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História Ter você - Não dá...


Escrita por: samis_dono

Notas do Autor


Oee, consegui um capítulo novinho pra vocês ^^
Espero que não as tenha atingido pelo tempo sem postar.
Vamos a leitura?

Capítulo 41 - Não dá...


Acordei no dia seguinte um pouco tonta. Estava enjoada, e pude ouvir minha barriga roncando alto. Ao olhar pra cama, o meu lado estava bagunçado, sem ninguém ali. 

- Talvez nem tenha dormido em casa - digo, um pouco triste. 

Faço minha higiene, e desço pra cozinha. Encontro uma mesa posta, com pães de queijo, café e leite quente, além de um bolo de milho, com um pequeno bilhete. 

- Tenha um ótimo dia, espero que esteja bem, Andy - leio o bilhete e sorrio. 

Sento e tomo o café tranquilamente. Passo o olho na sala, e como as crianças vinham para cá, afastei os sofás para a parede, pis um grande tapete no chão e algumas almofadas. O dia estava frio, então coloquei todos os lençóis que tinha no centro. Coloquei a TV em frente ao sofá, e procurei uma comédia leve para deixar a eles. Na cozinha, fiz pãezinhos de calabresa e carne seca, e chocolate quente. 

Esperei ansiosamente por eles. Tanto que as horas passavam devagar. Deitei no sofá afastado e fechei os olhos por alguns minutos. Quando acordei, tinha um olhinhos astutos e sorrisos encantadores me olhando. 

- Surpresa! - me gritaram, e eu gargalhei. Todos vieram pra cima de mim, num abraço coletivo e Pink estava tirando algumas fotos nossas.  

- Quem quer assistir desenho? 

- Eu!  

Todos correram pro tapete, se agarrando aos lençóis. Coloquei o Rei Leão, e depois a Pantera cor de rosa. Seus olhos vidrados na tela, puxei Pink para a cozinha. 

- Como você conseguiu trazê-los? 

- Falei com todos os responsáveis sobre sua situação. Eles até disseram pra focar com o dinheiro que recebeu deste mês. E como esses pimpolhos falam tanto de você pros pais - ela olha pras crianças, e sorri -, impossível eles dizer não. 

- E como os trouxe? 

- Pedi pro empregado que você tinha contratado, lembra? 

- Ah - quando as coisas se apertaram na creche, eu contratei dois funcionários. Uma senhora de cinquenta e cinco anos chamada Laura, encarregada da cozinha, e Thales, um homem de vinte e quatro anos, encarregado do transporte. Thales tinha um ônibus, que servia para alugar. Então ele ajudou muito. 

Thales entra pela porta da cozinha, carregando algumas sacolas. Tinha tomado a liberdade de dar o dinheiro que tinha economizado e pedido a Pink que comprasse lembranças pra eles.  

- Oi Ang, como está? 

- Bem Grego, obrigada - o abraço. Eu o chamava assim por muitas menininhas da creche o achar bonito. Então ele recebeu o apelido, de Deus Grego, mas só o chamava de Grego. E ele fazia jus ao apelido. Da minha altura, moreno, cabelos cacheados e curtos e olhos negros. Ele não era musculoso, mas tinha um corpo definido, além da tatuagem de dragão que tinha no ombro esquerdo, descendo pelo braço. 

- Vamos presenteá-los agora? - disse Thales. 

- Não, vou dar lanche a eles, e fazemos umas brincadeiras. Na hora de ir, dou a lembrança. 

Apanho os pãezinhos e o chocolate, e os levo até a mesinha de centro.  

- Quem quer comer? 

- Eu! - eles gritavam, e cada um pegou uma caneca, e dois pães. Eles comiam sorrindo, elogiando o lanche rápido. 

- Que tal brincarmos de cabra cega? - sugeri depois do lanche. 

Amarrei a venda em Gabriel, ele saiu correndo atrás de alguém. Tomei o cuidado de afastar qualquer objeto que os fizesse se machucar. Gabriel saiu correndo, e pegou a Laura. 

- Vem Laurinha, sua vez. 

Amarrei a venda, e todos saíram correndo. Escuto a porta se abrir, e vejo a Laura ir na direção das pernas de Andy, as agarrando. 

- Te peguei! - ela tira a venda, e vê Andy a olhando sem entender. - Tia, quem é? 

- É o Andy, flor. Lembra? 

- Ah - ela o olhou, e sorriu. - Você é alto. 

- Obrigado, pode soltar minha perna? 

Ela o larga, e vejo Jinxx e Ash atrás dele. Eles entram, e vão conversar com os pequenos. Eles ficam animados ao ver o violão de Jinxx. 

- Jinxx, faz o favor de tocar um pouco pra eles? 

- Claro morena. 

- Não! - diz Andy, e toda a sala fica em silêncio. 

- E por que não Andy? - pergunto. Seu olhar estava frio, e sua voz áspera. 

- Por que ele não é empregado. Isso é um instrumento de trabalho. 

- Tio Andy, é só um pouco - Tina disse, agarrada ao lençol. 

- Eu não sou seu tio. 

- Andy cara, pega leve. São crianças. 

- Não quero saber. Pra começar, esses pestinhas não deviam estar aqui. Essa casa é minha, e filho dos outros não entram. Eu não pude ter o meu, mas esses felizardos que tem deixam na nossa mão. Pra esfregar na cara que tem? 

- Andy, na frente deles não - diz Blue, tentando fazer ele se calar. 

- Por que? Eles tem que saber! Sabe por que tia Ang gosta de vocês? Por que ela não teve a capacidade de ter um filho porque um homem acabou com o ventre dela. 

- Já chega! - grito, e escuto o choro da Laura. - Calma Laurinha, calma. 

