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História That's My Girl - E Agora Camila?


Escrita por: CamrenRari

Notas do Autor


E aí Bolinhos, como vcs estão? Espero que bem.
Bom, não vou e nem quero me prolongar aqui, os comentários do capítulo anterior vão ser respondidos muito em breve.
Enfim, CAPÍTULO 50 HAHAHAHAHAHAHA UHUUUUUUUUUUUUL, VITÓRIA!!! E esse capítulo é dedicado a todas as pessoas que perdem alguns minutos de seu tempo vindo aqui ler a minha história, vcs são demais e tornam tudo possível! Obrigada Bolinhos, vcs moram no meu coração!!!
E sem mais delongas, ótima leitura a todos!

Capítulo 50 - E Agora Camila?


Fanfic / Fanfiction That's My Girl - E Agora Camila?

 

POV Normani
(…)
- Obrigada por estar na minha vida – falei encostando minha testa na dela.
- Não precisa agradecer, você fez o mesmo por mim – respondeu Dinah me fazendo rir. Peguei em sua mão e fomos caminhando para o ponto, quando estávamos quase chegando lá, um carro preto passou por nós bem devagar. Será que era Austin? Mas de novo? Observei o veículo com mais atenção, definitivamente não era Austin, mas o carro me era bem familiar.
Peguei o ônibus primeiro que Dinah e desci perto de minha casa, um sentimento estranho se instalou em meu peito e conforme eu me aproximava mais e mais de meu lar, mas esse sentimento crescia. Caminhei lentamente pelo meu quintal e quando estava quase no primeiro degrau da varanda, Arielle abriu a porta.
- Olá irmãzinha – disse ela – chegou bem na hora, estávamos falando de você.
Passei por Arielle sentindo sua respiração no meu cangote. Automaticamente fui para a cozinha, pois era lá que sempre encontrava minha mãe.
- Oi mãe, oi pai – falei assim que os vi. Minha mãe estava com lágrimas nos olhos e meu pai me encarava de cara fechada com os braços cruzados.
- Tem alguma coisa que queira nos contar, Normani? – perguntou ele. Arielle entrou atrás de mim e se posicionou ao lado de meu pai. Eu sabia que conhecia aquele carro e sabia que era minha irmã quem o dirigia.
- Na verdade, eu tenho sim – respondi respirando fundo.
- Você está namorando uma garota, não é? – questionou minha irmã com um tom sarcástico na voz – Eles já sabem dessa parte, fiz questão de contar e tirar foto – continuou ela mexendo em seu celular e depois me mostrando a imagem.
- Eu posso explicar – comecei.
- Não tem explicação Normani, mais uma vez você está envergonhando a nossa família. – disse meu pai me interrompendo – Quando eu acho que você finalmente está tomando jeito...
- Pai, isso não é vergonha nenhuma – falei tentando manter a calma.
- Não é? – rebateu ele erguendo a voz – Você definitivamente não tem noção da magnitude dos seus erros. Eu não criei filha minha para ficar por aí beijando outras garotas.
- Eu sinto muito... – tornei a dizer.
- Eu espero que sinta mesmo. E me diga, quando vai terminar com essa pouca vergonha? E se afastar daquela garota? – perguntou ele. Me afastar de Dinah? O olhei confusa, depois para Arielle que ria debochadamente da minha cara e por último para minha mãe que evitava fazer contato visual comigo.
- Me afastar de Dinah? – perguntei para ter certeza do que ele dizia.
- Ah então o nome da pobretona é Dinah? – intrometeu-se minha irmã.
- Ou se afasta da sua amiguinha ou eu te mudo de escola – respondeu meu pai ignorando o comentário de Arielle.
Minha família sempre foi muito conservadora e tradicional, meu pai tinha “as filhas perfeitas” e nos fazia de troféu para o resto da família. Os Hamilton's tinham que ser sinônimo de perfeição, foi uma festa só quando Arielle entrou para líderes de torcida e outra festa para quando ela foi para a faculdade, a primogênita era a favorita do meu pai, e os planos dele para mim, era seguir todo o sucesso de minha irmã. Meu pai me cobrava o triplo que fazia com ela e eu sempre baixei minha cabeça para tudo o que ele quisesse.
