1. Spirit Fanfics >
  2. The Answer to Our Life >
  3. Capítulo XII

História The Answer to Our Life - Capítulo XII


Escrita por: didicarter

Notas do Autor


Pra compensar o capítulo anterior que foi minúsculo, o de hoje está enorme! hahaha
Espero que gostem :)

Capítulo 12 - Capítulo XII


Allison

Henry tinha ido embora quase de manhã, passamos a noite inteira conversando e trocando alguns beijos.

Era estranho pra mim pensar que isso tinha acontecido realmente. Especialmente quando eu penso que teria transado com ele, se Liv não tivesse acordado. Fica ainda mais estranho quando eu chego à conclusão de que não tenho nenhum arrependimento do que fiz ou do que teria feito. Eu gostava da companhia dele, gostava da forma que ele me tratava e gostava que nenhum de nós dois tinha expectativas irreais um com o outro.

Gostava que ele me fazia sentir compreendida, mesmo que ele não soubesse. Era como se a vida tivesse nos presenteado com experiências, dores, vitórias, muito parecidas, ao ponto de que somente um poderia entender o outro. Eu me sentia confortável perto dele, justamente porque pela primeira vez, eu sabia que alguém entenderia o meu sofrimento, caso eu resolvesse me abrir. Não seria aquela coisa patética e desconfortável de alguém que nunca sabia o que dizer sempre que eu abrisse minha boca pra expor as minhas dores. Era louco, mas era real. Ele era um bom amigo pra se ter por perto.

E bom, alguns benefícios irrecusáveis vinham no pacote.

Liv não acordou nenhuma vez, mas Kate quase nos flagrou quando acordou para ir trabalhar, Henry tinha acabado de sair e, por sorte, ela não tinha visto nada. Aproveitei que já estava acordada e preparei o café da manhã e o lanche de Liv.

Enquanto arrumava a mesa do café da manhã, o celular vibrou em cima da mesa. Olhei e vi que era uma ligação de Nick.

— Bom dia! – ele falou alegremente – Adivinha quem está de volta em Nova York!

— Não sei, Harry Styles? – perguntei brincando e ele riu alto – Liv tem comentado bastante sobre ele, prevejo uma mãe bem cansada tendo que acompanhar a filha no show do ídolo da geração.

— Embora tenha sido um excelente palpite, não. – ele riu e eu também.

— Certo. De qualquer forma, seja bem-vindo de volta – falei rindo – Nova York ficou mais silenciosa sem você.

— Ora, ora… Isso seria saudade? – ele peguntou com deboche e eu gargalhei

— Não se canse alimentando essas ideias, meu querido. – falei com deboche e ele riu do outro lado.

— Bom dia, mãe – Liv falou se aproximando, já com o uniforme da escola e os cabelos trançados. Kate era uma santa.

— Bom dia, amor – falei me afastando um pouco do telefone – Dormiu bem?

— Sim – ela sorriu e eu sorri junto

— Pode passar o telefone pra minha querida Liv? Estou com saudades dela. – Nick pediu e eu ri

— É o Nick – falei estendendo o aparelho até ela, que pegou alegremente pra falar com ele.

— Oi, Nick! – ela falou empolgada e riu depois dele ter dito algo – Quando você volta? Eu e o Sirius queremos outro passeio no Central Park! – ela falou alegremente – Quando o Odin volta? – ela perguntou dando uma longa pausa – Legal, quando ele estiver aqui, traz ele aqui em casa! – ela deu outra pausa, ouvindo o que ele dizia – Ok, também estou com saudades! Vou passar pra minha mãe!

— Oi! – ouvi sua voz no telefone outra vez – Foi bom falar com vocês, mas agora preciso correr pro hotel.

— Não se preocupe, também tenho que terminar de tomar café e deixar Liv na escola – falei sorrindo – Foi bom falar com você também. Apareça!

— Pode deixar – ele garantiu – Beijo, nos falamos depois – ele falou, nos despedimos e desligamos.

