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História The beauty and the beast - A princesa da princesa


Escrita por: Robot_unicornio

Notas do Autor


Olá, tudo bem? Espero que sim.

Então gente, comecei essa fic no natal de 2020 e estamos quase no natal de novo, vou aproveitar e desejar um feliz natal e ótimo ano novo para vocês. Enfim, essa fic foi planejada para ser uma short-fic e vai ser concluída no próximo capítulo, que vai ser curtinho e será postado dia 25. Espero que gostem e obrigada por terem acompanhado a história.
Boa leitura! 

Capítulo 9 - A princesa da princesa


Haviam se passado dias desde que os pais de Emma aceitaram o casamento, dias em que Regina nunca mais voltou para casa e permaneceu em um castelo, o que para ela ainda parecia uma maluquice. 

Nesses dias a Rainha havia proibido que dormissem no mesmo quarto até o dia do casamento, mas a convivência das jovens continuou. Emma costumava a arrastar pelo castelo, e ela era muito boa em a arrastar pelos corredores, o que seria terrivelmente irritante, caso não fosse até adorável. E cada vez que Regina acreditava ter conhecido todos os cômodos do palácio, ela descobria que ainda haviam outros, porque o lugar era enorme.

A loira parecia particularmente gostar de a levar para os jardins, onde deitadas na grama mais macia que Regina já conheceu, lhe roubava beijos até que suas bochechas estivessem coradas.

Entretanto, haviam momentos em que a princesa desaparecia, deixando uma Regina ansiosa e sozinha no quarto por um longo período. Claro, ela podia sair para fazer o que quisesse, mas era difícil se acostumar em um lugar novo e cheio de pessoas que ela não conhecia direito. E dentro do castelo não havia nada que ela precisasse fazer, diferente de todos os outros dias que viveu em sua vida, aparentemente ali ela não precisava trabalhar ou fazer qualquer outra coisa.

Inicialmente ela acreditava que seria difícil viver ali, ou que no mínimo o Rei e a Rainha achariam a escolha da filha um absurdo. E devia admitir, tinha medo que eles percebessem que ela já havia roubado coisas por aí no passado, mas ninguém nunca comentou sobre o assunto, então se permitiu ficar aliviada com isso. Os dias que passou no castelo foram calmos demais, com exceção de Emma quando decidia correr a levando pelos cantos.

✩༄﹏﹏༄✩

Branca segurava o cartaz em suas mãos, "procurada" as letras estavam grafadas abaixo do desenho de um rosto que lembrava o da garota que Emma levou para casa. Ela atirou a folha no fogo da lareira, a deixando queimar junto da pilha de cartazes. 

Sabia dos pequenos crimes que a jovem havia cometido, a Floresta não costumava ser um lugar violento, então o povo tinha o costume de relatar até o menor sinal de desordem, mas o que ela poderia fazer? 

Havia conversado com o marido antes mesmo Regina ter feito o pedido, resolveram apenas fingir não saberem de nada e seguirem com a ideia do casamento para a felicidade da filha.

✩༄﹏﹏༄✩

Regina estava jogada na cama quando a porta abriu de supetão, revelando uma princesa loira que trajava uma camisa branca manchada de tinta e calças que pareciam confortáveis. 

— Eu tenho que te mostrar uma coisa — ela anunciou.

— Tem é? — A morena falou com um pouquinho de deboche.

— Sim — a Princesa respondeu em um tom cheio de energia. E se aproximou da cama, agarrando a mão da outra, sempre muito boa em a arrastar pelo castelo. — Vem — ela disse.

Mills se deixou ser levada, atravessando a porta e caminhando pelos imensos corredores, subindo lances de escadas e virando em direitas e esquerdas. Até Emma parar em frente a uma porta, com um ar de nervosismo e ânimo ao mesmo tempo, ela empurrou a madeira e Regina conseguiu visualizar o início de uma sala repleta de quadros.

— Pode entrar — Emma falou, já entrando e sendo seguida pela morena. 

A sala era uma espécie de ateliê de pinturas, os quadros não ocupavam apenas as paredes, mas também os cavaletes espalhados pelo espaço. Haviam pinturas que eram retratos da Família Real, paisagens e diversos rascunhos inacabados. A loira guiou a morena até o fim da sala, onde em uma mesa descansavam rascunhos de desenhos de uma fera, uma plebeia e uma cabana. 