- Eu não quero mudar de escola... – respondi.
- Ótima escolha – disse meu pai sorrindo satisfeito.
- Mas também não vou me afastar de Dinah – continuei.
- O quê?! – disseram meu pai e minha mãe juntos.
- Chega pai! Chega de controlar a minha vida. Eu nunca quis ser uma líder de torcida, ok? – eu havia guardado muita coisa dentro de mim durante todos aqueles anos e acho que já tinha passado do tempo de colocar para fora – Eu não quero ser uma cópia da Arielle, eu quero ser a Normani. E você querendo ou não, a Normani gosta de garotas e principalmente da “pobretona” da Dinah – falei olhando para minha irmã que estava tão chocada quanto meus pais.
- Ora sua... – disse meu pai andando em minha direção e erguendo sua mão.
- Me bate – pedi com raiva – pode me bater o quanto você quiser, isso não vai fazer eu ser outra pessoa.
Assim que terminei minha frase, sinto a mão do meu pai sob meu rosto e logo minha bochecha esquerda parecia pegar fogo. Ele nunca havia me batido e eu nunca tinha levado um tapa no rosto. O tempo pareceu parar e eu mantive meu rosto na mesma posição depois do tapa.
- O que você fez, Derrick? – ouvi minha mãe perguntar.
- Ele perdeu uma filha – respondi primeiro.
- Pro seu quarto agora, Normani – ordenou meu pai.
Subi as escadas quase correndo enquanto lágrimas de raiva insistiam em cair dos meus olhos. Bati a porta do meu quarto com força atrás de mim, eu sabia que depois disso minha vida viraria um inferno se eu permanecesse em casa, meu pai faria questão de me mandar para um colégio interno ou até mesmo para um convento.
Abri meu guarda-roupa e comecei a pegar as roupas mais “importantes”, como uniforme das líderes de torcida, peças que eu mais usava e roupas íntimas. Peguei uma mala que ficava embaixo da minha cama e comecei a colocar tudo dentro. Eu não tinha um lugar certo para ir, mas eu sabia que minhas novas amigas não me deixariam na mão. Depois do acidente de Ally, percebi o quanto Camila, Dinah, Lauren e até mesmo Shawn, eram fiéis e leais.
Peguei minha mochila da escola e coloquei todos os meus livros, meu perfume, maquiagem e produtos de higiene dentro. Ouvi meus pais discutindo no andar de baixo, aposto que estavam decidindo onde me internar. Confesso que esperava mais de minha mãe, mas ela simplesmente ficou submissa como sempre deixando meu pai tomar as rédeas da situação.
Terminei de arrumar minhas coisas, sai do meu quarto e desci as escadas.
- Onde pensa que vai? – perguntou Arielle aparecendo na soleira da porta da cozinha.
- Embora – respondi com raiva, tudo isso tinha sido culpa dela.
- Embora? – perguntou minha mãe atrás dela – Embora para onde?
- Para qualquer lugar, porque qualquer lugar é melhor que aqui – falei dando as costas para minha mãe. Abri a porta da frente, parei e dei uma última olhada para trás. O rosto de minha mãe estava coberto por lágrimas e até mesmo Arielle parecia arrependida do que tinha feito.
- Não vá minha filha – disse minha mãe.
- Eu sinto muito pela senhora, mas só por você – respondi voltando a dar as costas para ela. Caminhei por meu quintal e mesmo do lado de fora escutei a voz de meu pai.
- Ela não tem para onde ir, ela vai voltar, garanto isso para você Andrea – ele dizia para minha mãe.
- Eu não vou voltar papai – respondi mais para mim mesma.


Desci do ônibus e quase corri em direção a casa de Camila. Eu pensei em ir para a casa de Dinah, mas seria o primeiro lugar que minha família me procuraria, caso eles decidissem me internar a força. Toquei a campainha e orei internamente para que a própria Camila abrisse a porta, porque se fosse sua governanta, o que eu diria a ela? Eu estava de mala e cuia.
A porta foi abrindo lentamente e quando vi minha amiga agradeci aos deuses. Porém, ela não estava sozinha, sua irmã mais nova e Lauren vinham atrás dela. Mas que se dane, pelo menos não era Edith.
- Camila, por favor me ajuda – foi tudo o que consegui dizer.

