História The Best Friend Of My Father - Hurt.

Capítulo Trinta e Oito: Magoou.

Abri os olhos devagar e vi a mão de Louis segurando a minha. Memórias da noite passada invadiram a mente e eu só sabia sorrir. Havíamos nos declarado, eu e Louis estávamos vivendo o que tanto queríamos. Não somos mais amantes, agora somos namorados. Mal dá pra acreditar nisso.

Virei devagar e lá estava Louis sorrindo como a primeira vez em que dormimos juntos, mas estava trazendo muito mais felicidade do que no outro momento.

– Bom dia, meu amor. – Ele me beijou.

– Bom dia, Louis. – Ri baixinho. – Não acredito que estamos namorando.

– Nem eu. – Seus dedos passaram em meus lábios. – Por que aceitou? Let... Por que aceitou namorar esse idiota? Por que?

– Porque eu o amo.

– Eu passei tantas noites lutando contra esse sentimento. Tentando me convencer de era errado, mas já estava tão tarde que eu não me toquei que me encontrava caído nas garras desse amor. Eu percebi que aos poucos, esse amor estava me curando, me deixando mais humano, mais feliz. E eu devo tudo a você, Brunette. – Sorri e o abracei.

– Eu te amo muito e de verdade, Louis. – Alisei seu cabelo.

– Nunca vou duvidar do que sente por mim. – Nos beijamos algumas vezes. – Agora, vamos comer. Estou faminto.

Levantamos da cama e nos vestimos. Eu coloquei minha calcinha e uma blusa de Louis e ele apenas a cueca e seguimos para a cozinha. Sentei no balcão enquanto Tomlinson cozinhava para mim. Era uma manhã tão alegre. Música alta, beijos, cheirinho de comida, nada poderia estragar aquilo e se melhorasse, acordaria do sonho que estou vivendo.

Louis colocou as coisas prontas em xicaras e pratos e nos alimentamos entre trocas de carinhos. Quando estávamos para terminar de comer, algo me chamou a atenção e eu quis sumir. Da janela, deu para ver meu pai e seus amigos vindo em direção a porta de Louis. Desci do balcão sem explicar o porquê e quando iria correr para o quarto, a porta foi aberta e tive que me esconder em um pequeno armário que para minha sorte já estava aberto.

– Louis! – Era Zayn o chamando. – Que ótimo que o café já está servido.

– Ah, bom dia. – Dava para perceber que a voz de Louis estava assustada.

– Que voz é essa, cara? – Papai perguntou. – Está mais branco que a cueca. – Eles gargalharam.

– Vocês quase me mataram do coração. Sou o mais velho do grupo, poderia ter infartado. – Ele tenta, mas não mente muito bem, pelo menos, não pra mim. – E aí? Só vieram pra comer mesmo?

– Eu acho que sim. – Ouvi barulhos de cadeiras e talheres. – Passou a noite sozinho, Louis? – Harry questionava agora.

– Sim, por que?

– Esta casa está com um ar diferente... Um ar mais sexual. – Eles gargalharam.

– Desistiu da ninfeta que estava apaixonado? – Olhei por uma pequena fresta e descobri ser Niall o autor da pergunta.

– Louis estava apaixonado? – Zayn não segurou o riso. – Desde quando esse puto se apaixona por alguém?

– Desde quando eu tenho coração. – Louis respondeu. – E não a chame assim, Niall. Ela não merece tal apelido, sem contar que é uma mulher digna.

– E a louca também está apaixonada por você? – Horan sorriu torto. – Ou ela só gostou do sexo?

– É impossível não gostarem do meu poder sexual. Eu mando bem demais nisso. – Revirei os olhos. – Mas ela é apaixonada por mim, sim. Na última vez que transamos, foi amor.

– Essa ninfeta tem a maldição dos seios de ouro, não é possível. – Harry comentou e riu junto a Niall e Zayn. Papai e Louis estavam sérios.

– Não acho que seja impossível alguém amar Louis. – Liam falou. – Ele já foi casado duas vezes e mesmo que tenham sido um fracasso, talvez, essa mulher te conserte.

