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História Teoria do caos - Nature of the respect


Escrita por: UchihaSpadari

Notas do Autor


Prontos pro SasuHina de hj????

Eu particularmente adorei escrever esse cap, achei super fofo, espero que gostem!! E leiam as notas finais que tem notícia.

Enfim, bjss e boa leitura!!! ♡

Capítulo 10 - Nature of the respect


 

     -- Não pode estar falando sério!

  O comentário tomou a atenção do Uchiha que sorriu de maneira contida, passava calma pelo ambiente lotado enquanto os idiomas sortidos faziam a Hyuuga olhar para todos os lados. Hinata sabia fluente o inglês, tanto o britânico quanto o estadunidense, além de é claro japonês e mandarim. Mas convenientemente nesse local as línguas eram tantas que se perdia a cada palavra, grito e gargalhada.

  Sasuke tocava de maneira tímida seu pulso enquanto a mesma tentava não ruborizar com essa atitude. Sua outra mão sustentava o sorvete que a mesma tentava de maneira falha fingir não ter gostado. Estavam no Tokyo dome, grande atração da cidade, um ponto turístico obrigatório para todo visitante das regiões. Os esbarrões sofridos desvirtuavam sua atenção em tantas atrações, mas o que realmente lhe intrigava era o porquê de estar naquele ambiente, e ainda mais, tão perto de Sasuke, sentindo a mão dele.

    -- É um pecado ficar trancada num dia tão lindo. -- Comentou enquanto a Hyuuga levava a textura do sorvete de morango aos lábios.

    -- Eu não fico trancada. -- Realmente era isso, mas não daria o gostinho de concordar com o moreno de sorriso sarcástico. -- É meu trabalho, diferente de certas pessoas, eu preciso fazer isso pra sobreviver.

     -- Isso foi uma indireta?

     -- Bem direta!

  O barulho aumentava enquanto se aproximavam mais da entrada, o moreno havia comprado os bilhetes enquanto a perolada apenas o seguia desorientada, era tudo que não gostava, barulho e superlotação. Mas estranhamente estava animada com esse mistério. Olhava as crianças correndo enquanto se encolhia para diminuir as chances de se sujar com um esbarrão no sorvete.

  Mais uma vez o rubor a tomou e de maneira forte ao sentir a mão dele agarrar de maneira firme seu pulso a puxando sobre seu corpo enquanto ficaram no portão de entrada da atração parada, não havia ninguém na fila, o brinquedo parado e apenas o maquinista folheando uma revista enquanto o moreno fez um sinal para o mesmo andar até eles. Não podia ser isso, a Hyuuga olhou aquilo pasma. Não entraria, se algo a intimidava mais do que estar a sós com um homem atraente, isso seria altura. E coincidentemente estava nas duas situações.

     -- Mas nem morta.

    -- Hinata... a maior psicóloga do país, tem medo de altura?

  O tom rouco saiu com aquele hálito quente banhando as narinas da menor que sem perceber estava apenas focando os olhos nos dele, o sorriso mais uma vez tomou a face enquanto a perolada finalmente se deu conta da proximidade dele a seu corpo, havia esquecido tudo quando olhou aquela roda gigante gigantesca. O moreno estava há pouco mais de seis centímetros de distância, sua respiração era calma mas um tanto vacilante quando enfim percebia a atenção que ele tinha.

  Estavam conectados, rápida e instintivamente voltou naquele milésimo de segundo da noite de sábado, lembrara de um único detalhe vergonhoso e desejável em que seu corpo tocava no dele pela respiração, a visão cobria a face dele enquanto quase refletia sua feição corada e ofegante. Os lábios tão pertos dos seus, os seios esfregando nos botões da camisa dele pela respiração, as veias dos braços do mesmo cobrindo a lateral de seu busto, suas pernas sentindo o joelho dele perfeitamente recostado entre suas virilhas quase beirando a intimidade, um segundo que demorou anos.

     -- Uchiha-sama. Quanto tempo.

    -- Boa tarde, Saiko, podemos? -- O aperto de mão fora rápido enquanto o homem de cabelos brancos, aparentando ter uns sessenta e poucos anos, sorriu lembrando do garotinho que vira correndo um dia.

     -- É claro.