Liv e eu tomamos café tranquilamente, Kate se juntou a nós poucos minutos depois de Nick e eu desligarmos. Conversamos um pouco e logo Kate teve que ir pro hospital, assim como eu e Liv precisávamos sair. Deixei Liv na escola e fui pra confeitaria. Naquele dia, ficaria no caixa, já que uma das funcionárias pediu folga pra levar o filho ao médico.

O movimento estava ótimo. Nem muito agitado e nem parado, estávamos vendendo bem, mas a loja não estava lotada. Esses eram os melhores dias, as horas passavam rápido e a gente conseguia fazer tudo.

Por volta do horário do almoço, me surpreendi com quem vi atravessando a porta da confeitaria.

— E agora você vai provar o melhor cheesecake de Nova York – ele garantiu, caminhando até mim com um amigo ao seu lado. O amigo não parecia ser mais velho que ele, ele tinha o rosto quadrado, olhos verdes e os cabelos lisos iam até o pescoço, combinando com o seu cavanhaque muito bem cuidado.

— Você sempre foi exagerado – o amigo brincou e riu pra mim – Com todo o respeito.

— Não se preocupe – ri pra ele – Está se tornando uma presença constante, Sr. Cavill.

— Sorte a sua, então – ele riu piscando pra mim, eu rolei os olhos e ri com ele – Allison, esse é o Kevin. Meu advogado e melhor amigo de infância.

— Ele costumava me apresentar como irmão, acho que estou perdendo o favoritismo – Kevin falou encolhendo os ombros e dando um sorriso gentil.

— Prazer em conhecê-lo, Kevin – sorri estendendo a mão pra ele. Nos cumprimentamos e ele olhou ao redor da loja.

— Bonito lugar, sempre passei em frente, mas nunca parei – ele falou – Sempre tive vontade, mas nunca encontrava tempo.

— O que seria da sua vida sem mim? – Henry perguntou com uma expressão de duvida, rindo ao ver o amigo rolar os olhos.

— E então, Kevin, vai querer provar o cheesecake? – perguntei sorrindo – É por conta do Henry – acrescentei sorrindo ao ver a expressão divertida no rosto de Kevin e a de surpresa na de Henry.

— Ah, nesse caso, vou querer dois – ele sorriu e ergueu as sobrancelhas pra Henry, que balançou a cabeça e olhando pro teto.

— Vocês vão me falir – Henry brincou e nós rimos.

— Henry, vai querer alguma coisa? – perguntei olhando pra ele, que sorriu como quem não podia dar a resposta que queria. Eu ri.

— Eu quero a torta alemã, por favor – ele falou sorrindo e eu anotei os dois pedidos.

— Podem sentar onde quiserem, vou levar pra vocês em um minuto – falei sorrindo e mandando o pedido pra cozinha.

Os dois se acomodaram em uma mesa ao lado da janela que permitia a visão de uma rua extremamente movimentada de Manhattan. Quando os pratos chegaram, levei até eles.

— Senta com a gente – Henry pediu e eu olhei para o caixa, vendo Isabel, uma das minhas funcionárias, assumindo a posição no caixa e piscando pra mim com um sorriso cúmplice.

— Claro – sorri sentando-me na ponta da mesa, entre Henry e Kevin – E então, o que achou? – perguntei olhando Kevin comendo um dos cheesecakes que havia pedido.

— Você faz isso? – ele perguntou de olhos arregalados e eu ri

— Divinos, não são? – Henry falou animado – Eu falei pra você.

— Os de hoje não fui eu quem fez – falei apoiando o cotovelo na mesa e encostando a palma da minha mão em meu rosto – Mas a receita é minha, sim. Que bom que gostou!

— Gostei? Adorei! – ele falou surpreso, me olhando como se nem de longe fosse a palavra mais adequada pra definir, me fazendo rir novamente – Srta. Williams, é seguro dizer que a sua loja, se esse cheesecake é algum indício, está colocando em risco minha integridade física.

— Ah, por favor, me chame de Allison – falei dispensando as formalidades – E, bom… Obrigada, mas cuidado com a saúde. – falei e ele riu, concordando. Percebi que Henry sorria a nos observar – Algum problema, Sr. Cavill? – perguntei com a sobrancelha arqueada, mas Kevin riu.

