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História Terno - Sobre crônicas e dálias


Escrita por: mimiro

Notas do Autor


primeira publicação homossexual de 2017

boa leitura ♡

Capítulo 1 - Sobre crônicas e dálias


Abraça-me. Quero ouvir o vento que vem da tua pele, e ver o sol nascer do intenso calor dos nossos corpos. Quando me perfumo assim, em ti, nada existe a não ser este relâmpago feliz, esta maçã azul que foi colhida na palidez de todos os caminhos, e que ambos mordemos para provar o sabor que tem a carne incandescente das estrelas. Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram. Abraça-me. Quero morrer de ti em mim, espantado de amor. Dá-me a beber, antes, a água dos teus beijos, para que possa levá-la comigo e oferecê-la aos astros pequeninos. Só essa água fará reconhecer o mais profundo, o mais intenso amor do universo, e eu quero que dele fiquem a saber até as estrelas mais antigas e brilhantes. Abraça-me. Uma vez só. Uma vez mais. Uma vez que nem sei se tu existes. 

— Joaquim Pessoa, Ano Comum. 

 

 

Hanbin gostava de dálias.

Jiwon sabia disso. 

A cobertura na capital agitada tinha cheiro de dália. Isso por que Hanbin trocava as flores semanalmente, mas sempre por uma do mesmo tipo. Mudavam as cores sobre a grande mesa de vidro no centro da sala de jantar, além daquelas no canto da mesa de seu estúdio, mas não mudavam as flores. As dálias estavam sempre lá, no par de vasos azul-marinho nos quais Jiwon lhe dera flores quando terminara a graduação em música. 

Conheciam-se desde criança. Jiwon chegou espalhafatoso no balanço ao lado de Hanbin, sem pedir licença nem lhe cumprimentar. O mais novo apenas observava de lado enquanto ele balançava não só a si mesmo, mas a toda estrutura de ferro que segurava o brinquedo. Em certo momento, o pequeno Jiwon percebeu o olhar meio curioso e meio irritado da outra criança. Sorriu grande, mostrando quase todos os dentes ainda meio tortinhos na boca; depois, levantou-se do assento e deu a volta no balanço para começar a empurrar o outro. 

Hanbin teve um pouco de medo, mas logo se acostumou com a sensação de voar tão alto no balanço. Naquela instante, ele ainda não sabia que toda sua vida com Jiwon seria como aquele precioso momento no balanço. 

Desde então, Hanbin foi aos poucos se perdendo no furacão que Jiwon era. Ainda crianças, pulavam o muro da escola vez ou outra para comprar sorvete e jogar num fliperama alguns quarteirões adiante. O arame farpado trazia dificuldade à ação, que da parte de Hanbin era comedida e calculada, mas Jiwon sempre saía com alguns arranhões a serem explicados.

A primeira vez que Hanbin chorou na frente de Jiwon foi alguns anos depois de se conhecerem. Hanbin pisou torto e torceu o pé. Mas ele não chorou pelo pé torcido, e sim porque participaria da corrida representando a turma deles naquele sábado, e o pé doía demais para sequer andar. Jiwon sorriu, abraçou-o, e disse que correria em seu lugar. Correu. Ficou em último, mas correu. Hanbin voltaria a sorrir vendo Jiwon ficar com a respiração ofegante pela corrida.

Já Jiwon só chorou perto de Hanbin no último ano do fundamental. Eles tinham acabado de sair de uma prova importante; importante para Jiwon, que estava para repetir na matéria, mas não para Hanbin, que já tinha passado de ano. Jiwon conferiu o gabarito com Hanbin e foi certeiro: não tinha conseguido escapar dessa vez. Hanbin o ajudou a enxugar as lágrimas e estudar. Passou nos acréscimos, com um oito e meio sofrido, e com muita ajuda de Hanbin.

O ensino médio começou e terminou com a ajuda de Hanbin. Jiwon não era muito estudioso ou dedicado a quaisquer matérias que não fosse educação física; já Hanbin tinha dificuldade em fazer qualquer tipo de esporte, mas em especial os que lidavam com bola. Hanbin praticamente fazia as provas para Jiwon: ao invés de escrever nas coxas as respostas ou guardar um papel no tubo da caneta, Jiwon conseguia passar a prova para a carteira de trás sorrateiramente, onde Hanbin aguardava para copiar as respostas para o papel com o nome do mais velho. Em compensação, Jiwon treinou exaustivamente Hanbin até que ele se tornou o penúltimo a ser escolhido para o time, e não mais o último.

Foi também no ensino médio foi quando se desentenderam pela primeira vez. Jiwon paquerava uma menina baixinha e muito bonita que sentava algumas carteiras a frente dele, e todo dia no intervalo conversava com ela. Certo dia pegou Hanbin olhando de canto a situação com certa raiva, parecia ter ciúmes. Foi tiro e queda: dois dias depois, foi para cima do mais novo com a intenção de coloca-lo contra a parede. Gritava para saber se ele não tinha realmente nada com a menina da qual Jiwon tanto gostava. Abria a boca apenas para proferir palavrões frente ao claramente assustado amigo.