  Sussurrou algo no ouvido do maquinista que sorriu olhando a perolada, estranhou de pronto a atitude suspeita deles, ainda mais a face cômica do homem que parecia ter bastante conhecimento do Uchiha. Hinata meio relutante apenas levou sua mão de maneira instintiva ao antebraço do moreno que negou sorrir, as mãos dela tremiam enquanto os sapatos da mesma ressoavam na placa metálica ao chão.

 Sasuke sentou na cabine enquanto a perolada respirava nervosa, não sabia o porquê de não negar mas apenas seguiu o mesmo enquanto estranhava a falta de pessoas nas outras cabines ou na fila. Ninguém entrou, o maquinista travou o portão de ferro, e restou a Hyuuga apenas cravar sua unha no antebraço do moreno ao arregalar os olhos e sentir o lento subir da máquina em meio ao ar pesado.

     -- Por que estamos aqui?

  O sussurro saiu baixinho tremendo contra o ombro dele. Se não fosse tão errado ele daria risada daquele momento, pouco a pouco a perolada arrogante que se criara em sua mente acabava desmoronando, era tímida em certos momentos, fofa em outros, acanhada e medrosa e alguns, mas em todas era linda e de companhia crucial.

  Hinata soltou um grito abafado pelas próprias mãos no rosto quando a cabine de ambos cambaleou no ar pela parada brusca, estavam no topo. Gelado, com praticamente toda a visão da cidade de Tokyo, desde o porto até as grandes ruas centrais, a chamada torre Hyuuga era vista, e há alguns quarteirões o maior edifício central, empresa Uchiha. Seus cabelos balançavam pelo vento enquanto seus dedos davam espaço para os olhos tímidos vislumbrarem a vista impecável e deleitante.

     -- Lindo, não é?

  Sasuke suspirou gostoso por estar ali depois de tantos anos. Olhava de soslaio a perolada tímida. Tremia de maneira contida enquanto suas pernas entrelaçavam uma na outra, mordia os lábios e apertava as mãos ao rosto enquanto negava soltar o rosto, apenas deixava os dedos abertos o suficiente para ver algo.

   -- Não precisa ter medo, só aprecia a vista. -- Suas mãos tocaram nas dela enquanto a mesma apenas o deixou abaixar até a saia segurando a mesma. Estava gelada, tremulava aos poucos enquanto ele apenas segurou não soltando. Talvez fosse o medo, tinha que ser ele, pois não negou em momento algum a carícia que ele fizera na parte interna de sua mão na tentativa bem sucedida de lhe fazer acalmar. -- Então, o que acha?

   -- Que você é estranho. -- O sussurro ainda era acanhado enquanto aos poucos deixava sua mão se unir a dele.

     -- Um pouco. -- Sorriu animado. -- Mas dizem que um bom psicólogo se ambienta a situação do paciente. Certo?

       -- Quer me ensinar a trabalhar agora, Uchiha?

  O moreno abaixou a cabeça sorrindo, era engraçada o chamando assim, soava até debochada. Sentia o vento gostoso balançar seus cabelos. Seria mentira dizer que não sentia atração naquele corpo repleto de curvas, os cabelos longos e cheirosos que esbanjavam a mais fina seda ao correr pela sua camisa com o vento.

  Olhos um tanto grandes no centro, com a típica afinida essencial dos orientais que apenas a deixava mais atraente se unida a sombra aos arredores. Os lábios finos superiores que deixavam a saliva um tanto evidente ao comprimir os mesmos abaixo, e os inferiores um tanto mais grossos e banhados a batom escarlate que marcava os dentes frontais pequenos e alinhados, e que ao decair de sua visão ressaltavam os lindos seios exuberantes e que impediam o fechar exato dos botões do blazer, deixando explícita a renda branca bem apertadada na pele alva e evidentemente sensível.

  Uma leitura tão rápida e tão precisa. Todo o corpo dela fora gravado em sua mente como um bom livro nos mínimos detalhes. Como um poema bem escrito, repleto de graça e precisão que faria invejar até mesmo a mais bela das mulheres, isso é claro se coincidentemente não fosse Hinata a oculpar esse posto.

     -- Eu tive um irmão.

