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História Temptation - Right Now.


Escrita por: stealmyziall

Notas do Autor


Hey meus amores!!!! Obrigada por estarem lendo mais essa fic minha, sem palavras para agradecer o carinho!
Espero que gostem e por favor, não esqueçam de comentar e favoritar, pois prometo dar tudo de mim nessa fanfic!
O trailer está nas notas finais!
Boa leitura, vejo vocês nas notas finais!

Capítulo 2 - Right Now.


Fanfic / Fanfiction Temptation - Right Now.

 

“Às luzes se apagam e a noite está me chamando. Sim, eu ouço vozes cantando músicas na rua. — One Direction (Right Now).”

 

Soumaya’s Point Of View.

É mais do que comum vermos em noticiários diversas matérias sobre a guerra. Retratando o quão injusta a vida é, o quão indefesos os civis são, mas de fato… O que é a “guerra”? Como ter empatia por algo que nunca sequer vimos de perto? Como ter soluções simples, para um problema que vai além de questões diplomáticas e territoriais, mas que muitas vezes também abrange a questão religiosa?

Muitas pessoas se perguntam: o quão injusta a vida pode ser? Até mesmo questionam a existência de Deus, pois se o mesmo existe, por que faz do seu povo sofredor? Por que faz com que matemos uns aos outros? Como pode criar algo tão magnifico como o ser humano, mas ao mesmo tempo tão egoísta e prepotente, onde as suas necessidades são maiores do que uma existência divina?

Bem, sei que essa definitivamente não é a maneira que uma adolescente da minha idade deve pensar. Afinal, deveria estar ocupada demais me preocupando com qualquer tipo de baile de formatura — levando em conta que estou no último ano do ensino médio, me preparando para ir para o College — ou até mesmo um possível namorado. No entanto, não é isso que a minha realidade me permite, longe disso.

Eu vim da guerra, e não, não falo como uma metáfora. Eu vim literalmente como refugiada de uma das guerras mais horrendas e duradouras que a nossa nação teve a desgraça de vivenciar.

Garanto que o conflito entre Palestina e Israel não é algo novo para ninguém, afinal, podemos realmente mostrar que tudo começou no início do século 20, mas que a situação só piorou mesmo, com a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948. 

Eu poderia ficar aqui o dia todo, citando milhares de motivos e razões pelo qual o conflito segue até hoje, mas levando em conta que sou uma jovem Palestina, garanto que muitos se irritariam pelo fato de eu ver o problema focado somente na minha “visão”, mas não também nas dos judeus, que sofrem com a questão em si.

A situação na faixa de Ghaza ficou tão complicada nos últimos meses, que tivemos pessoas sendo refugiadas para diversas partes do mundo. Sendo no mesmo continente, cruzando o oceano, ou até mesmo pensando em se mudar para a América do sul — onde os costumes são mais do que diferentes aos nossos —, mas, o que todos de lá querem, não é realmente fugir, acreditem em mim. O que as pessoas de lá querem, é ter uma chance de lutar e batalhar. 

Meu pai é uma dessas pessoas.

Ele já participou da guerra, mais de uma vez. Tinham momentos que ele saía de casa e não recebíamos noticias por meses, mas Allah (Deus) sempre foi maior e nos mandou ele para casa, mostrando que embora não o vejamos, o que importa é manter a fé.

Mas então vem a questão, por que sair de lá? Por que simplesmente deixar tudo nas mãos dos Israelenses, que a cada chance que podem, simplesmente ocupam e destroem mais nossas terras? Pois bem, posso explicar para todos somente com um número, que no nosso caso, é cinco.

Cinco é o número de filhos que o meu pai tem. Cinco é o número de seres humanos que ele e a minha mãe batalharam para por no mundo e criar nas melhores condições possíveis e, quando falo isso, acreditem.

Não podemos por o fato da guerra como algo fixo, pelo menos não no sentido que eu vou debater agora. Pois mesmo com conflitos de anos, sempre tivemos a melhor educação. Íamos para uma escola que era não somente árabe, mas tratava do inglês também, nos dando chances maiores ainda quando precisássemos sair de nossas casas e ir mundo à fora, o que é o meu caso.