POV Dinah
Saltei do carro de Shawn e corri para apertar a campainha da casa de Camila. Lauren havia ligado para mim e para Ally, dizendo que Normani estava desesperada na casa de Mila. Fiquei me perguntando o que poderia ter acontecido, já que Mani estava feliz quando pegou o ônibus para sua casa. Será que ela tinha cruzado com Austin por aí? Ele era nosso único e maior problema nesse momento.
Ally se despediu de Shawn enquanto Lauren abria a porta da casa de Camila, entrei correndo e subi para o quarto de minha amiga sem esperar pelas duas. Entrei no recinto e Normani chorava nos braços de Camila.
- O que aconteceu? – perguntei caminhando com o coração apertado até ela. Mani se desvencilhou dos braços de Mila e se jogou nos meus. Lauren e Ally entraram no quarto e se sentaram na cama.
- O que houve? Não entendi nada pelo telefone – disse Ally.
- Foi minha irmã – respondeu Mani ainda agarrada a mim – ela nos viu Dinah e contou tudo para meus pais.
- O quê?! – perguntei surpresa. Normani se soltou dos meus braços, pegou em minha mão e me guiou até a cama de Camila. Sentou na beirada da cama e contou tudo o que tinha acontecido. O carro preto, o sentimento de angústia em seu peito, a discussão com seu pai e o tapa.
- Eu não tinha para onde ir. Pensei em ir até sua casa Dinah, mas seria o primeiro lugar que me procurariam. Eu não quero voltar para casa e ter que conviver com o meu pai. Ele me mandaria para um colégio interno, me colocaria num hospício ou num convento – finalizou Normani entre lágrimas.
- Eu sinto muito Normani – disse Ally pegando em sua mão – se tiver alguma coisa que eu possa fazer para te ajudar... pode contar comigo!
- Fez certo em vir para cá – Mila falou enquanto acariciava as costas de Mani – pode contar com todas nós, não é? – perguntou olhando para cada uma de nós e parando seu olhar em Lauren.
- Muito obrigada meninas – respondeu Mani.
- Eu não queria que você passasse por tudo isso por causa de mim – falei fazendo Normani me encarar – eu nunca quis te causar problema nenhum. E mais do que ninguém, eu sinto muito, muito mesmo. Meu coração dói em saber que teve que passar por isso.
- Por favor, não se desculpe... – começou ela.
- Isso, não se desculpe mesmo – disse Lauren finalmente falando alguma coisa. Todas nós olhamos para ela – você não tem que se desculpar e... nem Normani deve se sentir culpada. Olha, eu nunca te agradeci pelo que fez por mim – continuou ela olhando para Mani – você quase foi atropelada por causa de mim. Sei que nunca nos demos bem, mas, mesmo assim, você está tentando mudar e eu me comprometi a tentar também. Eu não sabia como retribuir o que fez por mim ou o que fez pela Ally, ela é minha melhor amiga e eu jamais me perdoaria se o pior acontecesse a ela. Normani... pro que você precisar, pode contar comigo também, se cansar de ficar aqui na Camila, pode ir para minha casa quando quiser. – Lauren terminou de falar e eu não tinha palavras para expressar o que eu estava sentindo. Era um misto de felicidade, com gratidão e surpresa. Eu estava feliz pelas palavras dela, demonstrava que estava amadurecendo, mas confesso que me pegou desprevenida.
Um silêncio se estendeu pelo quarto, acho que estávamos todas chocadas demais e Normani parecia digerir tudo aquilo.
- Gente, qual é? Fala alguma coisa – disse Lauren dando de ombros.
- Bom... é, pegou todo mundo de surpresa né – falou Ally fazendo todo mundo concordar com a cabeça.
- Eu sei disso, mas é que... – Lauren começou a dizer e olhou para mim, sorri para ela e ela retribuiu o gesto – eu fiz uma promessa a alguém e estou tentando cumprir.
- Fez uma promessa para quem? – perguntou Camila curiosa.
- Vamos mudar de assunto? – pedi – Por que não faltamos a escola amanhã?
- Pra quê? – questionou Mila.
- Bom, Normani está fragilizada – respondi enquanto envolvia Mani nos meus braços – Ally ainda não pode voltar, a mãe de Lauren está preocupada demais com a vó dela para se importar com isso e nós duas podemos conversar com nossos pais, sei lá. – continuei e dei de ombros – E você vai ter que conversar com seu pai de qualquer jeito – falei olhando para Camila.
- Até que não é uma má ideia – concordou Ally.
- Vocês podiam dormir todas aqui essa noite – propôs Mila sorridente.
- Bom, eu já ia dormir aqui de qualquer jeito – disse Lauren.
- Como é? – perguntei curiosa – Ia dormir aqui agarradinha com Camila?
- Nãaao! – respondeu as duas. Eu, Ally e Normani caímos na gargalhada.
- Enfim, sabem o que isso significa? – perguntou Ally fazendo mistério.
- Que Camren tá vivão? – rebati e Camila me deu um tapa no braço.
- Isso também – respondeu Allyson.
- Ally?! – repreendeu Lauren.
- Só quis entrar na brincadeira – disse Ally – mas continuando, isso significa que hoje tem...: NOITE DAS GAROTAAAAAS!
- Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuul – gritei.
Normani não estava mais chorando, na verdade, ela parecia estar bem feliz. Sei que toda essa situação complicada vai vir a tona outra vez, mas não quero pensar nisso agora. Eu estarei sempre por perto quando ela precisar e jamais a abandonarei. Mani tinha conquistado meu coração como ninguém nunca fez, ela me fazia feliz pelo simples fato de sorrir para mim e eu faria de tudo para ela se sentir da mesma forma.

