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História Tempo - A árvore de glicínias


Escrita por: blakekawaii

Notas do Autor


Oi gente linda
Tudo bem com vocês?

Após alguns contratempos, cá estou com mais um capítulo dessa história.

Espero que gostem e boa leitura <3

Capítulo 3 - A árvore de glicínias


Fanfic / Fanfiction Tempo - A árvore de glicínias

⊰⊹❤⊹⊱

 

CAPÍTULO 3

A ÁVORE DE GLICÍNIAS

 

Aos arredores de Bernia – Britânia, dias atuais.

 

O sol estava se pondo graciosamente, tornando o céu em uma magnífica aquarela mesclada de laranja, rosa, amarelo e celeste. Os girassóis do campo brilhavam sob a luz solar que radiava intensamente e cada vez mais baixa.

O vento ligeiramente gélido do entardecer no rosto, o esvoaçar dos cabelos longos e o leve balanço de seu corpo flutuando para frente e para trás induziam Elizabeth a sorrir, suspirar e fechar os olhos levemente, imaginando-se voando por entre aquelas cores do céu como um pássaro inteiramente livre. Naquele momento ela esqueceu que estava velha e doente, naquele momento sentiu-se uma menina mais uma vez.

Assim que o balanço de madeira retornava em sua direção, Meliodas voltava a empurrar as costas de Elizabeth com delicadeza, repetindo esse ato incontáveis vezes. Era impossível para ele não sorrir ao ver sua amada tão feliz. Ele se surpreendia sempre ao notar que coisas tão simples faziam toda a diferença para ela.

— Ah. — Exclamou no susto quando o balanço foi alto demais para uma idosa. Ela podia sentir-se uma menina por dentro, mas seu corpo de fato não era. O que aconteceria com seus frágeis ossos se ela levasse um tombo?

— Desculpe. — Pediu Meliodas de imediato, notando que havia empurrado forte demais e reduziu a força.

— Sem problemas. Sabe... Acabo de me recordar do dia do nosso casamento. Lembra-se? — Indagou ao voltar levemente o rosto para trás para tentar ver o marido.

— Você estava linda demais nesse dia. Parecia uma fada ou algo do tipo... — Respondeu o loiro quando a imagem de Elizabeth vestida de noiva iluminou sua mente.

Com cada balançar foi como se o tempo corresse ao contrário, em revés através do corpo de Elizabeth. As rugas foram sumindo, sendo substituídas por uma pele perfeita como porcelana. Os cabelos opacos tornaram-se brilhosos, os lábios secos se tornaram sedosos como uma pétala de uma flor e as bochechas já não estavam mais pálidas, mas sim rosadas. A vida percorria em seu ser. Pelo menos foi assim que ela se sentiu quando se lembrou do dia de seu casamento. Foi como se por um instante tivesse voltado no tempo.

 

Vilarejo de Vaizel – Britânia, 75 anos antes.

 

Elizabeth pulou da cama agradecida quando ouviu o primeiro cacarejo do galo. Na verdade, mal tinha dormido tamanha era sua ansiedade, permaneceu apenas deitada durante quase toda a noite, se mexendo de um lado para o outro com o coração repleto de euforia e pensando sobre o dia seguinte.

— Hoje é o grande dia! — Disse para si mesma com um sorriso tão alegre que não conseguia conter.

Abriu a janela de seu quarto, permitindo que o vento fresco da manhã e os primeiros raios de sol tocassem sua pele. A jovem sorriu ao admirar a vida que acontecia lá fora. Como sempre as pessoas estavam tentando ganhar o pão, andavam atarefadas para lá e para cá, carregando suas mercadorias para vender, como ovos, leite, peixes e até mesmo galinhas medrosas presas em gaiolas.

— Bom dia senhor Abel, como vai? — Cumprimentou o ancião com um aceno quando ele passou por ali.

— Elizabeth, menina! Hoje é um grande dia, não é?! Hoje é o dia do seu casamento! — Respondeu com um sorriso gentil ao se aproximar da janela, carregando uma cesta grande de pães recém assados.

— Sim, finalmente chegou o dia! — Foi impossível para ela não abrir um largo sorriso.

— Então tome, leve esse pão, deve estar bem alimentada para não desmaiar na hora da cerimônia. — Ele estendeu uma baguete em sua direção e ela o pegou com timidez.

— Obrigada senhor Abel, é muita gentileza sua! — Agradeceu polidamente.