Saímos de Ghaza sem nada em nossas mãos, apenas míseras roupas e o máximo que podíamos e conseguimos levar, pois vir de avião até a Inglaterra não foi algo que decidimos com tempo, mas sim de uma noite para a outra, quando soubemos que o governo britânico estava disposto a ajudar a nossa família.

Estamos em Londres fazem aproximadamente 7 dias, os mesmos que no início, foram feitos com agentes sociais, vendo o nosso estado e procurando uma casa para ficarmos. Procurando móveis usados para ao menos pormos na casa, e acredite, não estou reclamando, longe disso.

Os dias aqui andam a ser melhores do que eu esperava, e o povo daqui é mais do que receptivo, então a nossa adaptação não está a ser assim tão difícil e complicada.

Eu e minha família tivemos uma oportunidade divina, da qual conseguimos sair daquele meio, onde meus irmãos já não sabiam mais compreender o que se passavam. Onde diversas vezes bastava escutarmos um som em especifico, para sabermos mais do que bem o que ele significava.

Perigo.

Esse é o nosso recomeço, é a nossa motivação.

Agora temos uma casa, estamos mais do que bem, todos seguros e salvos. Meu pai já começou sua busca por algum emprego, e acreditem ou não, mas eu e meu irmão mais velho conseguimos duas vagas na maior e melhor instituição de ensino da Grã-bretanha. 

Foi como disse, eu não tenho do que reclamar.

∏… ∏

— Sim mama, já dei banho na Sahar. — Grito pela quinta vez aqui do andar de cima, terminando de tirar as coisas das caixas, muitas delas ainda cobertas de poeira.

— Susu, onde você… — O Kassem para de falar, ao entrar e perceber que eu estava com um creme preto no rosto. 

A culpa não é minha se tenho acne e espinha, se Deus me fez assim, o que resta é aprender a lidar com isso.

— Que porra é…

— Olha a boca! — A Zenah fala ao passar, o que faz com que ambos rolemos os olhos e a ignoremos. Pois, ela pode de fato der a irmã mais velha, mas não é como se tivesse uma autoridade de peso sobre nós.

— Onde você colocou os meus jogos do playstation? Eu estou a…

— Ali. — Aponto para frente e ele concorda, vendo que estavam todos eles na caixa acima da minha escrivaninha. — O baba já saiu? Ele queria que eu fosse com ele ver o carro que iríamos alugar, sabe que o inglês dele não ajuda muito. — Falo rolando os olhos, levantando e sentindo a dor nas minhas costas aumentar até não poder mais. — As suas costas não estão doendo pelas cadeiras do avião? Eu odeio aquilo. — Faço uma careta, o que o deixa rir.

— Agora a culpa é nossa que temos que ir de econômica? Ninguém mandou o baba e a mama inventarem de ter 5 filhos. Para mim, eles já podiam ter parado no segundo. — Ele fala se gabando, pois o Kassem vinha antes de mim e dos dois mais novos.

— E pela Zenah, eles poderiam ter parado na primeira filha, sabe como ela queria ser filha única, não ter que dividir o quarto. — E falo de verdade. 

Quando se mora com 6 pessoas, é impossível se ter um quarto só seu, mas bem, entendo que não tenha outra solução, ainda mais em nossas condições financeiras no momento.

Então como funciona? Eu e minha querida irmã mais velha em um quarto, o Kassem em outro, e os dois menores meio que ficam no suposto “closet” do quarto dos meus pais, mas como não tem nenhuma mobília referente a armários no cômodo, pode muito bem se passar por quarto.

Sair do nosso país de origem por conta da guerra, é a coisa mais difícil que eu já tive que fazer até hoje.

Todos os dias tinhamos que dormir com o medo de não acordarmos mais, viver com o pavor e receio de sermos simplesmente “descartados”, isso em nossas próprias terras.

Isso é um conflito maior que eu e minha família toda, mas eu cresci naquele meio, eu sei o que é um sinal de recolher por conta de bombas, também sei o que é rezar e não parar a reza nem ao ouvir o som dos mísseis israelenses. 

Sei o que é ficar sem água potável por dias, pois os soldados não permitiam a entrada de água nas cidades e ainda por cima bloqueavam todo o encanamento, deixando claro que a escolha é deles, que somos meros piões nesse meio todo.

