História Tell Me You Love Me - The Beginning

 Abro os meus olhos de maneira preguiçosa, constatando que as cortinas da janela estavam totalmente fechadas. Fecho os olhos novamente aproveitando o fato de minha mãe ainda não ter vindo me acordar. Me enrolo mais ainda no cobertor fofinho logo soltando um suspiro de satisfação. Sinceramente acordar dia de Segunda- feira para ir para faculdade\ colégio era um saco e eu já estava cansado daquilo. Eu não via a hora de tudo acabar acabar e logo ter o meu diploma em mãos e poder me mudar dessa cidade para casa de meu tio Jonas, que entendia meu caso. A faculdade de direito não era uma área muito fácil, e como Cora diz, chata para caramba, mas eu sentia apreso pelas leis.

- BOM DIA! - o grito ecooa por todo o meu quarto e minhas orelhas se encolhem de tanta dor. Caio da cama batendo minha testa fortemente no chão e praguejo baixinho.

- É sério isso, mãe?! - pergunto passando a mão na minha testa, concerteza ficaria um galo depois.

- Está atrasado. - minha mãe anda até o meu quarda-roupa e a única coisa que se escuta é o som do seus sapatos em contato com o piso de madeira.

- Precisava mesmo gritar? - pergunto me levantando do chão e tratando logo de pegar uma toalha.

- É claro que precisa, acordar você dia de segunda é péssimo você sabe disso. - reviro os olhos adentrando o banheiro, me despindo e logo ligando o chuveiro.

- Boa desculpa! - consigo ouvir ela bufar e sorrio do seu jeito.

- Você vai ter que deixar Laura no trabalho e logo depois levar Cora para escola com você. - Agora é minha vez de bufar, não que eu não ame minhas irmãs, mas sinceramente as duas juntas são um saco. - Ah! E Malia vai junto. - ela completa e eu falto bater a minha cabeça na parede.

- Ah não mãe! - reclamo. - Porque eu?

- Porque seu Tio Peter vai viajar e eu não tenho tempo. - a porta do banheiro é aberta em um baque e minha se encosta próximo a mesma, eu me encolho imediatamente, cobrindo as minhas partes íntimas.

- Dá licença! - peço e a mesma rir. Tenho certeza que minha cara está pior do que um pimentão, pois a mesma sacode a mão e a cabeça em um ataque de risos.

- Me polpe Der-bear! - ela me dá as costa voltando para o quarto e eu finalmente respiro. - Eu já vi isso!

- Mãe só saia do meu quarto. - peço de maneira nada educada e até parece que consigo visualizar sua cara de drama queen.

- Nossa! - a sua voz transbordar falsa indignação. - É isso que ganho por tentar ajudar um filho. - reviro os olhos novamente e consigo ouvir a porta do quarto se fechando, e seus passos que indicam que a mesma desceu as escadas. Respiro cansado e começo lavar o meu capelo.

Lavo as minhas orelhas peludas e pontiagudas com cuidado, certificando-me de que não entre xampu, pois arde para caramba quando acontece. Sim, eu tenho orelhas de lobo, elas são negras e macias, e também tenho uma longa calda felpuda da mesma cor. Existem vários iguais a mim, pandas, raposas, hereges, bruxos, feiticeiros, vampiros, banshees, wendigos e outros vários que eu demoraria uma eternidade para citar.

Bom eu sou um lobisomem. Mas não um lobisomem normal e sim um Titaniux. Agora vocês me perguntam, o que diabos é isso? Todas as lobisomens fêmeas entram no cio em um certo dia do mês, o ciclo delas dura pelo menos uma semana e quando a mesma estão nele, elas soltam um líquido rosa que exala um cheiro extremamente doce, enjoativos para alguns, mas irresistível para outros. As mesmas sofrem com cólicas fortes antes de cada ciclo, chegando a ficarem insuportáveis e afastadas da sua metade humana. Mas como em todo mundo que se preze, existe as aberrações. Alguns lobisomens machos nascem com essas "habilidades" e podem entrar no cio. Isso é considerado repudiozo, e o lobisomem em questão é totalmente excluído da civilização. Depois de um tempo, o presidente declarou que todo lobisomem com essa habilidade, poderia andar livremente entre todos, mas isso não impedia os olhares, cochichos e agressões vindas dos moradores.

E onde eu me encaxo nisso? Bom sou um desses lobisomens. Minha mãe e meu pai descobriram isso quando tinha apenas 10 anos e comecei a expelir o líquido rosa chamado de Tintux. Minha mãe tinha muito medo de eu ser excluído da sociedade, mas logo com a nova regra ela ficou mais tranquila. Mas mesmo assim eu sofria bullying por causa da minha condição, dos professores, alunos e todos que passavam por perto de mim. E para piorar as coisas, eu era gay. Se eu chegava em uma lanchonete logo alguns saiam com cara de nojo e outros cochichavam, mas ninguém ousava mim enfrentar. O motivo? Bom muitos dizem que minha carranca de lobo azedo espanta qualquer um.