– Mas e ai, quanto você vai pagar pra ela fingir que te ama e que você é ótimo na cama? – Os três patetas caíram no riso e eu já estava me irritando.

– Vocês são tão idiotas que eu os prefiro calados. – Tomlinson voltou a comer.

(...)

A estadia no paraíso se foi e tivemos que retornar as nossas vidas normais. Era tudo que eu não queria, pois, minha agenda lotou de uma forma inacreditável. Ensaios ali, presenças lá, gravações para não sei quem... Fiquei completamente esgotada. Mas o pior mesmo foram as perguntas sobre Louis. Bom, tudo isso se deve ao fato de termos feito uma tatuagem. É, ele insistiu tanto que fizemos. Ambas são um coração atrás da orelha e a internet surtou por causa disso, já meus pais não comentaram nada.

Cheguei a frente da estação de rádio na qual eu e Mad faremos uma participação pela manhã. Estava ansiosa por pisar em uma. Vamos tocar as músicas que gosto, conversar um pouco com as pessoas que nos admiram e fazer algumas brincadeiras. Até que será divertido. Descemos do carro e adentramos ao edifício acenando para alguns paparazzis, depois subimos ao andar e lá encontramos o radialista, seu nome é Marcus e ele é super simpático.

Nos acomodamos a mesa e enquanto o programa não teve início, eu e Mad ficamos nos fotografando e divulgando que logo estaríamos no ar. Em alguns minutos, tudo já estava dando início. Começamos com as músicas e alguns papos aleatórios com pessoas que ligavam. Eu chorei de rir com um cara que pediu Madison em casamento. O clima estava bem agradável, até que Marcus tocou no assunto namoro.

– Sabe, nós temos nossos compromissos por ai. – Mad respondeu.

– Não temos. – Rebati a olhando. – Okay, talvez você tenha, mas eu não.

– Nem mesmo Louis? – Marcus questionou. – É o que as pessoas das redes sociais mais querem saber. Vocês foram fotografados juntos muitas vezes, inclusive nas férias de Saint Barths e em seus apartamentos, não que isso prove algo, mas também tem tatuagens iguais e usam anéis com pedras parecidas. São apenas duvidas do pessoal da internet.

– Bom, eu acho que se, realmente, estivesse rolando algo entre nós, vocês saberiam. – Tentei não mentir tão mal como sempre faço. – Eu e Louis somos apenas amigos. Tatuagens e anéis não nos denominam como namorados. Tatuagens e anéis não são a confirmação de um relacionamento amoroso. Somos apenas amigos que com símbolos materiais e desenhos iguais querem celebrar o quanto a amizade está indo bem. Muita gente pelo mundo usa coisas iguais e isso não significa nada. Sem contar que ele é muito mais velho do que eu. Louis serve para ser meu pai, não meu namorado.

– E o que você acha das pessoas que fazem aquelas montagens como se vocês fossem um casal?

– Eu até que acho engraçado. – Ri baixo. – Esse pessoal da internet tem muita criatividade e eu os aprecio por isso, mas não quero que se iludam por conta de fotos, anéis e tatuagens. Nada disso é real.

– E sobre os comentários que ele faz em suas fotos ou quando é perguntado sobre você?

– Apenas um apoio de amigo. Qualquer um faz isso por quem tem amizade. – Ai meu Deus, esse cara não vai calar a boca?

Marcus encerrou o programa e olhei para Mad que me encarava com aquele olhar de "menina, arrasou!". Nos despedimos de Marcus e saímos da rádio, voltando para casa. Ao entrar nela, me joguei no sofá e meu celular tocou, era uma mensagem de Louis.

"Anéis e tatuagens não significam nada? Magoou."

"Quando eu digo que você é louco, não estou mentindo."

"Eu só sou louco por você, Brunette."

"Que continue assim. Agora, me dê um tempo para descansar e vá trabalhar."

"Okay. A madame manda, o vagabundo obedece."

