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História The Beast - Três


Escrita por: AnnaMooney e senhoritasolo

Notas do Autor


RESUMO DO CAPÍTULO:

Ben aprecia a manhã com Rose em sua residência, mas as coisas dão errado quando um rosto familiar aparece de surpresa. Após uma discussão conflituosa, ele é forçado a tomar uma importante decisão.

Boa leitura! ❤

Capítulo 4 - Três


Fanfic / Fanfiction The Beast - Três

Bank Street

Próximo ao River Ness, Inverness. 



Ben


Meu corpo nu cobriu o dela inteiramente na cama que parecia grande demais para nós dois.

Ofegante, balbuciava coisas desconexas em meu ouvido.

Ora, implorando para parar. Ora, pedindo por mais.

Apenas pura provocação matinal, com a claridade invadindo a janela. 

Sua pele se ouriçou quando meus lábios derramaram beijos melosos no pescoço, depois através do vale dos seios até chegar a  barriga.

Mas quando pousei em sua virilha, não me contive ao sussurrar.

— Então essa é a calcinha da sua irmã? 

Seu rosto corou instantaneamente. E então seu olhar mudou. 

Oh, merda. 

Talvez não tenha sido uma boa ideia, nem sempre Rose tem senso de humor.

Ela me empurrou para o lado e se levantou da cama imediatamente, encobrindo a maior parte do corpo com o lençol. 

— Eu não acredito que você ousou mencionar minha irmã dessa maneira! Isso quebrou o clima, seu idiota. 

É. Ela ficou realmente furiosa.  

— Foi só uma brincadeira.

— Estou rindo por acaso?

Ótimo, agora tenho que lidar com a irritação dela e, aparentemente, serei castigado. 

Bem feito pra mim. 

Ei Rose, qual é? Volta pra cama, meu amor. 

Não, Benjamin. Eu vou pra casa.  

Tento me levantar para ir atrás dela. Rose é tão rápida que veste sua saia da noite anterior e abre a porta do quarto. 

— Rose! — a chamo, me enrolando no edredom.

— Depois nos falamos, Benjamin.

Ela desce as escadas vestindo seu casaco, e eu vou atrás dela carregando os dois quilos de cobertor.

— Ben! — ouço uma voz masculina e mais grossa que a minha gritar pelo meu nome na beirada da escada.

Seguro finalmente o braço de Rose mas me desequilibro ao pisar no edredom e caio nos últimos degraus. 

— Cadê suas roupas? 

Meu pai me perguntou em uma voz furiosa e impaciente. 

Estou prestes a ser castigado duas vezes. 

— Minhas roupas? — olho para seus pés que estão bem em frente ao meu rosto em um sapato inglês caro e brilhoso.

Quando percebo, minha bunda está de fora, e o cobertor estendido pela escada. Rose está parada ao lado dele, com seu maldito queixo caído.

— Sr. Organa? — ela diz tentando se aproximar de meu pai.

Oh merda. Ela não devia ter falado esse sobrenome.

— Então é esse sobrenome que tem usado para me difamar? — Han mantém os olhos cerrados em mim enquanto me levanto cobrindo as partes em evidência.

Só podia ser o rascunho do inferno. 

E pra completar, minha namorada imbecil fala no sobrenome proibido da minha mãe. 

O que seria menos pior se eu não estivesse pelado e quase ereto. 

Definitivamente, o apocalipse. O fim dos tempos.

— Pai… 

Tentei dizer algo, mas meu pai me interrompeu bruscamente. 

— A gente conversa, assim que a sua namorada sair daqui. – Ele anunciou bravo. E então alternou o olhar para Rose. —  Agora, me deêm licença. 

Eu dei um passo atrás ao ver ele passar por mim, o som dos sapatos ecoando alto e pesado no piso da casa, indo em direção ao escritório dele. 

— Não vai me dar um beijo de despedida? — pergunta Rose com seu timbre estridente que quase arranca meus tímpanos.

— Agora quer um beijo de despedida? 

Sou sarcástico sem paciência para as tolices dela ou dramas infantis.

