História Temptation - Good Enough.

“Eu ainda não sou boa o suficiente? Eu ainda não valho a pena? Sinto muito pela forma como a minha vida acabou. Me desculpe pelo sorriso que eu estou usando agora. Acho que ainda não sou boa o suficiente. — Little Mix (Good Enough).”

Soumaya’s Point Of View.

Eu continuo ofegante ainda deitada sobre o sofá de sua sala sem conseguir mesmo acreditar que deixei isso acontecer, que chegamos à esse ponto.

— Está arrependida? — Ele pergunta e eu nego, me erguendo e tentando criar vergonha na cara para me vestir de uma maneira apropriada, sem me expor mais ainda.

— Surpresa, mas não arrependida. — Digo e ele concorda, arrumando o seu cabelo enquanto me olha e segura o sorriso. — O que é?

— Você já é linda, mas quando geme… Porra. — E então ele ri, me fazendo lhe acertar um tapa no braço quando sinto minhas bochechas queimarem. — É sério, como é tudo novo para você basta um toque que seu corpo desperta. — E eu me envergonho mais ainda, levantando já pronta e ele faz o mesmo, mas põem a mão na volta da minha cintura e me puxa mais para ele. — Eu não quero parecer um cara controlador, então vou pedir isso e se negar vou tolerar. — E eu arqueio a sobrancelha, esperando pelo que vá sair de sua boca.

— O que é?

— Será que pode andar menos tempo com o Zayn? Pelo menos só com ele? — E por isso eu não esperava.

— Já disse que não temos absolutamente nada.

— E eu confio em você, com todo o meu coração. 

— Ele é seu amigo.

— E não sabe que estamos juntos, então o que o impede de…

— Amor, você…Sabe que não podemos contar, ainda mais para ele. Pois tem suas irmãs, seus pais que conhecem os meus e daria uma grande confusão. — Explico e ele concorda, me puxando para ele e dando um beijo na minha testa antes de me abraçar.

— Você acha que um dia a gente vai poder ir para um lugar onde não nos conhecem? Tipo, ter um futuro juntos? — E eu sorrio, beijando seu peito sobre sua camisa e erguendo a cabeça.

— Eu não me importo onde ficaríamos, mas se ficássemos juntos eu ia estar contente. — E fico na ponta dos pés para lhe dar um selinho.

— Quer voltar para a festa? — E eu concordo, entrelaçando minha mão na sua quando saímos da sua sala e caminhamos pelos enormes corredores vazios, me fazendo sorrir sem jeito ao perceber que essa nossa relação proibida só é possível quando não temos ninguém na volta.

Assim que saímos pelas portas duplas ele solta minha mão e seguimos caminhando em direção a fraternidade, que é onde todos estão.

Assim que chegamos no local o Harry se aproveita do número grande de pessoas na nossa volta e segura a minha mão para me puxar para dentro.

— Onde vocês estavam? — O Louis fala bebendo mais de sua cerveja e gritando devido ao som alto. Pois bem, Harry. Onde estávamos?

— Soumaya, seu pai me ligou. — O Zayn fala por trás de mim e o aperto do Harry na minha mão aumenta ainda mais, me fazendo suspirar enquanto encaro o ser moreno a minha frente. Quanto tempo nós sequer ficamos dentro daquela sala?

— O que ele falou?

— Que é para eu te largar em casa, tem algo a ver com sua irmã. — E eu enrugo as sobrancelhas, me soltando do Harry e não entendendo.

— Qual delas? Aconteceu algo?

— Parece que sua irmã menor precisa ir para o hospital e a Zenah vai com eles por segurança, então você precisa voltar e ficar com o Norman. — Ele fala e eu concordo.

— Mas o Nomen não está com o Kassem? — E corrijo a maneira que ele havia pronunciado o nome do meu irmão mais novo.

— Eu não entendi bem, mas ele estava com pressa. 

— Eu levo ela. — O Harry fala e o Zayn suspira.

— Cara, eu só vou…

— Não, eu vou levar porque estou indo embora e eu sei que você vai voltar depois, então não me importo. — E o Zayn concorda já dando um tapa no braço do amigo e lhe agradecendo pelo “favor”.

