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História Teoria do caos - Open book


Escrita por: UchihaSpadari

Capítulo 5 - Open book


 

 

     -- O que disse? -- Naruto indagou recuando. Como poderia Hanabi estar grávida? Seria de Kiba? Muito prematuro, mas e se fosse de Sasuke? Logicamente seria outro problema.

  O que estava instaurada era uma conversa de homens, não eram mais os palhaços do colegial, até mesmo Naruto era um homem ponderado, agia mais pela razão. De fato apenas o elo que possuía com Kiba foi o suficiente para não machucá-lo após saber que se envolvera com a esposa de seu melhor amigo. Sasuke foi criado ao lado do loiro, a amizade entre Fugaku e Minato era grande, como as esposas, brindavam as alegrias, e choravam as mesmas tristezas, como foi quando Itachi morreu.

    -- Acabei de sair da clínica. -- Sussurrou abrindo o colarinho. -- O doutor confirmou a gravidez.

     -- Seu ou não, você vai cuidar! -- Naruto alçou a voz com seriedade fazendo Kiba recuar. Não aceitaria um deslize agora, fora ele o motivo do divórcio de Sasuke, se ele não arcasse com as consequências, então seria a hora de uma boa surra. -- Sasuke é meu melhor amigo! Eu aceitei a safadeza que fez na vida dele, mas não vou permitir que tenha falado todo esse tempo que ama Hanabi, e abandoná-la na primeira dificuldade. Destruiu um casamento, então seja o pai da criança, ela não tem culpa dos erros de vocês.

  O digerir do sermão foi forçado e o Inuzuka aceitou calado, precisava do choque de realidade, precisava ainda mais do abraço que seguiu a repreensão. Maduro ou não, Naruto tinha um coração de ouro, sabia das limitações do ser humano, Sasuke facilitou a traição sendo alguém ausente, e mesmo assim era fato que desde o início a relação com Hanabi vinha sendo construída sobre areia.

 

 

  O som das buzinas e conversas era o único a preencher o silêncio desde a saída da loja. O vento meio gelado se perdia entre tantos corpos ocupando o mesmo espaço. Hinata se mantinha quieto seguindo até seu carro.

  O aroma de shampoo se espalhava pelo carro enquanto o moreno entrava. Seus olhos subiam de maneira traiçoeira o ombro dela detalhando a pele alva até o pescoço. Tinha que a olhar, mas optou pela serenidade, seria patético se manter a encarando, mas era tentador.

  Hinata largou o volante quase marcando seus dedos, nem mesmo falou ao destravar a porta, apenas sentia a respiração dele tão branda quanto o modo de agir. Saiu do carro escutando alguns gritos e risadas. Olhou mais uma vez sua encomenda Uchiha com as mãos nos bolsos e feição apática, parecia alheio a tudo.

     -- O que fazemos aqui? -- Sasuke perguntou olhando a longa praça.

  Olhava a estrada traçada e a grama coberta de laranja das folhas quebradiças. Sentiu uma breve pontada. Dez? Doze anos? Talvez fosse esse o tempo em que não visitava essa parte da cidade, algo tão simples e que lhe cobrava tantas lembranças e sentimentos. Os dedos tremeram de maneira rápida dentro dos bolsos, a testa gelada mas ainda um pouco suada relatava a sensação rápida que bambeou seus joelhos.

     -- Já acabou com minha tentativa de comprar um vestido, vamos logo com isso. -- Hinata retrucou de imediato revirando os olhos, o moreno soltou uma risada tão leve que causou uma encarada da Hyuuga no mesmo instante. Era tão delicioso escutar aquilo que nem ela mesma soube como menosprezar. -- Não pense que somos amigos, apenas fale.

       -- Eu sei que não gosta de mim por algum motivo. -- Comentou de maneira direta se voltando até Hinata, que abraçava o próprio corpo pelo frio, fingindo cruzar os braços.

  O balançar lento das árvores denunciava a brisa, banhava o rosto e insistia em fazer os olhos alheios lacrimejarem. De maneira suave apoiou o cotovelo sobre o encosto pairando os orbes na altura do queixo dele. Ele aparentava estar em seu próprio mundo, silencioso e barulhento.

   -- Estou aqui para escutá-lo. -- Sua voz soou baixa. Sasuke contornou a nuca se alinhando de maneira mais calma sobre o banco, mas prezou a quietude por ainda mais um pouco.

     -- Costumava vir aqui com meu irmão. -- O sussurro rouco rasgou no vento quebrando o silêncio imposto. -- Eu costumava me esconder, mas ele sempre acabava me achando. -- Continuou com um sorriso bobo estampado nos lábios. -- O dia sempre terminava com um machucado no joelho, ele me carregava sobre as costas enquanto andávamos pela cidade seguindo pra casa.

      -- E então?

   -- Otou-san o deixava de castigo depois disso, mandava fazer diversos serviços. "Inadmissível", ele dizia, não queria que Itachi fosse um garoto comum, estava criando uma máquina de produzir dinheiro, como toda minha família. -- Hinata conseguiu sentir o ressentimento na voz dele. -- Meu irmão era diferente, não queria ser como os outros, e intentou mudar o ordem, mas o mundo não aceita novas mudanças. Seu plano para alterar as coisas era uma aliança com uma família, você sabe o nome, mas pelo visto não acabou dando certo... o sonho dele terminou. -- No mesmo queixo que ela fitava pôde notar algo cristalino, era uma única lágrima que escorreu de seu olho direito, enquanto o mesmo ainda olhava o ambiente, quieto, chorando em silêncio.