— Henry não está acostumado a me apresentar pessoas agradáveis que ele deseja manter em sua vida a longo prazo – Kevin comentou rindo, recebendo um olhar de desaprovação de Henry – A última foi Helena e posso dizer com segurança que ela não é uma pessoa agradável.

— Kevin! – Henry reclamou e eu passei a mão sobre meus lábios, tentando não rir. Aparentemente, Henry era o único que realmente gostava da esposa e nem ele mesmo aguentava mais a mulher.

— Desculpe, Allison. Você não precisava ouvir isso! – Kevin falou e eu balancei a cabeça, erguendo uma mão pra ele.

— Não se preocupe, já estou familiarizada com a figura – falei piscando pra Kevin e olhando pra Henry em seguida, que me olhava com uma falsa expressão de quem tinha sido traído, eu apenas ri.

— Seja lá o que tenha ouvido – Kevin riu comendo outro pedaço da cheesecake – É pior.

— Estou feito com vocês e a sinceridade sem limites que vocês possuem – Henry suspirou e nós dois rimos.

— E é por isso que nos mantém perto – Kevin falou tranquilamente – Agora pare de se fazer de coitado. – Kevin falou com uma careta e eu ri – Henry disse que você tem uma filha.

— Sim, Olívia – respondi sorrindo grande e ele correspondeu – Ela deve aparecer por aqui, daqui a pouco. – falei olhando o relógio em meu pulso

— Ela é a criança mais incrível que eu já conheci – Henry elogiou e eu sorri pra ele – É inteligente e extremamente afiada.

— Puxou a mãe – falei dando de ombros e os dois riram.

— Até agora, sou obrigado a concordar – Kevin riu e Henry concordou com a cabeça. Continuamos os três ali, conversando, quando o pequeno raio humano que eu conheço por filha, cruzou a porta da confeitaria.

— Oi, mãe! – ela falou me abraçando e me dando um beijo na bochecha – Oi, Henry! – ela falou surpresa, mas se jogando nos braços dele sem pensar duas vezes.

— Oi, linda! – ele falou abraçando-a e sorrindo com os olhos fechados, dando um beijo em seu rosto quando ela o soltou. Sorri vendo os dois. Liv virou pra Kevin e me olhou, esperando que eu o apresentasse, mas Henry se adiantou nisso – Liv, esse é o Kevin, meu melhor amigo.

— Oi, Kevin melhor amigo do Henry! – ela falou estendendo a mão pra ele educadamente. Kevin sorriu e apertou sua mão.

— Oi, Olívia filha da Allison! – ele a cumprimentou da mesma forma, fazendo ela rir.

— Pode me chamar de Liv – ela falou simpática – Hum.. Torta alemã – ela falou olhando o doce de Henry e sorriu pra mim – Mãezinha, eu ainda não comi um doce hoje – ela me abraçou pelos ombros, me olhando manhosa.

— Golpista. – falei apertando os olhos pra ela e ela riu me beijando na ponta do nariz – Vá na cozinha e peça um pedaço a Maria – falei e ela já estava brilhando de alegria – Um pedaço, Olívia – falei e ela levantou o dedão em um sinal positivo, já correndo pra cozinha.

— Sua filha é linda – Kevin elogiou indo para o segundo cheesecake

— E engraçada – Henry riu

— Ela me lembra você, quando tinha a idade dela. – Kevin riu balançando a cabeça – Você tinha o mesmo truque com a sua mãe, eu olhava aquilo e achava a maior graça. Não tinha nada que a tia Marianne não desse ao Henry, se ele olhasse pra ela daquele jeito – ele contou rindo.

— Acho que toda criança tem esse pequeno dom – falei e Kevin riu negando com a cabeça.

— Não mesmo – ele riu como se lembrasse do Henry criança fazendo aquilo – Henry tinha um jeito muito específico, o jeito de olhar… – ele continuou rindo – Eu nunca aprendi.