Ri baixinho e Madison avisou que Harry estava vindo. Revirei os olhos e pedi que ela o mandasse embora. Desde quando voltamos eu sou obrigada a ouvi-los gemendo e é algo tão desnecessário para os meus frágeis tímpanos, sem contar que eu estou sendo cumplice de uma traição. A porta foi aberta e já cobri o rosto, não queria vê-los aos beijos. Senti um cutuque em minha perna e puxei a almofada, vendo um buque de Íris as mãos de Harry. Fiquei o encarando de modo estranho e ele avisou que o porteiro disse que haviam entregado há pouco tempo.

Ah Louis...

Suspirei feliz e cheirei as flores ao pega-las. O mesmo perfume gostoso de sempre. Levantei e as coloquei em um vaso com água, depois, segui para o meu quarto. O casal poderia fazer o que quisesse, eu só queria pensar em Louis, no nosso relacionamento e no monstro que nos ronda. Apesar de tudo estar indo secretamente bem, eu vou ter que contar aos meus pais em algum momento e sei que a reação de Liam não será a melhor. Mas ele terá que aceitar, eu posso caminhar com minhas próprias pernas agora e nada irá me deter.

Vi meu celular acender a tela e o peguei, era uma mensagem do meu pai, avisando que no dia seguinte – sábado – ele iria fazer uma surpresa para minha mãe, já que é aniversário de casamento deles. 20 e todos anos, se não me engano. Eu adorei a ideia e acho que será um ótimo momento para reacender o amor deles.

(...)

A noite caiu e recebi uma mensagem de Louis, pedindo que eu fosse a sua casa para conversarmos um assunto sério. De primeira, eu fiquei com certo medo de ir, mas quando dei por mim, já estava a caminho de sua casa. A curiosidade me comia por inteira e eu só pensava no fato de ele querer brincar comigo, ou seja, me botar um falso medo.

Parei o carro na garagem e subi de elevador enquanto retocava a maquiagem. Tenho que estar bela para vê-lo. Cheguei ao seu andar e me surpreendi ao encontrá-lo já do lado de fora. Caminhei até Louis e o beijei, depois entramos na casa.

– E ai? O que houve? – Ele sentou no sofá.

– Eu estava pensando e decidi que vou falar com seu pai amanhã. – Louis suspirou.

– Falar como? – Meu coração disparou.

– Eu vou falar que nos amamos. Ele vai entender.

– Não! Tá maluco? Começamos agora, não pode falar com ele.

– E vamos arrastar isso até quando? Todo mundo desconfia e se Liam ainda não se tocou, é porque é burro ou não quer admitir.

– Para de dizer isso dele. – Sentei no chão e alisei meu rosto. – Não pode, Louis. Olha, vamos pensar direito, por favor. – Segurei sua mão. – Se falar com ele agora, o que acha que Liam fará?

– Quanto antes, melhor. – Ele me beijou. – Meu amor, não temos o porquê de nos privar de viver. Estamos bem, felizes e eu não tenho muito tempo de vida.

– O que? – Arregalei os olhos. – O que... Espera, do que está falando?

– Não é isso que está pensando, mas é que... – Ele parecia triste. – Você é muito mais jovem do que eu, a possibilidade para que eu morra amanhã é muito maior. Eu sou fumante, vou fazer 40 anos e um raio, cai sim, duas vezes no mesmo lugar.

– Não entendi a última coisa.

– Não precisa. Só quero que saiba que se formos pra vivermos esse amor que seja da forma correta, dane-se o mundo.

– E se depois, nos separarmos? – Prensei os lábios. Eu não queria pensar nisso, mas era uma possibilidade.

– Terei sido o cara mais feliz do ano. Mas não pense nisso, Let. Vamos sofrer com as pessoas, mas eu sei que o que sentimos é muito mais forte do que qualquer crítica. – Louis me beijou. – Eu amo você e vou lutar para te ver sorrindo.

– Obrigada. – Derrubei algumas lágrimas. – Você é o trapo que eu sempre quis. – Rimos.

– Você é a Brunette que faltava em minha vida.

Segurei seu rosto e nos beijamos mais uma vez. Agora foi intenso e apaixonante. Eu posso acreditar em todas as palavras de Louis, mas ainda tenho um certo pé atrás.