Após o dia inteiro de trabalho baseados em execuções no escritório, onde eu só parei para o almoço, ao caminho de casa resolvi passar no mercadinho para comprar vinho, o da semana já tinha acabado, o pior do vinho ter acabado é ter que ouvir as piadinhas machistas do vendedor, sempre finjo que foi muito engraçado.
Meu apartamento ficava alguns minutos a pé do meu serviço, sim eu obtinha um carro, mas quase nem usava, Nova York não é o tipo de lugar que você gostaria de andar de carro para qualquer lugar, um verdadeiro inferno. O caminho todo fiquei imaginando qual seria minha janta e depois iria ser feliz no meu terraço, meu terraço que era de todos.
Já estava no elevador, contando todas as paradas, eu estava ansiosa queria chegar a casa e tirar essa mascara ser eu mesma, a mulher que gosta de tomar vinho no terraço e ver a cidade que nunca para diminuir a velocidade aos poucos. Quando finalmente a porta do elevador se abriu eu realmente fiquei assustada com o que estava vendo.
Henry estava vestido apenas com um short verde claro, ao lado dele tinha uma pelúcia de uma raposa não muito grande, mas perfeita para o tamanho dele, e o corredor tinha carrinho, soldados de brinquedos e alguns homens de brinquedos, super-heróis. Quando finalmente a porta se fechou com o barulho os olhos assustado do Henry se virou para mim e dentro de alguns minutos o sorriso de Henry se abriu para mim.
- achei que fosse a minha mãe, ufa – diz Henry sorrindo, eu estava paralisada, o corredor estava uma bagunça, só tinha dois apartamentos nesse andar e nunca o vi assim.
- não é só a Regina mesmo – digo sorrindo e o fazendo dar uma gargalhada.
- não se mexa – diz Henry animado correndo e dando alguns pulinhos até a mim- tem bombas por aqui, me siga – diz Henry pegando minha mão livre, eu estava impressionada com a imaginação dele.
- tudo bem – digo seguindo os passinhos dele, era até engraçado ver essa cena.
Quando finalmente chegamos a porta do meu apartamento, ouvimos o barulho do elevador se fechar e Henry agarrou as mãos mais forte na minha.
- iiih – diz Henry fechando os olhinhos e fazendo cara de medo, serio eu tive que me segurar para não rir.
- Henry Swan – a voz de Emma preencheu o corredor e a nunca coisa que eu conseguia fazer era soltar minha mão da do Henry e depois procurar a chave na minha bolsa.
- oi mãe – diz Henry respirando e se virando para ela.
- Oi Henry, você tem 3 minutos para arrumar esse corredor- diz Emma e nesse momento o barulho do salto ecoa por todo o corredor, era assustador ouvi ela se aproximando, não tinha me virado ainda, não tinha a encarado, só estava ali procurando minha chave e eu nem sei ao certo o por que estava assim.
Senti Emma se aproximar mais de mim e acabei me virando, ela estava magnifica, salto alto, um vestido preto, a maquiagem estava magnifica e agora a olheira dela era totalmente imperceptível, ela estava incrível, aquelas sobrancelhas arqueadas, como se quisesse controlar tudo, ela abriu um sorriso e era perceptível a preocupação dela.
- Desculpa, Henry ainda esta se adaptando a morar em um apartamento – diz Emma com um meio sorriso mordendo a boca, e nesse momento vejo Henry com sua caixinha recolhendo os brinquedos.
- ah tudo bem, o corredor parecia estar em guerra, Henry me ajudou a chegar em segurança, verdadeiro cavaleiro – digo fazendo Emma suspira de alivio- mas pensando bem, você passou pelo campo minado e não acionou nenhuma bomba – digo a fazendo sorrir.
- ah eu tenho esse dom – diz Emma sorrindo- nossa eu realmente vou matar Graham, como ele deixou Henry sozinho assim.
E nesse momento nos duas olhamos para o barulho que ouvimos na porta do apartamento da Emma, e um homem loiro saiu, com barba por fazer, realmente bonito.
- Henry já esta quase na hora da sua mãe.... oi Emma – diz o Homem saindo da porta com um sorriso meio falso.
