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História The Beat Of My Heart - Nineteen


Escrita por: Mary_yo

Notas do Autor


Oiiee, demorou um pouquinho mas volteiii. Espero q gostem!!! Obg pelas views, favoritos e comentários!!!
Boa Leitura e até o proximo❤❤

Capítulo 19 - Nineteen


Alicia.

Depois de uns trinta minutos de conversa, Marcelina e eu decidimos descer e quando o fazemos, vemos apenas os pais da Marce na sala.

- Onde estão meus pais? - Pergunto à Lilian.

- Seus pais já foram à alguns minutos atrás, o motorista está te esperando lá fora. Eles não queriam te apressar e dissemos que poderia ficar o quanto quisesse.

- Ah obrigada, bom eu já vou também então.

- O Paulo foi também? - Quando Marcelina pergunta, vejo Roberto olhando para o outro lado da sala.

- Já foi sim querida. - Diz Lilian para a filha.

Me despeço da Marce e digo que depois conversamos por mensagem e em seguida, falo tchau para Lilian e Roberto. Saio pela porta e vejo o meu carro na rua. Entro logo nele e só percebo que tem mais alguém além do motorista dentro quando olho para o lado.

- Achei que tinha ido embora já.

- Estava te esperando. - Responde Paulo.

Ele não parece estar bem, parece cansado sei lá, o jeito que está sentado no banco traseiro do carro, todo largado, e a cara que está fazendo me fazem pensar isso.

- Poderia ter ido. - O motorista da a partida no carro. - Está bem?

- É, tô bem, um pouco cansado, mas bem. - Olha para a janela ao responder e eu acabo não comprando muito isso.

Conforme nos aproximamos de casa, sinto um frio na barriga, não sei se ele se lembra, mas ficamos de conversar quando voltássemos para cá, e aqui estamos. Ao estacionar o carro na garagem, desço e percebo que Paulo tem um pouco de dificuldade para fazer o mesmo. Mal cruzamos a porta e ele diz:

- Vou tomar um banho, a gente conversa depois disso? - Fala olhando pra mim.

- Eu vou trocar de roupa e te espero no seu quarto então, pode ser?

- Pode sim. - Vira e meio apressado sobe para o quarto dele.

Subo logo em seguida e tiro o uniforme, colocando um short jeans azul e uma camiseta preta. Arrumo minhas coisas e vou para a porta de frente à minha. Está destrancada, então entro e me sento na cama. Aparentemente terminou o banho, já que não ouço o barulho do chuveiro. Fico mexendo no celular enquanto o espero. Finalmente ouço a porta do banheiro abrir e ele sai ainda vestindo uma camisa. Reparo uma mancha escura em seu abdômen, vi de relance, pois logo que me viu abaixou de vez a blusa.

- Vamos conversar?

- O que é isso? - Dizemos quase que juntos.

- Isso o quê? - Me levanto e vou até ele.

- Eu vi algo na sua barriga Paulo.

- Não é nada. - Fecha a cara.

- Não me diga que é uma tatuagem!?

- O quê? Lógico que não!- Dá um leve sorriso, como se o que eu acabei de dizer fosse algo absurdo. E talvez seja mesmo.

- Então quer dizer que tem algo. Aconteceu algo não foi? - Ele desvia o olhar. - Aconteceu. Você brigou com alguém? - Ele continua não me olhando.

Como não me responde, decido ver por mim mesma. Ponho a mão na bainha de sua camiseta e começo a puxá-la para ver o que há de errado mas ele segura meu braço, me impedindo.

- Pare, não tem nada de errado comigo. - Ele me olha.

- Tem sim! Tem sim! Como não tem? Você estava com uma aparência muito ruim no carro, uma posição muito ruim, como se estivesse com dor, desconfortável, e agora vejo que tem algo em você, no seu corpo. Se não tivesse nada como você diz, já teria me mostrado para me calar provando que estou enganada! - Falo sem desviar de seus olhos. - Me deixe ver Paulo, deixe-me te ajudar, por favor.

Ele solta meu braço e como que esperando outra reação dele, hesito um pouco ao continuar subindo sua blusa, ainda olhando em seus olhos. Quanto subo até o peito, paro, e ele a segura. Logo, me afasto um pouco e abaixo o olhar. Meu Deus. Toco meio que involuntariamente no machucado roxo que se encontra ali e ele recua um pouco.

- Quem fez isso?

- Foi... foi o... Roberto.

- Seu pai? - Encontro novamente seu olhar, sem acreditar no que ele me disse.

- Sim. Não fique espantada, não é a primeira vez, já nem dói tanto também.

Fico meio entorpecida com o que escuto. Roberto não bateu apenas hoje mas como já bateu em Paulo antes. E ninguém nunca percebeu pelo visto.

- Há quanto tempo ele faz isso?

