Segunda-feira, 31 de agosto às 14h01m
Suspirei pesado me sentando na cama vazia. Mais um paciente se foi. As vezes me arrependo amargamente de trabalhar nesse ramo, dói tanto. É um ciclo sem fim que me deixa angustiado, confesso que as vezes, trancado no meu quarto eu choro, choro como se não houvesse amanhã. É realmente muito difícil trabalhar onde trabalho, não pelo o que faço e sim pelo o que acontece e, só de pensar no fato de que um dia próximo ou distante Yoongi também irá, me deixa para baixo, sem ânimo algum, e meu coração dói.
- Viajando? - Indaga Yoongi tirando-me de meus pensamentos.
- Sim. - Respondo encarando o chão.
- No que pensa?
- Em tudo.
- Especifique. - Ele se levanta ficando sentado, parecendo prestar atenção em mim.
- Nada de interessante. - Me levanto indo para a porta de saída.
- Aonde vai? - Ele parecia preocupado.
- Tomar um ar, já volto. - Falo saindo da sala e sentando no banco que havia em frente a sala.
Eu penso tanto em parar de trabalhar, pelo menos aqui, nessa ala. Acho que ao invés de me trazer o bem que eu achei que traria, está me fazendo um mal inexplicável. Eu sei que prometi para minha irmã que iria fazer isso por ela, mas infelizmente não sou forte o suficiente para continuar.
- Olá? - Pronunciou uma mulher.
- Huh? - Olhei para a moça que estava a minha frente. - Sim?
- Você é o Jung Hoseok?
- Sim, sou eu. - Me levantei para cumplimenta-la.
- Prazer Jung Hoseok, meu nome é Lee Maggie. - Ela sorri. - Eu vim fazer uma visita.
- Oh sim, e... quem seria? - Pergunto indo em direção a porta dupla.
- Lee Jenny.
Rapidamente eu paro com as mãos nas maçanetas arregalando os olhos e engolindo seco.
- A-A Jenny? - Perguntei com a voz meio falha por conta do choro que eu estava segurando.
- Sim. - Ela sorri balançando a cabeça repetidas vezes.
- N-Não lhe contaram? - Indago a olhando com medo da resposta.
Imediatamente sua expressão de felicidade some dando lugar à espressão de preocupação/desespero.
- O-O que? O que a-aconteceu? - Seus olhos já encheram de lágrimas.
- E-Ela morreu. - Abaixei a cabeça, me segurando ao máximo para não chorar, pois além de lembrar dela, eu me comovo muito fácil com situações como essa.
- N-Não p-pode ser. - Ela olha para o chão parecendo aflita. - Jenny não, diz que é mentira, por favor, diz que é brincadeira.
- Infelizmente não é, me desculpe. - Eu tambem já chorava.
Ela corre em direção a sala mas eu a segurei.
- Eu quero vê-la. - Ela soluçava.
- Ela não está mais aí, me desculpe.
Maggie me abraçou forte, afundando seu rosto em meu peito, soluçando e fungando por conta do choro. E eu apenas retribui, pois sabia o quanto era difícil perder alguém que tanto ama.
- Ela era minha irmã. - A moça, funga uma última vez e aperta levemente os meus braços. - Eu nunca tive tempo para visita-la.
Eu apenas fiquei em silêncio, não sabia o que falar, apenas sentir. Sei muito bem que em momentos como esse a pessoa não precisa de alguém tagarelando ao seu lado, e sim de consolo e carinho, muito carinho, e eu tentei dar o máximo de mim para que ela melhorasse pelo menos um pouco. Assim eu me sentiria melhor.
Ela se afastou um pouco de mim me encarando com seus olhos inchados e vermelhos.
- O-Obrigada. - Sorriu minimamente fungando.
- D-De nada. - Sorri feliz e ao mesmo tempo envergonhado.
Ela me conduziu até as cadeiras e me fez sentar em uma delas se sentando logo sem seguida.
- Você cuidou dela? - Indagou ela me olhando nos olhos.
- S-Sim. - Gaguejei por conta da intimidação.
- Ela era um amor de pessoa. - Maggie comentou brincando com seus dedos. - Se arrependimento matasse...
- Não fale assim, não foi sua culpa. - Falei tentando consola-la.
