23:30 PM
Eu dormi a viagem inteira...
Sonhei que estava em casa, mas a minha ficha caiu com tudo quando abri os olhos e me deparei com a realidade.
E que realidade...
Era noite e eu já estava no carro ao lado do senhor Kim.
Sentia os meus pés formingando, e só podia ser ansiedade.
Bom, como eu vou perguntar ao meu tutor o porque ele mandou me buscar?!
Ele tem que ter um motivo não é?!
Namjoon: Está tudo bem?
S/n: Sim.
Namjoon: Quer comer mais alguma coisa?
S/n: Não precisa, o senhor já me ofereceu comida demais.
O homem riu soprado.
Namjoon: Tem uma biblioteca e um jardim enorme caso queira passear.
Franzi o cenho e observei apenas o carro passando por dois portões enormes.
Sem contar que o local era bem vazio e parecia isolado...
Muito isolado..
Olhei pela janela e o motorista que tinha ido nos buscar no aeroporto parou o veículo.
Namjoon: Bem vinda de volta para casa querida.
O moreno desceu, fez a volta e abriu a porta para mim.
Eu hesitei sentindo aquele arrepio estranho...
Coragem S/n!!
Respirei fundo e sai do carro.
Olhei a mansão na minha frente e senti foi dor de cabeça!
Era muito bonita, mas a estrutura parecia ter sido feita para aparentar ser antiga...
As paredes eram brancas e tinha várias janelas de vidro em tamanhos diferentes.
Olhei rapidamente em volta e fiquei um pouco intimidada vendo a quantidade de árvores no enorme terreno.
Isolado, muito isolado.
Namjoon: Eu sei, parece uma mansão do terror. Mas só parece mesmo.
S/n: Não não, me lembra o convento.
O moreno começou a rir.
Namjoon: Velho e caindo aos pedaços?!
S/n: Eu não disse isso...
Namjoon: É que houve um incêndio na antiga casa do Park, aquela sim era um exagero de tanto luxo.
Encarei o rosto dele.
Namjoon: Enfim. Ele disse que queria morar no meio do nada. Pois bem, aqui estamos no meio do nada, mas a cidade é a cerca de trinta minutos daqui.
Assenti apenas por educação.
Namjoon: Sem vizinhos, sem visitas indesejadas. Bom, ele prefere assim.
S/n: Eu estou vendo...
Namjoon: Vamos.
Segui o moreno em direção a entrada e eu arregalei os olhos vendo o barulho absurdo que fez quando ele abriu a porta.
Era uma sentinela?!
Namjoon: Acredite, essa casa é exatamente a cara dele.
Como????
Entrei logo após o mais velho e observei minuciosamente alguns quadros na parede, fora uma escadaria enorme.
Imediatamente me benzi sentindo aquele arrepio de novo...
Namjoon: O velho é novo, bom, o Jimin que diz isso, mas eu discordo.
S/n: Não não, eu gosto dessa decoração antiga, e esse tapete...
Eu espirrei!
Namjoon: Você tem alergia a poeira?
S/n: Acho que sim..
Namjoon: Eu irei providenciar alguém para limpar tudo amanhã. É que as empregadas daqui pediram demissão a dois dias, e a Ana não está com cabeça para contratar outra pessoa de novo.
De novo?!
Assenti e voltei a olhar a casa.
Cortinas pretas, rosas murchas, quadros antigos, objetos e móveis antigos...
Ao mesmo tempo que parecia uma casa mal assombrada, tinha um toque especial...
S/n: São as cortinas que deixam o ambiente com esse aspecto, diferente...
Disse baixinho.
Namjoon: Concordo, mas o Jimin prefere assim.
S/n: Imagino...
Ouvi passos e minha atenção foi levada para uma mulher parada na entrada de um corredor.
Ela tinha o cabelo na altura do pescoço, estava usando uma saia justa até os joelhos e sorrindo.
Namjoon: S/n, essa é a Ana.
A morena simplesmente veio as presas até mim e me abraçou apertado!
Me senti tão bem...
Ana: Querida como você cresceu!!!
Ela começou a beijar as minhas bochechas.
Ana: Se tornou uma mulher muito linda meu anjo...
S/n: Que bom revê-la senhorita Ana, mas eu não me lembro de você...
A morena riu soprado e tocou no meu rosto.
Ana: Não tem problema, o importante é que você não se esqueceu de me mandar as cartas...
Sorri.
Ana: Deus, eu estou me segurando para não chorar...
Ri soprado e ela me abraçou novamente.
Namjoon: Foi uma longa viagem Aninha, mostre o quarto para ela, eu vou avisar ao Jimin.
Ana: Ele não está em casa.
O moreno respirou fundo.
Namjoon: Ok, entendi.
Ana: Vamos querida, eu adoraria passar a noite toda conversando com você, mas realmente precisa descansar um pouco.
Apenas assenti e segui a mulher.
Subi a enorme escada observando o corrimão.
O lustre enorme...
Antigo, mas bonito.
Encarei dois corredores enormes, um na direita e outro na esquerda.
Ana: Esquerda querida.
Assenti e continuei seguindo a mulher.
Paramos na frente de uma porta dupla branca com as maçanetas douradas.
A mulher abriu e eu entrei logo após a mesma.
Fiquei pasma vendo o tamanho do quarto...
A decoração antiga e com uma cama enorme...
Tinha também duas portas que davam para uma sacada.
E todas as cortinas eram escuras.
Ana: Espero que fique a vontade meu amor.
