando para que as meninas subissem em suas costas. Porém, em vez das meninas pularem, eu pulei primeiro.

Ganhei inúmeros xingamentos e reclamações de dor nas costas depois disso.

[...]

— Sua mãe conseguiu o emprego, não é Hope? — Sana me perguntou enquanto eu terminava meu croissant e cappuccino.

Tínhamos decidido passar em uma lanchonete e dividir a compra de um lanche. No total foram dois croissants - um para mim e outro para Sana- ,um rocambole salgado para SeHun, um rocambole de chocolate para Lalisa e sete bolinhos de Burberry- que Sehun quase comeu sozinho. De bebida foram, três cappuccinos e um suco de manga para SeHun.

Nos sentamos no " nosso" lugar no campus. Debaixo de um Flamboyant enorme e que gera muita sombra. É bem gostosinho de ficar, longe da movimentação de alguns prédios agitados, como o de arquitetura, história e direito. Onde os alunos vivem perambulando pelos corredores afim de trocar de sala rápido, pegar livros que faltam ou que acabaram de ser recomendados pelos professores.

— Uhum! — Engoli a comida e me lembrei que precisava contar algumas mini fofoquinhas. — Menina, Nem te conto!

— Lá vem a Tia Hobi, a Tia fofoqueira! — dei um tapa em Sehun vendo todos rirem. Eu juro que não sou fofoqueiro, mas tem coisas que eu não consigo aguentar, preciso falar com alguém!

— Não conto mais também! — Falei cruzando os braços e eles, curiosos do jeito que são, começaram a implorar pelas informações. — Tudo bem! Olha, minha mãe é a nova cozinheira da família Min!

— É só isso? — Lisa falou desapontada — Já sabemos que ela foi contratada.

— Mas é a casa do Maestro Min! — eles ficam parados com cara de surpresa. Sana coloca até a mão na boca. — E a casa é bizarra. Não tem foto nenhuma da família, em nenhum lugar, eles são extremamente formais o tempo todo e tem um cachorro!

— Calma, calma. Eles têm um cachorro? Gente, que pesado... — SeHun Debochou e eu novamente dei um tapa nele.

— A questão não é essa! — Quem se pronunciou foi Lalisa — Você estava na casa do fantasma da ópera?

— Para de chama-lo assim, o nome dele é Yoongi.— Eles reviraram os olhos. Não posso evitar, odeio apelidos que não tenham a autorização da vítima para serem usados. — o coitado sofre nas mãos do pai. O Senhor Min deixou ele sem comer ontem, o dia todo, por não ter atingido a "perfeição" na música.

Eles ficaram me encarando, tentando absorver a informação. Observei a expressão de cada um; SeHun tinha as sobrancelhas arqueadas e a boca entreaberta, Lalisa olhava para Sana, as duas com o rosto surpreso.

— Caraí, que maldade. — SeHun falou colocando um bolinho, que compramos na lanchonete aqui perto, na boca. — Comer é vida, cara.

— Isso é sério, Sehun. O cara deixou o filho sem comer por um dia inteiro! — reforcei e ele deu de ombros.

— Eu já imaginava que a família do Maestro era maluca. Ele é estranho pra caramba. Ano passado, ele invadiu a aula de HLMP¹ para pedir uma régua, e ele nem estava em horário de aula. Ele voltou com a régua quebrada. — Fiquei estático. — O cara é muito estranho.

— Todos temos que concordar... — Lalisa também pegou um bolinho de Burberry. — Ele é sinistro.

— Ele deve passar por dificuldades. — Sana defendeu. Sempre tentando compreender os dois lados da história. — Vai que ele teve uma infância difícil?

— Ah, Claro que ele teve. — Lisa Debochou. E eu e os meninos quase Rimos. — Provávelmente, ele teve um trauma muito, Muito, Muito, muito, muito grande pra ser quem ele é hoje.

— Para de gracinha, Lisa. Algum parente próximo dele pode ter morrido, ou ele pôde ter sofrido um acidente... não sabemos o que ele viveu ou presenciou. Então não podemos julga-lo. — Sana falou quase chorando pela possibilidade do Maestro ter tido dificuldades como aquelas. Como um bom amigo, me sentei ao seu lado puxando seu corpo para o meu. Ela se deitou em meu peito e ali ficamos.