- A vida toda. - Segura a minha mão, a afasta e abaixa a blusa devagar.

- Sua mãe, a Marce...

- Ele não faz com elas, e elas também não sabem disso.

- Ah meu Deus. E como você tem aguentado tudo isso por tanto tempo, sozinho, sem ninguém pra contar? - Ele solta minha mão e senta na cama, apoiando os cotovelos na coxa e escondendo o rosto nas mãos.

- O medo faz isso com as pessoas. O que vão pensar de mim se eu falasse? Que sou um covarde, por ter todo esse tamanho e ter medo do pai? Que sou um mentiroso, já que Roberto Guerra nunca faria isso? Que mereço, já que só dou desgostos para minha família?

- Nunca pensariam isso de você.

- Pensariam. - Ajoelho na sua frente, tirando suas mãos de seu rosto.

- Eu não penso assim. - Ele me encara novamente.

- Eu não queria que ninguém soubesse...

- Eu sei. - O interrompo.

- ... não, não é só por isso. Mas pelo fato de ter medo de que quando contasse, ele me batesse de novo.

- Teria medo também. Não é vergonha alguma sentir medo Paulo. Pelo contrário, medo torna as pessoas mais fortes. - Ele abre a boca para falar mas não deixo. - Pode não parecer agora, mas vai chegar um momento que vai ser assim.

Ele segura minhas mãos no meio das suas e depois do que pareceu uma eternidade, fala:

- Sabe por que nunca tirei a camisa na frente de ninguém da turma?

- Tem haver com isso, não é?

- Sim, mas algo a mais... uma vez te disse que meu pai não era tão bom e que eu tinha provas disso. Vou te mostrar. - Solta minha mão e se vira ainda sentado, levanta a blusa na parte das costas, e então vejo o que ele esconde com tanto fervor.

- É por isso que não tiro a camisa na frente de ninguém, uma vez ficou tão bravo comigo que resolveu deixar marcas para que eu aprendesse. Nossa empregada cuidou disso, ficou em carne viva. Ele nunca mais fez algo igual. Deve ter percebido que passou dos limites.

Três cicatrizes grandes e grossas se cruzavam em suas costas.

- Como que ele fez isso?

- Com a fivela de um cinto. Tinha uns 11 ou 12 anos.

- Sinto muito Paulo. Queria ter sabido antes, para que você tivesse alguém com quem falar.

- Não tem problema. Não se preocupe.

- E por que te bateu hoje? - Parece hesitar um pouco.

- Por que te defendi dele. - Fico meio boquiaberta.

- Por... mim?

- Sim, ele disse que seu comportamento foi inaceitável e que eu deveria fazer algo. Eu disse que não faria nada e ele disse que como ele não pode fazer nada com você, faria comigo, para deixar de aviso.

- Não deveria ter deixado, se eu soubesse. Não deveria ter levado o soco por mim.

- Não posso deixar ele encostar em você. Nunca permitiria, antes a mim do que você Ally.

- Vamos denúnciá-lo.

- Não dá.

- Porque?

- Tenho medo de ele fazer algo com minha irmã e minha mãe. E agora, com você também. Além de quê elas podem não acreditar, ficar do lado dele, e ele não ser preso. Aí seria muito pior do que está hoje.

- Está bem, não faremos, mas saiba que se isso ficar pior, eu mesma vou lá, você quer apanhar por mim, mas eu não deixarei que morra por mim, está bem?

- Tá bom. - Diz após uns segundos.

- Obrigada por confiar em mim pra isso. E eu prometo que não vou mais dar motivo pro seu pai te bater, se ele perguntar, diz que falou comigo. Não vou te deixar sozinho com ele.

- E nós?

- Ah, nós?

- Sim, nós. Tínhamos uma conversa, não?

- É verdade. - Dou um sorriso.

- Deita aqui comigo, aí a gente conversa melhor.

Subo na cama e nos deitamos abraçados.

- Olha não sei o que tá rolando aqui direito, nem sei o que é realmente, mas tem algo.

- É, tem.

- Ainda bem que não sou apenas eu que penso assim. - Dou risada.

- Posso dizer o mesmo.

- Vamos tentar ser algo a mais? Ver no que dá esse casamento, sem pressa, sem atropelar nada, só indo. Esse sábado foi muito bom e eu sinceramente quero mais dias assim.

- Certeza que quer isso?

- Tenho, você não quer?

- Eu só não quero ter certeza e me iludir depois. Não sei o que sinto, mas sei que é forte e real.

- Quer ser então minha namorada/esposa? - Ele ri.

- Quero. Mas sem apressar tudo, tá bom?

- Claro, quando vermos que isso é o que queremos realmente, vamos avançando na relação, temos cinco anos aí pela frente e se tudo continuar assim, teremos muitos mais por vir.



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