Sei que para quem vê de fora e não conhece a história toda, pode não entender qual é o lado certo, e sinceramente? Quando se tem dois lados tão antigos como o nosso caso, é mais do que esperado que sempre pensemos que o nosso é o correto. Que a história nos faz donos ou descendentes da terra, mas o que passamos em nossa terra é algo tão desumano e feito de forma covarde, que muitas vezes o nosso ódio e raiva começam a falar mais alto, querendo dar um fim por todos nessa situação em si.

— Soumaya! — Minha mãe chama do andar de baixo e eu quase salto, realmente tendo o meu coração acelerado por conta das memórias que estavam vindo à tona, das imagens na minha mente… E sabe qual a pior parte? Saber que eu tive a oportunidade maravilhosa de me mudar para a Inglaterra e seguir a vida, mas que muitos familiares e amigos meus ainda estão presos em Ghaza, lutando um dia de cada vez, esperando que chegue um momento em que isso possa acabar de verdade.

Desço com pressa e tropeço no brinquedo do Noman, o que faz com que eu caia e role escadas à baixo, sentindo uma dor enorme na região da minha lombar.

— Khara. — Resmungo e recebo um olhar de reprovação da minha mãe, ela não gosta muito quando falamos “merda”, que no caso é o que a palavra “khara" significa em árabe.

— O que precisa? — Pergunto ao levantar, realmente com uma careta no rosto devido a dor ainda presente em meu corpo.

— O seu pai conseguiu o emprego no restaurante! — Ela fala animada, realmente fazendo o meu coração aquecer, pois sabia que de fato chegaria à um ponto em que as coisas começariam a dar certo.

— Ele vai trabalhar fazendo os pães? — Pergunto e ela concorda. Se tem algo em que meu pai é bom, é na cozinha. — Quando ele começa?

— Depois de amanhã, hoje vou fazer macluba só por causa dele. — Ela não conseguia conter o sorriso no rosto. — Finalmente as coisas estão se acertando. — Ela me dá um beijo na testa e eu concordo, sentindo um cheiro forte e bufando, pois meu cérebro não demora a ligar os pontos e me fazer perceber de onde esse cheiro vinha.

— Zenah, é sua vez de trocar a fralda do Noman. — Falo e ela — de forma nada simpática — carrega o nosso irmãozinho e o leva com ela para o andar de cima.

— Meu curso de inglês começa amanhã, você tem certeza que é o ónibus 35 que eu devo pegar? — Minha mãe pergunta ainda olhando o celular, porque o Kassem tinha anotado tudo para ela no mesmo.

— Sim, mama. — Ele aponta no celular e vai mostrando, isso enquanto eu olhava para a pilha de cadernos que tinha sobre a mesa de jantar.

Eu e meus irmãos estudávamos em uma escola americana na Palestina, sim, isso existe. Pois a maioria dos pais vem com os filhos durante o ano para que eles estudem, e então nas férias, levam eles para os Estados Unidos, para que no futuro cursem faculdade lá.

Um futuro melhor, com melhores condições.

Então eu e meus irmãos todos falamos inglês fluente, e os menores já estão no caminho certo. Meus pais tem mais dificuldade, mas sabem o básico e agora o governo está lhes proporcionando cursos grátis, para que eles aprendam a se virar. E durante o período que levarmos para nos estabelecermos aqui, eles nos darão uma quantia mensal, para que façamos as compras necessárias e conseguimos seguir a vida aqui sem grandes dificuldades.

— Susu, me passa o chocolate? — A Sahar fala ao puxar a minha blusa, me fazendo rir e olhar com cuidado para ela, pois sei exatamente que a minha mãe não gosta que demos chocolate à ela por volta desse horário.

— Você sabe que não pode comer chocolate antes de dormir. — Ela ameaça chorar, então não demora nem 5 segundos para que eu pegue a Nutella e ainda lhe dê uma colher junto. — Se ela perguntar, foi o Kassem quem te deu. — Dou um beijo na cabeça dela e passo por eles na sala, vendo que a Zenah havia deixado o seu Hijab no meio da escada de novo, ótimo.

Sim, minha mãe e a Zenah, minha irmã mais velha, usam o Hijab. 

O Hikab é a vestimenta dita no Alcorão, e não a burca, como muitos pensam. E sim, são coisas diferentes.