— O que será que aconteceu? — Falo quando saímos da casa e vamos até o seu carro, só percebendo que nossas mãos ainda estão entrelaçadas pois ele precisa as soltar das minhas para abrir o carro.

— Eu espero que esteja tudo bem. — E eu concordo, subindo no carro com ele e permanecendo nervosa enquanto ele dá a partida e pousa uma das mãos sobre a minha coxa, me acariciando e tentando me deixar mais calma.

O caminho até a minha casa e feito com pressa e silencio, então quando o Harry entra no meu condomínio e percebo que o carro dos meus pais não está aqui, não posso conter o suspiro de alívio que sai dos meus lábios.

— Posso parar aqui? — Ele pergunta ao estacionar e eu concordo, tirando o cinto e travando uma batalha interna se devia ou não lhe convidar para entrar.

— Quer entrar? — E decido fazer, pois assim passo mais o tempo.

— Acha que é uma boa ideia? — E eu seguro sua mão, a levando até meus lábios enquanto dou um beijo na mesma e concordo.

— Sim, meus pais não estão e é só o Kassem, sabe que eu confio até os meus piores segredos nele. — Digo e ele concorda, saindo do seu lado enquanto eu também desço e o observo enquanto ele tranca o carro e caminha comigo até a porta.

— Está aberta? — E eu nego, pegando a chave abaixo do tapete e a colocando na tranca, logo abrindo a porta.

— CHEGUEI! — Grito avisando o meu irmão, mas logo rio quando percebo que ele e o Nomen estão na sala, assistindo desenho animado enquanto batia palmas.

— Hey. — Meu irmão levanta ao ver o Harry e se aproxima, o cumprimentando com um sorriso no rosto.

— O que aconteceu com a Sahar?

— Ela não estava conseguindo respirar direito, provavelmente a garganta inflamada. Então a Zenah foi com eles por causa do idioma e tudo mais. — Ele explica e eu concordo, puxando o Harry e me sentindo estranha por poder segurar sua mão e agir como sua namorada na frente do meu irmão.

— Oi, tudo bem? — O Harry fala ao ficar de joelhos no chão, do lado do meu irmãozinho que ri para ele de uma maneira extremamente carinhosa e feliz. — Eu posso pegar ele? — E nós concordamos, nos sentando no sofá enquanto o Harry permanece no chão e carrega meu irmão, rindo e brincando com ele.

Ele daria um ótimo pai, simplesmente de o olhar assim com um bebê eu posso ver isso, de longe. Ele me trata como uma rainha, com toda a certeza que com os seus filhos não seria diferente. Ele seria o pai orgulhoso que iria até mesmo aos treinos de baseball ou futebol do filho para o apoiar, seria simplesmente adorável.

Imagino que seus filhos teriam seus enormes olhos verdes e um cabelo encaracolado, assim como os seus. Talvez se tivessem o meu tom e cabelo escuro seria uma combinação muito bonita, inclusive algumas sardas e… Eu estou mesmo entanto imaginar nossos filhos como um casal? Com ambas as nossas características?

— Quantos meses ele tem?

— 11. — Eu digo sorrindo e vendo que ele concorda, lhe dando um beijo na testa antes de o sentar no chão e vir até o meu lado. — Mas então está tudo bem?

— Teoricamente sim, pode ser talvez uma alergia que nós ainda não saibamos e por ai vai. — Ele diz e eu concordo, sabendo que pode ser isso mesmo. — Querem ver algo? — E eu concordo, sentindo o braço do Harry na volta do meu ombro e em como o meu irmão tenta ignorar isso, como se fosse algo comum.

— Vocês já assistiram How I Met Your Mother? — O Harry sugere e negamos, então meu irmão coloca esse seriado no Netflix.

— Eu acho que o Noman precisa ter a fralda trocada. — Murmuro ao fazer uma careta e pegar o meu irmão mais novo, então o carrego e vou em direção as escadas.

— Quer ajuda?

— Não precisa, já volto. — Sorrio apreciando a atenção do Harry e indo até o andar de cima, levando o meu irmão mais novo até o quarto dos meus pais e o editando na cama, tirando sua calça e sentindo o fedor. — Eu sou muito nova para isso. — Murmuro para ele, que segura o seu pé e fica gargalhando. 