- Regina esse é o Graham, o irresponsável- diz Emma o apresentando para mim.
- oi ela as vezes me chama de irmão – diz Graham sorrindo- o mais novo e o mais bonito claro.
- ah sim – digo sorrindo para o Graham.
- Emma estava correta, você é bem bonita mesmo – diz Graham sorrindo e piscando para Emma.
- ele esta brincando – diz Emma corada e olhando para Graham com cara de brava.
- estou não – diz Graham rindo- ela falou algo sobre a sua cicatriz – diz Graham rindo enquanto Henry aparece ao lado do tio com a sua caixa de brinquedo e um sorriso.
- não falei não- diz Emma nervosa e sorrindo.
- falou sim mamãe eu ouvi – diz Henry sorrindo.
- Escute a voz da razão –diz Graham rindo- vamos entrar garoto- diz Graham pegando a caixa na mão do Henry e arrumando a raposa de pelúcia no braço do Henry.
- Regina? – diz Henry animado.
- Oi querido – digo sorrindo pela animação dele.
- Nos vemos no terraço? – diz Sorrindo e olhando para mãe com uma carinha de pidão.
- nos vemos no terraço então – digo sorrindo para ele e depois encarando Emma que ainda parecia estar muito vermelha.
Em minutos Henry e Graham não estava mais ali, era apenas eu e Emma, e parecia que o local estava mais quente, seus olhos ainda não sai da minha cicatriz.
- você esta olhando minha cicatriz igual a ontem – digo sorrindo a fazendo ficar mais corada.
- desculpa – diz Emma se virando para mim e tentando disfarça.
- tudo bem, foi um gato – digo sorrindo e ela acabou sorrindo ainda mais.
- nossa, como um gato fez isso? – diz Emma sorrindo e ainda corada, e aquele sorriso parecia dizer que tudo iria ficar bem.
- sabe, te conto no terraço – digo me virando, e naquele momento eu percebo, estou flertando com ela?, meu Deus, eu não posso onde estou com a cabeça, Daniel, eu tenho que me lembrar de Daniel.
- te vejo no terraço – diz Emma sorrindo e indo para a porta do apartamento dela.
E nesse momento eu entrei o mais rápido que consegui em casa, e corri para o banheiro, tomei o banho mais rápido da minha vida e o banho era gelado, não estava frio por incrível que pareça, o dia todo foi quente, então assim que sai do banho coloquei um vestido de verão, branco com alguns detalhes floridos, a ultima vez que tinha usado foi em um piquenique com o Daniel, me sentia traidora, vestindo essa roupa para ir ao terraço.
Não estava com tanta fome, então resolvi apenas comer um pouco de torrada com requeijão e um copo de suco de maça. Fui me sentar no sofá com o copo e a torrada em minha mão e nesse momento o telefone tocou, dava para ver que era Zelena minha irmã, ela realmente estava preocupada comigo, fazia exatamente três dias que não retornava as ligações para ela. Resolvi atender.
- Oi – digo no telefone já com os olhos fechados.
- porque diabos você não atende esse telefone ou o celular?- diz minha irmã no telefone e pela voz é obvio a irritação, ela esta frustrada e eu não posso culpa-la, se fosse ao contrario eu a mataria.
- desculpa estive ocupada com algumas coisas e o trabalho – digo mordendo um pedaço da torrada, ela sabia que eu estava mentindo.
- ah sim Regina – diz minha irmã ao telefone, ela realmente esta furiosa- sabe eu impedi mamãe de ir ai umas 3 vezes Regina – diz Zelena suspirando- ela queria conferir se você não...
- se eu não me joguei do terraço? Ah fique tranquila – digo com um tom de ironia.
- como ficar tranquila? – diz Zelena suspirando e nesse momento alguém apertou a campainha, como eu queria agradecer a Deus.
- eu preciso atender – digo sorrindo.
- não desligue – diz Zelena desconfiando.
- tudo bem – digo abrindo a porta.
- oi mamãe esta tomando banho- diz Henry com o cabelo penteado ao lado e com um shorts preto e uma camiseta simples cinza e com a raposa de baixo do braço.
- oh sim – digo sorrindo ouvindo minha irmã suspirar- você quer entrar? Esperamos ela ou devemos ir antes?