Eu? Bem… Eu tenho sorte porque os meus pais nunca me forçam à nada relacionado a religião, principalmente a vestimenta, que eu nunca me senti completamente pronta para usar. E como estou no último ano do ensino médio, não queria mesmo ter que ir com isso e todos os alunos ficarem me encarando com olhares estranhos. 

Juro que não é só por isso, mas se eu for por o hijab, quero que seja por mim, e não porque a minha família impõe ou não, simples.

O Hijab tem um significado lindo, de valorização e tradição, mas que aos olhos errados, é visto como uma maneira de menosprezar a mulher, o que realmente não é o caso. Abrange uma questão religiosa, a mesma que eu não me envergonho, tenho somente orgulho, mas que ao mesmo tempo, não me sinto preparada para usar.

Assim que entro no quarto, percebo que a Zenah já havia trocado o Noman, pois ela estava na cama dela, mexendo no telefone e rindo de algo.

— O que está olhando? — Pergunto e ela já fecha a cara, não querendo dar nenhuma justificativa que fosse.

Sim, ela é estranha. Quando menores nós sempre nos demos muito bem, mas com o passar do tempo, ela parece sempre ter algo que não gosta ao meu respeito, pois me trata diferente de todos os outros aqui em casa. Sinceramente? Eu me importava mais, mas agora… Não faço questão. Afinal, ela já está com mais de 23 anos, acho que ela está esperando que a peçam em casamento e que ela saia de casa, porque todos aqui sabemos que o sonho dela, é ser dona de casa e cuidar dos filhos, o que para mim, não é algo errado. Minha mãe sempre foi dona de casa e não chegou a terminar a faculdade porque casou com o meu pai e engravidou da minha irmã, então focou nisso e, para variar, fez um ótimo trabalho. Mas digamos que eu não quero somente isso como o meu futuro, desejo e espero algo à mais, isso é algo que me cobro.

— Sua cama é a de cima, eu quero ficar na parte de baixo do beliche. — Ela fala autoritária, então apenas concordo e dou de ombros, para mim não faz a mínima diferença e não estava com vontade de começar uma simples discussão por isso.

Pego minha camisola da mala e vou até o banheiro do corredor, trancando a porta e começando a me despir após ligar o chuveiro, observando enquanto a água caía de forma rápida.

Primeiro tiro a máscara que eu tinha no meu rosto, sentindo realmente a massa ficando menos viscosa e até mesmo me machucando um pouco, mas o sorriso no meu rosto cresce quando percebo que a maioria dos cravos havia mesmo saído.

Após entrar no box do banheiro, passo os dedos pelos meus longos cabelos negros, aproveitando a sensação da água gelada caindo contra mim. Sim, sou estranha ao extremo, porque gosto de banhos extremamente gelados, sinto que estou sendo limpa de verdade, não sei explicar. A sensação da água entre os fios do meu cabelo, logo caindo na minha pele, é algo sem sombra de dúvidas bem revigorante.

Não demoro muito, pois sei que se fizesse isso, em questão de minutos minha mãe estaria batendo na porta para que eu saia, então apenas me enrolo na toalha, me secando com calma e paciência.

Após estar seca, coloco a camisola e roupas intimas, penteando o meu cabelo e o secando de qualquer forma.

Escovo os dentes e estendo a toalha em um dos suportes, logo saindo do banheiro e indo até o quarto, pois estava realmente cansada e não estou com nenhuma paciência de agora esperar meu pai chegar para jantar com todos. 

Só quero me deitar, pois amanhã o dia vai ser definitivamente longo. Eu e o Kassem temos a introdução as nossas aulas. 

Nós os dois estamos indo para uma Instituição, a mesma nomeada com o nome “British Ways”. Essa instituições é uma das mais renomadas de toda a Grã-Bretanha, pois possuí os melhores resultados em pesquisas mediantes a descobrimentos de cura, tratamento de doenças e literalmente todas as áreas do mundo. Essa mesma instituição está envolvida diretamente com criações de museus, prédios para bancos importantes e muitas vezes já construiu prédios para a família real no passado, então sim, ela é mais do que enorme.

Nós conseguimos uma bolsa na instituição, mas para nos mantermos lá, precisamos ter uma média superior a 75% e participar das atividades extracurriculares, nada que seria um sacrifício para nós.

A British Ways não pode ser considerada uma escola de ensino médio, pois ela só aceita alunos que estão no último ano — no caso, eu — para que assim, os alunos entrem no College e façam as matarias bases para os cursos profissionais que querem no futuro.