Em certo ponto da briga, Hanbin chorou. Chorou pela segunda vez na frente de Jiwon, e chorou tanto que soluçou. Não conseguia falar, mal respirava. Batia com força na própria cabeça, encolhido contra a parede, e murmurava sílabas sem sentido. Foi a primeira vez que Hanbin teve uma crise de pânico na frente de Jiwon. O mais alto parou o que estava fazendo quando percebeu que algo estava errado. Segurou forte Hanbin num abraço apertado, e pediu desculpas centenas de vezes, bem baixinho, até que o choro cessasse.

Mais tarde, quando Hanbin se acalmara, descobrira que esses ataques não eram comuns, mas não era o primeiro. Descobrira também que Hanbin estava com ciúmes de si, e não da menina, pois achara que perderia o melhor amigo. Essas foram as primeiras surpresas que Hanbin apresentara a Jiwon, mas com certeza não foram as últimas.

Mas Hanbin sempre premeditou cada uma de suas ações. De chamar a prima para ser seu par na festa de formatura a escolher a dedo a faculdade a qual cursaria, com um pedido para que também aceitassem Jiwon, ele vivia das rotinas que escolhia. Não sabia viver tão livremente quanto o outro.

Jiwon jogava basquete com quem quer que estivesse na quadra. Hanbin olhava de longe com o caderno no colo e o lápis entre os dedos, anotando e rabiscando o que via. Jiwon convidava Hanbin para ir a festas consigo durante os anos de faculdade, onde quando o álcool já tivesse tomado conta das veias, qualquer um serviria (talvez até Hanbin). Mas Hanbin não gostava de festas, e ia apenas porque o sorriso de Jiwon era encantador demais e ele tinha o costume de beber demais também.

Hanbin era forte o suficiente para carregar Jiwon. Depois de anos com o físico de um garoto de dez anos, Hanbin adicionou à sua rotina e disciplina as idas diárias à academia. Ele não saberia dizer quando exatamente começou a reparar no quanto o corpo de Jiwon era diferente do seu, e não saberia dizer se fora realmente pelo instinto competitivo que tinha, mas acabara comparando-se ao outro numa base diária. O espelho na porta do armário no qual se olhava depois do banho tinha uma pequena foto encaixada nele, de anos anteriores aos da faculdade, dos dois amigos na piscina. O corpo de Hanbin era magro e frágil, enquanto o de Jiwon parecia ter sido esculpido.

E Jiwon agradecia nas manhãs de ressaca por Hanbin ter adquirido tal massa muscular. Uma única vez acordara no chão do banheiro, deitado sob o azulejo acinzentado – o qual duvidava que fosse a cor original –, com cheiro de vômito, bebida e sexo. E aquele foi o primeiro dia que se arrependeu de ter bebido; não pelo cheiro forte ou a dor dilacerante que parecia querer rasgar o couro cabeludo, mas por encontrar Hanbin no hospital.

A disciplina exaustiva de Hanbin fazia com que se dedicasse quiçá um pouco demais. Aquela foi a primeira e última vez que foi parar no hospital, com deficiência de vitaminas, desidratação e exaustão. Não dormia à quase setenta e duas horas, mal comia ou bebia qualquer coisa; e daquele dia em diante, Jiwon passou a beber menos, e pegar um taxi de volta ao dormitório para que pudesse checar se Hanbin estava dormindo.

Os remédios que passaria a tomar eram todos controlados por Jiwon, que deixava alarmes diários no celular e lhe enviava mensagens para lembrar o amigo dos medicamentos. Eventualmente os remédios seriam deixados para trás, mas Hanbin continuaria a preocupar Jiwon.

Porque querendo ou não, Hanbin era mais frágil do que parecia. Tinha essa fama de durão e a pose de homem sério, mas Hanbin era doce e se magoava fácil. Jiwon agradecia pelo mais novo nunca ter se apaixonado perdidamente por ninguém, já que sabia que a dor da separação talvez fosse insuportável para ele.

Hanbin não se metia em enrascadas com frequência, devido à vida calculada, mas quando isso acontecia, saía do controle dos dois. A primeira briga que levou Hanbin para o hospital foi num dos jardins da república. Ele e Jiwon sempre andavam juntos, e raramente eram vistos com outras pessoas (em especial, garotas). Não levou muito tempo para um dos garotos do time de beisebol começar a destilar preconceitos sem preocupação com seus arredores.

No começo, Hanbin ignorou. Depois, passou a enfrenta-lo, e Jiwon o segurava com os braços fortes e a voz preocupada. Mas num certo dia, quando Jiwon mancava por uma torção do treino, as provocações passaram dos limites. Foi a primeira briga de Hanbin, mas não a última. Sairia com o lábio inferior cortado e alguns roxos, mas faria o outro garoto perder dois dentes.

Dali para frente, Hanbin passou a confrontar qualquer um que se colocasse no seu caminho. A fama de durão se solidificou e passou a ser cada vez mais reconhecido pela luta. Eventualmente o boxe entraria também na rotina agitada.