— De nada, de nada menina... Agora eu tenho que ir, preciso trabalhar... — Ele soltou uma risadinha engraçada e continuou seu caminho.

— Até logo! — Respondeu ela um pouco mais alto para que ele pudesse ouvi-la.

Elizabeth estava radiante, explodindo de felicidade e ansiedade, finalmente se casaria com Meliodas. O menino-anjo que roubou seu coração e se tornou o seu grande amor. Desfez a longa trança que costumava fazer para dormir, sentiu um agradável aroma de café recém passado e correu como um furacão para a cozinha.

 

(...)

 

Meliodas aguardava ansioso pela chegada de Elizabeth. A quantidade de rostos olhando para ele não ajudava. Suas mãos suavam e algumas gotas de suor se formavam em sua têmpora. Retirou um lenço de pano do bolso e enxugou a testa. Respirou fundo levando uma boa quantidade de oxigênio aos pulmões e soltou o ar devagar. Nunca imaginou que ficaria tão nervoso no dia de seu casamento, afinal já havia estado com Elizabeth tantas vidas, porém nunca haviam chegado até aquele momento, nunca haviam de fato se casado como se devia, talvez fosse esse o motivo.

Decidiu focar sua atenção ao local belíssimo que escolheram para a cerimônia. A sua direita se encontrava um majestoso lago onde alguns cisnes dançavam de forma harmoniosa e muitos lírios-da-paz cresciam ao redor da beira do lago.

Atrás e ao mesmo tempo acima de si e do padre idoso que possuía cabelos apenas nas laterais da cabeça e usava óculos pequenos e redondos, uma grandiosa e centenária árvore de glicínias se dispunha magnificamente, com seus infinitos galhos e flores lilás que pareciam cair como uma chuva de pétalas. O altar e toda a terra que ficava abaixo da árvore se transformou em um belíssimo tapete devido as flores que se desprenderam de seus galhos.

Dois pedestais com um belo arranjo de rosas brancas se encontravam dispostos um de cada lado da mesa de madeira onde havia um castiçal com uma vela acesa e a bíblia do padre. Bancos de madeira se dispunham de frente a árvore, deixando uma passarela livre no meio, repleta de pétalas brancas de rosas e lilás da glicínia que guiariam a noiva até o altar.

O céu estava bonito naquele determinado lugar, porém havia muitas nuvens cinzentas ao sul, esse era o risco de realizar um casamento a céu aberto. Meliodas apenas rezava para que conseguisse se casar antes que a tempestade chegasse e desse um belo banho em todos.

— Calma meu filho, noivas sempre se atrasam! — O padre tentou o acalmar ao notar o nervosismo do rapaz.

Meliodas apenas assentiu formando uma linha fina em seus lábios, até que uma carruagem parou na estrada anunciando a chegada da jovem noiva. Todos os presentes voltaram suas cabeças para trás para observarem sua entrada. O pai de Elizabeth saiu primeiro e ajudou a filha a descer.

Elizabeth parecia flutuar como um anjo, seu vestido era rendado com mangas meia estação que deixariam seus ombros descobertos se não fosse pelo tecido de véu transparente que cobriam seu colo. O vestido descia esvoaçante e leve até os pés e em sua bainha encontrava-se diversas flores de seda perolada bordadas a mão. Usava um par de luvas curtas de renda e carregava um buquê de rosas brancas. Era um modelo perfeito que ressaltava sua pureza.

Seus cabelos estavam soltos, exceto por uma parte trançada presa para trás na altura das orelhas, que até mesmo parecia formar uma tiara feita com os próprios fios. Presas de forma dispersa entre a trança e por toda a extensão dos cabelos estavam diversas pequenas florzinhas naturais. Ela podia ser facilmente confundida com uma fada, um anjo ou uma Deusa.

O coração de Meliodas começou a palpitar a mil/por/hora ao vê-la assim tão deslumbrante. Ninguém era tão abençoada com a beleza como Elizabeth. Ele ficou paralisado diante de sua perfeição. Ela era sua deusa, um anjo, imaculada, nunca tocada. Naquele vestido branco ela lhe parecia ainda mais pura e cheia de luz.

O violinista começou a tocar, os olhares de Meliodas e Elizabeth se cruzaram, os dois sorriram e Elizabeth de braços dados com seu pai começou a caminhar pela passarela indo de encontro com o noivo que lhe aguardava. Ela acenava discretamente para as pessoas que a olhavam com admiração, inclusive para o senhor Abel que lhe deu um pão horas mais cedo.

