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História Temporada de caça - Day 022


Escrita por: comedinha e JuHigh

Capítulo 25 - Day 022


Localização: Colégio Estadual do Paraná

Status: Incrédulo

Nayra me acordou durante a noite, queria me contar o que conversou/discutiu com a Aline. Eu disse que não precisava se ela não quisesse (claro que eu queria saber, mas estava com muito sono), mas ela disse que precisava me contar, com ênfase no verbo precisar. Disse que Aline estava com ciúmes de mim, que ela passava mais tempo comigo do que com ela e que não suportava a situação. Nayra me contou que ela não foi sempre lésbica, que na verdade Aline é sua primeira namoradA. Disse-me ainda que achava que estava verdadeiramente apaixonada por mim, mas Aline ama ela mais do que tudo e que morreria se soubesse disso. Senti nuvens carregadas sobre minha cabeça, era uma questão de tempo para aquilo fugir do controle. Não me passou pela cabeça que seria tão pouco tempo, mas naquele momento eu ainda não sabia disso, por hora, resolvi dormir, mas minha irmã me “acordou”:

-Acho que seu dia será bem agitado.
-Gênia!
-Ai! Por que você é estúpido assim comigo?
-Por que você fala coisas óbvias tentando parecer inteligente?
-Só estou querendo te ajudar!
-Me ajude dizendo algo que eu não sei então, porque desde que as pessoas começaram a comer pessoas, não tem um dia meu que não seja agitado.
-Affê!!! Não sei por que insisto!
-Nisso concordamos.

Incrível como irritar minha irmã em sonhos é tão legal quanto na vida real. Mas ela estava certa. Para começar, o professor finalmente saiu do laboratório, mas estava  apavorado. Disse que colocou a amostra do cérebro num concentrado nutritivo (que eu não fazia ideía do que era) e o cérebro voltou a pulsar, e que se movia como uma minhoca, desenvolveu uma função nova e adaptou-se ao novo meio. “ELES PODEM EVOLUIR!!!” disse o professor quase se mijando de medo, “E DEPRESSA!!!”.

Pensei no que o soldado me disse, à respeito do tempo. “Caramba, amanhã é o dia!” Cheguei a ficar feliz. Pensei que poderia deixar isso para trás, rever a Anna. Mas então ouvi um grito, uma voz conhecida. Hélio me encontrou. Trazia más notícias. O fato de ele estar alí já é uma má notícia. “Os soldados estão lá” disse ele, “querem falar com todos os grupos de sobreviventes possíveis”. E lá fomos nós, pelo menos ele trouxe um carro. Eu fui de moto com a Nayra, o maconheiro, as crianças e o prof foram com o Hélio, HB e os skins na caminhonete (os skins estavam na caçamba e atiravam nos poucos zumbis que encontramos no caminho). Lá, o  mesmo soldado que levou a Anna estava esperando. Fomos falar com ele. Ele agradeceu ao Hélio por ter nos chamado.

-A situação é a seguinte: estamos lotados!
-Como assim “lotados” – Perguntei
-Literalmente lotados, nem mesmo os navios tem espaço.
-E nós? como ficamos?
-Estejam aqui amanhã, não temos uma cura, mas foi desenvolvida uma imunidade a contaminação.
-Como se desenvolve uma imunidade sem se desenvolver uma cura?
-Não existe cura. O processo de zumbificação é irreversível. Amanhã estaremos aqui o dia todo, armando os civís que aparecerem e vacinando-os. De tempos em tempos, Helicópteros sobrevoarão a cidade, abatendo tantos quantos forem possíveis e jogando suprimentos e mais munições em pontos estratégicos da cidade.
-Não tem nenhuma paradinha de imunidade aí agora?
-Na verdade as que tínhamos já foram delegadas.
-E como os helicopteros vão saber quem são zumbis e quem não são?
-Sensores térmicos! Agora, se vocês sabem de mais algum grupo de sobreviventes, avisem a todos. E por favor, matem tantos quando puderem!!!
-O exército não deveria cuidar disso?
-À partir de amanhã, vocês serão o exército, é desesperador, mas o continente é agora considerado terra-de-ninguém, sobrevivencia do mais forte, em ´u ltimo caso usaremos a politica do martelo.
-Não é desesperador, é encorajador.
-O que é “política do martelo”? – Perguntou Hélio
-Explodir tudo, iguinorando os sobreviventes – Respondi.
Todos olharam para o soldado e ele confirmou com a cabeça.

Alguns me olharam assustados, outros sorriram. Hélio levou os que trouxe de volta ao CEP e tomou seu rumo em direção ao mercado municipal. Ajudei Nayra a descer da moto e tirei o capacete dela (havia dado à ela por cavalheirismo), ela me beijou em agradecimento, mas Aline não gostou do que viu, correu e avançou em mim. Eu segurei ela pelos pulsose pedi para que ela parasse, mas ela estava fora de controle. Cuspiu em mim e chutou-me lá em baixo. Ainda assim eu não a larguei, escorreu uma lágrima e eu até gritei, mas não a larguei. Fui arrastando-a para o outro pátio, pude ver Ian recarregando sua arma. Aline tentava se soltar à todo custo, mas eu era muito mais forte do que ela, até me impressionei. Ian atirou. Aline ficou imóvel. Ouvi o barulho de um corpo caindo, mas eu ainda segurava a Aline, ela estava em pé diante de mim. Então ví HB e o professor em volta de Nayra. Soltei Aline e fiquei parado, estático. Aline correu pra cima do Ian, que disparou de novo. Mas não foi o suficiente para derruba-la. Nem o segundo disparo. Nem mesmo o terceiro. Quando Aline conseguiu finalmente alcançar Ian, este pediu ajuda para Almir, que simplesmente deus as costas. Aline golpeou as genitálias de Ian também, que largou sua arma e caiu no chão. Ela então agarrou a espingarda e a usou de porrete, espancando Ian até a morte. Ninguém tentou impedi-la. Marcus só tirou as crianças dalí.

Jogamos o corpo de Ian para o zumbi da piscina e enterramos o corpo da Nayra. Aline veio me pedir desculpas, dizendo que se não tivesse perdido a cabeça Nayra ainda estaria conosco. Eu abracei ela e, mesmo sem acreditar em destino, disse a ela que foi o destino que quisera assim. Naquela madrugada eu vi ela saindo do colégio com muita dificuldade para se locomover.

Vai ser difícil ficar por aqui sem presenças femininas. Mas a prioridade é sobreviver.

De madrugada, HB entrou na sala onde eu dormia. Recebera uma mensagem no celular “As empresas de telecomunicação são agora ilimitadas. A comunicação é a chave para a sobrevivência”. Agora eu preciso de um celular, do n° da Anna e torcer para que a maldita plataforma tenha sinal para telefonia móvel. Fiquei um bom tempo conversando com HB antes de ele resolver sair dalí e me deixar descançar.

A morte de Nayra me fez pensar muito na Anna, não sei se isso é bom.



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