História The Best Friend Of My Brother - Detention

O domingo foi um tédio, e eu estava esperando que essa segunda não fosse tão tediosa quanto o domingo. Elizabeth e John estavam em viagem á trabalho de algumas semanas e tinham levado Sky por nós não sermos responsáveis o suficiente pra cuidar dela enquanto eles estão fora.

Ela decretou uma semana sem sair, ou seja ela ligaria todos os dias á todo momento pra gente. Nossa relação melhorou 100% por conta de nossa conversa no domingo sobre eu ser extremamente preciosa pra ela, mas é claro que a gente nunca ia admitir nossos erros de adolescentes à flor da pele, então com certeza desrespeitaríamos esse prazo.

Eu estava sentada em dupla com Matthew fazendo um dever de história já na penúltima aula enquanto os outros finalizavam o trabalho da semana passada.

Nós estávamos sentados juntos por livre e espontânea vontade pelo incrível que pareça e pelo incrível que pareça também os professores estavam admirando essa reviravolta de brigas para convivência que estávamos tendo.

— Eu não acredito que você me largou pra sentar com o Matthew. – Lola falou manhosa sentada em trio com Callie por ser novata e Aaron na minha frente.

— Perdeu, Lola – disse Matthew fazendo uma voz afeminada.

— Daqui a pouco a gente vai ter que trocar de dupla Lola, porque o Matthew é mestre em fazer absolutamente nada. – revelei ele me olhou com cara de indignado por um momento, e logo após voltou seu olhar para seu celular.

— Deixa pra lá, eu to bem aqui com o Aaron e a Callie. – ela disse olhando para os dois que riram, e em seguida virou para frente.

— Qual é Jade, eu quero ser ator não vou precisar usar história na minha vida.

Como ele podia ser tão bobo?

— Eu também quero Matthew, todo mundo precisa de história na vida.  – eu disse e ele me olhou incrédulo, então voltei meu olhar para as questões que nós tínhamos que resolver.

— Mas você consegue entender, você vai ser um ótima atriz. – ele disse, levantei meu olhar sorrindo para ele começando a sentir minhas bochechas arderem. – Promete que vai falar de mim nas entrevistas? – ele perguntou fazendo beicinho e eu corei mais ainda.

— Prometo.

Nós ficamos alguns segundos nos encarando, enquanto eu observava seus olhos castanhos que eu nunca saberia decifrar. Os lábios dele tinham o formato idêntico ao de um coração, mas eu nunca tinha notado isso, até agora.

Ele fazia o mesmo comigo, até a diretora aparecer na sala e todos automaticamente fazerem silêncio e olharem para ela quebrando o clima estranho que havia ficado sobre nós. 

— Bom dia classe. – ela disse e todos responderam em conjunto “Bom dia." – Bom... Como vocês sabem todo ano nós temos uma viagem junto com todos do prédio, essa viagem vai ser daqui três meses. – ela falou me fazendo lembrar que no ano passado foi para Londres, mas quase ninguém foi, incluindo á mim. – E nesse ano o destino de vocês vai ser Paris. – assim que ela falou aquilo todos começaram a falar novamente e minha reação foi completo desespero, que só ficava maior com os olhares animados que Lola me lançava junto com Callie e que Nicole, que estava em outro canto da sala sentada do lado de Sam também lançava pra mim sorrindo como se estivessem dizendo “essa viagem promete.” – Vocês vão me deixar falar? – dito isso nós fizemos silêncio novamente. – Os professores de Matemática e a professora de Literatura vão acompanhar vocês e vocês já sabem das regras não é mesmo? – ela perguntou e Matthew sussurrou enquanto ela falava a mesma coisa que ele:

— Nada de bebidas, drogas ou meninas no quarto dos meninos estamos entendidos? – ele olhou para mim rindo pelo nariz e eu fiz o mesmo voltando minha atenção á ela.

— Na semana da viagem, vocês irão saber com quem dividirão os quartos. – ela falou e sinalizou com a cabeça para o professor de história que estava saindo da sala.

— Eu não acredito que a gente vai passar seu aniversário em Paris. – Lola falou quebrando o silêncio, e eu me lembrei que meu aniversário também era daqui três meses, na mesma data da viagem.

— Você acha mesmo que a gente não vai beber ou fazer qualquer uma daquelas coisas que ela falou? – Aaron indagou e eu neguei com a cabeça.

— Claro que vamos, principalmente por que os professores que vão com a gente são tranquilos. – Matthew confirmou.

