História Thank You For Loving Me - Capítulo 9

– Vamos, Yo! Ou a gente vai chegar atrasado!
– Não enche, Anthony! – ela gritou do quarto e a bipolaridade dela havia voltado e eu rezava para que isso não estragasse a noite.
Chegando ao Avalon, encontrei Flea sozinho numa mesa na área reservada e logo me juntei a ele e Yohanna já foi logo pedindo uma garrafa de cerveja e percebi que a noite seria longa:
– Yo, pega leve! – eu alertei.
– Cuida da sua vida que eu cuido da minha, okay? – ela disse e deu um longo gole da bebida.
Conversamos um pouco e não demorou muito para encontrar Alice vindo em nossa direção e hoje parecia que ela estava mais linda do que de costume: uma regatinha decotada vermelha e uma saia cintura alta preta de bolinhas brancas, um salto alto e o cabelo levemente encaracolado.
Não consegui disfarçar a minha alegria ao encontrá-la e logo me levantei para cumprimentá-la:
– Tony! Você veio! – ela me deu um abraço apertado e aproveitei para sentir o perfume do seu cabelo. – Oi, Yo!
– Oi, Alice! – Yohanna se levantou e deu um abraço nela. – Feliz aniversário, querida! E o Peter, onde está?
– Ele está ali com o pessoal da loja. – ela apontou para o bar onde eles estavam.
– Ei, Tony, e onde está o presente de nossa aniversariante? – Flea disse e deu uma piscadela e eu me lembrei do “presente”.
– Ai, gente, não precisa de presente nenhum! – ela foi dizendo e logo segurei na sua mão.
– Alice, eu e o Flea conseguimos!
– Conseguiram o quê?
– Conversamos com o dono do MyStudio, que está em reforma e vai reabrir mês que vem e ele topou que a sua banda se apresente na festa de reinauguração da casa! O que você acha? – perguntei e seus olhos estavam brilhando e pensei que ela começaria a chorar ali mesmo, mas ela soltou um gritinho histérico e deu um abraço apertado em Flea e depois em mim, me enchendo de beijos na face.
– Vocês não existem! – ela me abraçou de novo. – Vou chamar os meninos pra contar a novidade!
– Tudo bem por aqui, amor? – Peter disse de surpresa e percebi que ele estava um pouco alterado, pela minha experiência algo me dizia que ele havia consumido algo além de uma simples cerveja.
– Peter, eles conseguiram! A minha banda vai tocar no MyStudio! Não é demais?
– Sim, muito legal, meu amor. – Peter respondeu sem nenhuma emoção. – Vem, vamos lá dar a noticia para o pessoal. – ele foi pegando com força no braço dela e eu fiquei com raiva e a minha cara denunciava isso.
– Tony, vem comigo pegar algo pra beber! – Flea se levantou e logo fomos para o outro bar que havia no outro lado da casa.
– Cara, você não acha que tem que tomar uma atitude não?
– O que você tá falando, Flea?
– Meo, você namora a Yohanna mas só tem olhos pra Alice! Termina logo tudo e corre atrás da Alice, cara! Qual é o problema?
– Não sei, cara! A Yo estava tão bem, tão amorosa desde que voltou de Nova York que a idéia de terminar foi sendo empurrada e hoje ela está assim, de patada de graça comigo ...
– Mas cara, afinal, você ama a Yo ou não?
– Eu amo, cara! Mas parece que só eu luto para que essa relação dê certo! E isso cansa!
– E você está vendo em Alice algo que pode dar certo?
– Sim! Quero dizer, não sei! Alice tem um corpo lindo ...
– Pra mim, corpo lindo significa tesão! Uma transa e tudo bem?
Pedi uma água tônica e tomei o copo num gole só, ele só me observando esperando por uma posição minha.
Será que era isso? Eu não amava Alice, queria apenas uma noite com ela e nada mais? Não, não era isso! No fundo, eu sabia que não.