Mas quando não era pelas brigas, Jiwon encontrava Hanbin num estado ainda mais preocupante. Dessa vez não seriam os cortes que teria que tratar ou os curativos que teria que fazer que deixariam Jiwon preocupado, mas sim o choro incessante do mais novo que se escondia sob a pequena mesa de estudo no quarto que dividiam. Nesses momentos, Jiwon tirava Hanbin com calma dali e o colocava sobre a cama. Enrolava o amigo e a si em um cobertor e murmurava alguma canção até que parasse de chorar. Jiwon não sabia, mas a sua voz era a única que acalmava Hanbin.

Apesar da agitação quase incontrolável de Jiwon, ele era estável. Raramente ficava triste ou irritado, e mesmo quando as emoções tomavam conta de si, o sorriso carinhoso permanecia no rosto. Já Hanbin era completamente instável; o sorriso quase quadrático no rosto se transformava na expressão irritada que lhe era tão comum em questão de instantes. As sobrancelhas se franziam de leve, os olhos exprimindo cansaço e a boca que se contorcia num quase invisível bico. Foi assim que Hanbin passou boa parte do tempo naquele dia específico.

Foram vinte e dois anos juntos até comprarem o primeiro apartamento. O primeiro era pequeno e mal cabia os dois e o cachorro diminuto que adotaram. Eram cinquenta e dois metros quadrados mobilhados em pouco tempo, com o que sobrara da república na faculdade e algumas coisas que pegaram emprestado da casa dos pais.

A porta já dava diretamente na sala, que ficava de frente para uma cozinha pequena que mal usavam. A cozinha era aberta, apenas um balcão onde comiam dividia o espaço dali com o da sala de estar. Um sofá grande era colocado junto a uma parede, e uma pequena mesa de centro enfeitava ali. Uma poltrona de massagem ficava ao lado do tal sofá, onde se espalhavam algumas almofadas, e sob a mesa duas revistas velhas e uma planta esquecida.

Havia um pequeno banheiro no final do corredor e um quarto à esquerda. No quarto que dividiam, uma cama grande de casal ocupava uma das paredes, com dois pequenos criados-mudos ao lado. Um gaveteiro segurava uma televisão grande (provavelmente o maior investimento que fizeram na casa) e os armários ocupavam a parede do lado esquerdo.

Jiwon começaria a trabalhar no mesmo ano como professor de educação física numa escola particular. Ele não ganhava muito, mas era o suficiente para fazer as compras do mês (e ainda sobrava um pouquinho para mimar Hanbin). Já Hanbin passou um ano desempregado até que conseguiu entrar como compositor numa das maiores empresas do país. Daquele dia em diante, a vida dos dois mudaria drasticamente.

Um ano depois abandonariam o primeiro apartamento para se dirigirem à cobertura na qual moravam até hoje. Jiwon continuaria pagando as compras do mês com o salário de professor, enquanto Hanbin assumiria o aluguel, o condomínio, todas as contas, as despesas de seu carro e da moto de Jiwon, além de qualquer outra despesa que fizessem.

Viveriam como casados por um bom tempo.

Agora, olhava fixamente enquanto Jiwon estava sentado à mesa, frente às conhecidas flores brancas, balbuciando sobre fontes, cores e tamanhos do catálogo de convites. As mãos passeavam pelas texturas diferentes do papel, os olhos se encantavam com as fontes bonitas escritas à mão e as cores diferentes que pareciam nunca acabar. Hanbin continuava de olhos fixos nele.

– O que você acha desse? – Fez uma breve pausa, levantando o livro em mãos para mostrar para o amigo, sentado longe de si no sofá cor de marfim. Apoiou novamente o livro e continuou falando. – Eu gostei da fonte e da cor, mas eu não gosto dessa textura, é muito áspera. Você acha que dá pra mudar? – Hanbin não respondeu. Continuou ouvindo enquanto Jiwon falava sobre as diferentes texturas que havia gostado. De certo modo, gostava de ouvi-lo falar, mas certamente não por tanto tempo. – Você está me ouvindo? Não né?

– Estou.

– Porque não responde então?

– Porque você não cala a boca por tempo o suficiente para que eu formule uma frase.

– Ouch. – Jiwon riu, mas Hanbin sabia que no fundo estava magoado. O outro costumava dizer que Hanbin tinha o dom das palavras, mas às vezes usava esse dom para o mal. Sabia exatamente o que dizer na hora certa, tinha uma resposta pronta na ponta da língua e, na maioria das vezes, não media as palavras antes de usa-las.

Hanbin mudou a postura dura e o olhar frio. Caminhou até a mesa onde Jiwon estava e sentou-se ao seu lado. – Tudo bem. – Ele não havia pedido desculpas, mas Jiwon sabia. Porque Jiwon sempre sabe.