Depois do anúncio da diretora a sala que já estava uma baderna, ficou pior ainda, os alunos não paravam de falar um segundo e todo mundo estava fazendo planos para Paris.

A aula acabou e todos já estavam saindo da classe exceto claro por mim e por todos que mataram aula na sexta-feira.

Tinha como piorar?

— O Shawn, tem um plano. – avisou Cameron sentando ao meu lado e eu franzi o cenho sem entender. – Só espera uns minutinhos.

 Cada minuto que se passava os meninos entravam na sala, até ela ficar totalmente preenchida por todos, menos por Shawn.

Se eu estava com medo do que iria acontecer? Com certeza, parecia que no lugar do cérebro daqueles meninos eles colocavam algum tipo de droga alucinógena, porque era cada ideia.

Os minutos se passavam e eu percebia a tensão que ficava na sala. Todos olhavam um para cara do outro com medo do que iria acontecer até um sino de incêndio soar por todo o prédio.

Sempre tem como piorar, perfeito, a escola estava pegando fogo e eu estava de detenção.

Se não fosse por sexta-feira eu não iria morrer queimada hoje, que merda.

— Tudo bem gente, pode ser só um treinamento – o professor de história falou se levantando junto com a gente enquanto eu entrelaçava meu braço no de Craw que estava próximo de mim.

— Eu tô com medo. – disse pra ele que acariciou meu braço.

— Para de ser medrosa Jade, não vai acontecer nada. – falou e eu estranhei sua reação, alguma coisa estava acontecendo.

— Vocês já passaram por isso antes, mantenham a calma e saiam do colégio, enquanto eu verifico o que está acontecendo. – o professor disse.

Nós saímos lentamente da sala, até passarmos por um corredor, chegarmos na entrada da escola e avistarmos Shawn.

 Então tudo pareceu ficar claro na minha cabeça.

— Essa foi boa cara. – Jack G disse animado indo até Shawn e fazendo um toque com as mãos com ele.

— Não agradeçam á mim, agradeçam á Matthew que teve a ideia. – falou e Matt se aproximou de Mendes, fazendo o mesmo toque com a mão que Jack fez com ele.

— Salvamos a pátria. – Samantha falou e eles riram, mas pararam no exato momento que Hernandez voltou junto com Ashley ao seu lado.

Será que ela ia nos dedurar?

— Parece que foi um alarme falso, vocês podem voltar para sala.

Soltei meu braço do de Craw passando a mão pela cabeça enquanto todo o plano deles parecia sair dos trilhos.

— Olha pra eles professor, com certeza estavam morrendo de medo, faz a chamada deles e deixa eles irem pra casa esfriarem a cabeça. – ela pediu olhando fixamente para Matt, que engoliu em seco.

Automaticamente eu entendi tudo que estava acontecendo, ela estava tentando salvar a pele de Matthew e com certeza isso teria um preço mais tarde.

Por ser filha da diretora o professor concordou parcialmente.

— Tudo bem, mas isso nunca aconteceu certo? Eu não quero perder meu emprego. – ele suplicou e voltou para a escola.

Ashley continuava ali intacta olhando do mesmo jeito que estava olhando Espinosa alguns segundos atrás, mas parou sem dizer nada e seguiu o professor.

— Espinosa, salvou a pátria novamente. – gritou Nash abraçando ele.

— Sinto que mais tarde alguém vai ter que dar uns beijinhos. – disse Jack Johnson bagunçando o cabelo de Matt e eles riram.

Por algum motivo, eu fiquei irritada. Não sei dizer se foi por causa das piadas deles que não pareciam parar nunca, ou sei lá porque, mas aquilo estava me dando nos nervos.

— Jade! – Nash me chamou me fazendo voltar para a realidade. – A gente vai pro shopping almoçar já que a mamãe não está em casa, vamos? – ele perguntou e eu apenas balancei a cabeça afirmando. – Quem vai almoçar com a gente? – Nash perguntou e todos se voluntariaram.

— Eu vou, deixa só eu falar com minha mãe. – Callie disse pegando seu celular do bolso e se afastando um pouco.

Não demorou muito e todos já estavam em seus devidos carros e eu, Matthew, Hayes, Cameron e Alissa iriamos com Nash.

— Você não vai vir com a gente? – perguntou Nash para Samantha enquanto estava prestes á entrar no carro.

— Eu tenho que ir pra casa. – ela respondeu desaparecendo de vista logo em seguida e eu sabia o porque exatamente ela não iria.