Olhei para o outro lado do bar e Alice dançava com Peter na pista de dança, ela me viu e logo fez sinal para que nós nos aproximássemos:
– Alice tá chamando! – eu cutuquei o Flea e ele olhou na mesma direção em que eu olhava.
– Não pensa que essa conversa acabou, cara! – Flea respondeu enquanto nos dirigíamos à pista onde Alice estava.
Ela parou de dançar e puxou Peter com ela e nos indicou uma outra mesa onde havia três rapazes com jaquetas de couro, topetes e óculos de aro grosso sentados com um balde de cerveja sobre a mesa, conversando e rindo bastante e logo minha suposição tomou forma:
– Tony, Flea, esses são os meninos da minha banda: Taylor, Phil e Ryan.
Antes de me sentar, chamei Yohanna pra se juntar com a gente mas ela se recusou e preferiu ficar na mesa em que estavam os colegas de faculdade.
Peter pegou mais algumas cadeiras, nos sentamos e todos pareciam querer falar ao mesmo tempo e era até engraçado, pois as conversas se misturavam mas todos participavam. Eram todos jovens, mas ainda assim tinham ótimo conhecimento musical
– Definitivamente, você nasceram na época errada!
E foi com esse comentário do Flea que eu percebi que já estávamos na mesa há mais de uma hora e que Peter e Alice haviam sumido da mesa em algum momento da conversa.
Avisei a todos que ia ver como estava Yohanna na desculpa de tentar encontrar Alice, pedi licença e sai da mesa. Circulei um pouco pela casa mas nem sinal dela ou de Peter e foi então que um cena me chamou a atenção: Yohanna estava sentada no colo de um cara desconhecido, ambos claramente bêbados.
– Yohanna, o que é isso? Vamos pra casa agora! – eu me aproximei puxando-a pelo braço mas ela se negou.
– Não quero! A festa está ótima! – ela não dizia, ela gritava. – Vai lá com a sua turminha de roqueirinhos em inicio de carreira, vai!
Ela se sentou de novo no colo do rapaz e eu a puxei de volta mas ela começou a me esbofetear:
– Me deixa, Anthony! Me deixa! – ela gritava, larguei o braço dela e ela riu junto com o rapaz.
Pensei em voltar pra casa mas logo lembrei de Alice e eu não ia estragar a minha noite por conta da bebedeira da Yohanna.
Eu precisava respirar um pouco do ar da noite e logo um garçom me indicou os fundos da casa por onde entravam os funcionários e logo me dirigi pra lá.
Ao abrir a porta para o fundos, a iluminação era fraca mas ainda assim consegui ver o que não deveria: Alice estava encostada contra a parede e Peter beijando o seu pescoço, ela de olhos fechados.
No início, achei que era só um amasso mas logo percebi que ela estava com a saia levantada e ele estava com a calça abaixada, fazendo movimentos com o quadril ... sim, os dois estavam transando ali e isso me perturbou.
Fiquei ainda um pouco tonto com a cena e quando eu ia me virar, Alice abriu os olhos e me viu, seus olhos azuis não transpareciam nenhum sentimento, seu olhar era parado. Peter penetrou nela com mais força e ela apenas mordeu os lábios, seu olhar me encarando e eu não conseguia me mover. Mais vez, ele a penetrou fortemente e soltou um gemido bem alto de prazer e ela não esboçou nenhuma expressão de que estivesse sentindo o mesmo prazer que ele.
Minha vontade era de socar Peter tamanho o egoísmo dele, em não saber dar o merecido prazer a Alice, pensando nele mesmo.
– Você é maravilhosa! – Peter tentou dizer baixo mas eu consegui ouvir. – Vai, vira!
Ele fez menção de virá-la de costas, puxando-a pelo braço mas ela negou, fez que não com a cabeça e ele insistiu.
– Não, Peter, chega! – ela disse enquanto arrumava a saia e seu olhar voltou para o meu e logo voltei para dentro.
Passei pela mesa em que Flea estava, ouvi alguém chamando meu nome e continuei andando, a cena se repetindo na minha cabeça.