- Como sabe que não foi? Eu fiquei três anos fora, para poder estudar e dar um futuro melhor para ela, e quando volto recebo essa noticia que sinceramente, acabou comigo definitivamente. - O choro voltou com mais intensidade, - Eu só queria poder ter visto pela última vez o seu sorriso, e dizer que a amo.
Um sorriso anasalado tomou conta do meu rosto, pois lembrei do seu inocente sorriso que costumava ver todas as manhãs.
- Você chegou a ver o sorriso dela né?
- Sim.
- Aquele sorriso melhorava o dia de qualquer um. - Ela sorriu parecendo lembrar.
- Eu que o diga! - Dei risada recebendo um fraco da mesma.
Maggie se aproximou de mim e me deu um beijo demorado na bochecha.
- Que porra é essa? - Ouço uma voz muito conhecida por mim vindo em direção da porta.
Me viro e vejo a figura do Yoongi parado na porta dupla, aparetemente com raiva.
- O que foi Yoongi? - Revirei os olhos.
- Quem é essa? - Ele mede Maggie dos pés à cabeça.
Visivelmente ela se sentiu um pouco constrangida e se levantou indo em direção ao Min.
- Olá, eu sou a Lee Maggie. - Ela estendeu a mão para cumprimentar Yoongi e o mesmo a rejeitou.
- Não pego na mão de pessoa como você, que mal conhece os outros e já se joga em cima.
Imediatamente me levanto e pego no braço do Yoongi.
- Não fale assim Yoongi! - O repreendi dando um leve chacoalhão.
- N-Não tem problema. - Ela sorri envergonhada, - Eu já vou indo. - Ela se vira e vai em direção à saida.
- Espere! - Eu gritei para chamar sua atenção. - Fique aqui. - Sussurrei para Yoongi e corri em direção a Maggie.
- Sim? - Ela se virou curiosa.
- Me perdoe pelo transtorno e, meus pêsames.
- Obrigada e, quanto ao homem mal humorado ali, diz que eu achei vocês um casal muito bonito e que eu perdoou ele. - Ela sorri e se vira para ir embora mas de repente para e se vira para mim de novo, correndo em minha direção e me dando um abraço. - Obrigada por tudo!
- Não tem de quê. - Retribui seu abraço.
- Espero ter dado certo a provocação. - Ela se afasta e pisca para mim. - Adeus Senhor rabugento! - Maggie acena para ele na ponta do pé e vai embora.
Me viro para Yoongi e o vejo com a maior expressão de raiva possível, caminho em sua direção.
- Você não percebeu ou percebeu e estava gostando? - Ele cruza os braços.
- Para de ser bobo, eu apenas estava sendo gentil com a Maggie.
- Nossa que intímidade. - Ele vira seu rosto.
- Ela é irmã da Jenny. - Falei sério.
Ele abaixou a cabeça e ficou quieto por uns segundos até retornar à falar.
- Me desculpe...
Eu comecei a rir escandalosamente, colocando a mão na boca tentando conter meu riso exagerado.
- O que é?
- Você com ciumes é muito fofo e engraçado ao mesmo tempo.
- E você é idiota.
- A propósito, o que faz aqui fora?
- Eu fiquei preocupado então... - Ele olhou para o chão envergonhado.
- Sério? - Falei surpreso.
- O que fazem aqui fora? - Perguntou Jin se aproximando com o carrinho de comidas.
- Namorando não está vendo? - Yoongi responde irônico.
- Já estão assim?
- Fiquem quietos vocês dois. - Reviro os olhos e entro no quarto.
Segunda-feira, 31 de agosto às 16h27m
- Visitas! - Uma enfermeira adentrou a sala com algumas pessoas atrás de si.
Eu olhava atento a porta para ver se alguma mulher vinha visitar Yoongi mas ninguém apareceu, me fazendo respirar aliviado.
De repente uma mulher muito conhecida por mim entra o quarto com uma sacola em mãos e sorridente olhando toda a sala até direcionar seu olhar a mim. Ela corre em minha direção me dando um abraço apertado.
- O que a senhora faz aqui mãe?
- Ora, eu vim visitar meu filho e meu genro não posso?
- É o que? Genro?
- Sim! Onde ele está? - Ela olha por toda a sala a procura do seu "genro"
- Então é a senhora que também apóia YoonSeok? - Jin surge do além.
- Oh! Sim!
- Prazer! Kim SeokJin. - Ele fez reverência.