— Vocês ainda estão brigadas? – Ali perguntou curiosa.

Sentei entre ela e Cameron que estava ao lado de Hayes que faltava pouco para sair pela janela. Não demorou muito para Nash dar partida e Matthew colocar uma música animada em uma rádio aleatória e começar a dançar e cantar.

— Sim. – falei recebendo um olhar repreendedor dela. – Mas foi ela que começou. – eu disse me rendendo com as mãos.

— Vocês estão sem se falar? – perguntou Cam e eu balancei a cabeça.

— Ela acabou de falar, idiota. – Ali falou e eu ri junto com todos.

— Nossa, vocês são muito brutas. – Hayes disse e eu revirei minha íris, rindo pelo nariz.

— Com você eu sou um anjo de pessoa. – ela falou e eu olhei para Cam com uma cara de “você ouviu direito?"

— Esse é o meu irmão.

— Quando é comigo, você não fala isso né Nash. – ele me olhou pelo espelho na frente e argumentou. 

— Você é minha irmãzinha, eu tenho que te proteger. – revirei os olhos e ri nasalmente. – O Hayes é treinado já – assim que ele falou isso foi impossível todos nós não rirmos.

— Mas enfim, por que vocês estão desse jeito? – Cam perguntou.

— Por causa do Sam. – relevei de uma vez e expliquei o que falei pra Samantha para eles – O Sam e a Nicole estão ficando né? – perguntei para eles, porque toda vez que eu ia tentar conversar com ela, o Wilkson estava lá com ela.

— Sim, desde sexta-feira. – Matthew falou e Nash o olhou com um semblante bravo. – Uma hora ou outra todo mundo ia ficar sabendo, cara. – ele deu de ombros e então continuou. – Mas eu acho que eles não vão ficar juntos por muito tempo.

— Porque? – Alissa perguntou por mim.

— O Sam não fica com uma garota por muito tempo. – Matt respondeu e o Nash o olhou da mesma forma que antes – É a verdade Hamilton. – assim que Espinosa o chamou de Hamilton ele parou de encará-lo. – Enfim, vocês iam acabar sabendo.

Assim que ele falou aquilo Nash estacionou na frente do Shopping e nós saímos indo para a entrada do mesmo com o intuito de irmos para a praça de alimentação logo.

— Sabia que o professor de matemática se assumiu gay? – Ali disse e eu abri a boca em um “o” imenso.

— O professor de matemática que vai com a gente pra Paris? – perguntei ainda sem acreditar. – Aquele mesmo professor que todo mundo baba? – ela continuou balançando a cabeça.

— Primeiro parem de fofocar tanto, segundo onde aquele professor é bonito? – Nash falou e Cam concordou.

— Bonito sou eu. – disse Cam e eu ri junto com Alissa.

Internamente eu até concordaria.

 Mas eu nunca alimentaria o ego do Cameron que já era grande de mais.

— Não tanto quanto aquele professor. – eu provoquei batendo as mãos nas costas de Cameron.

— Claro, que você é muito mais perfeito que o professor, Dallas. – Matt falou com uma voz fina e nós rimos.

— Viu como eu estava certo, meninas? – Cam falou com uma voz fina e eu ri mais ainda.

Nós já estávamos no último andar aonde era a praça de alimentação. Então o celular de Nash começou a tocar “Animals” do Maroon 5 que era seu toque padrão, o que interrompeu a nossa conversa.

— Oi Ginlisky. – Nash falou já com o celular na orelha enquanto adentrávamos a praça de alimentação. – Sim, a gente já está aqui... Levanta a mão porque caso você não saiba tem muita gente no shopping além da gente hoje.

Assim que ele disse isso eu passei meus olhos por aquele lugar tentando achar eles, até ver uma mão acenando levantada. Nash desligou o telefone e nós caminhamos até eles.

Todos já estavam lá e eu me questionei se o Nash não saberia dirigir mais rápido da próxima vez.

— Eu achei que vocês nem viriam mais. – Lola comentou.

Ela estava ao lado de Jack Ginlisky, enquanto comia um sanduíche do Burguer King e pegava as batatas dele que eram do Mc Donald’s.

— Acontece que eu não dirijo que nem louco, igual ao Shawn e o Carter. – Nash disse se sentando em uma das cadeiras ao mesmo tempo que Cameron sentava ao seu lado.

— Vamos no Pizza Hut comigo? – perguntei para Alissa que assentiu que sim com a cabeça.

— Eu vou ir também. – Matt falou e eu concordei.