No chão, um quadro apoiado na parede mostrava a pintura da mesma cabana, e em um cavalete próximo havia o que parecia ser um retrato inacabado de Regina.

— Emma, são lindos — ela falou genuinamente. Mills se lembrava que a Fera gostava de pintar, mas os desenhos do ateliê não se pareciam em nada com as florzinhas que ela costumava rabiscar nas paredes, mesmo que ela as achasse adoráveis. Nos quadros a Princesa conseguia reproduzir um estilo realista que Regina não imaginava.

— É mais fácil quando você não tem garras — ela respondeu, quase lendo os pensamentos da outra.

Os lábios da morena formaram um biquinho, enquanto ela ainda analisava os desenhos. — Você me desenhou — disse baixinho.

— Não ficou tão perfeito quanto a original — Emma respondeu —, mas eu tentei. Desenhei a nossa história.

Regina não gostava de ser demasiadamente emotiva, mas ficou emocionada até com o quadro da cabana, afinal foi onde passou boa parte de sua vida, era a única coisa que tinha e onde viveu suas lembranças com o pai.

— Sempre podemos voltar lá quando quiser — a loira comentou, vendo que esse era o quadro que Regina observava agora. 

— E a princesa vai querer tirar férias do castelo dela em uma cabana no meio do mato? — A morena provocou, deixando o braço direito enlaçar a cintura da outra.

— Primeiro, com você eu tiraria férias em qualquer lugar. Segundo, eu também gosto de lá.

— Quem sabe a gente volta lá depois da Lua de Mel — Mills sorriu, afinal já estavam com o casamento marcado.

✩༄﹏﹏༄✩

O castelo estava uma bagunça e Regina sentia que iria desmaiar a qualquer momento. Empregados andavam de um lado para o outro, carregando bandejas, arrumando coisas, entrando e saindo de quartos, inclusive entrando e saindo do quarto da morena. E não havia visto Emma pelo dia inteiro, aparentemente a garota foi trancafiada no próprio quarto, e a única coisa que conseguiu ver foram as empregadas que aparentemente a ajudavam, até que foi repreendida por enfiar a cabeça no corredor, porque a Rainha acreditava que dava azar ver a noiva antes do casamento. 

Pelo menos foi isso o que ela disse quando apareceu no quarto de Regina pela manhã, a manhã do dia do casamento das duas, para lhe parabenizar e falar que Emma passaria o dia no quarto, enquanto os últimos preparativos eram organizados para a celebração que seria no fim da tarde e teria dias de duração. Depois disso mandou que as empregadas entrassem para ajudar Mills a se arrumar.

Após um banho demorado a morena foi vestida em uma calça preta e uma camisa branca, que permaneceu coberta por uma túnica com brocados prata, uma faixa preta deslizava por seu ombro esquerdo e um cinto de couro da mesma cor estava em sua cintura, uma capa de veludo negro foi colocada sobre seus ombros e os dedos da mão direita foram adornados com anéis de prata. A mão esquerda foi deixada livre, para que um único anel fosse colocado nela durante o fim daquele dia. 

Depois disso ela esperou, quase não comeu naquele dia e de dentro do quarto conseguia ouvir uma cantoria característica que parecia vir do quarto de Emma. A música começou com um cantarolar baixinho da princesa, que foi acompanhado pelas empregadas, que pareciam ter uma relação muito boa com a garota.

— She's been dreaming of a true love's kiss.*

Gente rica se comporta de forma muito exótica, a morena pensou, e esperou mais, até que no fim da tarde a porta de seu quarto foi aberta.

✩༄﹏﹏༄✩

Uma movimentação parecida aconteceu no quarto da princesa naquele dia. Recebeu café da manhã na cama e a presença da mãe para falar coisas sobre casamentos, e algumas delas fizeram as bochechas da garota ganharem um tom avermelhado.

Depois disso passou o dia sendo paparicada. Havia adorado o vestido que foi desenhado unicamente para ela e as joias que eram da mãe e foram-lhe passadas, como um presente. Até Albert, o esquilo, teve uma fitinha preta colocada em seu pescoço como enfeite para a festa. 