S/n: É seis vezes o tamanho do meu quarto no convento.
Ela riu soprado.
Ana: Tem um banheiro bem ali, e um closet naquela porta. A água é quente e como eu fiquei em dúvida sobre o que você usa eu comprei alguns vestidos compridos.
S/n: Não precisava senhorita Ana.
Ana: Só Ana querida.
Assenti.
Ana: Eu irei conseguir um celular para você.
S/n: Não precisa se preocupar com isso.
Ana: Tem certeza?
S/n: Sim.
Ana: Agora descanse por favor, amanhã cedo vamos começar a colocar os papos em dia e eu irei lhe apresentar o resto da casa.
S/n: Obrigado...
Ana: Com licença e boa noite meu bem.
Ela me deu outro abraço e em seguida saiu do quarto.
Observei minuciosamente o lugar...
S/n: É, está tudo bem, se não estiver, vai ficar...
Coloquei a mala na cama e abri.
Peguei outro hábito do convento e segui para a porta onde seria o provável banheiro.
Entrei e fiquei constrangida vendo a banheira enorme que mais parecia uma piscina no chão...
S/n: Que exagero...
Entrei, fechei a porta e tirei a roupa.
Fui para o chuveiro mesmo e senti o meu corpo relaxar com a água quente.
Me deu uma saudade de casa...
Respirei fundo e me concentrei no banho.
Quando terminei eu vesti a roupa e retornei para o quarto.
Me aproximei da cama e sentei.
Era macia e confortável...
Simplesmente me joguei contra o colchão e fiquei encarando o lustre no teto.
Eu me sentia tão mal em ter sido mandada embora do convento...
Estava com rancor da madre...
S/n: Que banana...
Praguejei baixinho.
Iria rezar bastante!!
Mas ouvi passos rápidos fora do quarto e imediatamente levantei assustada.
Passos muito rápidos.
Levei minha mão ao meu terço e engoli em seco.
Será que é alguma alma perdida?!
S/n: Santo Deus...
Respirei fundo e me aproximei da porta.
Segurei na maçaneta e abri.
Eu me perderia fácil nessa casa...
Sai do quarto e observei o extenso corredor escuro.
S/n: Olá....
Ninguém respondeu.
E eu nunca fui medrosa, então porque temer?!
S/n: Coragem S/n!
Caminhei pelo corredor e terminei parando na ponta da escada.
Olhei para baixo e a sala estava mais escura do que o corredor.
Ok, reparando bem a casa era muito bonita, e bem exagerada...
E aquele toque de antiguidade deixava tudo interessante.
Desci as escadas sem fazer barulho e encarei o corredor.
Eu estava me sentindo tentada...
Repreendi e segui na direção.
Passei pelo corredor e travei onde estava vendo uma silhueta de frente para uma geladeira.
Então aqui é a cozinha???
Franzi o cenho.
A essa hora...
Só podia ser alguém que invadiu a casa atrás de comida.
Uma pobre alma faminta...
Rezei mentalmente e me aproximei por trás do desconhecido.
S/n: Olá, por favor não grite...
A figura consertou a postura mas continuou de costa para mim.
Percebi que era um homem.
S/n: O senhor deve estar querendo um pouco de comida, não furte, eu consigo algo para matar a sua fome.
Imediatamente peguei uma cesta que estava sobre uma mesa com alguns pães.
A luz baixa não me deixou ver o rosto do estranho, e eu não tinha a intenção mesmo.
Só iria ajudá-lo.
S/n: Leve esses pães por favor, e um pouco de água. O dono com certeza não vai sentir falta, e eu irei fingir que nada aconteceu.
Peguei a cesta e me aproximei para entregá-lo.
S/n: Agora vá, e não roube nada. Deus lhe abençoe senhor. Irei rezar por sua alma.
Ele simplesmente se virou para mim e eu apertei os meus olhos para tentar enxergar o rosto dele.
?: Você é louca?!
O homem berrou e a luz da cozinha foi acesa!
Encarei um asiático com o cabelo comprido, uma roupa amarrotada e uma garrafa de vidro na mão.
O homem parecia um mendigo.
E ele estava me olhando com a cara feia...
Namjoon: O que aconteceu?!?!
S/n: Eu só estou dando um pouco de comida para esse pobre senhor.
O senhor Kim franziu o cenho e o desconhecido riu alto.
Alto mesmo.
S/n: O senhor Park não vai ficar chateado não é...
Franzi o cenho vendo o homem com cara de morador de rua começar a rir de forma descontrolada.
Namjoon: Claro que não.
S/n: Ah sim.
Namjoon: Afinal ele é o senhor Park.
Arregalei os olhos!!!
Jimin: Olá S/n.
Não consegui esconder a minha cara de choque vendo o homem.
Mais o quê?!?!?!
Esse é o meu tutor?!?!?!
Não tive reação alguma, apenas engoli em seco.
S/n: É, é, é, e eu, eu, eu sinto muito, pensei que fosse algum morador de rua, me desculpe senhor Park...
Meu nariz ardeu sentindo o cheiro de algo que com certeza era o que tinha na garrafa na mão dele...
E o homem parecia tonto e confuso....
Ou embriagado...
Jimin: Volte para o seu quarto. Agora mesmo, mocinha da língua grande!!
Namjoon: Park!
Não disse mais nada, apenas me virei e saí apressada de lá!
Não não, ele não pode ser o meu tutor...
Ele parece mais um louco, Deus me perdoe, mas parece sim!!
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