Eu amo tanto esse bebê, sério. Nunca em toda a minha vida fiquei tão feliz por meus pais me escutarem e terem meus irmãos mais novos quando pedi à eles. 

— Você só sabe fazer coco, não é? — Rio erguendo sua blusa e beijando sua barriga inúmeras vezes. — Mas você é um bebê fofo, então está perdoado por fazer coco. — E então abro sua fralda, o limpando e colocando uma novinha nele. Indo em seguida até o banheiro e jogo a fralda suja no lixo, indo mesmo descer, no entanto percebo que meu irmão está apoiado em mim como se fosse dormir e já está tarde, então decido desligar a luz e fico caminhando com ele pelo quarto, esperando que ele durma. — Você não pode ficar rindo se quer dormir. — Murmuro beijando a cabeça dele e vejo que ele se acalma mais, então faço isso mais algumas vezes e já sinto sua respiração mais pesada, como quem apagou completamente.

O deito no berço e acaricio o seu rosto após o tapar, logo saindo do quarto e fechando a porta com cuidado atrás de mim.

Desço as escadas com cuidado e pego a parte da babá eletrônica que estava sobre o balcão da cozinha, sabendo que seria essa a melhor maneira de monitorar meu irmão enquanto ele dorme.

— O Marshall é meu favorito. — O Harry comenta bebendo mais do suco que meu irmão deve ter servido para ele, me fazendo sorrir e ficar ainda para trás, os olhando com calma e apreciando isso.

Por que tudo tem que ser tão difícil? Por que a vida perfeita não é possível ser real? Como pode eu amar ele de uma forma extraordinária e ser destinada a passar a vida longe dele? Às vezes me pergunto como a minha mente me faz essas peças, pois basta eu fechar os olhos que consigo imaginar uma realidade mais do que perfeita para mim e ele, juntos. Onde meus pais nos aceitam e inclusivamente a sociedade nos olhe sem julgar.

Eu queria poder me imaginar com ele em um futuro à frente. Onde eu me formo na faculdade e posso ficar com ele, o mesmo que irá ser diretor da instituição e eu uma enfermeira. Então poderíamos comprar um apartamento pequeno, mas do tamanho ideal para nós os dois. Ele me ajudaria a arrumar a casa e cozinharia para mim, imagino até mesmo que caso tivéssemos um filho durante a minha gravidez ele ficaria cantando para o bebê e o fazendo se mover de forma extrema dentro de mim.

Por que é errado? Essa é a questão. Eu amo a minha religião acima de tudo e acredito em tudo que ela diz, mas o Harry é um caso a parte. Eu sei que ele se envolveu com outras e tem uma mentalidade diferente, mas ele me respeita tanto e me escuta. Sei que ele jamais faria algo para me machucar ou sequer me forçaria a algo. Ele está sempre interessado em conhecer mais sobre a religião e meus costumes, o que eu acho simplesmente adorável.

Eu quero ficar com ele, quero poder sair na rua sem ter medo de quem vá nos ver. Quero poder ter um jantar com ambas as nossas famílias, onde possamos conversar como um casal normal. Quero ir viajar com ele, conhecer mais do mundo e lugares fantásticos. Quero sair e me casar com esse homem, podendo assim imaginar um futuro enorme e brando com ele pela frente, onde o nosso amor é sim o suficiente para combater tudo o que temos a frente. Pois se ele me ama dá maneira que eu amo ele, se ele me vê da mesma maneira que eu o vejo, tenho certeza de que fomos duas pessoas que nasceram para serem destinadas a passar o resto da eternidade juntas, como um casal que se ama e se respeita ao extremo.

— Susu? — O Harry me chama e eu saio de meus pensamentos, só então percebendo que meus olhos estão marejados e tenho um sorriso besta no rosto. — Está tudo bem? — E na hora eu concordo, o olhando sem jeito.

— Estava lembrando de um filme em que o personagem também se chama Marshall. — E ele sorri para mim, então volto ao seu lado e me sento com eles, prestando atenção na televisão e nem sequer vendo o tempo passar.

— Acho melhor eu ir embora antes que… — E o Harry começa a falar, mas ele para quando a porta de entrada é aberta e eu arregalo os olhos, levantando na hora assim como o meu irmão e o Harry, vendo o olhar de surpresa da Zenah quando nos vê.