  Hinata sentiu a mão dele sobre a sua, mas não retirou debaixo em momento algum. Permaneceu apoiada na coxa dele sentindo apenas os dedos mais grossos e quentes sobre os seus. Silêncio e apreensão. Sasuke nada disse nos dez segundos que seguiram essa frase, queria mas sua voz falhara como em um pesadelo mudo. Ele sorriu de maneira calma, como se olhasse seu irmão há poucos centímetros de sua face. Os cabelos mais cheios do que quando o conhecera caíam sobre seu rosto sendo tão escuros quanto o céu nublado.

  -- Você deve ter conhecido, diferente da minha família ele era bem amado pelas pessoas, Itachi.

  Sussurrou o nome do irmão, sempre seria sua maior dor, nada poderia superar isso, ter visto de perto seu confidente e amigo definhando aos poucos, vítima de uma doença degenerativa causada por um desconhecido. Uma pessoa tão boa, idealizadora e de sonhos tão puros, almejando a paz e união entre as pessoas.

  Por parte de Hinata restava a verdade que buscara nas filmagens, por Shikamaru e por TenTen. Mas sabia dos feitos dele, jamais fez por glória, na maioria das vezes escondendo seus feitos para não gerar aglomeração, era como seu primo, e no fim das contas fazia sentido estarem juntos para algo maior, não pertenciam a esse mundo, eram bons demais para isso.

   -- Quando eu tinha uns doze anos, meu irmão era muito sobrecarregado pelo otou-san com tarefas e obrigações das quais ele fazia sem vontade. Não tínhamos muito tempo um pro outro, foi uma época bem difícil, não nos víamos muito, ele passava bastante tempo na empresa, eu era obrigado a estudar com um mestre particular de economia e ciências contábeis. Sempre fomos instruídos o caminho certo e a educação voltada aos assuntos da empresa. Enfim, o fato é que, nas terças e quintas nos encontrávamos em casa, depois de jantar com nossos pais, entrávamos pros nossos quartos pra dormir, era tudo muito cronometrado pelo otou-san.

 O moreno comentou enquanto a perolada apenas escutava tudo bem quieta. Havia entendido Sasuke, não era do tipo que se abria dentro de um consultório, gostava de falar das coisas estando livre, como se fosse uma sensação claustrofóbica para ele estar trancafiado dentro de uma sala apertada.

  E até mesmo entendia o lado dele, era uma tarde linda, um ambiente com vista soberba e a companhia ideal, mesmo que fosse contraditório e demais para assumir, desde a noite de sábado, era ele quem estava em sua mente. Não como se fosse uma paixão ou coisa do tipo, apenas por ser ele quem cuidara de si, por ser ele quem lhe protegeu e deu a devida atenção sem ter motivos para tal ato, e agora, lembrava que fora ele quem tivera a chance de lhe tocar e se aproveitar, mas não fez assim.

     -- Numa dessas noites, eu estava dormindo depois de um dia estressante, o Itachi abriu meu quarto e me acordou. Não fizemos barulho, descemos as escadas na ponta dos pés, abrimos o portão e descemos a ladeira de bicicleta. Eu sempre o seguia e não foi diferente nesse dia. Pro Itachi sempre foi fácil ganhar a confiança das pessoas, então ele falou com o homem que cuidava do parque e o pagou. Ficamos aqui por toda noite, olhando as estrelas, a cidade... tudo. Ele me disse pela primeira vez sobre o sonho dele, o que queria fazer pra mudar o mundo, a mudança necessária, eu era uma espécie de confidente e parceiro de crime. E foi assim por muitas outras vezes a partir daquele dia.

  Sasuke soltou uma risada, nada alto, apenas o suficiente para desvirtuar a atenção dela. Escutar a voz dele, olhar os lábios se movendo e a profundidade da história, era como se estivesse lendo um livro, as mãos dele caindo sobre as suas encostadas e com um calor pela presença uma da outra. Os ombros ligados enquanto o vento fazia os cabelos dela caírem pela camisa do mesmo subindo até o colarinho, as pernas unidas e alinhadas enquanto nada passaria por ambos os corpos pela cabine.

  -- Me apaixonei pelo sonho dele. Naquele dia eu entendi que era aquilo que eu queria, não só por sempre tentar ser como ele, mas porquê entendi que ser como ele, era algo que realmente valia a pena. Fizemos várias vezes, era como se fosse nosso momento, como se fossemos irmãos novamente, ele me dizia as coisas, os sonhos dele e eu escutava sabendo que a partir dali esse também era meu sonho. No fim voltávamos pra casa lá pelas quatro ou cinco da manhã, entrávamos pela janela e eu puxava a manga da camisa dele sabendo as palavras que ele diria. Um toque na testa e um simples "Desculpe Sasuke, talvez outra hora".