  Seria normal sentir esse aperto no peito após escutar uma história daquelas da boca de um Uchiha? Quando o mundo havia virado de cabeça para baixo? Sasuke não era mais aquela imagem fria e distante do outro dia, era tão complexo quanto destruído, e enquanto pensava sentiu as gotas de chuva caindo sobre seu corpo.

  Os passos viravaram corridas rápidas, uns saíam as pressas e outros não se importavam tanto. Hinata hesitou sentindo as gotas subindo suas pernas e antes que levantasse sentiu seus ombros e nuca serem cobertos pelo casaco macio. O olhou por breves segundos mas não negou, apenas sentiu o braço dele em sua cintura a guiando até onde parou o carro.

  Nada fazia sentido. Estava sendo tão arrogante, tão cruel com uma vítima de depressão, e ele conseguia apenas retribuir de maneira singela e gentil, isso não era normal, ainda mais vindo de um Uchiha.

  -- O que aconteceu com seu rosto? -- Hinata sussurrou de maneira baixa e sufocada pelos próprios batimentos rápidos.

    -- Quando realmente quiser saber algo sobre mim, vou adorar responder. -- Sussurrou enquanto Hinata sentou no banco o olhando, conseguia ver as gotas o encharcando. Hesitou antes de falar mas parou quando o moreno fechou a porta do carro. -- Por hora me contento com a falsidade. Tome cuidado na estrada, Hinata.

  Seus olhos perolados percorriam a silhueta que se perdia entre a chuva embaçada. O olhar caía sobre o saco plástico com telas e pincéis que ele esqueceu, e ela permaneceu ali, com o casaco e o perfume dele sobre os ombros.

 

 

  O Nara trajava sua roupa de trabalho no gabinete. O terno era bastante compacto ao seu corpo, tamanha formalidade soava ridícula naquela pessoa, nem mesmo Temari perdoava fazendo piadinhas infames todos os dias antes de ver seu noivo sair para mais um dia de "trabalho". Shikamaru era ninguém menos que o líder do gabinete de Shinzo Abe, o Primeiro Ministro Japonês.

    -- Fazendo? -- Hesitou enquanto manipulava algumas pastas dentro da gaveta de ferro enquanto Sai perguntou chegando com seu chá em mãos.

    -- Preciso rever uns papéis dos Uchiha, talvez Madara esteja sonegando alguns impostos, então preciso procurar algumas coisas, assim como os Hyuuga. -- Falou tentando despistar.

      -- Não é tarefa nossa. -- Sai falou sentando na beirada da mesa fitando o Nara. -- E a propósito, quais os fundamentos dessa investigação?

     -- Assuntos de cima, Sai. -- Shikamaru falou pegando os ficheiros. -- Nada que interfira em nossas vidas medíocres, pode se acalmar... Já falhei com você? -- O Nara concluiu fazendo Sai sorrir e levar os dedos até o osso do nariz fingindo pensar.

  Shikamaru seguiu até sua sala trancando a porta, lançou tudo sobre a mesa os abrindo e detalhando as informações de Itachi e Neji. Seria difícil retirar as informações e não as devolver, além das câmeras ainda havia o fiscal da alta documentação, que cuidava daquele setor. Retirou cópias de tudo e levou para devolver os documentos, em seguida desligou a luz de sua sala guardando tudo em sua pasta, mais um dia cansativo, ele pensou entrando em seu carro e dando partida, ao menos podia respirar tranquilo, pois estava indo ao encontro de Temari e Shikadai.

 

 

  Hinata estacionou o carro no prédio, subiu para seu apartamento vagarosamente, o elevador subia enquanto sozinha ela fitava o vidro, o casaco permaneceu sobre ela desde a saída do local, sustentava com cautela o saco branco que continha os utensílios artísticos do Uchiha. Estranhamente essa noite a mesma não sentiu um vazio, seus pensamentos fitavam um misto de informações, sua conversa com Shikamaru e o assunto da tarde ao lado do Uchiha.

  Seria verdade? Os Uchiha não seriam tão maus? Ou a verdade em que ela foi criada seria apenas mera manipulação de ódio que seu pai sentia?

     -- Até que enfim. -- Sorriu sozinha vendo a mensagem de Shizune alertando que o anexo de Shikamaru havia sido entregue ao servidor do consultório.

  O silêncio faltado durante o dia poderia ser usufruído a esse horário. Hinata deixava a água quente deslizar seu corpo após aquele dia, o cheiro de Sasuke era penetrante, não que fosse ruim, era até mesmo gostoso, mas nesse momento queria apenas um tempo para si mesma, e inalar o aroma dele era sinônimo de pensar ainda mais nele durante a noite.

 Terminou seu banho quente e e se agasalhou, colocou o casaco do moreno na máquina de lavar e guardou os utensílios no canto da estante. O saco plástico estava um pouco marcado d'água, e o pensamento inundou sua mente, esqueceu de comprar seu vestido, deveria comprar no dia seguinte.


Notas Finais


Ta vendo gente, Hinatinha nem é tão má kkkkkkkkk


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