Depois de segurar o sorriso no rosto por mais uma hora e meia enquanto Jiwon escolhia um dos convites, finalmente viu o outro apontar para um deles. O convite era um tanto rústico. A tinta na qual estava inscrito tudo ali era de um marrom avermelhado. A caligrafia era simples, e alguns desenhos de folhas adornavam o papel que tinha uma textura leve. O envelope era feito de papel reciclável e tinha um pequeno laço feito com fio de palha que dava a volta nele.

O convite não era a única coisa a qual Jiwon faria questão de pedir a opinião de Hanbin. A segunda parada deles foi para escolher as flores.

As paredes de um tom róseo combinavam perfeitamente com as diferentes flores expostas em bancadas, cada uma com sua beleza genuína. As portas e janelas tinham uma tonalidade verde-musgo combinava com o formato arredondado e comprido das vistas da construção. Era dividida em dois andares, sendo que as janelas do andar de cima permaneciam fechadas.

Havia, na fachada, uma grande placa de madeira que anunciava o nome da pequena floricultura. O florista da loja era um garoto chinês de feições delicadas. Ele estava acostumado a trabalhar com festas de grande porte, e começou a lista de recomendações. Orleandros, magnólias e outras flores, majoritariamente brancas, foram as primeiras citadas. Jiwon negou todas elas, e o sorriso no rosto deixou claro ao florista que já tinha alguma flor em mente. Hanbin observava de lado, olhando fixamente para as tulipas coloridas que enfeitavam as prateleiras.

– Eu quero dálias. – Hanbin não prestava muita atenção na conversa dos dois, mas arregalou os olhos ao ouvir o nome da flor. – Quero que faça um arranjo com elas. Quero que coloque também frésias e cáspias. Mas as dálias serão o principal.

Enquanto o florista detrás do balcão arrumava o arranjo, Hanbin continuava a olhar as tulipas. Elas eram organizadas por tons, do mais claro ao mais escuro. Os olhos que passeavam curiosos entre cada pétala se arregalaram pela segunda vez quando sentiu o braço passar por cima do ombro, fazendo com que o coração acelerasse.

– Você ainda gosta de dálias, não gosta?

– Gosto.

– Que bom. Escolhi pra você. – Jiwon aproximou os lábios do rosto de Hanbin e deixou um selar carinhoso na bochecha, fazendo com que o mais novo risse enquanto negava de leve com a cabeça.

A loja de ternos era relativamente diferente. Tinha a fachada pintada de preto, com dois seguranças ao lado da entrada. As portas eram de vidro, mas filmadas para que ninguém pudesse ver o lado de dentro. O letreiro era estilizado de maneira que deixasse o nome parecendo mais elegante do que realmente era. O lado de dentro tinha prateleiras que pareciam não ter fim e eram organizadas até demais. Hanbin se sentia sufocado ali.

Nenhum dos dois entendia muito de ternos então Hanbin apenas sentou em um banco qualquer, em frente aos provadores, esperando que Jiwon saísse. O mais velho provou todo tipo de ternos, mas todos o faziam parecer sério demais. Em certo ponto, Hanbin cansou de ver o mais velho entrar e sair do provador com ternos que pareciam completamente iguais.

– Você pode me trazer um branco?

O atendente revirou os olhos escondido e virou para Hanbin com um sorriso falso. Acenou, e voltou para as prateleiras.

– Branco? Eu vou casar, mas sinceramente não sei se branco vai cair bem?

– Confia em mim.

O atendente voltou a passos lentos, quase entediados para onde estavam. Entregou alguns ternos e pediu que o cliente escolhesse, mas Hanbin interrompeu os dois e escolheu para Jiwon. – O creme da esquerda.

Quando Jiwon saiu do provador, Hanbin sorriu. – Você devia agradecer por eu ter vindo. Imagina se você teria esse bom gosto.

O conjunto era simples. A calça, o colete e o paletó eram de um creme claro, mas um tanto apagado, tornando-o quase bege. A gravata era marrom, com listras de tons mais claros, mas ainda sem fugir da tonalidade do conjunto. Os botões eram dourados e uma flor pequena de pétalas amareladas saía do bolso. Hanbin olhou de cima a baixo. Jiwon se olhava no espelho e parecia segurar o sorriso para que não deixasse tão estampado que tinha gostado. Hanbin também gostava da roupa.

– Você acha que ficou bom mesmo?

– Acho sim.

– Se você gostou, então é esse. – Hanbin pendeu a cabeça para o lado e sorriu, olhando mais uma última vez para a figura alta de terno claro.

Hanbin estava cansado. Jiwon o arrastava a meses vendo os preparativos da maldita festa quando a obrigação de cuidar daquilo era toda de Jiwon, e não sua.

Os pés doíam de andar. Depois de algumas horas procurando por um buffet que não servisse nada com frutos do mar, e que agradasse o paladar de Hanbin, Jiwon decidiu que seria melhor fazer uma pausa. Era final de março. O calor já começava, mas ainda vestiam blusas leves para conter a brisa gelada. Jiwon tinha a cabeça apoiada nas mãos, palmas no queixo, os cotovelos na mesa e os olhos fixos em Hanbin. Sabia que o outro estava irritado.