 -- Outra hora? -- Hinata indagou não como uma psicóloga, mas como uma leitora aficionada. O fato era que estava totalmente ligada a essa história, como se estivesse presente.

     -- Ele nunca me dizia "eu te amo", mas eu conseguia sentir que essas palavras eram mais fortes que isso. Mostrava que haveria outra hora, que ele estaria comigo novamente, que ele me amava, sem precisar dizer abertamente. -- Segurou a voz deixando sua fraqueza espacar pelos lábios, abaixou os olhos meio turvos.

     -- Seu irmão te amava, é evidente pelo modo como ele tentava até mesmo enganar o pai pra ficar um pouco mais perto de você. Só não teve muito tempo, sinto muito.

    -- Você é a primeira pessoa a vir comigo nesses últimos anos. Esse lugar é muito valioso pra mim, representa muitas coisas, coisas das quais nunca partilhei. Hinata, fico feliz de ser você a estar comigo aqui. Mesmo que seja por seu trabalho, Obrigado.

        -- Sa... Sasuke eu...

  Pela primeira vez, após escutar o desabafo de um paciente, a renomada profissional confiante não soube o que dizer. Isso porquê ele não era um simples paciente, era o homem que seu primo confiou, o homem que sua irmã humilhou, aquele que vinha sofrendo injustiças atrás de injustiças, e acima de tudo, que prendia um passado tão nebuloso e sombrio dentro de sua mente que exalava a altaa destruição caótica que o consumia lenta e dolorosamente.

  Uma tempestade em meio a calmaria, apenas assim o definiria, tão distante em certos momentos, mas afável em outros, atencioso e repleto de feridas. Em certos momentos exultante, em outros inconstante. Sasuke era lindo, um mistério lindo e que lhe cativava a cada junção labial que cuspia palavras atraentes e gostosas, talvez fosse a voz rouca e que nublava sua mente em sensações pérfidas de arrepios na espinha, e poros eriçados.

   -- É um grande dia, obtive dois feitos notáveis. -- Hinata permanecia tímida e carregada de pensamentos que coravam suas bochechas e aumentavam seus batimentos. Seria o fim do mundo caso ele soubesse que nesse exato momento cogitou como seria tê-lo em sua cama, sentir o corpo dele, escutar o gemido daquela voz rouca.

   -- O que quer dizer? -- Hesitou tentando manter a calma. Era mentira dizer que aquelas mãos não lhe atraíam, não lhe faziam cogitar como seria as mesmas correndo em seu corpo, suas coxas, seios, pescoço.

     -- Consegui te deixar com medo, e sem algo a dizer.

  Por um segundo a mesma indagação de outrora viera em sua mente, quais seriam os sabores que tais lábios escondiam? Qual seria o mistério que os olhos perolados e espelhados mantinham guardados. Seus ombros relaxaram e a espinha gelou quando sentiu que a beijaria, uma fisgada no pescoço e embaraço no estômago, estava realmente tentado a possuir aqueles lábios, seu instinto, aquilo que aprendeu a fazer, dominar.

  Seus olhos cobriam os dele, suas mãos tremiam quando sentiu que o beijaria, seus lábios se preparam como se pedissem tal ato, ignorando totalmente seu instinto de orgulho ao sentir sua intimidade pulsar com o pensamento maldoso de ser penetrada, ou ao menos sentir as mãos grossas e fortes entre suas coxas. Subindo sua virilha, tocando sua intimidade razoavelmente molhada apenas por pensamentos, o tecido de sua calcinha, a parte interna de suas coxas, seus seios.

     -- Por quê? -- O sussurro lhe escapou a garganta ao perceber que ele não completaria seu pensamento íntimo e reprimido. Sasuke arqueou a sobrancelha, sentiu aquele hálito doce tomar seu rosto, admirou as bochechas vermelhas e coxas contraídas como se a mesma escondesse algo, e realmente tentava. Sua intimidade molhara, escorria de maneira contida aflorando cada tecido enquanto pensava em como seria a sensação de ter Sasuke dentro de si. Sensação nova, jamais alguém lhe deixou assim, ainda mais com apenas olhares, toques superficiais e pensamentos castos. -- Por que cuidou de mim naquela noite?