— Não precisa ser grosso comigo só porque seu pai apareceu do nada.

— E você não seja cínica só porque meu pai apareceu do nada, ou essa mudança de comportamento foi por outro motivo? 

— O que está insinuando? — ela cruza os braços esperando por uma resposta e tento adivinhar ela em seus olhos.

Quem é essa garota? Essa que eu fui me meter?

Péssima ideia, Ben! Péssima ideia!

— Nada. Só por favor vai embora que eu preciso conversar com ele.

— Claro. Podia aproveitar e marcar um jantar pra me apresentar a ele. Afinal, seu pai é super ocupado, tem várias lojas para administrar, e precisa conhecer a futura nora.

— Rose. Agora não é hora para falarmos disso. Vai logo pra casa. — eu disse, já estressado. 

Ela selou nossos lábios com um beijo casto, e me olhou como uma presa fácil de ganhar.

Avistei se distanciar e ir até a entrada rebolando na mini saia justa.

Vou até o quarto para vestir uma calça jeans, pegando também a primeira camiseta que acho pelo chão.

— Vai descer para o café? — nossa empregada Maz aparece recolhendo toda a bagunça que fiz na noite passada.

— Não estou com fome.

— É melhor descer, garoto. Seu pai está uma fera e mandou encontrá-lo na mesa. 

O alerta de Maz me deixa aflito. Han Solo costuma ser imprevisível, mas eu o conheço bem o suficiente para saber que ele não está satisfeito com a cena lamentável que viu quando chegou.

— Devia ter arrumado uma namorada melhor.

Diz ele lendo o jornal e comendo suas torradas com geléia.

— O que tem de errado com a Rose? — questiono ao me sentar na mesa de doze lugares.

— Ela não me parece ser honesta. Tantas garotas legais por aí, e perde tempo com uma gananciosa?

— As legais tem mais o que fazer e não aceitam sair comigo quando peço.

— Tipo o quê, por exemplo?

— Trabalhar em uma livraria medíocre e andar curvada pela rua. Mas desde quando se importa com quem eu transo? 

— Isso foi específico, mas prefiro dizer que tocou no assunto.

— Que assunto? — pergunto com medo dele saber a quem estou me referindo.

— Trabalho, Ben.

— E o que eu tenho a ver com isso?

Han larga seu jornal Daily Mirror que ele provavelmente comprou em Londres. 

— Garoto, vou ser bem franco e direto com você. — ele falou em um tom sério e irritado, com a voz entoando mais grossa do que o normal. — Você tem agido de forma inconsequente ultimamente e isso me irritou a um ponto que não dá mais pra segurar. 

— Pai, eu só…

— Cale a sua boca quando eu estiver falando sério com você. Não ouse me interromper, Benjamin. 

Ele esbravejou. 

Apenas fiz um gesto com as mãos, indicando pra ele continuar. 

— Primeiro foram as festinhas noturnas que renderam objetos quebrados caríssimos e muita sujeira envolvida. Agora, trazer sua namorada em casa durante a minha ausência e sem ao menos me avisar e ainda por cima ter que ouvir um “sr. Organa” dessa criatura impertinente que você chama de namorada simplesmente passou dos meus limites.  — Han desabafou, dirigindo um olhar de decepção e desgosto para mim. — Estou cansado disso, Benjamin. Esta situação está insustentável. 

Calado, eu movi a minha cabeça para baixo e coloquei as duas mãos entrelaçadas sob a mesma.

— E o que quer que eu faça a respeito?

— Arrume um jeito de me provar que tem responsabilidade. Posso dispensar a Maz se concordar fazer as tarefas de casa.

— Não sei nem fritar um ovo, se dispensar a Maz vou passar fome e a casa vai virar um aterro sanitário.

Han me olhou de uma forma brutalmente séria. Seu semblante parecia enfurecido, só queria me esconder em um buraco.

— Eu não quero saber. Arrume um emprego então, você já é adulto. 

— Por que não me arranja um nas suas lojas? Posso começar de baixo.

Ele riu com escárnio.