Sana e eu somos amigos a bastante tempo. Desde o ensino médio para ser mais exato. Sei que ela já perdeu a mãe para um acidente de avião, isso contribuiu para ela ser ainda mais sensível do que é. Eu a considero como uma irmãzinha. Quero sempre cuidar dela.

— Tá legal. Você é fofa, o maestro deve ter seus motivos, não é da minha conta a dieta extrema do fantasminha da ópera. Só sei que preciso ir para a aula. — Lisa pegou sua bolsa e saiu correndo.

Lisa e eu namoramos, até eu perceber que gosto apenas de homens, isso durou exatamente três semanas. Ela aceitou numa boa, mas eu sei que esse tipo de contato que tenho com Sana a machuca. Tento não fazer isso, mas não posso evitar de cuidar da minha irmãzinha de consideração. Já conversei com ela uma ou duas vezes. Ela sempre aceita e fala que já entendeu que sou gay, mas que seus sentimentos não foram apagados, e que ela não pode evitar, mas vai ficar bem.

— Já são 7:16, faz 16 minutos que minha aula de canto começou... falou pra vocês! — SeHun também saiu correndo.

— Eu acho que também vou indo... obrigado pelo apoio Hobi! — Sana se levanta, eu a acompanho e ganho um beijinho na bochecha. — Você é um amorzinho.

— Você que é, meu bem! Tchau — Nos separamos. Pego o último bolinho do pacote e me dirijo para o prédio da minha próxima aula, que conscientemente é orquestra.

Ando calmamente pelo campus, mas escuto um latido. Isso me deixa curioso, nunca tinha visto um cachorro no campus. Olho ao redor e me deparo com o Golden retriever dos Min. Ele estava sentado olhando para mim, e abanava o rabinho peludo estericamente.

— Olha! Você! O que está fazendo aqui, amigão? — Pergunto acariciando seus pelos quase dourados. — Tá perdido?

Óbvio que não recebi uma resposta, mas eu pude perceber o olhar dele ser lançado para meu bolinho. Como um retardado, perguntei "Você quer? Uh? É, você quer?" Ele se agitou mais e eu quis colocar uma coisa em prática.

Sempre gostei de animais, domésticos ou não. Então sempre via filmes, documentários e programas voltados para esse tipo de assunto. Então, como vi em um programa, me levantei e levantei o dedo indicador e falei "senta", o cachorro obedeceu meu comando, comprovando assim, a enorme inteligência dos Golden retriever. Também confirmou a teoria de que a família Min gastou uma fortuna com o cachorro para treina-lo.

— Gente, que cachorro esperto! Você é muito esperto, uh! — Dei o bolinho para ele e Acariciei seu pelo. Este comeu o bolinho todo em menos de um minuto.

Com o fucinho todo sujo, ele me olhou e lambeu minhas mãos. Sorri achando aquele animal muito fofo. Mas o que ele estaria fazendo aqui?

Olhei no relógio, já era 7:22. Eu tinha perdido quase meia hora da aula. Eu precisava correr. Iria avisar o Maestro de quê vi seu cachorro do lado de fora do prédio e pedir mil desculpas pelo atraso.

Assim que vi a porta da minha sala, respirei fundo e bati. Entrei assim que permitido, a sala toda olhava para mim de maneira quase sufocante.

— Está atrasado, Senhor Jung. — O maestro foi o primeiro a se pronunciar, como previsto.

— Desculpe, Senhor, mas é que eu encontrei seu cachorro no portão deste prédio. — Justifiquei. Assim como o resto da turma, me assustei pelo som da tecla Ré, uma oitava abaixo, soar na sala.

— Desculpe... — O pianista falou baixo assim que o som se esvaiu. Seu pai caminhou até ele e colocou a mão em seu ombro.

— Está tudo bem, Yoongi. — Voltou sua atenção para mim. — É normal nosso cachorro correr atrás do carro e nos esperar pela manhã inteira, não precisa se preocupar, Senhor Jung. Agora vamos voltar para a aula, uh?

— Sim, senhor Min. — A sala respondeu em uníssono.

[...]

Hoje, a classe de arranjo foi dispensada mais cedo, já que a professora não passava bem. Ela está gravida de cinco meses e teve que correr para o hospital, porque que passou mal durante as aulas do turno da manhã.

Passei pelo mesmo portão e pude perceber o cachorro dos Min ali, sentado e esperando seu dono sair. Não resisti e me abaixei para fazer carinho no animal, que recebeu de bom grado. Porém, não pude fazer companhia a ele por muito tempo. Tinha que correr para passar na lanchonete e ir para o ponto pegar o ônibus.