Os demais estão assustados, e se encolhem nos lençóis. Jinxx e Ash puxam Andy pra cima, enquanto Blue, Pink e Thales tentam acalmar os demais. 

- Nós somos pestes, Tia Blue? - pergunta Jonas, agarrado ao irmão. 

- Não, nenhum de vocês. Vocês são uns anjinhos. 

- Não gostei dele - Laura diz, já calma. - Ele foi mal. 

- Eu sei, meu amor. Ele só ficou bravo com a bagunça. Depois nos acertamos. 

Thales chega a sala com a sacola, e distribui a lembrança: ursinhos de várias cores pra todos, com um coração com os nomes de cada um. No momento que recebem, é como se esquecessem o que aconteceu. 

Pink e Blue os ajeitam para irem embora, e antes de cada um entrar no ônibus, dou um forte abraço, e os beijo a testa. Laurinha é a última, então a pego no colo, e ela diz: 

- Queria que você gostasse do Tio Thales. Tio Andy não gosta da gente. 

A embalo no colo e a aperto forte. 

- Esqueçe isso. 

- Ta bom - ela sorri. Então a abraço de novo. Pink e Blue vai com eles e de lá, pra casa delas. Thales entra e diz voltar pra pegar uma sacola que vai levar depois. 

Entro em casa e ajeito a sala. Quando termino, escuto Ash e Jinxx descendo.  

- Ele ta lá deitado - diz Ash, com uma veia saltando a testa. 

- Hum.. Sinceramente - suspiro. - Tô precisando de um tempo. 

Os meninos assentem e vão embora. Subo as escadas devagar, com o coração na mão. Ao entrar no quarto, vejo Andy na ponta da cama. Ele me encara, e vejo seus olhos vermelhos. Ele me estende a mão, e eu a pego. 

- Me desculpe - diz me abraçando, rente ao meu ouvido.- Eu não queria dizer tudo aquilo. Ver você se divertindo com essas crianças, me fez pensar em como seria se tivéssemos um filho. Eu extrapolei, mal devia ter gritado na frente deles. 

- Tudo bem, está desculpado - digo, engolindo a seco. 

- Que bom - ele inspira forte. - Vamos jantar fora? 

- Não, obrigada. 

Me levanto de seu colo, apanho uma mala, e já sinto minhas lágrimas rolarem. Abro o guarda roupa e pego algumas mudas de roupas minhas, jogando de vez na mala. 

- O que esta fazendo? - ele pergunta. 

- Eu vou embora. 

- E-embora? Pra onde? Por que? 

- Por que? Você ainda pergunta? Você disse ali embaixo que a casa era sua. Disse que nenhuma criança dos outros poderia entrar. Isso doeu tanto em mim como neles. E você nem pensou em gritar depois que eles fossem. 

- Isso foi um erro Ang, por favor. Entenda... 

- Entendo sim, sua raiva por não termos um filho. Mas não significa que tem que odiar toda criança que eu me envolver maternamente. 

- Ang, não.. Eu queria te proteger, não queria que se envolvesse. 

- Se não queria, por quê me sugeriu? - ele fica calado. - Você só me fez mal desde que comecei. Não acredito que foi capaz disso tudo por causa de seres tão pequenos. 

Fecho a mala com força, descendo as escadas com ela. 

- E o que vou fazer sem você? Eu te amo. 

- Eu também! - jogo a mala no chão, e me arranco em lágrimas. - Eu te amo mais do que qualquer coisa. Mas aquilo doeu. Você mencionou Victor, minha incapacidade se ter filhos, como se fosse minha culpa. 

- Me desculpa! - sua voz estava rouca, e e seus olhos marejavam.  

- Já te desculpei. Estamos bem - limpo as lagrimas e respiro forte. - Mas por agora, vamos dar um tempo. 

Me viro pra ele, que estava de olhos arregalados. Suas lagrimas caiam em silêncio. 

- Por favor.. - disse fraco. 

- Eu que peço por favor. Eu quero um tempo. Até lá, procure outras pessoas, esfrie a cabeça, e esqueça disso. 

- Eu não quero outras pessoas.. 

- Pois faça isso por você. Vou voltar daqui a uma semana, ou pra buscar alguma outra roupa. E então decidimos com calma o que fazer. Até lá - pude ver Thales entrando e puxando um grande saco pra fora, fechando a porta da cozinha, sem perceber o que acontecia -, até lá... Eu não quero estar com você. 

Ele abaixa a cabeça, e apenas concorda. Beijo o topo de sua cabeça.  

- Tchau Andy. 

- Tchau, meu amor.. 

Bato a porta e corro pro ônibus ainda parado na porta, com Thales tentando colocar pra dentro. Eu o ajudo, e ele percebe minhas lagrimas. 

- O que aconteceu? 

- Por favor.. Não me faça perguntas, apenas me leve daqui.. 

Entramos e no ônibus, seguimos o trajeto em silêncio.  

- Você quer que eu te deixe em algum lugar? 

- Não tenho onde ficar.. 

- Então pode ficar la em casa. 

- Sua mulher vai brigar com você. 

- Eu moro sozinho, sem problemas. 

Apenas concordo com a cabeça. Fico pensando no que me aconteceu, e olho pra aliança no meu dedo. Faço menção de tirar, mas então sinto que se ei fizer isso, tudo o que sinto por Andy vai sumir. A coloco no lugar e encaro a pista molhada de uma garoa que começava. 


Notas Finais


Eai ????
Sim gente, Thales será um suposto enamorado de Ang, e sim, Ang e Andy vai ficar separado nesses tempos
Não me batam, deixem suas criticas ^^
Até a próxima!!


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