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História The Beat Of My Heart - Thirty Eight


Escrita por: Mary_yo

Notas do Autor


Boa Leitura❤

Capítulo 38 - Thirty Eight


Alicia

Não sei bem o que ela disse depois daquilo, só sei que fiquei lá parada encarando o exame na mesa da médica.

Pais? Paulo e eu? Mas como? Usamos camisinha. A menos que... tenha furado e não percebemos. Mas como não vimos algo assim?

- Tubo bem Alicia? - Me pergunta a doutora e eu volto à realidade.

- É, sim, está tudo bem. Eu só preciso tomar um ar. - Falo me levantando da cadeira.

- Eu vou junto. - Diz Paulo.

- Claro, vão lá um pouco, depois voltem para conversarmos. - Ela diz e eu apenas concordo com a cabeça.

Enquanto virávamos em direção à porta, nossos pais começam a olhar para nós. Marcelina também estava lá e parecia em choque, creio que assim como Paulo e eu estávamos.

Ao sairmos da sala vamos direto para fora do hospital e nos sentamos em um banco que havia.

- Estou grávida. Estou grávida mesmo Paulo. O que vamos fazer?

- Eu não sei Ally, mas eu tô com você nessa.

- Eu to com medo, eu não queria ser mãe antes de pelo menos ter terminado a faculdade e já estar em um emprego e agora... em nove meses já vou ter uma criança no braço.

- Eu te entendo perfeitamente.

Ficamos olhando cada um para suas mãos, enquanto falávamos, evitando encarar o outro.

- Mas vamos dar um jeito, conseguimos nos adaptar com essa história de casamento, sei que uma criança é diferente, mas vai dar tudo certo. Eu... só estou me perguntando como isso aconteceu, sempre usamos camisinha...

- Paulo, você não acha que eu e... - Finalmente o encaro e ele me corta antes de me deixar terminar.

- Não. Sei que não houve nada entre vocês Ally, eu confio em vocês. Mas o que eu quero dizer é, será que esquecemos alguma vez ou que poderia estar furada e não vimos?

- Acho que é mais provável a segunda opção. Mas acho que não importa muito, não é? Não mais.

- É, isso é. - Ele concorda.

Não falamos mais nada, ficamos apenas sentados, eu apoio minha cabeça em seu ombro e ele passa seu braço em volta do meu corpo me abraçando de lado e ficamos assim, ali naquele banco.

*     *     *

Marce

Ainda não consigo acreditar, não pensei que aquele exame tinha chances de dar positivo, Ally sempre me disse que eles se protegiam. Aliás, acho que até eles mesmos ficaram surpresos e extasiados com a notícia. Assim como todos na sala.

Porém, como já diziam: "nem tudo são flores", meu pai começa a perguntar para a médica sobre testes de DNA e o pai da Ally começa a se irritar e perguntar o que ele está insinuando com isso.

Então eles começam a discutir mesmo e tanto minha mãe, quanto Verônica e a médica começam a tentar pedir que parem com isso e que se acalmem. Resolvo ir atrás do meu irmão. Acho que agora não é um bom momento, mas temo pelo que pode acontecer ali dentro.

Saio e creio que ninguém nota minha ausência. Vejo que não estão na sala de espera então decido ir até a frente do hospital procurar por eles e quando chego os vejo sentados em um dos bancos que haviam ali.

- Gente. - Chamo já ofegante e paro na frente de ambos, que ao me notarem se separam do abraço em que estavam. Ai como são fofos juntos, ainda mais assim abraçadinhos. FOCO Marcelina.

- O que aconteceu Marce? - Pergunta Paulo.

- O seu pai, - aponto para Alicia, - e o nosso pai, - olho para meu irmão, - estão quase saindo nos tapas na sala da médica.

- O que? Porque isso? - Pergunta Ally se levantando assim como Paulo.

- Vamos indo e eu explico. - Começamos a andar de volta para a sala.

- Não acredito nisso. - Fala Alicia assim que termino de contar o que houve resumidamente.

- Ele já passou do limite faz tempo, mas isso foi a gota d'água.

- Marce, obrigada por nos avisar. Posso te pedir um favor? - Pergunta Ally e eu assinto. - Deixa isso que descobrimos hoje só entre nós, pelo menos até nos organizarmos bem com tudo.

- Podemos falar pro Mário depois, chamamos ele lá pra casa. - Completa meu irmão.

- Claro, claro que sim. Agora entrem lá. - Digo quando paramos em frente a sala da doutora.

*     *     *

Alicia

Entramos na sala e encontramos Roberto e meu pai um apontando o dedo na cara do outro. Acho que essas paredes devem ser consideravelmente grossas, em vista de que não os ouvimos do lado de fora ainda que estejam quase gritando aqui.

- Chega. - Diz Paulo segurando o braço do pai.

Roberto olha bruscamente para Paulo e por um instante sinto que ele ia bater nele. A cena chegou a passar como um flash pela minha cabeça. Mas acredito que por terem outras pessoas na sala ele se segurou.

- Ai finalmente pararam de falar. Dá pra ver que não estão se entendendo, mas por favor, aqui é um hospital e não o meio da rua, se quiserem discutir fiquem à vontade, só que aconselho que seja da calçada em diante. Aqui é um local de trabalho, de descanso e recuperação, exige respeito dos demais. Então, por isso, peço por favor que se retirem, os quatro. Alicia e Paulo podem ficar se quiserem, pois gostaria de conversar assuntos médicos com eles.

