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História The Birth of an Angel - Dois Anjos Desconfiados


Escrita por: YukariKitsune9

Notas do Autor


E consegui lançar na semana YAY \o/
E voltando com a tensão 8))))

O capitulo será narrado pelo Nagisa

Boa leitura a todos o/

Capítulo 65 - Dois Anjos Desconfiados


Abro meus olhos de forma bem lenta, apenas observando o ambiente do banheiro um pouco cansado. Como saímos do jardim já de madrugada acabei nem conseguindo pegar no sono, e apenas deixei Shinji na cama. Até tentei dormir, mas mesmo depois de ficar quase quatro horas deitado continuei acordado. No fim desisti e vim para cá depois que percebi que estava perto da hora de irmos ter as nossas aulas, então decidi que iria ao menos relaxar um pouco antes.

Estiquei meu corpo na banheira enquanto apoiava os braços nas beiradas, deixando meus pés apoiados no fundo e os joelhos para fora da água. Continuei observando o teto sem nenhum motivo em especifico, afinal não tenho nada para fazer agora exceto descansar.

Até que em dado momento que decidi arrumar um pouco meu cabelo, consegui sentir alguma coisa me cutucando na barriga. Não consegui deixar de sorrir um pouco ao perceber que minha filha agora dava alguns sinais de vida dentro de mim. Sinto que ela parece um pouco mais agitada do que das outras vezes que chegou a fazer algum movimento, talvez se incomodando com o fato de que não dormi.

Seria engraçado se fosse verdade, e sendo sincero com tudo que já presenciei em vida não chego a duvidar disso nenhum instante sequer. Por ela já ter quase seis meses ultimamente tem ficado bem mais ativa, principalmente quando me sinto um pouco mais energético que o normal. Às vezes me pergunto se ela está reagindo a tudo o que faço já que sempre age nessas horas.

-Nagisa. – consigo ouvir uma voz sonolenta vindo da entrada do banheiro, e assim que viro meu rosto vejo que Shinji estava apoiado na porta, sorrindo de uma forma bem gentil. – Acordou cedo.

-*Riso* acabei nem dormindo hoje na verdade. – comento enquanto indico para ele vir até mim. – E acho que nossa filha inclusive está reclamando disso.

-E se estiver tem razão, porque você não deveria ficar pulando noites de sono assim. – ele comenta como se me desse um sermão, mas sua voz era bem suave, provavelmente por conta do sono.

-Eu sei, tentarei não fazer isso de novo hoje. – respondo no mesmo instante em que ele se aproxima da banheira. Pego gentilmente sua mão canhota, e logo a trago para ficar apoiada sobre minha barriga. – Consegue sentir?

Ele apenas respondeu com um pequeno sussurro sem palavras, antes de se ajoelhar ao lado da banheira. Acariciando minha pele de uma forma bem lenta ele observa a região parecendo bem feliz.

-Imaginar que logo ela nasce. – ele diz antes de me encarar um pouco curioso, mas preocupado também. – Me pergunto se vai ficar tudo bem com você no parto.

-Devo admitir que fico um pouco ansioso só de pensar nisso. – falo num tom de voz calmo antes de apoiar minha mão direita sobre os cabelos dele. – Mas sei que estará ao meu lado então tenho certeza de que ao menos não estarei sozinho.

-Sim, com certeza não estará. – ele diz parecendo aliviado. – É engraçado, se fosse o eu da dimensão anterior, estaria morrendo de medo apenas de pensar que terei que cuidar de uma criança.

-E não está? – pergunto agora curioso.

-Estou, mas de alguma forma, com tanta gente ao meu lado, sinto que talvez seja capaz de lidar com tudo isso. Admito que tenho um pouco de medo, muito mais por você já que dará a luz a ela, ainda mais porque o parto entre nós humanos já é algo meio perigoso. – ele continua a falar enquanto continua acariciando minha barriga. – Mas mesmo que tudo isso tenha sido acidental, que tenhamos tantos riscos, sinto que não tenho tanta coisa assim para temer. Porque tenho você do meu lado.

Olho para ele bastante surpreso, mas ao mesmo tempo não consigo deixar de sorrir com essas palavras, vendo o quanto ele foi capaz de mudar durante o tempo que passamos juntos. Penso que talvez uma grande parte disso se deva ao fato de que agora ele e o comandante estão em melhores termos desde que passei a ser autorizado a continuar vivendo aqui. Ele parece mais confiante de que pode ser alguém capaz de cuidar de uma outra vida, e só de saber disso já penso que tudo até aqui valeu a pena.