✩༄﹏﹏༄✩

Regina foi guiada até o local da cerimônia, durante o caminho percebeu que praticamente todo o castelo estava decorado. Foi levada até as portas duplas de madeira do salão, que foram abertas por dois guardas, um de cada lado, revelando o salão circular lotado de convidados, e a morena sentiu as borboletas em seu estômago se revirarem. No centro do salão havia um altar, também circular, circundado por pilastras decoradas. 

Ela respirou fundo antes de dar o primeiro passo, a bota de couro batendo no piso de mármore. Todos os olhares estavam focados nela enquanto caminhava na direção do altar, subiu os pequenos degraus, que eram três, até parar diante do celebrante, que seria o responsável por declarar a união. Mills ficou parada por alguns minutos esperando a noiva, até que as portas foram abertas uma outra vez e a ansiedade da jovem quase desapareceu ao avistar a loira. 

O vestido de Emma era branco, claro. A peça deixava seus braços descobertos e acentuava sua cintura, a saia não tinha volume, mas possuía uma cauda longa, coberta por um tecido de renda delicado e padronizado com desenhos de flores e rosas. O penteado deixava que a maior parte de seus cabelos dourados caíssem em suas costas, enquanto uma tiara prateada descansava no topo de sua cabeça. As joias usadas pela Rainha no dia de seu casamento, agora enfeitavam o corpo da filha, que usava anéis, brincos e um colar em ouro branco. Regina achou que a noiva estava de tirar o fôlego. 

A princesa entrou de braços dados com os pais, David de um lado e Branca de outro. E a caminhada até o altar, aos olhos de Regina, agora parecia graciosa e fácil. Antes de subir o primeiro degrau, a jovem recebeu do pai um beijo na testa, para só então se colocar ao lado de Regina no altar.

Ambas sorridentes ficaram de frente para o cerimonialista, uma coluna baixa de mármore branco estava entre o futuro casal e o homem, sobre ela, em uma almofada de veludo vermelho, descansava um par de alianças. O homem que trajava uma túnica branca iniciou seu discurso, que explicava a todos o motivo daquela reunião no fim da tarde. Até dirigir as palavras para a morena.

— Você, Regina Mills, aceita esta mulher para ser sua esposa e para amá-la por toda eternidade?

— Aceito. — Ela pegou uma das alianças sobre a almofada e segurando a mão esquerda de Emma, deslizou o anel por seu dedo anelar.

— E você, Emma Swan, aceita esta mulher para ser sua esposa e para amá-la por toda eternidade?

— Aceito. — A loira também pegou a aliança sobre a almofada, delicadamente a encaixando no anelar da mão esquerda de Regina.

— Então, é com prazer que eu consagro o casamento. Podem se beijar.

Regina sorriu, ainda sentindo borboletas em seu estômago, já havia beijado Emma antes, porém fazer isso com um monte de pessoas assistindo a deixava um pouco nervosa. Mas ela deu o primeiro passo, diminuindo a distância entre elas, sentiu os braços da loira sobre seus ombros, enquanto seus próprios braços lhe enlaçaram a cintura, e a beijou, de olhos fechados até quebrarem o beijo com um sorriso nos lábios.

— Amo você — murmurou.

— Também amo você.

✩༄﹏﹏༄✩

Festa, era isso que todos esperavam depois do casamento. Após a celebração, as recém-casadas, a Família Real e os convidados foram para o salão onde um jantar aconteceria. Um bolo gigantesco esperava por elas no centro da mesa de jantar, que era longuíssima. Emma e Regina seguraram juntas no punho de uma espada para partir o primeiro pedaço e o dividiram, como uma tradição. Sentaram-se na mesa principal, destinada para a família e amigos nobres, as outras mesas menores eram ocupadas por outros convidados.

Músicos tocavam, convidados se embebedavam, se empanturravam e dançavam. Vinho, hidromel, e cerveja enchiam copos, taças e canecas. Regina tinha uma taça de vinho esvaziada pela metade e sentia um pouquinho do efeito da embriaguez. Os convidados da mesa pareciam particularmente interessados em como as garotas se conheceram e elas se alternavam para responderem as perguntas.

— A princesa gosta que cocem a barriguinha dela — Regina falou em algum momento, uma piada sobre quando ainda era uma fera, que fez as bochechas da loira ficarem vermelhas e a morena ganhar um tapinha na coxa. 