- Peço desculpas por isso doutora. - Diz meu pai enquanto Roberto sai batendo a porta da sala. Lilian corre atrás dele provavelmente para tentar acalmá-lo.

- Gostaria de permanecer aqui doutora, com a minha filha.

- Sinto muito, mas peço que se retirem também.

- Mas Alicia é menor de idade.

- Ela é menor sim, mas está acompanhada de um jovem de dezoito anos e é casada, então ela pode ficar aqui comigo. Então por favor. - Ela indica a porta com a mão.

- Tudo bem. - Diz minha mãe. - Quer que a gente espere?

- Não precisa, a gente pega um Uber depois pra voltar pra casa. Depois a gente se fala.

- Ok, tchau filha. - Fala minha mãe. Meu pai abre a porta e me dá um pequeno sorriso como se me encorajasse e assim que ele fecha a porta atrás dele, voltamos nossa atenção para a médica.

- Vocês tem uma família muito agitada.

- Nem sempre é assim. - Digo.

- Na verdade nunca foi assim, eles eram bem amigos, mas acho que agora finalmente ele está vendo quem Roberto é.

- Falando em Roberto Guerra, tenho que dizer, ele estava me perguntando sobre testes de DNA.

- É a Marce, irmã do Paulo, nos disse.

- Isso é bem estranho considerando que não foram vocês, mas mesmo assim, vou dizer o que eu acho. O teste pode ser feito durante a gravidez e após a gravidez. Depois é bem mais simples, é só um exame de sangue feito no bebê. Mas há como fazer durante e existem dois métodos. O primeiro é invasivo, onde pegamos amostras do líquido amniótico do bebê por meio de um tipo de biopsia, mas tem riscos de aborto, além de o bebê ter que ter pelo menos doze semanas. Já o segundo é com uma amostra de sangue da mãe, porém, ele é muito caro e demorado por se tratar de algo novo e bem complexo de se fazer, além de retirar os riscos de aborto.

- Não vamos fazer isso. Temos bastante certeza do que fizemos e não vamos permitir que meu pai continue dizendo essas asneiras. Mas mesmo assim obrigado.

- Não tem de quê.

- Bom, eu sou ginecologista obstetra e eu gostaria de cuidar do seu caso Alicia, isso claro se você quiser.

- Achei que iria nos expulsar daqui depois desse showzinho, mas sim, gostaria que fosse você. - Dou uma risadinha e ela me acompanha.

- Não faria isso, seus pais tem problemas, mas eles tem que saber a hora de se confrontar. Enfim, então vamos lá. Aqui no exame posso ver que você está grávida de duas semanas, é bem pouco tempo, mas o suficiente para o exame ter detectado a gravidez. Você tem que começar a fazer os exames de pré-natal para acompanhar o desenvolvimento do bebê... - e ela começa a dar varias orientações sobre como devo me cuidar, como devo prosseguir.

Ela diz que vai deixar o parto para uma próxima consulta, já que com certeza percebeu minha cara de assustada, mas já nessa me passou algumas vitaminas para tomar. Ela me aconselhou o ioga para gestantes, para além de me manter ativa, me ajudar a relaxar e diminuir meu estresse.

Quanto aos sintomas, ela disse que é comum sentir como também não sentir, o enjoo o vomito e a tontura, ela disse, que além de ter sido um sintoma do estresse, pode ter sido também por conta da minha gestação e eu posso ter confundido tudo.

Porém, ela disse que logo mais eu vou começar a ter dores no seio, minha menstruação pode vir como também não vir nesses primeiros meses, enjoo podem se tornar mais constantes e pediu que eu a informasse quanto a isso. Me passou seu número de WhatsApp e pediu que qualquer duvida que eu tivesse ou qualquer coisa que acontecesse eu a avisasse.

Depois falou mais algumas coisas e disse que nos esperava na próxima semana para outra consulta enquanto saíamos e nos despedíamos dela.

Marce nos esperava sentada em uma das cadeiras e assim que saímos da sala pegamos um Uber e vamos para casa. Chegando lá, deixamos as coisas na mesa de centro da sala e nos sentamos no sofá. Mário chega logo em seguida e assim que ele chega, contamos tudo o que aconteceu lá para Marce e Mário. Ele ficou muito surpreso já que não estava lá como Marce. Mas assim como ela foi bem compreensivo e depois ficamos conversando.

- E se contássemos tudo para seu pai? - Pergunta Paulo interrompendo nossa conversa.

- Acha que ele vai acreditar?

- Temos que tentar, meu pai não vai parar e se ficarmos batendo de frente, só vai piorar tudo. Com seu pai sabendo, ele pode fingir concordar com meu pai e enrolar ele, até dar o tempo de conseguirmos provas o suficiente para prender o Roberto. Além também, de que ele pode tentar achar algo nos documentos da empresa, talvez algum papel do financeiro que indique que já está havendo desfalque ou sei lá.

- Pode dar certo. - Fala Mário.

- Não sei, e se o Roberto descobrir e tentar algo contra meu pai? - Digo.

- Não se preocupe, não vai acontecer nada com ele Ally. - Diz Marcelina.

Fico pensando um pouco sobre isso, e chego a conclusão de que talvez essa seja nossa última chance.

- Muito bem. Vamos falar com meus pais. - Digo por fim.


Notas Finais


Espero que tenham gostado😊
Até o próximo 😘


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