Acaricio o cabelo dele uma última vez antes de me erguer da banheira, afinal já estava dentro dela a bastante tempo, o suficiente para as pontas de meus dedos começarem a enrugar um pouco. Shinji percebeu minha movimentação e logo já pegou a minha toalha que estava apoiada sobre um banco.

Ele me ajudou a me secar já que minha movimentação é deveras limitada por conta da minha enorme barriga, embora não seja algo impossível de fazer é mais fácil deixar ele me ajudar. Depois disso voltamos para nosso quarto e logo já vesti uma muda de roupas que tinha deixado largado em cima da mesa de centro.

Do chão Sora miava bem baixo enquanto esfregava seu corpo na perna de Shinji, que logo pegou o animal no colo. O pequeno ronronou sem parar assim que fora apoiado no ombro dele, o que com toda certeza é algo bem fofo. Estico meu braço na direção da cabeça dele e começou a acariciar os pelos brancos de modo gentil, podendo ouvir um ronronar ainda mais alto em resposta.

-Acho que deveríamos estar indo para a aula agora. – Shinji comenta ao olhar para o relógio apoiado sobre nossa estante. – Vamos acabar chegando atrasados.

-Tem razão. – concordo um pouco cansado antes de parar de acariciar Sora.

Shinji logo deixou o gato no chão e se despediu dele antes de nós dois irmos em direção a porta. O animal miou mais um pouco, mas logo parou e voltou para sua pequena cama, onde simplesmente se acomodou e voltou a cochilar.

.

.

.

Chegamos na sala de aula relativamente cedo, porém assim que abri a porta do local pude perceber que a representante de classe parecia bem tensa. Ela, Kensuke, os dois amigos de Shinji e Asuka conversavam de modo aflito, como se alguma coisa ruim tivesse acontecido.

-Ei aconteceu algo? – pergunto preocupado antes de me mover até eles.

-Ah finalmente chegaram. – a representante fala ainda aflita. – A Hana sumiu do quarto. Quando acordei hoje de manhã ela não estava na cama dela, e parece que ninguém daqui sabe do seu paradeiro também.

-Rei foi atrás dela, mas até agora não a encontrou.  – Soryu comenta antes de cruzar os braços um pouco frustrada.

-Estranho. Mesmo ela não falando com a gente ela não costuma se afastar de você por tanto tempo assim, Hikari. – Shinji comenta parecendo notar que tinha algo de errado.

-Sim, por is...

No fim a representante acabou parando de falar assim que ouviu o celular dela tocar num volume bem alto. Ela pegou o aparelho, verificou a mensagem que tinha acabado de chegar, e aliviada logo informou que era uma mensagem de Ayanami avisando que tinha encontrado Hana junto do meu irmão na cafeteria.

-Koichi está com ela? Que doidera. – Kenji comenta parecendo completamente confuso.

-Vai ver foi só coincidência. – digo um pouco relaxado.

-Talvez, mas ainda estou preocupada. – Hikari continua falando aflita. – Ela não é de sumir assim, ainda mais porque morre de medo de ficar sozinha.

-E duvido que ela nos responda alguma coisa. – Makoto fala parecendo cansado, mas preocupado ao mesmo tempo. – Mas com um doido feito o Kuro solto por ai não dá pra bobear dessa forma.

-Nem me lembre disso. Só de pensar naquele cara tentando fazer algo com qualquer um aqui quero vomitar. - Soryu afirma com uma expressão de nojo.

-Chegamos.

Assim que todos nós voltamos o olhar para a porta da sala, vimos que Ayanami tinha acabado de entrar acompanhada do meu irmão e da Hana. Ela parecia estar completamente exausta, e pelo que noto nem deve ter dormido hoje. Me pergunto o que pode ter acontecido.

-Gente, até que enfim chegaram. – Kenji comenta parecendo mais calmo.

-Hana, ficamos preocupados. O que aconteceu? – Hikari pergunta enquanto se aproxima dela, mas logo a outra se afasta parecendo rejeitar completamente a preocupação demonstrada.

-Nada que precisem saber. – ela rebate de uma forma bem fria, o que pelo visto surpreendeu Armisael já que ele arregalou os olhos um pouco.

-Caramba, a gente só estava preocupado. – Makoto fala parecendo um pouco irritado com a atitude dela.

-Irmão. – Armisael me chama e logo a atenção não só minha, mas dos outros também se volta para ele. – [Conversa séria, agora.]