– Está tudo bem? – Hanbin tinha os braços cruzados na frente do corpo, as costas apoiadas no encosto da cadeira e os olhos fechados. Ainda sim, era visível a irritação pelo modo como mexia o maxilar de lado a lado e vez ou outra subia a mão até o peito. Viu-o suspirar antes de começar.

– Porque dálias? Porque escolheu o terno que eu sugeri? Porque me traz contigo afinal? – Abriu os olhos ao falar e olhou diretamente para Jiwon, com a expressão séria. Viu-o levantar uma de suas sobrancelhas antes de começar a se explicar.

– Porque você é parte disso Hanbin. – E sorriu um de seus melhores sorrisos, que derretia Hanbin por dentro e fazia com que sorrisse também. – Assim é melhor. – Levantou-se, levou sua mão à do outro, que repousava sobre a mesa, e a apertou de leve, puxando-o consigo.

Enquanto andava olhando para as costas de Jiwon, Hanbin pensou se queria mesmo fazer parte disso. Talvez não fosse uma escolha sua.  

 

 

Jiwon também o ajudara a escolher seu próprio terno.

Era um simples, um cinza escuro quase preto, com uma gravata da mesma cor. Era quase simples demais para o casamento, mas se Jiwon havia gostado, então seria esse. O terno repousava sob a cadeira do hotel, quase esquecido ali. O quarto era extremamente elegante, o fazia sentir como se não pertencesse àquele lugar. Mas Hanbin acabou se acostumando depois de dois dias inteiros ali.

Jiwon o levou para conhecer o hotel inteiro. A localidade do casamento ele já conhecia, ele participou da escolha minuciosa e esteve presente enquanto arrumavam o local. Mas Jiwon queria que ele conhecesse as piscinas, a praia que ficava ali do lado, o restaurante gigantesco que servia lulas fritas deliciosas e também o jardim grandioso com apenas flores brancas.

Hanbin foi conhecer cada um desses lugares de mãos dadas com Jiwon, um sorriso no rosto e pronto para ouvi-lo balbuciar sobre tudo naquele lugar. Jiwon considerava o hotel um resort, e levaria Hanbin para conhecer cada um dos lugares que mais gostava ali.

O primeiro dia terminou na piscina. Ambos se divertiam, puxando um ao outro pelos pés e virando um ao outro de ponta cabeça sob a água. Foram horas preciosas, as quais passaram quase sozinhos, já que de noite poucos hóspedes aproveitavam ali, mesmo que fosse iluminado o bastante para se passar a madrugada toda. Terminaram o dia abraçados e rindo baixo, aproveitando a companhia e a respiração um do outro. As águas azuis daquele hotel demorariam a ver outra cena como aquela.

O segundo dia foi repleto de arrumações. Ele e Jiwon corriam de um lado ao outro do hotel, coordenando e explicando aos empregados cada uma das pequenas coisas do casamento. Jiwon sorria largo, o dia todo. Hanbin acabou acompanhando o outro no sorriso.

Agora, olhava o terno encostado enquanto se preparava para o banho. Pensava no dinheiro que gastara com a cerimônia, nos velhos tempos com Jiwon, no horário que se aproximava. Três e meia da tarde. Jiwon gostava desse horário porque o sol não estava mais em seu auge, mas ainda fazia o calor que ele tanto gostava.

Foi a primeira vez que gastou mais de 10 minutos no banho. Lavou os fios com cuidado, ensaboou o corpo devagar. A esponja do hotel era macia e o sabonete era um dos mais cheirosos que Hanbin já havia visto. Mas decidiu, ainda sim, não se demorar demais ali. Hanbin era vaidoso e acabaria demorando tempo demais na frente do espelho. Não queria se atrasar naquele dia tão importante.

O cabelo pingava incessantemente no chão de carpete dali e a gotas escorriam pelo corpo esguio enquanto andava até a penteadeira onde ficava o secador. Foram rápidos cinco minutos com o objeto ligado na tomada enquanto esperava o cabelo liso secar, o vento frio refrescando um pouco naquele dia tão quente.

Só largou o secador quando passou a mão entre os fios castanhos e sentiu a maciez sob a pele da mão. Começou a ajeitá-los no topete de sempre, dessa vez um pouco menos alto, com o spray fixador na mão e colocando pouco a pouco o cabelo no lugar certo. Olhou-se no espelho uma última vez e levantou-se.

Pegou a cueca e o terno e começou a se vestir. Foi um processo lento, que ele não quis apressar para não acabar amassando a roupa que vestiria. O terno havia sido caro demais, e era uma peça importante para deixar aquele dia perfeito para Jiwon. As meias eram quentes demais, mas foram colocadas mesmo assim, e os sapatos foram amarrados com a mesma calma do resto do processo.

Terminou com o perfume. Era um toque especial para um dia especial. Hanbin gostava do cheiro forte amadeirado, pois Jiwon o havia escolhido. O aroma tinha um pouco de presença demais. A embalagem era de um tom dourado bonito, quadrática de todos os lados e as inscrições eram cravadas no vidro.