Nós deixamos nossas bolsas em nossas cadeiras para ninguém sentar no nosso lugar e fomos até a fila do Pizza Hut.

Não demorou muito e eu pedi dois pedaços de pizza de bacon e um refrigerante.

Após alguns minutos, nós pegamos nossas bandejas e fomos para a nossa mesa, sentei entre Matthew e Alissa enquanto mordia alguns pedaços da pizza.

— Vocês vão ir pra Paris né? – Crawford perguntou e todos, sem exceção alguma concordamos.

— Eu não sei qual é a maior novidade, a festa de aniversário do Carter daqui algumas semanas, a viagem pra Paris ou que o professor de Matemática assumiu ser gay. – Nicole disse enquanto comia tacos ao lado de Chris, que desde que cheguei não paravam de se falar um segundo.

Desde quando eles eram tão próximos?

Porque o Sam estava os encarando feio?

E por que eu nunca lembrava o aniversário de ninguém?

— Com certeza minha festa de aniversário – Carter se gabou e nós rimos.

— Vão ter várias líderes de torcida lá, Cameron. – Jack G disse cutucando o mesmo com o braço que o encarou irritado. – Loiras e gostosas. – assim que ele falou isso Lola se incomodou o fuzilando com o olhar. – É a verdade. – ele se rendeu olhando para ela.

— Ainda bem que eu não vou ficar com nenhuma. – Cam fingiu não mostrar interesse. – E você vai ter que deixar a Lola de lado pra fazer meus trabalhos da faculdade. – ele disse e Jones mostrou a língua pra ele.

Revirei os olhos rindo pelo nariz, enquanto comia o último pedaço da minha segunda pizza e tomava meu refrigerante.

— Uma boa ideia, seria se você fizesse uma festa neon. – Callie sugeriu.

— É realmente uma boa ideia. – ele concordou e ela voltou a comer seu taco, assim como Nicole.

— A gente podia colocar uma daquelas camas elásticas gigantes também. – Matthew disse o que me causou risos.

— Você tirou essa ideia de onde? Da festa da Sky? – o questionei fazendo todos rirem e Matt me fuzilar com o olhar. – Eu tinha que falar isso. – falei me rendendo com as mãos.

— A gente pode comprar alguma roupa pra festa depois. – Alissa sugeriu, eu e as meninas concordamos.

— Eu já vou avisando, não vou esperar ninguém experimentar nenhuma roupa. – disse Sam.

— Eu também não, vocês demoram um século. – Aaron concordou com ele e eu revirei os glóbulos.

— Vocês vão sim e ainda vão segurar as sacolas. – Lola discordou deles.

.

Já eram por volta de sete horas da noite e nós já tínhamos passado pela loja Prada, Gucci e agora estávamos na loja Channel.

Depois de insistir muito Nash concordou em me emprestar seu cartão de crédito para eu poder comprar alguns vestidos que tinha gostado nas outras duas lojas.

Assim como Lola disse que os meninos ficariam nós esperando apesar de reclamarem eles fizeram e estavam esperando eu e as garotas em um dos sofás perto dos provadores vestirmos as roupas que nós tínhamos escolhido para experimentar.

Eu estava em uma das cabines e assim que vesti a saia, o salto vermelho e o cropped que mostravam meus ombros. Saí dali e fui até os meninos.

— Tá muito estranho? – perguntei para eles que estavam mais focados em seus celular, mas pararam assim que colocaram seus olhos em mim.

Encarei Matthew que me olhava dos pés á cabeça assim como todos.

— Estranho? – perguntou Matt. – Você tá... – ele não conseguiu continuar pois estava surpreso demais.

— Linda. – Cameron completou e eu corei.

— Linda é apelido. – Sam falou e eu não saberia dizer antes se era possível virar um pimentão, mas naquele momento talvez seja possível.

Todos simplesmente começaram a me elogiar de uma vez só e eu não sabia aonde enfiar a cabeça.

Eu conseguia ser tão confiante e tão tímida ao mesmo tempo.

— Você tá linda mesmo Jade. – disse Nash aparecendo na minha frente tentando me esconder atrás dele. – Mas chega de olhar pra minha irmã seus pervertidos. 

Voltei para dentro do local dos provadores e me olhei no espelho.

Admiti pra mim mesma que apesar de nunca vestir roupas muito curtas, eu até estava bonita e a festa de Carter com certeza seria uma das melhores. Modéstia á parte, mas meus amigos sabiam como dar festas.