     -- Pensei que era o dia de falarmos sobre mim. -- O moreno debochou a vendo emburrada por sua atitude.

    -- E é sobre você! Vamos me diz, eu quero mesmo saber.

      -- Não é esse o certo? Estava bêbada. -- Comentou enquanto a perolada levou uma das mãos ao bolso apertando o lenço. -- E se eu não ajudasse... outro o faria? -- Os dedos dele subiram de suas mãos até o pulso. Sentiu a pele sensível e meio gélida, as batidas rápidas que ela tentava mentir, o arrepio dos poros que causou.

      -- Eu acho que não. -- Sua voz saiu calma enquanto mordiscou os lábios. -- Obrigada.

    -- É a inegável realidade que tentam burlar, a natureza do cavalheirismo. Não sou passível de agradecimento, admiração ou aplauso, é a obrigação do respeito. Somente isso.

  O comentário saiu causando um olhar pasmo da menor, poderia ser até clichê de um galanteador, mas tais palavras vindas de um Uchiha poderiam ser um presságio para acreditar novamente na humanidade. Pelo visto as informações eram verdades, coisa que serviu para a Hyuuga mudar sua visão sobre Sasuke ainda mais, sua face estava com um machucado, possivelmente o soco que Kiba lhe dera, e Sasuke sequer retrucou da mesma maneira, ainda mais sendo visivelmente mais forte que o Inuzuka.

 -- Mas se quiser agradecer... -- Hinata estremeceu com o reaproximar do corpo sobre o seu. -- Pode começar mudando sua concepção sobre mim.

 -- Um passo de cada vez, Uchiha. -- O empurrou sorrindo enquanto ele parou sua mão contra o peito.

 -- Eu respondi sua pergunta. Posso fazer uma também? -- Simplesmente assentiu temerosa com a proximidade, o olhar sugestivo e a maneira como ele deixou sua mão fixa no colarinho e o pulso ao peitoral, sentia cada músculo, a pele, a camisa fina dançando pelo corpo dele.

   -- Sim.

 -- Por que teve tanta aversão comigo? -- Hinata engasgou.

  Falar ou não a verdade? Era uma dúvida cruel em sua mente, pesquisas mostravam que quando uma pessoa fitava algo que gostava ou desejava, acabava deixando as pupilas bastante dilatadas, perfeitamente como ele estava agora. Seria isso um indício? Sasuke teria atração por si? Somente a hipótese disso fazia a antiga Hyuuga bater os joelhos e tremular o corpo, corou de maneira absurda enquanto essa informação rondava sua mente inteira. Gelou quando sentiu os dedos grossos dele tomando seu queixo ao afastar os cabelos finos e longos para trás. Sua temperatura subiu e seu rosto ardeu, suas mãos ainda no peito dele, as mãos dele com o polegar livre em suas bochechas avermelhadas e o coração quase pulando.

 -- Sua pupila dilatou... -- Sussurrou corando ainda mais ao perceber que havia falado, aquilo soou tão idiota que sentiu vontade de cobrir a face com as mãos, o moreno acariciou a face dela de maneira tão automática que se julgou por breves momentos, mas não voltou atrás, era lisa e deliciosamente sensível, como se ele pudesse machucá-la apenas por tocar.

  -- Muito perspicaz, mas não mude de assunto.

  -- Fui tola. Como posso detestar alguém que me trata tão bem, mesmo sendo tão adversa a isso? -- Seus olhos fecharam quando sentiu que tinha de falar isso. Morreria se olhasse nos olhos dele agora, era antiga Hinata presente. Sentiu as mãos dele tomando a lateral esquerda de seu rosto enquanto brincou com os cabelos dela de maneira instintiva. -- Os motivos não importam. Mas me mostrou que eu estava errada. -- Talvez ela nunca dissesse o motivo, mas escutar aquilo alegrou seu coração como há dias não vinha acontecendo. O hálito de ambos se encontrou quando enfim perceberam não conseguir respirar apenas pelas narinas. Olhos nos olhos, centímetros de distância.

  -- É realmente estranho dizer isso. -- O moreno sorriu meio sem graça, respirou fundo sabendo que falaria isso pessoalmente e passou a mão nos cabelos. Nunca fora um problema se expressar frente a mulheres, mas era diferente, além de sua psicóloga, era uma pessoa passível de amizade, e não estragaria isso. -- Mas eu me preocupo com você.

