História Tempo - Imagine EXO - Capitulo I - Bad Dream!

Oh Sehun Point of View {ON}

- Como você pôde? COMO PÔDE FAZER ISSO COMIGO? - Ela diz entre lágrimas, estava chovendo e ventava muito, mas nenhum de nós parecia se importar com o frio, a decepção dela e o meu arrependimento eram maiores que o frio que a chuva e o vento causavam.

- Eu me entreguei de corpo e alma pra você! Eu te amei! Como pôde? ME DIZ SEHUN! - Ela profere as duras palavras finalmente levantando a cabeça pra me olhar.

- EU TAMBÉM ESTOU SOFRENDO, EU ME ARREPENDO! - Eu realmente estava sendo sincero, porém por mais que eu queira, uma máquina do tempo ainda não foi inventada.

- Tá terminando tudo o que a gente construiu - Ela diz em um tom mais baixo.

- Pelo nosso bem... como você acha que eu vou conseguir continuar nesse relacionamento sem me sentir mal? COMO VAI CONTINUAR COMIGO, SABENDO O QUE EU FIZ? - O remorso era evidente na minha voz que falhava.

- Porque... apesar de tudo eu ainda te amo. - Ela diz ameaçando dar um passo na minha direção.

- Eu também te amo e por isso eu não te mereço… não depois do que eu fiz. - Porque sempre chove nos momentos ruins?

Mesmo que meu coração me diga pra correr até ela, abraçá-la e beijá-la como se não houvesse um amanhã, eu simplesmente não podia. Eu queria que alguém me parasse, mas acho que ninguém conseguiria porque mesmo que eu tente, não consigo apagar a minha traição, a minha culpa.

- Me prometa... me prometa que vai viver bem, que vai me esquecer, e que irá seguir em frente - Eu não estava em posição de exigir nada, mais ainda sim o fiz, seria a última vez.

Mas ela não falou nada, permaneceu em silêncio.

- PROMETA HANA! Seria tudo mais fácil se você simplesmente me odiasse… mas tudo bem é o meu castigo! - Continuo melancólico, sem uma resposta.

Porque ela simplesmente não grita que me odeia? Ao invés disso, se mantém apta a perdoar meu erro. Mas eu não consigo me perdoar, o erro está em mim e sempre esteve.

Ela se aproximou devagar, e parou quando apenas alguns centímetros nos separavam.

- Você é tão i-idiota. Eu sou uma idiota mesmo e continuo sendo. - Ela sorri frustrada, parecia que só agora tinha caído a ficha, de que não tínhamos mais solução.

Então ela olha pra mim, determinada a examinar cada detalhe do meu rosto. Sustentei o olhar, devia isso a ela.

Não demorou para que meu rosto virasse, devido ao impacto de sua mão em minha bochecha seguido de um ador que se fez presente, mas apesar da dor causada pelo tapa, nada se igualava a dor que eu sentia em meu coração e ao peso que eu carregava em minha consciência.

Oh Sehun Point of View {OFF}.

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Park Hana Point of View {ON}

Três meses depois...

E lá estava eu, em mais uma entrevista de emprego.

A verdade é que nada parece dar certo, não depois de tudo o que aconteceu com Sehun e de como tudo terminou. Pensar naquilo me trazia dor de cabeça e sinceramente pensar nele era o que eu menos queria.

Ouço a porta sendo aberta, revelando uma senhora, que aparentava estar em seus 30 anos. Me levantei para comprimenta-lá e nos sentamos, ela de frente pra mim e em suas mãos meu currículo cujo era analisado minusciosamente.

- Bom dia! - Ela finalmente diz, ao tirar seus óculos e repousar os papéis sobre a mesa.

- Bom dia! - Digo com um sorriso, nem muito feliz e nem muito triste, vamos dizer que era um sorriso normal.

- Bom, é um prazer conhecê-la Senhorita Park, pode me chamar de Senhora Wang. Eu olhei o seu currículo e… - Ela finalmente se pôs a olhar diretamente para mim. - Ele é bom, espetacular na verdade, por isso farei algumas perguntas rápidas.

Apenas assinto com a cabeça.

Ao todo foram 20 perguntas, sorri com algumas, acho que era mais umas perguntas para simplesmente traçar o perfil do entrevistado.

- Bom, realmente, você não me decepcionou. Não poderia achar alguém melhor. O emprego é seu! - A senhora Wang diz ao estender sua mão à mim.

- Verdade? - Ela apenas assentiu - Muito obrigada, eu prometo não decepcioná-la.

- Sei que não vai. Pronta para ser tornar uma fotógrafa da Unit Company?

- Sim, mais que pronta! - Digo com um grande sorriso, faz muito tempo que não conseguia sorrir assim, mas as coisas parecem estar dando certo agora.

Park Hana Point of View {OFF}.

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Oh Sehun Point of View {ON}

- Pensando nela? - Chanyeol perguntou, me acordando dos meus devaneios.

- Não sei do que está falando. - Digo cruzando meus braços, com uma expressão neutra.