— Crianças espertas tendem a se destacar, Kevin – Henry falou convencido e eu ri. Liv não demorou a voltar com a sua fatia de torta.

Uma fatia, viu? – ela falou me olhando e eu balancei a cabeça, vendo que a fatia era bem maior que o padrão.

— Depois vou conversar com Maria sobre as fatias de torta que ela corta especialmente pra você – ri dando um beijo em sua testa.

— Ainda temos alguns minutos, o que acham de uma caminhada no parque? – Henry sugeriu e Liv continuou comendo em silêncio, mas percebi seu olhar de esguelha pra mim.

— Eu adoraria, mas hoje estamos com uma funcionária a menos e eu realmente não posso sair – falei lamentando – Outro dia?

— Vou cobrar – ele falou com uma piscadela e eu ri concordando.

— Agora preciso voltar pro balcão, se precisarem de mim… – falei apontando em direção ao caixa com o polegar.

— Posso ficar aqui? – Liv perguntou me olhando e eu ri.

— Se não tiver problema pra você, não tem pra gente – Henry falou sorrindo pra Liv e ela sorriu de volta pra ele.

— Mãe… – ela falou esperando minha resposta

— Tudo bem, Liv, mas sem aprontar – falei e ela riu balançando a cabeça

— E quando é que eu apronto? – ouvi ela falar e os dois riram

Os dois terminaram seus doces, mas só Henry veio até o balcão. Liv continuava conversando com Kevin, que ria de algo que ela acabara de falar.

— Como está? – ele perguntou enquanto procurava o dinheiro na carteira e eu ri

— Cansada – falei sorrindo – Acredita que não preguei o olho essa noite? – falei e ele pareceu espantado, me fazendo rir outra vez.

— Espero que por um bom motivo – ele falou sorrindo e eu balancei a cabeça.

— Pode-se dizer que sim – respondi enigmática e ele sorriu mais.

— Então somos dois – ele falou baixo o suficiente pra que somente eu ouvisse – Inclusive, eu não me importaria em perder o sono assim mais vezes – ele falou me entregando as notas.

— Ora, Sr. Cavill, esperava mais ambição da sua parte. – falei pegando o dinheiro da mão dele e guardando no caixa – Criatividade, ousadia…

— Pra quem não me queria por perto, a senhorita está bastante interessada na minha criatividade e ousadia. – ele falou de um jeito engraçado e eu olhei pra ele surpresa – O que foi, Allison? Não é só você que consegue ouvir o que o outro não diz. – ele falou olhando ao redor e me dando um selinho surpresa quando constatou que ninguém olhava.

— Henry! – falei surpresa, mas rindo

— Ousadia, você disse. – ele falou com um sorriso – Agora eu preciso ir. Nos vemos outro dia?

— Claro – falei e ele sorriu se afastando do balcão. Ele parou ao lado de Kevin, que se virou pra mim e deu um tchauzinho amigável. Retribuí o gesto e sorri. Vi Henry abaixar pra ficar na altura de Olívia, os dois trocaram algumas palavras e então eles se abraçaram. Henry e Kevin foram embora e Liv veio até mim.

— Eu gosto dele – ela falou sem que ninguém precisasse perguntar

— Eu sei, filha – sorri pra ele – Ele é legal.

— E é um gato – Isabel falou ao meu lado, me fazendo rir – Desculpa, dona Allison, mas quando esse homem entrou, eu achei que tinha morrido e ido pro céu.

Continuamos rindo e conversando, o expediente logo terminou e então fui pra casa com a minha filha.

Chegando lá, encontrei Kate e Nick conversando na sala, Liv mais do que rapidamente correu em direção ao loiro, derrubando-o no sofá.

— Nick! – ela falou abraçada a ele – Finalmente, achei que não voltaria mais!

— Nossa, quanto exagero! – Nick riu ainda abraçado a Liv, dando um beijo em sua testa – Isso tudo é saudade?

— É claro! Você desaparece e não dá notícias! – Liv falou dramática, fazendo com que e Kate ríssemos de seu drama – Parece que eu não te vejo há meses.