O loiro sorria e chorava ao mesmo tempo pela emoção. Não conseguia acreditar que aquele momento era mesmo real. Ela estava mesmo ali, caminhando como uma divindade para ele, caminhando para se entregar, caminhando para ser sua em todos os aspectos, sua amiga, sua parceira, sua mulher, seu eterno amor. Nada era capaz de explicar o que ele sentia. Conseguir se casar com ela era algo apenas sonhado, nunca realizado, nunca tangível e agora ali estavam eles.

Era como se a maldição lançada pelos seus país os tivesse dado uma trégua até ali, como se fosse um erro na matemática, uma chance entre um milhão de probabilidades, uma brecha de paz e tranquilidade.

Quando finalmente Elizabeth alcançou o altar, Meliodas enxugou as lagrimas. O pai de Ellie depositou um beijo suave na testa da filha, lhe entregou para Meliodas e se uniu a mãe de Ellie que já estava aos prantos. O loiro segurou a mão de sua noiva que sorriu com doçura e enxugou o restante de uma lágrima que cintilava no rosto dele. Ele também depositou um beijo suave em sua testa e ambos se voltaram para encarar o padre.

— Senhoras e senhores, estamos aqui presentes nesse belíssimo lugar, onde a natureza nos encanta, para celebrar o amor único entre Meliodas Palamedes Felec e Elizabeth Marie Rustichello. Os dois se conheceram quando ainda eram apenas crianças e desde então se tornaram inseparáveis. Eu acompanhava de longe da minha pequena igreja esses dois crescendo dia após dia e sabia que quando a hora chegasse se uniriam no sagrado matrimônio. É muito difícil eu estar errado sobre essas coisas. Era claro como as águas que o que sempre existiu entre vocês era a forma mais pura de amar. E aqui estão vocês, passaram de duas crianças que corriam por esse vilarejo de pés descalços e com risos soltos para o homem e a mulher que estão prestes a unir suas almas diante de Deus. E hoje quero lhes pedir para cuidarem um do outro, amarem um ao outro, respeitar, proteger e honrar até os últimos dias de suas vidas. Podem dizer seus votos...

O casal já estava bastante emocionado, Meliodas se posicionou de frente para Elizabeth e segurou suas mãos. Respirou fundo e tentou se recordar das palavras que ensaiou em frente ao espelho durante toda a semana. Porém olhando ali para ela naquele momento todas as palavras lhe fugiram, então apenas deixou o seu coração falar.

— Elizabeth, você é a pessoa mais bela, mais bondosa e gentil que existe nesse mundo. O seu sorriso é capaz de desarmar qualquer guerra e trazer calmaria. Eu sou tão... tão grato por ser você aquela que sempre segurou a minha mão... Eu prometo que irei te proteger com minha própria vida como um anjo-da-guarda, como você sempre diz. Prometo que te amarei, honrarei e cuidarei todos os dias, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte nos separe, com certeza farei, essa é minha missão eterna. Um dia serei mais forte e poderei cumprir uma promessa importante, um dia você entenderá, mas não agora...não agora... Obrigado por ser minha luz quando no meu coração só existia trevas. Eu te amo, sempre amei e sempre vou amar.

Os olhos dele estavam marejados e brilhantes, Elizabeth não segurou e as lágrimas cintilantes deslizavam por seu rosto. Nunca havia ouvido algo tão bonito e intenso. Meliodas lhe tocou profundamente, sentia tanto amor que tinha a sensação que seu peito era pequeno demais para suportar. Ela segurou a mão dele com mais força e começou seu speech que também não saiu inteiramente como havia planejado.

— Meliodas, desde a primeira vez que eu te vi eu soube que você seria a pessoa mais importante para mim. Eu não sei como, mas eu sentia como se eu já te conhecesse antes, é como se minha alma já conhecesse a sua. Eu sei que pode parecer bobagem, mas eu acredito, eu realmente acredito que você é o meu anjo-da-guarda. Mesmo quando estamos separados eu sinto sua presença como um calor aconchegante de uma lareira. Eu prometo te amar, te honrar e te cuidar, todos os dias, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte nos separe. Eu não sei de que promessa você está falando, mas o que eu sei é que nem mesmo a morte seria capaz de destruir o nosso amor. Eu sei que somos mais fortes que qualquer coisa e estarei com você, sempre segurando sua mão, seja na luz ou nas trevas. Eu te amarei para sempre.