POV Ally
- Meninas, eu tenho uma coisa para contar – falei tomando a atenção de todas.
- O que? – perguntou Camila curiosa.
- Isso tem a ver com o anel em seu dedo anelar? – questionou Dinah e todas olharam para meu dedo.
- Tem – respondi insegura.
- Posso ficar aqui com vocês? – perguntou a irmã mais nova de Camila entrando no quarto.
- É claro que não, Sofia, vaza – respondeu Mila.
- É claro que pode – disse Lauren olhando feio para Camila – vem aqui no meu colo. – Sofia entrou no quarto e sentou-se no colo de Laur que estava do meu lado – Continua Ally, estamos todas curiosas.
- Bom, Shawn me pediu em casamento – falei rápido e fechei os olhos. E que venham os julgamentos.
- O quê?! – disseram todas juntas. Abri os olhos e olhei para cada uma delas acenando a cabeça num “sim”.
- Eu não acredito nisso... – Camila falou primeiro.
- Casamento? – perguntou Lauren chocada.
- Meu Deus vamos ter um casamento – continuou Mila vindo em minha direção para me abraçar – parabéns Ally! Estou tão feliz! Você e Shawn se merecem.
- Obrigada – respondi assim que ela me soltou.
- Casamento? – Lauren perguntou de novo e eu apenas assenti. Ela era minha melhor amiga, me conhecia mais do que ninguém, seria importante se ela me apoiasse, mas eu sabia que ela não era do tipo que amava casamentos – Ally, você não acha que é jovem demais para casar?
- Espera – falou Dinah antes que eu pudesse dizer qualquer coisa – Shawn só pediu ela em casamento, isso não quer dizer que vão casar amanhã. Não é mesmo? – perguntou DJ apreensiva, assenti com a cabeça e ela sorriu aliviada.
- Vocês sabiam que meu pai pediu minha mãe em casamento quando eles tinham apenas 16 anos? – perguntou Sofia. Olhamos todas para ela sem entender, até tinha me esquecido que ela estava ali – Mas eles só casaram quando fizeram 24.
- Aí Sofia, não se mete – disse Camila.
- Ela tem razão e Dinah também – concordou Normani – mas quando vocês forem casar, me chamem para ajudar na organização? Eu adoro festas de casamentos.
- Claro – falei rindo.
- E por falar em organizar, eu e Normani também temos uma novidade – disse Dinah.
- Temos? – perguntou Mani.
- Vão se casar também? – perguntou Sofia curiosa.
- Sim – respondeu Dinah.
- Vão? – questionou Lauren quase engasgando com a própria saliva.
- “Sim” para a pergunta de Normani. E “não” para a pergunta de Sofia. – disse DJ fazendo Lauren respirar aliviada, ri com a situação.
- Viu o que você fez? – perguntou Camila a irmã.
- Coitada Camz – falou Lauren defendendo a pequena.
- Enfim galera, fomos convidadas para organizar o baile da escola – tornou Dinah dando de ombros.
- Ah é – concordou Normani – mas ainda não decidimos um tema.
- Uau – falei – vocês podiam fazer algo de gala, uma coisa bem chique e superformal.
- Agradecemos a sugestão, porque realmente não pensamos em nada – disse Normani mordiscando o canto da boca, acho que estava indecisa.
- E que tal uma festa a fantasia? – sugeriu Camila.
- Já teve um baile assim – respondeu Lauren.
- E se vocês fizessem um baile de máscaras? As meninas podiam ir vestidas com roupas de princesas, e... – falou Sofia remexendo as mãozinhas.
- Sofia?! – a repreendeu Camila.
- É uma ótima ideia! – falou Normani – Esse tema nunca teve, está decidido, “baile de máscaras” – continuou ela com brilho nos olhos.
- Então tá né – concordou Dinah.
- Vai ser divino – falei imaginando meu vestido.
Continuamos conversando por um bom tempo, Dinah contou como foi dizer a sua mãe que ela gostava de garotas e ficamos felizes em saber que ela reagiu bem. Eu estava feliz por estar no meio das minhas amigas, e mais feliz ainda em saber que elas entenderam o lance do casamento. É claro que eu não ia casar amanhã ou daqui a 6 meses, eu havia entendido o significado do pedido que Shawn me fez. Não era uma promessa de que realmente casaríamos, mas sim um voto de fidelidade e amor. Eu estava apaixonada como nunca estive e era reconfortante saber que o sentimento era recíproco na mesma intensidade e proporção.
Quando Sofia dormiu no colo de Lauren, contei as meninas sobre minha primeira vez e é claro que choveu perguntas. Eu era a única que namorava um homem naquele grupinho. É óbvio que não contei tudo detalhadamente, pois era algo pessoal.
O tempo passou correndo e logo estávamos todas com sono.