- Que educado, muito prazer SeokJin, meu nome é Jeon KinSaha!
- Então, o seu genro querido está ali. - Jin aponta para onde Yoongi estava dormindo.
- Ele está descan-
- Que pessoa mais linda! - Ela corre em direção a ele.
- sando. - Completo a frase suspirando.
- Olha que ser humano lindo! Eu sempre soube que meu filho tem bom gosto. - Ela olhava maravilhada para Yoongi assim como eu quando o vi pela primeira vez.
- Por enquanto... - Sorri esperando ele acordar e dar seu show.
- Parece um bolinho de arroz, que fofo! - Minha mãe apertava suas bochechas levemente.
- Boa sorte! - Jin sorri e sai de perto.
- Ai meu filho, estou encantada.
- Mas que mer-
Yoongi acordou parando de falar assim que viu minha mãe parada o encarando esperando o mesmo continuar.
- Olá! - Ele a cumprimentou se sentando na cama.
- Olá! - KinSaha respondeu.
- A senhora é a mãe do Hoseok?
- Eu mesma! Meu filho fala muito de você.
- Oh, sério? - Ele me lança um olhar malicioso. - Bem ou mal?
- Então, a maioria das vezes ele fala ma-
Rapidamente tapei sua boca.
- Ela não sabe o que fala, já está gagá. - Sorri cínico enquanto me afastava carregando-a. - A senhora está louca? Já iria falar merda.
- Olha como você fala de mim! Eu não te eduquei assim. - Ele aponta o indicador para mim, - peça desculpas.
- Mas mãe...
- Agora!
- Desculpe. - Abaixei a cabeça.
- Muito bem. - Ela deposita um beijo na minha testa.
- Querido Yoongi! Foi um prazer viu? - Ela acena.
- Foi um prazer lhe conhecer também querida!
Espera... O que? Esse não é o Yoongi, exijo o Yoongi de volta.
- Olha que fofo Hobi. - Ela coloca suas mãos em seu rosto.
- Ele não é assim mãe! Eu juro.
- Bom meu filho... Eu vou indo. Espere um pouco, esqueci algo. - Ela vai até Yoongi o entregando uma sacola, - Foi o Hobi que fez.
Ela se despede dele e vai embora.
Imediatamente me lembro do bolo que fiz ontem, ele não estava tão bom, mesmo minha mãe tendo elogiado exageradamente.
- Pelo amor de deus larga isso. - Tentei puxar a sacola de sua mão mas acabei rasgando.
- Parabéns! - Ele bateu palmas. - Agora eu estou mais curioso. - Ele pega o tapoer onde estava o bolo e abre revelando um pedaço grande escrito "Para Yoongi" com confete.
Sim, eu havia feito aquilo.
Não, eu não tinha planos de lhe entregar.
Sim, eu pensei na possibilidade.
- É tão gay! - Ele riu.
Eu bufei e revirei os olhos.
- Porém tão bonito, eu só não choro porque sou masculo.
- Ah sim! - Eu dou risada. - Agora me dê.
- O que? Acha mesmo que eu lhe darei fácil? Ou melhor, acha mesmo que será o ativo? - Ele arqueou uma sobrancelha.
- O-O que? V-Você é idiota? - Indaguei constrangido.
- Você que falou para eu te dar.
Eu tentei puxar o pote de sua mão, mas ele afastou a levantando me fazendo ficar por cima.
- Devolve! - Resmunguei tentando pegar.
- É meu, eu ganhei.
- Eu que fiz, então é meu. - Falei dando impulso colocando minha mão em seu corpo ouvindo um fraco gemido do mesmo.
O olhei pasmo e ele estava corado, direcionei meu olhar para onde minha mão estava e ela se encontrava em seu membro. Droga.
- Me desculpe eu na-
Sem querer apalpei o lugar ouvindo outro gemido do mesmo.
Não vou mentir, adorei. Entretando, aquele não era um bom momento, e nem lugar, então, apenas irei brincar um pouco.
- Gostou? - Indaguei risonho.
- S-Sim.
Apertei de leve novamente recebendo um arfar do mesmo.
- F-Filho da p-
- Opa! - Apertei com mais intensidade.
- O-O que é isso? - Jin aparece com os olhos arregalados.
Eu e Yoongi olhamos assustados para o mesmo.
- Não é o que você está pensando! - Falamos em uníssono.
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