- devemos ir antes, vamos – diz Henry animado me puxando para fora.
- Henry venha comigo – digo sorrindo e pegando a mão dele e puxando para dentro- eu tenho acesso por aquela janela.
- legal- diz Henry animado e se aproximando da janela cuidadosamente.
- Zel eu tenho que desligar, como eu disse tenho estado ocupada, tchau, beijos e te amo – digo desligando o telefone sem esperar a resposta de Zelena.
- é a sua namorada? – diz Henry animado e eu me pego surpresa com a pergunta.
- não é minha irmã – digo sorrindo e colocando a torrada que estava na mesinha de centro- você quer um pouco de suco de maça?
- eca – diz Henry fazendo cara feia.
- que isso? É a melhor coisa que eu já tomei, depois de vinho claro – digo levando tudo na cozinha e sendo seguida pelo pequeno homenzinho.
- nunca experimentei – diz fazendo cara feia ainda.
- ah não como assim – digo o fazendo rir- venha aqui e trate de tirar essa cara feia – digo puxando ele pelos bracinho e o pegando no colo e colocando na bancada da pia- espere aqui e não pule – digo o fazendo rir ainda mais, pego um copo e colo um pouco de suco- vou te dar um pouco se você não gostar pode cuspir na pia.
- tudo bem, se for ruim você me deve uma pizza – diz Henry sorrindo.
- tudo bem então – digo dando o copo na mão dele e vendo beber cuidadosamente e abrindo um sorriso.
- sabe eu adoraria ganhar uma pizza – diz com um sorrisinho no rosto- mas você tem razão é delicioso, só não ganha do chocolate quente com canela que a mamãe ou a vovo faz.
- nossa parece realmente delicioso- digo o tirando da bancada- você quer mais?
- não, podemos ir para o terraço? – diz Henry animado com a raposa.
- sim claro – digo o levando para a sala e abrindo bem a janela- você primeiro – digo colocando ele ali e pedindo para ele esperar, assim que ele realmente passou o corpo por completo eu o segui e fui indo o caminho todo assim com cuidado para o menino não cair, e naquele momento o medo estava me dominando, estava responsável por uma criança que nem era minha.
Assim que chegamos eu realmente pude soltar o ar, da próxima vez iremos pela escada que todos tem acesso.
- sabe, eu adorei isso daqui – diz Henry após colocar a raposa em um banquinho de madeira que tinha ali e abrindo os bracinhos e fechando os olhos, o cabelo que antes estava arrumado para o lado, agora estava caindo em seus olhos por causa do vento e aquele momento eu vi um pouco de Daniel nele, o cabelo dele sempre fazia o mesmo e meus pensamentos foram cortado por um sorriso enorme no rosto de Henry- se fechar bem os olhos da para escutar a cidade inteira.
- realmente- digo sentando em minha cadeira de praia e vendo Henry sorrindo com os bracinhos aberto e sorrindo quase girando- venha aqui – digo fazendo gesto para Henry se sentar ao meu lado e ele se sentou.
- aqui é legal – diz com um sorriso meio triste, e nesse momento eu realmente não entendi o porque mais arrumei o cabelo dele, tirei o cabelo dos olhos dele.
- desculpe, costume- digo sorrindo meio envergonhada.
-tudo bem – diz Henry sorrindo e apertando a raposa em seus bracinhos finos.
- sabe Henry, eu adorei sua raposa – digo sorrindo e fazendo carinho na cabeça da raposa.
- ela se chama Pax- diz Henry sorrindo e passando o nariz no urso.
- Pax que nome criativo – digo sorrindo, eu sabia que pax significava paz e achei aquilo realmente encantador.
- é o nome do livro que minha mamãe leu para mim , é sobre uma raposa que se chama Pax e o seu garoto o Peter, e eles se separam porque o pai dele é mal e ele vai atrás da raposa para pegar ela de volta – diz Henry sorrindo- era o livro favorito da minha irmã.
- bom é um ótimo nome- digo sorrindo, então Henry tem uma irmã, mas eu nunca a vi.
Ficamos alguns minutos em silencio até que Emma apareceu, vestindo um short branco minúsculo e uma camiseta branca regata.