POV Camila
Saí do meu quarto e desci as escadas rumo ao escritório de meu pai, eu nem o tinha visto ainda, pois nem jantei, mas eu sabia que o encontraria trabalhando ainda. Bati levemente na porta e escutei a voz abafada de meu pai gritando “entra”.
- Ainda acordada? – ele perguntou sem tirar os olhos de seu notbook.
- É – respondi dando de ombros.
- Edith disse que suas amigas estão aí... Lauren também está? – continuou ele.
- Sim, Lauren passou o dia aqui comigo – falei sem muita importância. Sentei na cadeira em frente a sua mesa e ele me encarou.
- É mesmo? – perguntou e eu apenas assenti. Não entendi o interesse repentino e individualista por Lauren, mas com certeza isso tinha a ver com Mike, já que os dois, meu pai e ele, estavam sempre juntos.
- Pai – falei chamando sua atenção – aconteceu uma coisa com uma amiga e eu queria ajudá-la – fiz uma pausa e meu pai fez meneação para que eu continuasse a falar. Contei a ele tudo o que Normani havia nos contado, não escondi nenhum detalhe e ao final, meu pai estava tão chocado quanto eu fiquei – ela não tem para onde ir, e eu queria saber se ela pode passar uns dias aqui conosco, nossa casa é gigante e tem quartos de sobra. – reforcei.
- Camila... bom... – disse meu pai tentando achar as palavras certas para se expressar – eu não posso manter essa sua amiga aqui para sempre.
- Eu sei disso pai, mas são só por alguns dias. Eu e as meninas vamos revezar – falei tentando convencê-lo.
- Meninas? Que meninas? – perguntou ele curioso.
- Eu, Lauren, Ally e Dinah – respondi.
- Então essa Dinah também está aí? – questionou ele e eu apenas assenti com a cabeça – Então, Dinah e Normani são um casal, e Lauren também é lésbica. Me diga uma coisa, Allyson também é?
- Não, Ally não, ela até foi pedida em casamento por Shawn... espera, como sabe de Lauren? – perguntei inocentemente.
- Mike me contou – respondeu ele.
- Ah claro – disse mais para mim mesma do que para ele.
- Mas que bom que Allyson foi pedida em casamento, os pais dela já sabem? – disse meu pai voltando sua atenção para a tela do notbook.
- Provavelmente né – falei como se fosse óbvio e ele voltou a me olhar.
- E tanto Lauren quanto você são as solteiras do grupo?! – apenas assenti novamente – Camila... tem alguma coisa que queira me contar?
- Pai, tem alguma coisa que queira me perguntar? Porque não é a primeira vez que me faz essa pergunta e eu definitivamente nunca sei o que dizer ou o que ela significa – falei sendo o mais sincera possível.
- Certo – disse meu pai se levantando de sua poltrona e sentando-se na cadeira ao meu lado – Camila – continuou ele respirando fundo diversas vezes, acho que buscava por coragem dentro de si mesmo – você também é lésbica? – uma faca havia atingido meu coração, eu esperava por isso, mas mesmo assim não pude deixar de ficar insegura e surpresa. O que eu deveria responder? Deveria mentir? Ou dizer logo a verdade? Como meu pai ia reagir? Será que seria como nos meus sonhos? E agora Camila?
- Pai, eu... – comecei dizendo.
- Porque se você for... não há nenhum problema para mim – disse meu pai me pegando de surpresa – Mike falou para mim de Lauren e eu fiquei me perguntando se você também não era, pois vocês duas são muito próximas. Sei que nunca falamos sobre isso e eu não sei nem como lidar, mas sei que você ainda vai continuar sendo a Camila que sempre foi. E que você nasce assim e não escolhe, ao contrário do pai de sua amiga Normani, eu tenho consciência dessas coisas e sei que sua mãe também iria reagir bem, porque não há do que se envergonhar.
- Pai... eu te amo! – falei me jogando nos seus braços.
Eu nunca fui muito próxima ao meu pai e guardei mil mágoas dele durante todos esses anos, mas sei que se minha mãe ainda estivesse aqui conosco, ela pediria para que eu esquecesse todas as dores e o perdoasse. Meu pai poderia ser muita coisa, ter mil defeitos e não estar lá quando eu mais precisei, mas ele me aceitava do jeito que eu era, e ele não podia me dar presente maior que esse.
- Eu também te amo Camila. E sua amiga pode ficar aqui! – respondeu ele me apertando nos seus braços.
- Obrigada pai!