- Você sabe sim, já faz um tempo mas... - Ele dá uma pausa, olhando pro grande relógio a nossa frente - ...seu olhar é sempre o mesmo quando pensa nela.

- Chanyeol, você não tem que ir não? Tenho certeza de já ter escutado seu nome sendo chamado - Digo em uma tentativa de me livrar das perguntas dele. Chanyeol me conhecia melhor do que eu mesmo, mas eu não queria discutir aquilo com ele.

- Tô indo, tô indo. - Ele diz dando de ombros e se dirigindo à entrada do consultório, a qual eu o tinha acompanhado para exames de rotina.

Assim que ele sai, um silêncio agonizante se faz presente.

Eu pensava que já tinha superado, mas do nada meus sonhos se tornaram as memórias da minha traição.

- Porque? Porque do nada, você ocupou minha mente de novo? QUE DROGA! - Apesar de estar em um consultório não me contive em gritar de raiva ali mesmo, o lugar estava vazio, então eu não receberia olhares estranhos.

Me pego em transe e sou acordado pelo barulho do relógio que estava mais alto que o habitual, por estar marcando meio-dia, apenas suspiro e me sento.

A verdade é que mesmo que eu diga a mim mesmo, que já superei, sei que é só mais uma mentira, ela nunca saiu da minha cabeça, do meu coração. Eu ainda podia sentir seus toques, beijos, sua pele, mas essas lembranças tinham uma cor, a cor do arrependimento, uma cor que eu nunca vou conseguir mudar não importa o quanto eu minta pra mim mesmo, mas ao final as lembranças foram tudo o que me restaram dela.

Oh Sehun Point of View {OFF}

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Park Hana Point of View {ON}

O dia tinha amanhecido nublado, e o vento insistia em soprar, era um vento frio, que vinha de encontro com a minha pele, como se a rasgasse

Assim que cheguei ao trabalho, me dirigi ao local marcado, hoje seria um dia de teste e fotografaríamos alguns modelos, e eu iria apenas observar.

- Tá pronta Hana? Eu vou te ensinar todas as manhas. - Minha nova colega de trabalho Na Yebin se dirige a mim, visivelmente empolgada.

- Ah, eu agradeceria muito mesmo - Acho que a empolgação dela, já estava me consumindo.

Seguimos por um grande corredor, e a verdade que a empresa estava bem movimentada. Assim que chegamos ao fim do corredor entramos em uma sala de tamanho médio, ela era equipada com cenários, objetos, câmeras em suportes, bom meu novo mundo.

Ela começou a me apresentar os modelos, mas um par de olhos me chamaram a atenção. Foi como se tudo tivesse perdido o som, como se todos tivessem sumido, e eu estivesse ali sozinha com ele, o homem que eu amei, e que apesar de todo o meu esforço pra odiá-lo, parecia que todo o esforço tinha sido em vão, porque meus sentimentos por ele voltaram, como um furacão que vêm com força e simplesmente arrasta tudo com ele.

- Bom então agora que estamos todos apresentados, que tal começarmos? - Yebin diz me fazendo acordar.

Apenas assinto, saindo do meu transe, desvio o olhar, e sigo fingindo que não o vi. Mas era difícil, às vezes eu simplesmente estava olhando pra ele e na hora dele ser fotografado eu não tive como não olhar.

Ele continuava, lindo, sedutor, maravilhoso e simplesmente me olhava também. Ao contrário de mim ele não fazia questão de disfarçar o olhar, mesmo eu tentando ignorar o máximo possível.

A sessão não demorou muito pra terminar, assim que me vi livre, sai o mais rápido possível da sala, peguei a minha bolsa e quando já estava saindo do prédio, um ser se coloca na minha frente.

Levantei a cabeça, para encará-lo e por um tempo ficamos assim, apenas nos encarando, sem falar nada.

- A gente precisa conversar - Ele diz quebrando o silêncio que parecia ter durado uma eternidade, mas que na verdade, durou apenas alguns poucos segundos.

- Não, não precisamos, já conversamos tudo o que precisávamos - Digo fria, curta e grossa.

Desvio dele, porém o mesmo me agarra pelo pulso.

- Por favor Hana a gente precisa sim, e você sabe disso.

Maldito olhar, a verdade é que ele ainda sabia os meus pontos fracos.

[ ... ]

Um silêncio constrangedor pairou sobre nós e assim que o garçom colocou os nossos pedidos sobre a mesa eu decidi me pronunciar.

- Porque apareceu? - Digo simplesmente.

- Direta. - Ele sorri. - Eu não sabia que ia te encontrar e levei um susto quando te vi, desde o momento, quis falar com você então…

- Não importa. - Digo o interrompendo. - Não precisávamos nos falar. Sabe eu estava bem, sem me lembrar de você.

- Hana…

- Vamos continuar assim. - Digo o interrompendo mais uma vez. - Vamos fingir que nunca nos esbarramos.

Eu me levanto.

- Você nem tocou na comida e ainda está chovendo, não pode sair assim. - Ele diz ameaçando se levantar também.

Simplesmente o ignorei e sai da cafeteria, o vento era calmo e a chuva caia moderadamente. 