Logo quando acabar com a faculdade de direito, irei para casa do Tio Jonas, que mora em um local totalmente recluso da sociedade e é cercado por natureza. Pelo menos eu fico longe dos cochichos e olhares tortos que recebo todo dia. Saio dos meus pensamentos e logo me retiro do banheiro vestindo meu habitual look. Calça, blusa ambas pretas e minha inseparável jaqueta de couro arrumo meu cabelo em um topete e desço as escadas com. Sinto o cheiro de torradas e ovos mechidos e meu estômago ronca ansiando por comida.

Vou até a cozinha e sento-me na mesa observando meu familiares devorando tudo. Minha mãe me direciona um olhar repreendendor sobre minhas roupas, apenas reviros os olhos e a mesma me joga uma cereja, tio Peter rir da nossa altitude nada madura e minha mãe ainda tem coragem de mandar língua na sua direção. Malia nos encara com se fossemos um Et, não é por nada mais não vou muito com cara dela, só a aturo pois vivemos na mesma cara. Cora entra na brincadeira e joga uma cereja à Peter que revida com outra. Reviro os olho diante da brincadeira de ambos, e Débora nossa empregada os repreende com o olhar fazendo os mesmo ficarem de olheras murchas.

- Ansioso para o primeiro dia? - pergunta Peter enquanto suas orelhas louras, da mesma cor do seu cabelo, balançam animadas.

Coloco a minha melhor carranca, enquanto Débora - nossa empregada - despeja café puro na minha xícara.

- Não! - respondo simples e seco. Peter faz uma cara de decepcionado, minha mãe semicerra os olhos em minha direção, Cora parece acordar de um transe e me fita e Malia apenas continua dando total atenção aos seus ovos mexidos.

O silêncio reina na mesa e quase me ajoelho no chão agradecendo a Deus por não ter tido nenhum interrogatório ou as mesmas perguntas que eles sempre me fazem.

" Porque não sai com seus amigos?"

" Porque não tenta namorar?"

" Meu deu! Saia desse quarto pelo menos uma tarde e vá caminhar ao ar livre."

Minha mãe para de fitar finalmente e quando escuto o som dos sapatos de Laura em contato com a escada, me levanto rapidamente, sem me despedir e vou até meu carro. Entro no mesmo ajustando o cinto de segurança e espero por alguns segundos. Laura entra no banco da frente ao meu lado, enquanto Cora e Malia vão para os de trás. Me certifico de que todas estão com o cinto de segurança e arranco com o carro.

Beacon Hills não é considerada uma cidade muito grande, mas parece que as ruas se alargaram, pois estamos demorando para chegar. Desvio meu olhar da estrada por um segundo e observou todas as casas a minha volta. Algumas tem vários pisca-pisca, enquanto outras tem vários bonecos de papai noel. Enquanto outras se preparam para o natal, muitas acham essa comemoração um pouco exagerada demais.

Laura limpa a sua garganta em uma tosse forçada e prepara-se para falar.

- Bom... - ela começa e logo trava, tentando achar as palavras para se usar comigo. - O que vai fazer depois da aula? - desvio meu olhar da estrada e vejo que a mesma está receosa.

- Nada. - respondo simples.

- Não tem nenhuma casa de amigo para ir?

- Não tenho amigos. - digo de um modo direto e vejo Cora bater a palma da sua mão na sua testa de modo frustrado.

- Oh! - Laura parece suprersa com essa revelação e sinceramente eu não entendo. Ela já deveria saber disso, pelo simples fato de eu viver totalmente trancado dentro do quarto.

- Porque a surpresa? - arqueio uma sobrancelha. - Você já deveria saber disso!

- Bom eu....

- Já sei. - sorrio amargo e Laura engole em seco. - Você presta atenção mais no seu trabalho perfeito do que na sua família. E agora está tentando forçar uma intimidade que não temos. - respondo de forma ríspida e a mesma me olha indignada.

- Somos irmãos Der-Bear - Cora tenta interver, mas Laura levanta a sua mão de forma dura fazendo com que a mesma se encolha, Malia apenas alterna os olhares entre nós dois de maneira divertida. - Irmãos são unidos e protegem um ao outro.

- Não nós dois. - Laura contém uma expressão triste em sua face, e um por um momento me arrependo do que disse.

- Derek...

- Chegamos. - falo parando em frente a delegacia, Laura tenta novamente e eu a corto. - Por favor Laura! - respiro fundo. - Só saía do meu carro e vá trabalhar.

Laura me encara por uma última vez, respira fundo, coloca sua bolsa no seu braço e saí do meu carro de cabeça baixa. Suspiro triste, odeio fazer isso com Laura, mais o simples fato de a mesma querer intervir na minha vida, já me deixa com raiva. Cora e Malia continuam me olhando de forma indecifrável, enquanto apenas dirigo até a faculdade\ colégio.

Estaciono o carro, e Malia e Cora se retiram ambas dizendo um " até mais" indo até a sua classe do terceiro ano do ensino médio. O institu Beacon Hills é um colégio e ao mesmo tempo uma faculdade, assim pode-se ver vários adolescente e adultos juntos. Ando entre o campus enquanto as pessoas saem da minha frente deixando a passagem totalmente limpa, algumas apenas me ignoram enquanto outros cochicham.

Parece que vai ser um dia longo.