Olhou no espelho uma última vez. Estava pronto.

Foram três toques leves na porta. – Posso entrar? – a voz feminina do outro lado não carregava tom algum de interrogação, o que foi logo confirmado com a entrada brusca da prima.

O vestido era azul claro, ajustado ao corpo. O tecido era contínuo: não tinha rendas, brilhos, ou qualquer coisa que desviasse a atenção. A saia longa ia até o chão e cobria os sapatos, enquanto na parte de cima o tecido circundava a cintura, deixando-a marcada. Um dos ombros ficava à mostra, enquanto o outro era coberto pelo tecido pregueado.

– Você está lindo, mas sua cara está péssima. Você não dormiu nada, não é? – Ela sorriu e andou até ele, colocando a mão sobre o ombro dele assim que chegou perto o suficiente. Hanbin sorriu de volta. – Ansioso? Preocupado? Um pouco dos dois? – Eles riram, e ele abaixou a cabeça. – É um grande dia, Hanbin. Você tem que estar perfeito. Vem.

A prima puxou-o pela mão até a penteadeira de madeira clara que ficava ali. Colocou-o sentado na cadeira, o fez esticar o pescoço para trás, deixando o rosto bem de frente para a luz, e puxou da bolsa pequena alguns produtos. Um deles era um corretivo claro que tinha uma embalagem parecida com a de um batom. Ela rodou a tampa até que saísse, puxando o cabo com um pouco de produto na ponta, onde havia um aplicador. Começou a distribuir o produto em algumas áreas e logo estava afagando o rosto com um dos dígitos, provavelmente garantindo que não houvesse marcas do produto na pele.

O segundo produto era uma pequena caixinha repleta de pó branco dentro. Ao vê-la aberta, Hanbin pode perceber algo como uma pequena almofada, que foi retirado dali rapidamente pela mão apressada da prima e espalhado pelo rosto. Hanbin franziu as sobrancelhas com medo de ter o produto entrando nos olhos. – Se franzir o rosto agora, a maquiagem vai ficar marcada. Pare com isso. – Ela brigou, e ele obedeceu, suavizando a expressão na hora.

Não demorou muito para que ela tirasse uma sombra marrom escuro e um lápis preto e começasse a trabalhar nos olhos. Hanbin tinha olhos grandes, assim como a maioria das feições do rosto, e a prima adorava maquiá-lo quando era pequeno. – Isso me lembra nossa infância. – Ela riu.

– Isso me lembra que você sempre foi um bom modelo. Continue quieto. – E continuou o trabalho ao redor dos olhos. Alguns minutos se passaram e Hanbin já pensou estar atrasado, quando finalmente ouviu-a guardar tudo. – Pronto, pode abrir.

Abriu os olhos devagar e foi se olhar no espelho. Comparativamente com a figura deplorável que havia visto antes, a melhora era notável. Hanbin decidiu não elogiar demais. – Ficou legal.

– O bom é que você não precisa de batom. Queria eu ter a boca que nem a sua, os lábios grandes e cor-de-rosa.

Hanbin se levantou sorrindo e sentiu as orelhas queimarem de leve. Não estava acostumado com elogios como estes. Não demorou para encarar a prima com o olhar um tanto vazio, mas com muito a dizer. – Não há de quê, Hanbin. Agora vamos, você não vai querer se atrasar justo hoje.

Não, ele não queria se atrasar. Mas talvez estivesse indo rápido demais.

 

 

Sempre que Hanbin estava nervoso, a mão direita ia quase automaticamente se sobrepor ao tecido sobre o peito, o nervosismo fazendo com que os dedos amassassem levemente o pano da roupa. Também sentia com calma na ponta dos dígitos as texturas das mangas compridas, dos fios que pendiam para fora da roupa, dos zíperes e botões. Os olhos passeavam pelo lugar, cheio de conhecidos. Podia ver a mãe, o pai e a irmã, bem no fundo do local. A caçula da família passeava entre os bancos, brincando com as flores já conhecidas. 

Via também a família dele. Estavam sentados na primeira fileira, o irmão no altar logo ao seu lado. A mãe já estava emocionada, deixava as lágrimas caírem silenciosas antes mesmo da cerimônia começar.

A praia era quase deserta. Quase porque havia os pouco mais de cinquenta convidados ali, sentados sob as cadeiras de madeira enfincadas na areia branca. Quase todos estavam lá, muitos olhavam para Hanbin atentamente como se ele fosse o centro das atenções, e cochichavam baixinho entre si. Hanbin não se importava. Talvez fosse alguma sina, mas o dia estava quente o suficiente para que começasse a suar enquanto os convidados comentavam sobre o nervosismo aparente dele.

Logo ao lado dele não era um padre, mas quase um mestre de cerimônia. Jiwon, mesmo religioso, optou por uma cerimônia que aceitasse a todos, e com um estilo diferente do que constantemente viam em casamentos. Hanbin sabia que no fundo Jiwon fizera isso porque Hanbin reclamara da ideia de ter um padre tagarelando por horas a fio. Não que Hanbin não acreditasse em Deus, mas eram difíceis para ele aceitar os sermões religiosos e as palavras duras de inúmeros seguidores da igreja católica.