  O tom rouco e mais baixo soou fazendo a perolada sorrir de maneira imediata. Nem mesmo lembrava que estava há mais de vinte metros do chão, não lembrava que tinha mais consultas ou que tinha de pagar a conta de gás. Somente tocou o lenço em seu bolso apertando e sentindo a mão dele em seu rosto, não sabia o que era aquilo, como agiriam após aquilo, ou como as pessoas veriam aquilo.

-- Sei melhor do que ninguém. -- O sussurro saiu cobrindo a face dele enquanto a mesma colocou o lenço nas mãos dele. Os dedos de ambos deslizaram soltando faíscas ao se soltaram finalmente.

-- Que bom que sabe. -- Ele sorriu ao ler o que ela escreveu sobre o que havia deixado. Suas letras azuis de caneta, escrita rápida e mensagem penetrante, o que seria um simples comentário, ele vira que para ela fora algo mais. "Me preocupo com você". Nas letras dela, vermelhas e melhores que as suas, enquanto escrevera no que julgara ser a frente, ela respondeu no que pensou ser o verso de um lenço.Mensagem igualmente rápida, "Eu estava errada".

  -- Eu fico com isso, representa algo valioso. -- Hinata sorriu apertando o lenço e guardando ao bolso quando enfim o moreno um tanto sorridente apertou o botão de emergência ao seu canto fazendo a máquina descer.

  Nada disseram. Cruzaram as avenidas, andaram lado a lado e sorrindo pelas beiradas, fora algo estranho, jamais pensado para o dia de hoje, surreal e motivacional. O elevador dividia silêncio, mas também alegria contida e quietação sugestiva. Se entreolharam quando a porta abriu e ela olhou para baixo duas vezes, passaram o corredor rápido enquanto ele de mãos ao bolso apenas sorria. Hinata passou sua chave e abriu a porta do consultório deixando o mesmo entrar. Logo que entraram ao consultório, a perolada levou os olhos ao enorme jarro de rosas que cobria o balcão de entrada, Shizune havia saído para comprar algo e deixou um bilhete avisando e falando sobre o adorno.

  " Conhecê-la na noite sábado foi sem dúvida a melhor parte da festa, é evidente que não tenha terminado da maneira que eu gostaria, mas vê-la novamente seria um enorme prazer. Se estiver e de acordo, estarei de passagem no restaurante do centro amanhã à uma e meia da tarde. Número dois mil e seis, até logo. "

  O envelope tinha como emissário Ootsutsuki Toneri, atitude estranha, mas também um belo gesto, afinal gostando dessas coisas, soava até mesmo atraente. Sua vida estava um tanto sem romantismo, e nos dias atuais isso era raro, soava piegas para alguns, para ela era atraente.

   -- É minha deixa. -- Sasuke  abriu a porta de vidro quando a Hyuuga apenas imaginou caso isso fosse vindo de Sasuke. Seria ainda mais agradável, com todo respeito ao albino, gostaria mais caso fosse do moreno de olhos indecifráveis. -- Fico agradecido pela tarde, Hinata.

  Sua voz parou na garganta sozinha naquela sala. Nem mesmo teve tempo de protestar quando enfim vira o mesmo atravessar o corredor. Sentou na cadeira de Shizune enquanto as flores coloriam o ambiente, o dia não ocorreu como queria, fora muito melhor do que jamais poderia imaginar.

  O cheiro das flores era especial, suas pernas cansadas e respiração calma enquanto sorria olhando a janela aberta que deixava as rajadas de vento entrar arejando o ambiente. Suas mãos foram até o bolso a puxar o lenço que apertou contra o rosto exalando o único perfume que ela queria sentir no momento, inevitável e estranhamente, o perfume de Sasuke.


Notas Finais


Obrigado a todos que estão comentando a fic e acompanhando de vdd, adoro vocês e adoro ler comentários grandes, podem perguntar, dar opiniões e tudo mais que eu super adoro gente e isso me dá muita motivação pra iniciar a escrita do próximo capítulo!!!

Pro próximo capítulo teremos tragédia, então podem preparar o coraçãozinho!!! Bjao e até o próximo!!! ♡


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