Eu encaro meu pai com nervosismo e ele fica confuso ao nos ver, parecendo lembrar do Harry, mas não sabe de onde.

A foto. A maldita foto nossa que a Zenah mostrou para eles. Pelo amor de Deus, isso não pode mesmo ser real, por favor.

— Soumaya? — Meu pai pergunta já mais sério quando minha mãe entra carregando minha irmã mais nova nos braços e chega a parar quando nos vê, analisando o Harry de cima a baixo sem entender nada. — Quem é ele? — Ele fala com os punhos cerrados por já saber quem é o Harry.

— É o meu colega, o Harry. Ah… O Zayn não podia largar a Susu em casa então pedi para ele trazer e…

— Não ouse mentir na minha cara, Kassem. — Meu pai fala fechando a porta com raiva e minha mãe sobe com pressa para largar minha irmã no andar de cima. — Que coragem você tem para aparecer na minha casa e…

— Pai, eu trouxe ele aqui. — Me manifesto e fico na frente do Harry, recebendo um olhar de decepção do meu pai como nunca antes.

— Nós perdoamos o seu erro de antes e acreditamos que você tinha seguido em frente, mas você continuou aqui no pecado como uma… Como uma…

— Baba. — O Kassem o alerta para não falar nada que vá me machucar, mas isso não o impede.

— Como uma charmuta! — E ele então derruba um dos vasos do lado da Zenah, fazendo ela dar um salto assustada enquanto vê que ele quebrou o móvel.

— O que isso quer… — O Harry questiona e ouço meu irmão lhe responder de maneira baixa, sabendo que ele se irritaria. — Com todo o respeito, mas ela…

— Com todo o respeito, mas a minha filha merece melhor do que alguém que só quer entrar nas calças dela. Quero você fora da minha casa agora, nunca mais vai ver a Soumaya! — Ele diz e eu mesma nega.

— Ele não vai à lugar algum, você nem sequer o conhece!

— E você sim? Amanhã mesmo estou indo te tirar daquela instituição. Desde quando nos desobedece e sai mentindo por ai? — E minha mãe desce, me olhando com os olhos marejados e negando coma  cabeça diversas vezes, como se eu tivesse a machucado de uma maneira horrenda.

— Você não pode fazer isso! Sabe o quão difícil é manter minha média lá?

— Eu vejo que não foi difícil arranjar um namorado lá!

— VOCÊ NÃO O CONHECE! ELE ME AMA E…

— ELE TE AMA? — E meu pai se aproxima de mim, mas o Harry se põem na minha frente e nega com uma frieza imensa.

— Eu respeito o senhor, mas de maneira alguma vou ficar aqui parado enquanto você a machuca verbalmente e até mesmo fisicamente.

— E quem é você para falar algo? — Meu pai pergunta o empurrando e ele se mantém firme, mas só a ação dele me deixa mais furiosa ainda. — É um marginal coberto de tatuagens que deve beber horrores e consumir todo o tipo e droga possível.

— Baba. — O Kassem pede para que ele pare, de colocando no meio dos dois enquanto o meu pai apenas nega mais e mais.

— Eu confiei em você para tomar conta da sua irmã, não para deixar ela namorar nas nossas costas!

— Ele não é nenhum marginal! Ele é até mesmo dono da instituição, ele tem uma ótima família e é inteligente. Me respeita e é monoteísta, não é isso que importa? Eu achar alguém que me ame e…

— Ele é dono? Sabe que se eu levar isso para as autoridades você pode se dar mal? — E meu pai pai ergue o braço como quem fosse acertar o Harry, mas dou graças a Deus que o Kassem o segura.

Seguro a mão do Harry e ele olha para mim de maneira rápida, vendo as lágrimas que caem dos meus olhos enquanto observo toda essa cena que não precisava ser assim. — Ele é maior de idade, estava abusando de você e…

— NÃO COMECE COM ISSO! — E eu não controlo o meu tom de voz, mas quando ele ergue a mão para virar um tapa em mim, o Harry segura o seu pulso e o afasta, deixando as expressões de horror e ódio nas faces da minha mãe e irmã. — Ele não tem nada a ver com isso! Isso se trata da maneira de como eu me sinto em relação à ele, como eu o vejo e o quero, como…

— Como você não é mais a mesma filha que trouxemos, como está nos decepcionando e cometendo erro atrás de erro. — Ele fala furioso e eu nego com a cabeça, não aguentando mais isso.