Mas Hanbin gostava da tatuagem que adornava as costas do outro. Gostou quando foi vê-lo fazendo, quando Jiwon choramingava de dor sempre que o tatuador acertava o osso. Hanbin já tinha se acostumado com a sensação de ter a pele levemente penetrada pela agulha e tinta, depois de sessões inacabáveis de três grandes tatuagens que cobriam o tronco. Uma no ombro esquerdo, nas costas, outra cobrindo parte do peito e indo até o ombro, e outra perto da virilha. As três tinham tanto significado quanto a de Jiwon, mas nem a primeira foi tão choramingada quanto a do mais velho.

Mas ainda sim não foi tão choramingada quanto a montagem do altar. Jiwon reclamou tanto da posição do sol, que batia forte no rosto e queimava a pele dourada, que eventualmente os organizadores mudaram para um ângulo que incomodasse menos. Hoje, o dia seria perfeito para Jiwon, pois ele e Hanbin exigiram que tudo fosse como planejado.

O patamar de madeira clara era adornado com flores e fitas brancas. Havia um tecido branco grande que se dobrava como uma cortina, emoldurando a visão do mar. Havia também dálias. Elas eram presas ao patamar no chão, aos pilares de madeira que se erguiam e seguravam o tecido, e ao terno de Hanbin. Uma única flor, no bolso do lado esquerdo, sobre o coração.

O coração que quase pulou uma batida ao vê-lo.

Jiwon estava mais bonito que o normal. Hanbin sempre o achara maravilhoso, independente de quantas vezes o mais velho repetisse para si próprio que era feio. Mas Jiwon tinha se superado naquele dia.

O cabelo loiro estava mais longo, era repartido de lado. A cor dourada dos fios parecia refletir o sol que batia forte, já eram três e quarenta e dois da tarde. Cada fio era milimetricamente colocado em seu lugar, e mesmo assim, Jiwon passava as mãos pelos fios enquanto caminhava pela areia branca, que se prendia de leve ao sapato claro.

Ele vestia o terno que compraram juntos, mas Hanbin sentia como se nunca tivesse o visto daquela forma. O terno tinha o mesmo caimento de antes, mas dessa vez parecia mais justo ao corpo, então Hanbin acabou desconfiando que talvez Jiwon estivesse malhando mais. Ele tinha um pouco de maquiagem enfeitando o rosto bonito. As feições continuavam as mesmas: o maxilar definido, o nariz delicado, a boca desenhada, os olhos como duas pequenas fendas na superfície do rosto. Mas os olhos eram adornados com um pouco de sobra marrom e a sobrancelha tinha um pequeno piercing no canto exterior.

Jiwon era estonteante. Hanbin não sabia dizer quando começou a perceber isso, mas ele sabia o que significava.

Ele sabia, no entanto, quando se assumiu completamente apaixonado por Jiwon. Era uma quarta feira ensolarada no centro da agitada capital, e os dois tomavam sorvete de chocolate encostados a um muro, logo ao lado da escola. Hanbin tinha uma mania feia de devorar o sorvete como se de alguma forma isso fosse satisfazê-lo mais. O que sempre acabava acontecendo era um pequeno desconforto no estômago depois, e uma falta de saciedade incrível.

Naquele dia em especial, Hanbin estava cansado. Jiwon sabia disso. Porque Jiwon sempre sabe.

Hanbin novamente devorou o sorvete em apenas alguns minutos, enquanto Jiwon olhava atentamente com um sorriso no rosto. O mais novo parou por alguns instantes depois de terminar o cone e olhou para as mãos vazias com um olhar perdido. Jiwon sorriu naquele dia, sorriu um dos sorrisos que atrai imediatamente o olhar de Hanbin. Ele então esticou o que estava em sua mão e murmurou baixo para que só Hanbin ouvisse: Pode ficar com o meu.

Naquele dia Hanbin corou, e aceitou de cabeça baixa o que o outro lidava. Dessa vez, comeu aos poucos o sorvete que chegou a escorrer pelo cone e pelos dedos esguios. Naquele dia, Hanbin foi dormir pensando no sorriso de Jiwon. E, desde então, dormiria pensando nele todos os dias.

Mas Hanbin não sabe dizer quando que o coração começou a doer por Jiwon. Quando a preocupação se tornou constante, os sorrisos começaram a acompanhar os dele, e estar com ele se tornou a única possibilidade em sua vida. Hanbin até hoje não tinha parado para pensar em que momento se apaixonou o bastante para se perder nos olhos de Jiwon diariamente.

Hanbin não sabe também quando deixou evidente. Mas deixou.

Afinal, Jiwon sabe. Jiwon sempre sabe.