— De onde você puxou essa veia dramática? – Nick perguntou rindo e abraçando Liv outra vez.

— Sabe que eu me pergunto isso todo dia? – comentei balançando a cabeça enquanto – Mas acho que é culpa da Kate.

— É claro que sim, irmãzinha. – ela falou rolando os olhos e rindo em seguida.

— Elas nunca param? – Nick perguntou com uma careta para Liv, que riu e balançou a cabeça negativamente – Jesus Cristo…

— Se você reclamar, vai sobrar pra você! – Liv falou rindo e Nick riu com ela – E o Odin? – ela perguntou mudando de assunto rapidamente

— O Odin vai passar esse mês com a mãe dele e no próximo ele vem ficar comigo. – Nick falou com um sorriso, colocando uma mecha do cabelo de Liv atrás da orelha.

— Vocês precisavam morar tão longe um do outro – ela perguntou com uma careta e ele riu – Eu olhei no mapa! A Califórnia é do outro lado do país!

— É muito longe, eu sei – Nick riu – Talvez isso mude, algum dia – ele falou com uma careta e ela se alarmou

— Mas aí você vai embora também? – ela perguntou e ele deu uma gargalhada – Ah, não.

— Chega de perguntas difíceis, acho que já passou da hora da senhorita ir tomar banho – falei e ela suspirou contrariada

— Vamos, mocinha. Eu vou com você. – Kate falou piscando pra mim e eu ri

— Vai estar aqui quando eu voltar? – ela perguntou olhando pra Nick, com um olhar que dizia claramente que ela não aceitaria um não como resposta.

— Com certeza – ele prometeu e ela sorriu, deu outro abraço nele e então subiu correndo as escadas. Kate a seguiu andando em seu ritmo normal, eu apenas suspirei irritada.

— Eu não sei mais o que fazer pra ela não correr nessa droga de escada – falei e ele riu. Nos levantamos e então ele me deu um abraço longo e apertado – Sabe, eu senti sua falta.

— Senti a sua também – ele sorriu e então nos soltamos. Ele se sentou novamente e eu sentei ao seu lado – Como você está?

— Bem – falei sorrindo – Ocupada, como sempre – ri e ele riu também – E você? Como foi essa semana com a Lauren?

— Direto ao ponto – ele falou fazendo graça, mas parecia incomodado com algo – Foi… Estranho e bom. Sei lá.

— O que foi estranho? – ri – Passar a semana com a sua ex mulher, filho e amigos que vocês conhecem há anos?

— Tudo isso – ele falou, um pouco menos tenso e eu ri – Eu fiquei tanto tempo longe dela e quando a vi novamente, foi…

— É… Acho que eu sei o que você quer dizer – falei apoiando meu cotovelo no encosto do sofá e apoiando minha cabeça na palma da minha mão

— Você nunca passou por isso – ele comentou rindo e eu ri outra vez – Aliás, como escapou disso… Bem ou mal, seu ex é pai da Liv – ele falou, pela primeira vez mencionando o assunto. Eu nunca tinha contado pra ele o que tinha acontecido entre Logan e eu, não com os detalhes que contei a Henry. Disse apenas que nos separamos e criei Olívia sozinha.

— Filhos nunca esteve nos planos dele – falei com indiferença e ele me olhou com compaixão – O que é isso? Pena? – brinquei e ele riu

— Você criou uma criança, gerenciou o negócio da família e ajudou sua irmã quando ela veio morar com você – ele enumerou os fatos com os dedos – Sozinha. Eu não tenho pena de você, tenho pena de mim. – ele falou e eu dei uma gargalhada – Eu mal sei o que eu tô fazendo da minha vida – ele confessou e eu toquei o seu ombro carinhosamente.

— Tá tudo recente ainda – falei e ele suspirou – Ainda está se adaptando e, bom, deve ser difícil estar com alguém que você dividiu tudo por tanto tempo e não ser a mesma coisa.

Nessa hora, ele ficou tenso e suspirou pesadamente. Achei estranho, mas continuei em silêncio. Ele me olhou como quem decidia se ia compartilhar uma nova informação ou não.