Eu sei que é uma diplomacia enorme e algo complicado, tanto que tive que ler muito à respeito desse assunto, mas tenho certeza que amanhã quando formos lá, entenderei tudo bem melhor.

(…)

— Ele estava olhando pra tua bunda! — Meu irmão se vira furioso, olhando para os meninos mais para trás na fila da excursão, me fazendo rir ao perceber que eles nem sequer olhavam para nós os dois.

Eu tenho o irmão mais ciumento do mundo, mas sei que ele me ama até não poder mais, então juro que de certa forma acho adorável essa forma de proteção. Pois principalmente em relação à nossa religião, eu não posso me relacionar com ninguém até casar e, como estamos em um país com costumes diferentes, sei que no fundo ele tem medo que eu caia na tentação e cometa o “pecado”, ainda mais com alguém de uma religião diferente da nossa, que seria uma das maiores vergonhas que que poderia proporcionar à nossa família.

Digamos que ambos o homem e a mulher, devem se manter puros até o momento do matrimônio. Sendo dando um simples beijo, ou até chegar a um nível de relação sexual. E para ser bem sincera, em relação ao casamento, em nenhum momento o Alcorão — nosso livro sagrado — fala que obrigatoriamente temos que nos casar com alguém que segue o islamismo, mas sim com alguém que seja monoteísta, ou seja, acredita em um só Deus.

— Kassem, aquela menina não para de olhar para você. — Aponto discretamente para o lado, onde uma ruiva sorria nervosa para ele, mas ele apenas olha firme para a frente, sem querer nem olhar. — Kassem, olhar realmente não é pecado. Você não está a beijando, é normal querer ser notado, se sentir especial. — Ele nega e olha mais uma vez para trás, fazendo uma cara nada boa para os meninos logo atrás de nós.

— Olhar nos leva a querer fazer outras coisas, você sabe. Se já era difícil na Palestina onde todos se respeitavam, imagina aqui, onde o que esses caras querem é simplesmente te usar por uma noite e depois ir para outras. — Ele fala fervendo, fazendo eu rir sem conseguir acreditar.

— Você é chato. — Mostro a língua e ele me lança um olhar tão severo, que eu começo a pensar se ele está ou não falando sério à respeito de tudo isso, mas ele abre um sorriso e me tranquiliza.

Ele realmente é meu melhor amigo, porque eu confio tudo mesmo nele e, o infeliz sabe disso, porque apesar dessa barreira toda de irmão protetor, ele se põem no meu lugar e me entende, então está tudo bem.

— Bem, ela é bonita. — Ele fala olhando e eu concordo, sorrindo para ela e acenando, o que a deixa mais nervosa ainda. Não sei se é por achar que somos namorados ou algo, mas fiquei com pena dela.

— E é agora que nos separamos! Os estudantes abaixo de 18 anos seguem comigo. Os alunos que já adentraram no College, seguem o caminho com o monitor, Brendan. E os universitários, sigam com a Phoebe. — A mulher baixinha à nossa frente fala, fazendo todos nós concordarmos e começarmos a nos dividir em grupos menores.

— Vá com a Phoebe, e vê se não vai explodir nada. — Ironizo, o que faz ele rolar os olhos e segurar o riso.

— Não fala isso alto, tem gente que não leva na brincadeira. — Ele ri e eu concordo, me afastando dele e seguindo com a mulher que havia nos guiado pela secretaria e principais pontos dessa instituição enorme.

Digamos que se piada da “explosão” é algo que brincamos em relação, mas na realidade, é sério. Pois sempre que tem algum ataque terrorista, eles relacionam diretamente com os muçulmanos, e isso é péssimo, pois dificulta muito a nossa entrada em outros países. 

— Bem pessoal, não sei se sabem, mas só temos duas turmas do ensino médio, que são do último ano. Então todos os alunos do terceiro ano, tem um prédio somente para eles, mas podem usar a biblioteca e campos de toda a instituição caso queiram. — Ela fala ao entrar em um dos prédios conosco, me deixando com a boca aberta.

— Será que isso é ouro na parede? — Um garoto pergunta do meu lado, me fazendo rir.