Maldito tempo! 

Penso indo pra debaixo de um telhado, eu já estava molhada e o frio era grande.

- Aish, porque tão teimosa? - Levo um susto, ao constatar ele ali do meu lado. - Algumas coisas não mudam mesmo. - Ele diz me estendendo seu casaco.

- Não preciso do seu casaco, e nem de você. - Digo sentindo o vento vindo repetidas vezes ao meu encontro.

- Olha eu sei que ainda está chateada comigo, mas me deixe te levar pra casa, você vai acabar doente. - Ele diz apontando pro carro, não muito longe de nós.

[ ... ]

- Porque decidiu bancar o meu protetor? É a culpa? Culpa por ter me traído, ou por ter me deixado? - Digo olhando pela janela do carro.

A movimentação pela rua era pouca devida a chuva, e o clima que pairava era triste pelo menos pra mim, parecia tudo muito monótono.

- Eu achei que, o adeus era a minha única escolha. - Ele suspira. - E eu só percebi que não consigo deixar você ir, apesar de todo esse tempo.

Como ele viu, que eu não ia me pronunciar decidiu continuar.

- Pra mim parece que foi ontem que tudo aconteceu e mesmo que o tempo tenha passado, você simplesmente permanece na minha cabeça, mesmo que eu tente com todas as minhas forças, você simplesmente não sai de mim. - Ele dá um pequena pausa, olhando pra rua, estávamos parados agora, em frente ao meu apartamento. - Sei que o seu coração está provavelmente fechado agora…

- Você tem razão, meu amor é como uma folha que se desloca com o vento, cada vez mais fica mais difícil de alcançar de novo. - Digo segurando as lágrimas.

Abro a porta do carro, e saio correndo até a minha casa, entro e tranco a porta para em seguida, deslizar por ela, até me encontrar no chão.

As lágrimas saiam mesmo que eu insistisse pra que não. Eu me recuso a derramar mais lágrimas por ele.

Pego o celular, e mando uma mensagem simples

>Mensagem de Texto ON<

Sehun

Eu te perdôo Sehun, mas acho melhor mantermos a coisas como mantivemos durante três meses, é o melhor.

Por favor não insista, isso não é bom pra mim, e nem pra você. Adeus!

Visualizada ✓

>Mensagem de Texto OFF<

Me levanto, deixando o celular no chão e vou direto tomar uma ducha, quem sabe a água não leva embora as coisas ruins?

Park Hana Point of View {OFF}

[ ... ]

Oh Sehun Point of View {ON} 

Eu não a culpava, ela tinha razão, eu a machuquei e agora vejo que e a minha vez de se machucar de verdade, porque parece que só agora, percebi que o que tínhamos acabou, eu demorei três meses pra perceber.

Entro em casa e jogo as chaves na mesinha de centro, a casa estava silenciosa, sinal que o Chanyeol ainda não tinha voltado para casa.

Subo as escadas lentamente enquanto meus pensamentos se movimentavam como um carro em alta velocidade.

Assim que cheguei no quarto, acendi o abajur e me joguei na cama. Por mais que eu tentasse dormir, a insônia insistia em me castigar e parado olhando pro teto, eu via todas as minhas boas lembranças sendo tingidas, com a cor do arrependimento.

- Eu não acredito que você não está aqui comigo Hana! - Digo em um sussurro.

Me viro pro lado, encarando a janela, a chuva ainda caia e o vento se chocava com calma contra a janela do quarto. Depois de desligar o abajur, eu simplesmente fechei meus olhos.

O vento ainda soprava, o som vazio dele podia ser escutado, mas quanto mais os minutos passavam, o vento se chocava com mais força, contra a janela.

Estava quieto

Quieto demais

Eu tinha apagado

Tudo estava preto

Mas aí eu comecei a cair

E enquanto eu caía naquele precipício

Os pesadelos vieram a mim

Com um único objetivo

Me engolir por inteiro

Mas aí eu acordei, dos meus olhos lágrimas teimosas não pediam permissão para despencar, elas simplesmente se jogavam e eu não conseguia fazer nada, estava paralisado, incapaz de me mexer

                           [ ... ] 

Todos os sentimentos, nossa ruptura tudo de uma vez.

Eu estava lá, apenas para ter ver uma última vez e não demorou muito, porque lá estava você, cabelos soltos, balançando ao vento, parecia uma cena de filme, estava agasalhada levando um cachecol sobre o pescoço, sua maquiagem era básica, até porque você nunca precisou de muito pra ficar linda.

Eu vou te esquecer, não vai ser fácil e sinceramente eu não quero isso e a verdade é que você sempre vai ter o seu lugar em mim. Porque mesmo que eu não tenha aproveitado pra dizer enquanto tive a chance 

 - Eu te amo senhorita Hana teimosa! 

Não rimou, mas você é como essa frase, não precisa rimar, para ser especial, ela se faz especial sozinha, assim como você.

Vou usar toda a minha força e quando o vento se acalmar, eu vou sorrir, assim como você costumava fazer! Porque é o seu sorriso que vai me manter vivo.

FIM