História Tente Ficar Vivo - Amo Você

Acordei cedo naquela manhã, disse para Harshel que ficaria de olho em Lori para ele ter um tempo para si. A verdade, é que não estava confortável com Carol por perto. Sim, ela esta viva, Daryl achou a cerca de 2 dias em uma sela no bloco atacado. Eu sentia-me mal em relação aos meus sentimentos, eu sinto-me com remorso por querer que ela estivesse morta. Daryl tem passado um tempo, te de mais, para meu gosto, com aquela mulher, e sinto alguma coisa, que não é boa, dentro de meu peito. Na manhã passada, chegou uma mulher, ela estava com as formulas de bebe e é apenas isso que eu sei, não quis prestar muito atenção, quanto menos tempo eu passasse longe do bloco C, menos tempo com Carol por perto, e sinceramente, com Daryl também, por mais que essa pequena distancia machucasse.

Estava ali, sentada ao lado de Lori, vendo-a pálida e respirando por aparelhos, que por sorte, ainda funcionavam. A bolsa de soro fisiológico estava acabando, estava preparando a próxima para trocar quando escuto um gemido baixo. Fico estática e logo, vejo suas mãos presas por algemas na maca, mexendo-se com dificuldade. Chego mais perto e abro seus olhos, ela os força. Ela esta viva. Isso é a única coisa que me faz sorrir, no momento.

-Ei, Lori?- Chamei baixo. Não obtive resposta alem de algumas piscadas incômodas pela luz.- Tudo bem, você vai ficar bem, e seus filhos, estão lindos.- Sorrio acariciando seus cabelos.

-Obrigada.- Ela sussurra.

-Descanse, vou trazê-los aqui.- Ela concorda.

Troco o soro e aviso que logo volto, corro feliz até o bloco e la dou de cara com Lili brincando com Judith, a Bravinha agora tinha um nome, pequena Judy. Caminho até ela e bagunço seu cabelo, seguido para o pequeno refeitório improvisado que se encontrava na parte antes do bloco de selas. La estava ele, lindo com a besta pronta para atirar na mulher se preciso, como eu podia sentir algo tão forte por um caipira tão rude como ele? Suspiro e caminho até Rick.

-Tem alguém esperando por você na enfermaria.- Sorrio e ele começa a andar de um lado para o outro sorridente até que me abraça.

-Obrigado.- Ele diz e sai correndo.

Meus olhos e o do caipira se cruzam, mal noto Harshel cuidado dos ferimentos da mulher. Estava preso naquele mar azul, uma imensidão extremamente rude, aqueles olhos penetrantes, deixam qualquer um de cabeça virada. Suspiro pesadamente e cruzo os braços escorando-me no batente da grade. Ele sabia que as coisas estavam estranhas, eu sentia que ele sabia, só não queria se ele queria assim, se preferia Carol a mim, a magoa disso, causava-me algo diferente dos urubus, era um peso no coração, como se ele fosse ser quebrado a qualquer momento.

-Posso falar com você?- Ele quebra o silencio, apenas concordo com a cabeça.- Se importa em ficar sozinho, Harshel?- Pergunta ao velho.

-Sou velho, e alijado, mais não inútil, e tenho certeza que essa moça não me fará mal algum, estou certo?- Sorri para a mulher. Ela da um pequeno sorriso em resposta.

Nada mais foi dito, entramos no bloco de celas e pude ver Carol deitada em um dos beliches provavelmente descansando sua “beleza”. Beth estava penteando os longos cabelos castanhos de Lili que sorria com o ato, repreendo-me por nunca ter feito esse tipo de coisa com a garota, mais a verdade, é que no fim do mundo, nem meus cabelos, eu penteio. Percebo a falta de Ren no bloco, Rick provavelmente esta com os filhos e a mulher. Os presidiários, estão cuidando das grades, enquanto provavelmente Ren esta em uma das torres de guarda enquanto Glenn e Maggie não voltam.