— Acha que vou facilitar? — Solo se levantou da mesa estendendo o guardanapo sobre a porcelana e apontou o dedo para mim: — Não me desaponte de novo, pode ser a última vez.

Em outro dia, eu teria debochado.

Mas hoje foi diferente, eu estava fodido e sabia disso.

Merda! Parece que agora eu teria que…

Trabalhar.

{...}


Isso é injusto pra caralho! 

O som da voz dela entra melodiosamente pelos meus ouvidos assim que piso para dentro da livraria.

Sem notar minha entrada e de costas para a porta, aproveito para caminhar entre as prateleiras e escutar o que ela falava com seu amigo do outro lado balcão e um outro parado próximo a eles.

— Poe, você não pode ir! — ela choraminga abraçando o latino de cabelos cacheados e jaqueta marrom. 

Pera aí! 

Poe? Que Poe? 

E por que ela está abraçada nele como se fosse íntima?

— Eu sei, minha linda. Mas não posso fazer nada quanto a isso, estou de mãos atadas. 

Minha. Linda. 

Minha linda? MINHA LINDA!

Quem esse cara pensa que é para falar assim com ela? Desde quando Rey permite que alguém seja carinhoso com ela dessa forma? 

Tem algo errado nisso.

— Ei, não chora. Você fica mais bela sorrindo. — o cabeludo aperta as bochechas dela fazendo uma piada em seguida.

E ela ri. 

ELA RI!

Por que ela nunca ri das minhas piadas? Eu faço piadas toda hora com ela.

E brincadeiras divertidas. 

Por que com esse imbecil ela gosta mais?

— Dameron, nós nem fizemos uma noitada ainda com o seu salário do mês. Nem deu tempo de torrar ele com pizzas!

— Só pensa no meu salário, não é, Finn?!

— Poe, deixa eu tentar convencer a Jyn, ela vai entender sua situação. — ele sorri pra ela tentando ser positivo até que puxa sua cintura para um abraço firme.

Aquilo é nojento. É ridículo. A livraria mais antiga e relevante da cidade com uma cena indecente dessas em pleno horário de pico.

Absurdo.

Se eles namoram podiam fazer isso a sós e não em público pra todo mundo ver como são felizes e se amam.

Porém, quando percebo que pareço um psicopata atrás das prateleiras encarando os dois, já é tarde demais.

— O que quer aqui, seu pudim vencido? — Finn, um dos atendentes aparece ao meu lado.

— Vim ver a Rey. Tenho assuntos a tratar com ela.

— Sinto muito, ela está ocupada, não está vendo? — aponta para ela que segura suas lágrimas ao falar com o outro.

— Se agarrando naquele idiota quando devia estar trabalhando?

Finn pisca duas vezes tentando processar o que acabei de falar.

— Quer dizer, diga a ela que estou esperando e com bastante pressa. Seja rápido.

— Não sou seu escravo. Diz você isso pra ela.

— Não quero interromper o casal ali.

— Bateu a cabeça? — Finn pergunta retoricamente. — É uma despedida, Poe acabou de ser demitido, mas nunca vai entender o tamanho disso, pois tem tudo de mão beijada. Seja gentil com ela, ou nós dois vamos acabar saindo no soco, e estou esperando para surrar um sujeitinho como você há tempos.

Ele me ameaça se virando de costas e voltando ao trabalho de limpar os exemplares. 

Dou uma volta por trás tentando me aproximar de Rey quando uma figura conhecida surge perto dela.

— Pode ir agora, Poe. Agradeço seus serviços, queria que fosse de outra forma, mas como os registros estão vencidos a imigração poderá descobrir e nos multar. — Jyn fala a ele com toda a calma do mundo. — Sugiro que resolva tudo e volte a nós o quanto antes.

Voltar? Acho que não.

Rey o beija na bochecha e o abraça de novo.

Ele se despede de Jyn. Pega suas coisas. E se despede de Finn, que me encara com um olhar feio. 

Quando ele passa pela sineta da entrada, resolvo falar com Rey.