Meliodas fitava Elizabeth com seus grandes olhos verdes surpresos e cintilantes. Seus votos o pegaram de surpresa. Mesmo sem as memórias de suas vidas passadas, cada palavra dita foi como se de alguma maneira ela soubesse de tudo, como se pudesse sentir o que eles haviam passado até ali e o que ainda iriam passar. Era como se tudo estivesse gravado em alguma parte de sua alma ou talvez de seu subconsciente. O amor deles era algo realmente poderoso.

— Sendo assim, Elizabeth Marie Rustichello, você aceita Meliodas Palamedes Felec como seu legítimo esposo? — Indagou o padre.

— Sim, aceito. — Respondeu Elizabeth com um sorriso e uma lágrima teimosa escorreu por seu rosto.

— E você Meliodas Palamedes Felec, aceita Elizabeth Marie Rustichello como sua legítima esposa? — O padre dirigiu sua atenção ao loiro.

— Aceito. — Respondeu Meliodas sorrindo de alívio.

— Então pelo poder concedido a mim, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva. — Declarou o ancião padre.

Delicadamente as mãos de Meliodas seguraram o rosto da platinada e ele selou seus lábios aos dela ternamente, levando os convidados a se levantarem e aplaudirem. Nesse momento o som estrondoso de um trovão soou, as nuvens ao sul chegaram até ali mais rápido do que esperavam e uma forte chuva despencou pesada sobre todos.

Todos começaram a correr pelo campo, em direção do vilarejo para se abrigarem em suas casas. Elizabeth e Meliodas de vez ficarem tristes com a ruína no final da cerimônia começaram a rir sem parar. Estavam tão felizes que nem mesmo isso foi capaz de destruir essa felicidade.

Enquanto todos corriam, até mesmo o padre e os pais de Ellie que apenas disseram para eles se apressarem, os dois voltaram as cabeças para o céu e deixavam a chuva cair no rosto. Estavam completamente enxarcados, mas estavam casados, era isso o que importava. Isso tinha um significado ainda mais profundo para Meliodas que se sentia completamente abençoado. “Obrigado” – Agradeceu internamente ao universo por aquela dádiva.

— Você é a mulher da minha vida. Eu quero ficar com você para sempre Elizabeth! — Falou alto para que ela lhe ouvisse devido ao barulho da chuva.

— Eu também, eu quero ficar com você para sempre, para sempre Meliodas. — Ela soltou uma risada gostosa e se jogou nos braços dele.

Seus rostos estavam a centímetros de distância, Meliodas pôde ver as gostas da chuva deslizarem pelos lábios rosados de Elizabeth e então ele atacou sua boca, desta vez um beijo mais intenso e apaixonado. Os braços da platinada envolveram o pescoço do loiro e os dele envolveram a cintura fina e colou o corpo molhado junto ao seu. Suas bocas se acariciavam e suas línguas se enrolavam de uma forma gostosa e envolvente. O calor da boca um do outro era acolhedor e contrastava com a água fria da chuva que caía sobre suas cabeças.

— Não podemos deixar de ter nossa primeira dança, é a tradição. — Disse interrompendo o beijo.

— É verdade, a dança... e também nem pude jogar o meu buquê. — Um biquinho falsamente triste se formou nos lábios dela e ele riu.

— Então, senhora Felec, me concede a honra desta dança? — Indagou com o rosto muito próximo do de Elizabeth, que até pode ver uma gota se prender nos cílios dele e depois cair.

— Com certeza senhor Felec. — Abriu um sorriso largo.

Meliodas passou a vida toda se sentindo perdido no deserto, sem expectativas de que um dia poderia viver uma vida tranquila ao lado de sua amada, porém a chegada da chuva lhe trouxe esperança e lhe retirou da aridez. E os dois permaneceram dançando apaixonados sob a chuva e sob a centenária árvore de glicínias, com os corações cheios de uma imensidão de felicidade e com os olhos tão fixos um ao outro que o mundo poderia desabar que eles simplesmente não iriam se soltar, eles não iriam se soltar nunca. 

 

⊰⊹❤⊹⊱


Notas Finais


Quem aí gostaria de viver um romance assim levanta a mão! \o/ hahaha

Gostaram? Me digam aqui nos comentários, a opinião de vocês é sempre muito importante pra mim <3

Não sei se o próximo será o último, acredito que por fim serão 5 capítulos.
Já estamos chegando no final.

Beijos e até o próximo


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