- Ok, meu pai deixou Normani ficar aqui por alguns dias – falei para as meninas que ainda estavam no meu quarto, todas comemoraram, o que fez Sofia acordar. – ele disse que pode ficar num dos quartos de hóspede.
- Sério? – perguntou Mani e eu apenas assenti – Muito obrigada Camila e agradeça seu pai por mim, isso é incrível! – continuou ela enquanto vinha me abraçar.
- A gente pode escolher o quarto da Normani? – perguntou Dinah.
- Claro – falei me desvencilhando dos braços de Mani.
- Lauren, dorme comigo hoje? – escutei Sofia perguntar.
- Cla...
- Claro que não – respondi irritada antes de Lauren e todas viraram sua atenção para mim – quer dizer, deixe ela escolher com quem vai querer dormir, Sofia – consertei. Mas Dinah, Normani e Ally, já me olhavam desconfiadas.
- Não quer que eu durma com você, Sofia? – perguntou Ally tentando me ajudar.
- Não, quero Lauren! Por favor? – disse fazendo bico.
- Sem chorar, pelo amor de Deus – falei. Sofia já estava me irritando, ela queria Lauren só para ela, já estava demais.
- Tudo bem, eu durmo com você – respondeu Lauren. O quê?! – vamos? – Lauren estendeu a mão para Sofia que aceitou de prontidão, ambas deram boa noite para todas nós e seguiram para o quarto de minha irmã.
- Droga – sussurrei baixinho.
- O que disse Camila? – perguntou Dinah.
- Eu não disse nada. Enfim, vamos ao quarto de Mani? – falei tentando mudar de assunto.