Na minha religião, quando a menina vai se casar, no segundo dia — dos três de festa — ela ganha muita quantidade de ouro, por conta da pureza dela, por ela se valorizar acima de tudo e todos, então sim, ouro na Palestina é algo bem comum.

— Qual o seu nome? — E agora ele fala mais perto de mim, me assustando.

— Ah? — Falo realmente como uma retardada, respondendo a tudo de forma lenta.

— Seu nome, tem algum? — Ele ironiza, me fazendo rir.

— Soumaya. — E agora sim ele arregala os olhos, parecendo recapitular o que havia acabado de sair dos meus lábios.

— Bem Souyaya, meu nome é Ethan. — Ele estende a mão e eu reticente, a seguro. Sem contar que ele falou o meu nome errado, mas tudo bem.

Não, não é frescura ou muito menos preconceito. Mas do lugar onde venho, as escolas são separadas para meninos e meninas, por isso não tinha amigos homens, somente meus primos e familiares. É uma questão cultural, pois na universidade os dois sexos se misturam, mas até onde cheguei, era separado.

— É um prazer. — E agora ele sorri.

— Você tem um sotaque engraçado. — Fico nervosa, porque eu falo e entendo tudo, mas nunca vai ser a minha primeira língua. Então quando falo inglês fico nervosa, ainda mais se não entendo completamente sobre o que a pessoa está falando.

— Eu não… — Paro de falar quando todos param de repente de caminhar, focando a atenção em algo mais para frente, ou melhor, alguém.

— Por sorte, hoje conseguimos cruzar com a diretora da “British Ways”. — E com isso, ela quis dizer, a mulher que manda em toda a instituição. — Ela além de diretora, é dona, pois tudo isso pertence a família Styles por anos. — A nossa instrutora fala e todos nós colocamos os nossos olhos sobre a mulher à nossa frente. Uma mulher realmente deslumbrante.

— Meu nome é Anne. Anne Cox. — E com isso estranhamos. Por que ela não tem o sobrenome Styles? Se… — E já sei o que estão se perguntando. O meu ex-marido era o Des Styles, o último da linhagem antes dos meu filhos, mas com o seu falecimento, estou cuidando de tudo para que no futuro, a linhagem siga. — Ela fala de uma forma tão elegante e formal, que eu fico deslumbrada com toda a sua beleza e forma de ser, realmente algo suave e com classe.

— Ouvi dizer que os filhos dela são uns encrenqueiros. — O Ethan fala do meu lado, mas meus olhos estavam nela, pois ela realmente me passa uma paz enorme e, isso é estranho.

— O que? — Falo acordando, não prestando mais atenção no que ela falava com o pessoal da frente, me focando agora no Ethan.

— Styles, o filho dela. Ouvi falar que ele entrou na faculdade por conta da família, que é um burro e drogado, que não sabe o que quer da vida e já foi fichado umas 6 vezes. — Ele fala realmente sério, me fazendo estranhar.

— Bem, isso é mentira. — Uma garota loira fala atrás de nós, parecendo ter escutado tudo o que falamos. — Ele é um homem de classe e inteligente. Se ele está estudando na instituição, é porque teve nota para isso e é capaz, assim como todos. — Ela fala se vangloriando e o Ethan rola os olhos.

— Então por que ele é sempre fichado por porte de maconha? — E isso sim me pega de surpresa.

— O pai dele morreu e desde essa época ele não é mais o mesmo, então se é assim que ele se sente melhor, o deixe. — E ela realmente fala parecendo emburrada, não querendo que nós critiquemos o filho da diretora. Provavelmente é amiga dele ou algo do gênero.

Como alguém com uma mãe dessas e algo tão grande e brilhante para o seu futuro, consegue ser assim tão… Desestruturado?

Continua...


Notas Finais


Link do trailer: https://www.youtube.com/watch?v=hxL6aSgMC_w

Então meus amores, o que acharam? Espero que tenham gostado da Soumaya e da família dela, são nomes loucos e tudo mais, mas espero mesmo que gostem!
Eu acho que vai ser legal essa participação da família de também na história e espero que já tenha dado para entender muita coisa por esse capítulo!
Obrigada por darem uma chance à história, pois acho que de certa forma, vai ser algo bem "diferente".
Vejo vocês nos próximos e sinto muito, mas não tenho mesmo dias fixos de postagens, mas geral sabe que eu não sou de demorar muito!

All the love. H


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