— Eu estou cansada de seguir essa vida, cansada dessas regras e…

— O que foi que ele te prometeu? Um futuro para os dois? Dinheiro?  — E agora quem não se segura sou eu.

— Dinheiro? Você que está trabalhando em coisas ilegais! Se quer falar do pecado devia pensar nas suas ações, Baba. — E sei que ele não esperava isso, pois até minha mãe fica furiosa.

— Soumaya, cale a boca! 

— Não, Mama. Eu não calo! Todos nessa casa tanto me julgam por eu me apaixonar por alguém e por querer escolher meu futuro, sendo que fazem o pecado todos os dias. Isso se chama hipocrisia, caso não saibam. — E meu pai me olha com desilusão.

— Quem é você e o que fez com a minha filha? Que tipo de abdução foi essa? — Ele pergunta para o Harry, me fazendo negar e dessa vez eu mesma ficar na sua frente.

— Eu escolhi isso, ele nunca me obrigou à nada!

— Ele não é homem o suficiente para você! Vocês nem se conhecem e olhe para ele. — Ele fala com o intuito de o rebaixar, mas eu nego pois de maneira alguma deixaria isso acontecer com ele na minha frente.

— Ele pode não ter passado pelas  mesmas situações que a gente na vida, mas isso não faz dele uma pessoa melhor ou pior! Quem julga isso é Deus, não vocês!

— Me impressiono que ainda saiba quem é Deus! Como tem coragem de rezar sendo que ainda peca sabendo que é errado? Que mente todos os dias para nós e deve fazer só Deus sabe o que com esse menino. — E eu seco as lágrimas que seguem caindo dos meus olhos, me sentindo cansada e simplesmente exausta dessa situação toda. — Você vai ser castigada por isso, vai ir para o…

— Não acho que vá querer continuar. — O Harry fala e eu mordo o lábio nervosa, o sentindo tremer enquanto aperto a mão do Harry com mais força ainda e o meu pai percebe isso.

— Agora. — Ele abre a porta e aponta para a rua. — Saia da minha frente agora. Eu não te quero nunca mais nem sequer pensando na minha filha! — E eu nego, ficando inteiramente feliz em ver que o Harry não se move um centímetro que seja. — Eu mandei sair.

— Ele não vai, porque… Porque… Se ele sair, eu vou junto. — E agora sim estou sendo movida pelo impulso, mas não posso mais com isso.

Vejo o susto no rosto dos meus três irmãos aqui presentes, como se estivessem se perguntando se essa foi de fato a decisão mais inteligente que eu poderia ter tomado.

— Então escolha agora, ou ele, ou nós. — E minha mãe fica desesperada.

— Habibi, nós podemos…

— Não, ela vai escolher agora e aqui, para todo o sempre. Quer uma vida com ele? Quer acreditar em suas mentiras? Pode ir, mas se sair por essa porta eu espero que saiba que nunca mais vai voltar. — E eu sinto todo o meu corpo arrepiado. Ele não faria isso, não é? Ele… Eu e o Harry vamos ficar juntos para sempre? — Vai desistir de sua família por ele.

— Vou, porque enquanto minha família não tenta entender meu lado, ele tenta.

— Decida. — Meu pai fala e eu simplesmente olho em choque para a minha mãe, querendo desesperadamente que ela se meta nisso de alguma maneira, mas quando percebo que não eu nem me contenho.

— Vamos, Harry. — E eu o puxo pela mão, vendo que todos não podem acreditar no que vêem, mas isso não me impede de o puxar comigo para fora de casa e fechar a porta atrás de mim, sem acreditar que isso acabou de acontecer.

— Soumaya… — O Harry fala colocando os braços na minha volta e me abraça, eu apenas começo a soluçar ainda nervosa e ergo o olhar, o encarando.

— Acha que eu posso ficar na sua casa? Só por uns dias e…

— Claro, bebê. Você pode ficar o tempo que precisar. — E eu concordo, o abraçando mais e fechando os olhos, querendo que tudo o que tivesse acabado de se passar fosse realmente apenas um sonho, mas não, é a realidade.

Continua... Próximo capítulo é o final.