POV Lauren
Fui dormir com Sofia e na manhã seguinte soube que Camila dormiu com Ally, e Dinah com Normani no quarto de hospedes que elas haviam escolhido. Eu fui sincera com minha antiga inimiga, é claro que minha mãe havia reagido bem quando soube da minha sexualidade, mas eu sei muito bem como é andar por aí e sentir todos te julgando. Fora que eu devia isso a Normani, ela tinha feito muito por mim, por Ally, por Dinah e por Camila nos últimos tempos.
Desci para o café da manhã acompanhada de Sofia, ela estava um grude comigo, o que provocou um certo ciúmes em minha ex namorada, e eu confesso que estava adorando aquilo. Entramos na cozinha e todas já estavam por lá. Dinah conversava com meu ex sogro como se o conhecesse a muito tempo, enquanto Camila, Normani e Ally conversavam entre si.
Sentei-me na mesa e Sofia fez questão de sentar ao meu lado. Pelo jeito, ela tinha mesmo ficado com saudades de mim.
Senti meu novo celular vibrar em meu bolso, meu pai havia comprado um para mim a poucos dias. Tirei o mesmo do bolso, desbloqueei a tela e abri a mensagem de Taylor, minha irmã mais nova.

“Precisamos de você aqui.”
Respondi com um “já estou a caminho”, e informei a todos que estavam na mesa, que precisava ir embora.
- Mas já? Pensei que íamos passar a manhã todas juntas – disse Dinah.
- Eu sinto muito, mas deve ser urgente. Nos vemos na lanchonete mais tarde, ok? – falei me levantando da mesa. Caminhei até a porta e senti alguém pegar no meu braço.
- Quer que eu vá com você? – perguntou Camila assim que me virei.
- Não precisa – respondi sendo gentil.
- Tem certeza? – insistiu.
- Absoluta – menti. Eu não tinha certeza.
- Tudo bem. Me deixe pelo menos pedir para meu motorista te levar? – perguntou ela.
- Pode ser – falei dando de ombros.
Camila saiu comigo e ficou fazendo-me companhia na varanda, é claro que um silêncio constrangedor se instalou entre nós, havia tantas coisas a dizer e ao mesmo tempo, não sabíamos por onde começar. O carro do motorista logo estacionou próximo ao último degrau da pequena escada da varanda. Me despedi de Camila com um abraço mal dado, não fazíamos ideia de como agir direito.
Entrei no carro e o motorista dirigiu rápido até minha casa, acho que não fiquei no veículo nem 10 minutos. Saltei do carro e atravessei meu quintal rapidamente. Uma nuvem cinza se instalava no céu, provavelmente choveria. Hoje será um dia daqueles.
Abri a porta de casa e escutei alguns choros vindo da cozinha, será que Christopher e minha mãe tinham voltado a discutir? Entrei na cozinha e um ar melancólico me atingiu. Taylor estava abraçada a minha mãe junto com meu pai, enquanto Chris estava encostado na pia de louça.
- O que aconteceu? – perguntei preocupada. Minha mãe, notando minha presença, se desvencilhou dos braços do meu pai e de minha irmã, caminhou até mim em prantos e me abraçou fortemente.
- Sua vó Lauren – disse ela entre lágrimas – ela faleceu.


Notas Finais


E aí, quem riu e quem chorou com esse capítulo?

Gente, pergunta:
Vcs costumam ler outras categorias de histórias? Ou só Camren?
Vcs gostam de história "originais"?


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