— Ah, não. Você de novo não. 

Deixei escapar um sorriso entre meus lábios, vendo a irritação visível no rosto dela. 

— Achei que já estivesse conformada em saber que minha presença será constante. 

— Achou errado. — Rey respondeu secamente.  —  Veio pegar o seu casaco?

— Só se quiser devolver. Ele ficou bem em você, sabe. — digo lançando meu melhor sorriso.

— Virou gentil do nada? Bateu a cabeça enquanto andava pela calçada e tropeçou sem querer no seu ego colossal?

— Se acha meu ego colossal é porque ainda não viu nada. 

— Prefiro queimar os olhos com um maçarico.

— Mas aí sobrariam as mãos, e todos sabem que tocar é melhor do que olhar.

— Então, eu cortaria minhas mãos e jogaria elas em você. O que quer aqui seu cretino? Fala logo!

— Sua irmã deixou a calcinha comigo, achei uma boa ideia vir devolver. Porque eu devolvo o que pego emprestado.

— Você é nojento e patético. E eu ia devolver o casaco, ou dar pra algum mendigo necessitado, não sei, não tinha decidido até aparecer aqui no meu trabalho, de novo.

— Só vim reivindicar o que é meu. — disse agarrando seu braço para impedir que ela saísse dali sem me ouvir. Mas foi a pior decisão que poderia ter tomado, pois fiquei vulnerável com aqueles olhos malditos e sobrenaturais em cima de mim. — Será que nunca vai cair a ficha de que eu só quero que seja minha? 

Rey franziu a testa e eu quase gaguejei ao me dar de conta do que havia falado.

— D-Do que é meu. S-Só quero o que é meu.

— Eu mando pela Rose.

Ela se afastou uns dois passos para trás assim que eu soltei o seu braço.

— Ben! Que feliz receber você por aqui em nossa livraria! — Jyn me recebeu calorosamente, erguendo sua mão em direção a minha para cumprimentos.

— Olá, Srta. Erso! Como vai? 

A mais velha sorriu para mim.  Rey me olhava com uma expressão emburrada. 

— Estou bem, meu rapaz! E por favor, se sinta à vontade para me chamar de Jyn mesmo. — ela pediu com gentileza. —  O que o traz aqui ao nosso humilde estabelecimento? 

— Então… — dei um olhar rápido em Rey e então alternei para a Jyn, agora pondo minhas mãos no bolso da calça jeans. — Eu vim até aqui para conversar com você em particular, Jyn. É realmente algo importante! 

— Oh, tudo bem! Nesse caso, venha comigo até o meu escritório, por favor. 

Eu apenas assenti em resposta.

Jyn deu meia volta, os seus saltos ecoando em passos firmes enquanto caminhava em direção a uma porta verde e eu seguindo-a por último, deixando Rey sozinha no balcão de atendimento. 

Minha conversa com Jyn foi libertadora. Joguei nela toda a falácia que tinha ouvido do meu pai e como necessitava urgentemente de sua ajuda.

Quando ouviu o motivo de tanto interesse seu sorriso se alargou de orelha a orelha.

E assim, os detalhes do meu plano começaram a ser tecidos.

— Jyn, precisamos falar com você. — Rey invadiu a sala dela com Finn vindo logo atrás.

Ela parecia determinada por ter entrado daquela forma como um furacão avassalador.

— Isso aí, nós já resolvemos tudo. 

— Resolveram o quê, Finn? — Jyn questionou o moreno que deu um empurrãozinho em Rey.

— O problema do Poe. — ela explicou.

— Sinto muito, gente, mas eu mesma já resolvi essa situação. 

— Como? Falou com a embaixada? Ele vai poder voltar? — Rey fez inúmeras perguntas empolgantes.

— Infelizmente, não. Porém, já encontrei o substituto perfeito. — o sorriso de Rey se desmanchou e um ponto de interrogação invisível se formou em sua testa. — Conheçam o mais novo colega de vocês, Benjamin Organa.


Notas Finais


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Até a próxima postagem! Lembrando, é a cada 15 dias! 😍


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