- Hey você fugiu de mim – diz Emma sorrindo e pegando Henry no colo e se sentando com ele em seu colo.
- eu avisei o tio – diz Henry sorrindo- e subir com a Regina, pela janela mãe, foi legal.
- oh serio? – diz Emma olhando para mim e dando uma pisca com um enorme sorriso, aquele sorriso que me acalmava.
- serio- digo sorrindo e olhando para Henry animado.
- e o que tanto vocês conversaram? – diz Emma fazendo cosquinha na barriga de Henry.
- sobre o Pax – diz Henry animado.
- ah sobre o Pax – diz Emma fazendo mais cosquinha e o fazendo gargalhar.
- sim sim – diz Henry gritando e rindo- socorro.
- Oh Emma solte o menino, ele esta dizendo a verdade- digo e ela para de fazer cosquinha e sorri para mim novamente e nesse momento ele se solta e nesse momento por impulso, novamente eu tiro os fios de cabelo dos olhos dele.
- desculpe, costume – digo me afastando e escuto a risada do Henry.
- tudo bem – diz Henry rindo- ela já fez isso varias vezes.
- fiz duas vezes contando com essa – digo como uma forma de rendimento.
- como eu disse Henry, esta na hora de cortar seu cabelo- diz Emma passando a mão no cabelo do Henry e o segurando acima da testa- é só me dar uma tesoura, ou uma faquinha.
- como eu disse mãe, esta muito cedo ainda – diz Henry sorrindo- e nada de faquinhas.
- oh você esta duvidando das minhas habilidades? – diz Emma se fazendo de ofendida e eu solto uma risada, só de imaginar Emma cortando o cabelo do tadinho do Henry e nesse momento os dois viram o olhar para mim- veja Henry não é só você.
- desculpa – digo sorrindo e Henry começa a rir.
- oh todo mundo aqui desconfiando das minhas habilidades- diz Emma rindo e nesse momento Henry começa e se remexer- filho você precisa ir ao banheiro?
- não – diz Henry sorrindo e ainda se remexendo- talvez – diz Henry se levantando e saindo correndo.
- não corra- diz Emma e nesse momento Henry já não deveria mais esta escutando.
- ele é bem rápido – digo fazendo Emma sorrir.
- sim ele é muito rápido, você precisa de ver quando falo que ele deve ir ao medico – diz Emma me fazendo rir- espero que ele não tenha te amolado muito.
- imagina, Henry é um garoto especial e adorável- digo e Emma suspira.
- esta cada vez mais complicado – diz Emma suspirando- ele sente falta da antiga casa e da mãe dele.
- mas você não é mãe dele? – digo tentando entender.
- sou, bom – diz Emma se virando para mim- eu sou gay.
- ah – eu estava surpresa, ou nem tanto.
- é estranho eu sei – diz Emma sorrindo.
- e porque sua mulher não veio com você? – digo encarando o sorriso de Emma, ele era encantador.
- é complicado, estamos separadas- diz Emma suspirando e olhando para trás como se tivesse medo que Henry chegasse nesse momento- bom eu e a mãe do Henry já estamos pensando em se separar a uns 3 anos ...- e nesse momento Emma foi interrompida por um Henry choramingando- o que foi querido?
- meu dente- diz Henry trazendo o dente da frente até a sua mãe.
- esta doendo? – diz Emma pegando o dente e pedindo para ele abrir a boca para ela examinar.
- não, mas... mas o dente da Elsa caiu antes dela ir embora – diz Henry chorando.
- não querido – diz Emma o puxando para o colo e nesse momento eu vi a expressão de Emma mudar, não parecia mais aquela menina que trazia alegria e sim uma pessoa cheia de dor e de raiva- Henry sua irmã se foi porque ela teve uma doença chamada leucemia- diz Emma enxugando as lagrimas do olho dele- o dente dela caiu por que estava na hora de nascer outro dente, assim como o seu – diz Emma e Henry a abraça com força- vai ficar tudo bem.
E naquele momento eu entendi tudo, Emma perdeu a filha e pelo visto fazia pouco tempo, aquela cara de raiva, era a mesma que eu tinha quando Daniel se foi.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.