Sigo o caipira até o vestiário. Sim, nos temos um vestiário, temos chuveiros com água fria, mais água encanada, já é um luxo nos dias atuais. Entramos no lugar e mais uma vez, vejo os chuveiros dispostos um ao lado do outro apenas com um pequeno muro separando-os, totalmente sem privacidade. O caipira solta a besta, deixando-a em um dos bancos de madeira típicos de vestiários.

-O Ren esta de guarda?- Pergunto de braços cruzados evitando olhar para ele.

-Sim.- Diz apenas e sentia seus olhos em mim.- Temos problemas.

-Que tipo de problemas?

-A mulher disse que tem uma cidade, e que não são exatamente boas pessoas, quem os governa, pegaram Glenn e Maggie.- Nessa hora o encaro.

-E o que vamos fazer?- Pergunto engolindo a seco.

-Vamos até lá.- Suspira.

 Me calo. Ao perceber que não diria mais nada, ele passa as mãos pelos cabelos aparentemente sem saber o que fazer. Sinto lagrimas querendo sair de meus olhos. Será que é agora que ele vai dizer que não passei de diversão? Será que vai dizer que prefere a Carol, que eu sou apenas uma garota idiota que ainda acredita em sentimentos? Abaixei mais o rosto para que ele não visse-me em tal estado, eu não demonstraria fraqueza, não a ele.

-Ei, o que esta acontecendo?- Pergunta suspirando preocupado.

-Me diga você.- Seguro as lagrimas, não vou chorar na frente dele.

-Você se afastou, sem motivo algum.- Deu dois paços em minha direção, recuei um. Aperto meus braços cruzados e ele para a um metro de mim.

-Você estava ocupado.- Nesse momento o encaro, faria aquilo de cabeça em pé.- Cuidado da Carol.- Ele franze a testa e me encara.

-É esse o problema?- Ergueu uma sobrancelha.  

-Olha Daryl, você não é obrigado a ficar comigo, eu entendi que você quer ficar com ela, tudo bem, eu entendo.- Meus olhos se enchem de lagrima mais eu as seguro, não daria esse gostinho a ele. Daryl me encara espantado.

-Ei, esta com... ciúmes?- Sorri de lado. Nego e dou as costas, iria sair andando. Mais ele me segura pelo braço e puxa-me contra seu corpo.- Blake, você é muito idiota, sabia?- Chama-me pelo sobrenome, tento me separar dele, mais prende-me mais forte.- Pare de ser burra, eu não quero a Carol, eu so estava  ajudando como amigo, assim como você salvou Lori e a Bravinha. Mais é você que eu quero, Samantha, eu não sei por que diabos, o mundo teve que acabar para que eu te encontrasse, mais se eu tivesse como mudar o apocalipse, eu faria tudo de novo, só para te encontrar. Isso pode ser egoísta, mais a única coisa que eu quero é você do meu lado, Sam, eu te amo.

O QUE? Ele disse isso mesmo? Fiquei sem reação, a essa altura, eu já chorava como criança, ele me amava, DARYL ME AMAVA, assim como eu, eu o amo. Daryl não espera resposta, apenas pega meu rosto em suas mãos e me beija, aquele era o melhor beijo do mundo, o beijo do caipira, do meu caipira, e ele me ama. Puta que pariu, ele me ama.

Daryl tira minhas roupas sem muita pressa. Assim como as suas, naquele momento, nada precisava ser dito, nos entendíamos em um olhar. Depois de nus, Daryl me puxa para um dos chuveiros e o abre, beijando-me em seguida. Sinto a água gélida cair sobre meu corpo, e estremeço. Ele me abraça e continua beijando-me de baixo da água. Quando nos separamos, ele me puxa para mais perto, fazendo-me apoiar a cabeça em seu peito, e começa a mexer em meus cabelos. Fecho os olhos e suspiro mordendo a boca.

-Daryl?- Chamo-o. Ele resmunga em resposta.- Eu amo você.

Assim que a frase é dita, ele devora meus lábios, e nos amamos ali, em baixo da água fria, e isso para mim, era o momento perfeito.