— Foi uma experiência complicada, pra dizer o mínimo – ele falou – Pensei muito em você. No beijo que não aconteceu. Falei de você, pra ela. – ele contou e eu o olhei chocada.

— Você fez o que? – perguntei surpresa e ele riu

— Teve um momento em que ela percebeu que eu não estava cem por cento lá – ele deu de ombros – Ela perguntou, eu falei.

— Sério? – perguntei ainda sem saber como reagir e ele riu

— É – ele confirmou e eu balancei a cabeça, incrédula. Enquanto isso, eu estava aqui, curtindo uma noite nada comum com um empresário casado – Algo aconteceu…

Olhei pra ele com os olhos apertados e ele riu – Algo? – perguntei e ele riu outra vez.

— Nós nos beijamos – ele falou e eu o olhei surpresa – E depois dormimos juntos – ele me olhou como quem esperava uma reação diferente da minha parte, mas eu apenas ri – O que?

— Tô pensando que foi bom eu não ter te beijado – falei com sinceridade e ele fez uma careta

— Isso doeu! – ele falou com a mão no peito e eu ri

— Não é nada pessoal, mas você ainda não tá cem por cento – falei tranquilamente – Não estou dizendo que um beijo é coisa séria ou que isso criaria algum tipo de compromisso, entre nós dois – falei apontando de mim pra ele – Mas isso só ia te confundir mais.

— Allison – ele chamou e eu o olhei – Eu tenho trinta e nove anos – ele riu – Eu não sou um menino ingênuo.

— Pior. É um homem apaixonado – falei dando batidinhas com o indicador na ponta do nariz dele, ele riu e então me olhou com uma careta.

— Acho que era importante – ele falou – Ter um desfecho. É importante, não é?

— É claro, mas vão ter um desfecho sempre que se verem? – perguntei com um sorriso e uma sobrancelha erguida – Vocês têm um filho. Uma história. Eu sei que é difícil ignorar isso.

— Eu entendo o seu ponto, mas realmente foi a última vez – ele garantiu, claramente tentando se convencer mais do que convencer a mim. Ri pra ele e me levantei do sofá, indo em direção a cozinha. Ele me seguiu e se encostou na ilha – Eu acho que você tem medo – ele falou e eu olhei pra ele com a sobrancelha erguida – De permitir que alguém ultrapasse as suas barreiras. De aceitar que alguém se aproxime demais.

Já ultrapassaram tanto que mereciam até uma multa, por excesso de velocidade, pensei comigo e balancei a cabeça, com um sorriso irônico.

— Você não está errado – falei dando de ombros enquanto pegava a garrafa de vinho de dentro da geladeira – Tirando a parte do medo. Eu não faço isso por medo, faço por praticidade – mantive meu tom de voz natural, alcançando as taças no armário – E não vejo problema nisso – falei tranquilamente, servindo um pouco de vinho em cada taça.

— Ah, não? – ele perguntou desafiador e eu ri fazendo que não com a cabeça, pegando a minha taça e tentando passar por ele, mas ele segurou meu pulso com delicadeza, me impedindo de ir adiante – Então, se eu fizer isso – ele falou me puxando gentilmente pra ficar de frente pra ele, perto demais pra quem acabou de citar os meus limites e barreiras – E isso – ele falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e deslizando a ponta de seu indicador pela extensão da minha mandíbula, até alcançar o meu queixo e guiar meu rosto delicadamente em direção ao dele, parando milímetros antes dos nossos lábios se encontrarem. Seu olhar sustentando o meu com um misto de desafio e diversão que me fizeram sorrir lentamente.

Quando ele estava prestes a me beijar, aproximei meus lábios de seu ouvido e sorri, antes de falar o que eu queria.

— Eu não tenho medo – garanti – E você fala demais. Da próxima, talvez você tenha mais sorte – concluí beijando sua orelha, pegando a taça de vinho onde eu havia deixado e me afastando dele, caminhando até o sofá.