O momento de risadinhas e descontração acabou quando fumaça roxa invadiu o salão. Regina sentiu a esposa apertar sua mão quando a fumaça revelou um pequeno grupo de mulheres, uma loira com capacete de chifres e um cajado na mão direita, e duas garotas morenas, uma delas Regina reconheceu como sendo a garota que encontraram na floresta, que precisava salvar alguém.

— Ora, parecem felizes — a loira com o cajado falou. 

Emma desviou o olhar, calculando se valeria a pena tentar correr dessa vez. — De novo não — ela resmungou baixinho. 

Então o Rei se levantou, desembainhando a espada. — Malévola...

— Eu nem tentaria se fosse você — ela o interrompeu. — Afinal, não foi por mérito seu que sua filha voltou para casa.

— O que você quer aqui? — Ele rosnou.

— Bom, pelo que vejo, poderiam começar me agradecendo — ela encarou a princesa e um silêncio curto se instalou no salão.

— Te agradecendo? — Emma perguntou com cuidado.

— Se não fosse por mim, não teria encontrado essa baboseira de amor verdadeiro que seus pais valorizam, acabei quase sendo sua fada madrinha — ela estalou a língua.

Os olhos da princesa foram da bruxa para os pais e voltaram para a mulher. — Obrigada — ela falou, ainda soando duvidosa e de forma tão genuína quanto alguém que tinha uma arma apontada para a cabeça.  

— Se não fosse por você — o Rei tentou falar, mas outra vez foi interrompido.

— Se não fosse por você, nada disso teria acontecido — a bruxa falou. — Lilith — a garota que não usava capa vermelha deu um passo para a frente. — Essa é minha filha, se encostar em um dedo nela outra vez, acabo com você. E sorte sua ser um incompetente até para acertar uma flecha, revoco minha vingança por ela estar bem e por alguns pedidos — a mulher se virou, encarando a moça de capa vermelha. — Fique longe do meu caminho — ela deu um último aviso.

Eles observaram elas se juntarem, a garota de capa vermelha envolveu a cintura da filha da bruxa, antes que essa batesse com o cajado no chão. — Não, você não pode arrumar outro bicho de estimação, Lily — ouviram a voz da bruxa uma última vez, antes dos corpos desaparecerem em meio a fumaça. 

Regina encarou a esposa, o clima no salão ainda um pouco esquisito. — Essa é a Malévola da maldição — Emma explicou e Mills esvaziou o resto de sua taça.

— Certo...

— Já que tudo está bem, acho que vocês deveriam dançar — o Rei anunciou, tentando trazer o clima de festa de volta. — Afinal, ainda temos muito o que comemorar. 

Emma foi rápida em empurrar a cadeira para trás e se levantar, Regina imitou a esposa de forma um pouco devagar e a seguiu para o centro do salão. — Eu não sei dançar — ela confessou ao ficar de frente para a loira.

— Você coloca sua mão na minha cintura — ela disse, apoiando uma mão no ombro da Regina e entrelaçando os dedos da outra mão livre. — E não pisa no meu pé, só confia e finge que sabe o que está fazendo.

Mills olhou para os lados, analisando a dança dos convidados meio bêbados do salão e tentou imitar os movimentos, guiando Emma pelo lugar. 

— Agora que casamos, isso faz com que eu seja o que? — Ela perguntou, brincando.

— Minha esposa — Emma respondeu —, e a princesa da princesa, eu acho. — Ela franziu o nariz e soltou uma risadinha, diminuindo o espaço entre elas.

Regina a apertou mais contra si, sentindo a pele esquentar e a energia entre os corpos se conectar. Vivendo um momento que nunca sonhou e que agora lhe parecia um sonho, o aroma de rosas da princesa lhe encheu o peito e ela sabia que nunca se cansaria disso. — É algo que soa muito bem — ela comentou.

— O que? — A loira ergueu a cabeça, a olhando.

— Ser sua esposa. 


Notas Finais


*True Love's Kiss (From Enchanted): https://www.youtube.com/watch?v=FlRGh0unE1M

Espero que tenham gostado e desculpem caso tenha algum erro.
Vou aproveitar para divulgar a nova fic que comecei, é uma short-fic de natal inspirada em Back To December da Taylor Swift (essa eu vou tentar finalizar antes do natal de 2022) https://www.spiritfanfiction.com/historia/back-to-december-23398265

Obrigada por ler!
https://twitter.com/robot_unicornio


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