Com muito custo deixei o cachorro lá. Indo para a lanchonete, que - graças a Deus - estava vazia, e me dirigi ao balcão. A menina que estava atendendo anotou os pedidos rapidamente e em menos de cinco minutos eu já estava com um salgado aleatório e uma bebida em mãos.

Peguei um ônibus e em menos de vinte minutos, eu já estava em frente aos portões da residência enorme dos Min's. Entrei pelos fundo como minha mãe tinha me alertado para fazer e encontrei ela colocando o almoço na mesa.

— Oi, Omma! — Fui até ela e dei um beijinho em seus cabelos negros. — Precisa de ajuda?

— Oi, Hobi! Não, pode deixar eu já chamei a Jisoo para vir almoçar, o senhor Min ainda está no trabalho, então...Ah, Vai querer comer também? — Ela fala rápido. Isso acontece, normalmente, quando ela está feliz.

— Não obrigado, comi um salgado vindo pra cá. — Me sentei em uma das cadeiras de madeira escura com estofado branco e azul marinho. — Cadeira de rico é confortável, não é?

— Saia já daí! — Ela ordenou raivosa, me fazendo automaticamente atender seu pedido. — Nós somos empregados aqui, não podemos desfrutar do luxo deles!

— Quero que saiba que vocês não são vistos como empregados, agora vocês fazem parte da nossa família. — A Senhora Min entrou de pijama na sala. — E eu adoraria sua companhia nesse almoço, Soyeon.

— C-claro Jisoo, será uma honra! — Minha Omma fica animada com o convite e senta à mesa.

— Hoseok, você poderia levar a comida de meu filho no quarto dele? E se possível, o faça companhia, odeio quando meu bebê se isola. — Assenti e a perguntei onde era o quarto dele. — Ah, fica de frente para o meu. Por favor, bata antes de entrar, mas não espere ele autorizar, ok?

— Ok — Que complicadinho esse menino, ein?

Guardei meus pensamentos para mim e me dirigi a cozinha para buscar uma bandeja. Peguei um prato, servi a comida assim como servi o suco em um copo, e, bancando o equilibrista, cheguei ao segundo andar.

Fui até a porta de Yoongi e bati três vezes. Assim como Jisoo havia falado, não esperei o mesmo responder e entrei. Era um quarto luxuoso, sem nenhum quadro ou pintura, diferente do corredor, mas tinha um tapete felpudo cinza, as paredes eram brancas assim como a roupa de cama. Era tudo extremamente bem organizado e não havia mais cores pela pouca decoração.

O filho dos Min estava de pijama sobre a cama; um pijama cinza e sem graça, mas parecia quentinho e confortável. Ele estava encolhido, e com um de seus travesseiros sobre o rosto.

— Vai ficar sufocado, uh? — Brinquei. Ele tirou o travesseiro do rosto e lançou seu olhar em minha direção.

— O seu nome é Jung, não é? — Ele perguntou com a voz tremida. Parecia estar se forçando a falar.

— Jung Hoseok, sou da sua sala na aula de concerto. Você toca muito bem! — Elogiei me sentindo um pouco incomodado por seu olhar profundo e sem brilho.

— Onde está minha Omma? — Ignorando o elogio, ele apenas faz a pergunta.

— Está almoçando, ela me pediu para trazer o seu almoço... — Por fim, ele retirou algo debaixo do travesseiro em que sua cabeça estava deitada.

Não pude ver o que era, mas resolvi ficar quieto e silencioso. Afinal, sou apenas o filho da cozinheira preciso fazer o que mandam e nada mais. Ele se sentou na cama, calçou seu chinelo e ficou de pé. Ao que ele ficou de pé, percebi que o objeto retirado de debaixo do travesseiro, era um bastão guia para deficiente visual.

Batendo a ponta daquilo em alguns móveis, ele conseguiu chegar a minha frente. Olhando para um ponto fixo, ele estendeu a mão em minha direção. — P-prazer, sou Min Yoongi...


Apertei sua mão, em cumprimento. Mas eu estava totalmente em choque. O filho do Maestro, o fantasma da ópera, o pianista, Min Yoongi é  cego.



Notas Finais


¹ Abreviação de História e Linguagem da música popular.

Até o próximo 🧡


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