Jiwon sabe que Hanbin adora dálias. Que ele tem eventuais crises de pânico. Que ele só come comida orgânica. Que ele não gosta de calor demais. Que ele tem medo de dirigir. Que ele tem ciúmes da irmã. Que ele disfarça as fraquezas com o olhar sério e determinado. E sabe também que Hanbin o ama.

Jiwon sabe de muitas coisas, talvez de coisas demais. Mas apesar de saber demais, ele nunca entendeu a intensidade do amor de Hanbin. Porque Hanbin o amava mais que a si mesmo, mais que a sua família e amigos, mais que suas músicas, mais que o silêncio. Hanbin o amava mais que tudo. Jiwon podia saber de muitas coisas, mas ele não sabia disso.

E o amava ainda mais naquela praia. O sol era forte e fazia com que Jiwon apertasse ainda mais os olhos pequenos, a boca se contorcia num sorriso de lado enquanto todos se levantavam para que ele entrasse. A caminhada até o altar pareceu durar horas, e Hanbin suava frio a cada passo. O sorriso permanecia no rosto.

Jiwon olhou para ele. Hanbin sabia que aquele era para ser o dia mais feliz de sua vida. O sorriso permanecia no rosto, mas uma lágrima solitária escapou do canto dos olhos. Hanbin não tinha certeza de Jiwon havia ou não visto, mas Jiwon riu. A caminhada continuou até onde Hanbin estava, longa e demorada, e Hanbin suava frio enquanto isso. Murmurava para si que estava tudo bem, que não tinha motivo para ficar nervoso. Mas a verdade é que motivos não faltavam.

Jiwon finalmente parou ao seu lado. A lágrima solitária continuava a escorrer pelo rosto do mais novo. Jiwon deixou que seus dedos tocassem de leve os de Hanbin, discreto o suficiente para que mais ninguém percebesse. Hanbin sentiu a pele quente encostando na sua e de repente as lágrimas ficaram mais difíceis de controlar. Olhou pra cima buscado ao menos deixa-las presas às orbes.

Hanbin pensou no quanto Jiwon era bonito. No quanto aquele dia era perfeito. Nos cheiros de madeira que exalavam dos dois e se misturavam. Pensou que Jiwon era bom demais. Na mãe nas fileiras de trás que provavelmente também chorava. Nos amigos que riam agora. Pensou, por fim, no quanto amava ele.

Não cabia em palavras. Também não cabia em gritos, em músicas, em poesias ou em grunhidos. Não cabia em si. Não cabia no mundo.

Hanbin carregou o mundo nas costas. A faculdade, os estudos, a música, a vida que levou com Jiwon, a família, os amigos, os times dos quais participara e tudo que havia em sua vida. Mas não conseguiu carregar o amor que sentia por Jiwon.

Porque Hanbin amava Jiwon demais.

E Jiwon riu ao seu lado uma última vez.

– Obrigada por ter vindo, Hanbin.

Hanbin amava Jiwon demais.

Jiwon amava Hanbin também.

Mas, infelizmente, Hanbin amava Jiwon demais


Notas Finais


primeiro, quero agradecer à todos que leram esse meu pedacinho de sofrimento. desculpem por qualquer danos a integridade de seus coraçõezinhos. ♡(ˆ‿ˆԅ)

algumas explicações: é, o jiwon não foi casar com o hanbin....... infelizmente mas a gente fica aqui no aguardo do casamento do século vEM DOUBLE B

eu sei, eu fiquei meio sumida. nem pra responder os comentários de cárcere eu servi :( mas eu juro, minha vida foi uma bagunça em janeiro e fevereiro. eu fiz uma cirurgia, fiquei com problemas em casa, consegui um emprego... foi uma confusão mesmo. mas!!! tudo certo, estou de volta com a produção homossexual (e, pros amantes de meanie, logo logo tem coisa nova... [emoji piscando]) (͡° ͜ʖ ͡°)

mas é isso pessoal!! quem acompanhou cárcere viu minha transformação em ikonic e desde que eu entrei pra esse fandom eu quis escrever uma double b platônica. era meu sonho de princesa!!! eu amo demais de verdade.

e olha, eu nem sei se ficou bom ou não (eu mesma chorei nesse final, sim uma autora que chora com o que ela mesma escreve), mas eu me dediquei muito a esse projeto!! ele estava parado fazia uns tempos, mas eu plotei uma fic e decidi terminar ele antes de continuar qualquer coisa. pra vocês terem noção do quão atrasado ele está, era pra ter sido postado no NATAL. é, mulheres que atrasam. mas finalmente foi feito!!! ᕙ(`▿´)ᕗ

mas!!!!!! enfim, é isso! eu espero de coração que tenham gostado. um agradecimento especial a @choavevo que nem ikonic é (ainda) e ficou 100% hyped pra essa fic, me apoiou muito na escrita e aguentou no escuro porque eu não quis dar spoiler pra ela. quem sabe essas seis mil palavras não são um empurrãozinho pra ela vir shippar comigo......... obrigado por ser a librianja que eu amo eirin ♡

é isso!!

obrigada por lerem. com amor,

miro. (❛‿❛✿̶̥̥)


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