Ele pegou a própria taça e veio até onde eu estava, mas antes que ele pudesse tocar no assunto, Liv apareceu acompanhada de Sirius, descendo as escadas. Ele me olhou de um jeito engraçado e eu não pude evitar rir.

— Do que vocês estão rindo? – Liv perguntou confusa e eu ri mais

— Sua mãe adora ser uma estraga prazeres – Nick falou rindo também

— Ah, ela só é muito séria – Liv riu enquanto se sentava no chão e acariciava os pelos de Sirius.

— Liv! – reclamei e então ela começou a rir

— É verdade – ela afirmou – Lembra aquele dia que eu e o tio Henry precisamos praticamente implorar pra você ir ao planetário? Teria se arrependido de não ir – ela falou e eu rolei os olhos balançando a cabeça.

— Foi só aquela vez – eu falei e ela riu

— Tio Henry? – Nick perguntou me olhando com as sobrancelhas arqueadas e um sorriso divertido no rosto

— Ah, essa vai ser boa – Kate riu enquanto passava pra cozinha

— É, ele é legal – Liv começou a falar – A gente se conheceu quando ele bateu no carro da mamãe e ela foi parar no hospital – ela contou com olhos arregalados, tentando passar o choque do momento original – Daí um dia ele apareceu pra jantar – ela falou despreocupadamente e Nick me olhou como quem se divertia com o relato – Nós brincamos com o Sirius, mas aí depois ele não veio ao meu aniversário e eu até fiquei triste, mas depois ele levou a gente ao planetário e foi SUPER incrível – ela continuou tagarelando enquanto Kate ria, da cozinha – A mamãe até chorou nesse dia, mas depois a gente comeu pipoca e aí hoje ele até foi na confeitaria com o amigo dele, Kevin – ela falou sem parar de fazer carinho em Sirius – Ele é legal pra caramba!

— Nossa, ele parece ser incrível! – Nick riu, me olhando com deboche e eu empurrei o seu ombro de leve

— Ele é! – ela confirmou e eu ri – Mas você veio me ver ou saber do tio Henry – Liv perguntou e eu dei uma gargalhada

— Você tem toda a razão, Liv! – ele concordou rindo e sentando-se no chão com ela – Vamos brincar.

Os dois passaram horas, rindo, brincando e correndo pela casa inteira. Nick se transformava em uma verdadeira criança quando estava com Olívia e eu achava isso a coisa mais engraçada do mundo.

— Seus homens estão descobrindo um ao outro – Kate riu ao meu lado, vendo Nick rolar pelo chão da sala com Liv – Já pensou em apresentar os dois? Meu Deus, fico até desidratada.

— Cala a boca, Kate – eu ri e ela riu comigo

— Ah, fala sério – ela balançou a cabeça – Eu não sei o que você tá esperando, eu já teria pintado o sete, o oito e o nove em cada um deles – ela deu de ombros e eu gargalhei.

— Promíscua – eu falei e ela se fez de ofendida, me fazendo rir ainda mais

— É isso o que te falta, irmãzinha. É isso que te falta.

Quando Nick conseguiu, por fim, esgotar a última gota de energia da minha filha. Mandei ela pro banho e então ele decidiu que era a hora de ir embora, afinal estava mesmo tarde.

— É por isso que não quis me beijar? – ele perguntou e eu balancei a cabeça, achando graça da pergunta – Por causa do tal tio Henry? – ele perguntou com uma careta engraçada e eu ri alto

— Não, Nick. Eu realmente acho que você precisa tomar decisões e organizar melhor os seus sentimentos antes de qualquer coisa mais… interessante, acontecer entre nós dois – fui sincera e ele sorriu – E, por favor, não o chame mais assim. Foi horrível ouvir essas palavras saindo da sua boca. – pedi e foi a vez dele gargalhar

Nos despedimos e então ele foi embora. Eu gostava muito dele, mas no momento, as coisas estavam complicadas demais pra que eu as complicasse mais um pouco.


Notas Finais


E então, alguém aí já conseguiu escolher seu team?? #TeamCarter ou #TeamCavill?
O que estão achando?
Espero que tenham gostado!
Beijos!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...