Me surpreendi um pouco com o tom extremamente sério dele, afinal mesmo quando ele me questiona alguma coisa, normalmente usa um tom bem mórbido ou de zombaria. Mas desta vez ele parece nervoso, e de alguma forma sinto que alguma coisa deve ter acontecido para até mesmo usar uma linguagem que apenas duas pessoas nessa sala conseguem compreender.

-*Suspiro* [se diz.] – respondo um pouco preocupado antes de nos movermos para um dos cantos da sala.

Indiquei para Shinji para impedir que alguém se aproximasse de nós dois, afinal pelo que posso deduzir Armisael não quer ninguém interferindo. Depois que chegamos num canto bem afastado, justamente entre a lousa e uma janela que dava para o jardim da Nerv, verifiquei se o resto dos pilotos estava bem afastado e percebi que Shinji tinha guiado eles para o canto oposto. Fiquei de costas para a janela da sala, enquanto que ele apenas ficou a dois passos de distancia de minha frente.

-[Sobre o que seria a conversa?] – pergunto um pouco atropelado, afinal ainda continuo não falando muito bem alemão.

-[Apenas queria te passar algumas informações.] – ele diz ainda tenso, e apesar de dizer que eram apenas informações, eu já percebia que ele estava sendo mais cuidadoso que o normal.

Ele apoiou a mão sobre a própria garganta antes de emitir um rugido tão suave que apenas eu percebi. Ambos tínhamos decidido que quando fossemos usar nossa língua original, iriamos colocar a mão na garganta para ao menos fingir que estávamos apenas imitando algum som, já que demos sorte que grande parte de nosso dialeto parece um monte de barulhos de animais.

Armisael começou a me indicar que desconfiava que algo grave aconteceu com a lilim nomeada Hana, e que pelo visto aquela maldita peste, Kuro, estava envolvida de alguma forma. Ele então aproximou a boca de meu ouvido direito enquanto a escondia com a mão esquerda, e percebi que estava fingindo cochichar apenas para esconder que estava usando a sua mão livre para encostar no meu pescoço.

Um mar de memórias subitamente adentrou minha mente, e no mesmo instante percebi que ele tinha entrado na minha cabeça e estava passando todas as suas informações de uma vez só por meio de seu campo A.T. Tudo não durou mais que cinco segundos, mas o baque foi tão forte que depois que ele se afastou de mim achei que fosse acabar desmaiando.

-[Analise.] – ele disse de um jeito meio rápido, porém ainda mantendo um tom de voz baixo. – [É tudo o que precisa saber desssa situação].

Me apoiei à parede logo atrás de mim, tentando recuperar um pouco de meu folego sem chamar atenção demais. Cruzei meus braços para dar uma impressão de que apenas estava pensando sobre uma decisão importante que ele me disse, o que em partes é verdade.

Passei a analisar todas as memórias dele que me foram passadas, e no instante que vi ele batalhar contra Kuro eu já comecei a me preocupar um pouco, mas por sorte percebei que Armisael tinha restringido quase que por completo suas habilidades então não precisarei me preocupar com isso.

Então mudei para uma memória anterior, do instante que Hana apareceu no jardim da Nerv, e assim que a imagem da ferida no pescoço dela me veio à mente, senti uma vontade imensa de vomitar. Eu reconhecia aquele tipo de ferida, parecia ter sido feita por algum tipo de agulha bem fina, mas pelas marcas fora feito a força. E tenho um mau presságio de que Kuro estava envolvido nisso.

Apoiei minha mão sobre o pescoço e perguntei na nossa linguagem se Armisael tinha alguma desconfiança sobre o machucado da lilim Hana, mas tudo que recebi como resposta é que ele não conseguiu nenhuma confissão dela por conta de ela estar com medo demais, por isso ele não a forçou a falar. Pelo que ele conseguiu deduzir alguém a ameaçou ao ponto de até mesmo a deixar tão fragilizada e de pensar em acabar com a própria vida.

Sinto nojo só de pensar que ele talvez esteja atacando mais uma pessoa, mas nenhum de nós dois tem provas, e muito menos vamos conseguir algo de Hana tão cedo. Entendo o motivo afinal mesmo eu demorei muito para contar tudo que me aconteceu. Armisael disse que até sentiu o cheiro da essência de Kuro nela, mas nada que prove que ela foi realmente atacada, no máximo poderia provar que ele tentou a atacar com uma faca, já que foi isso que foi feito quando ele o enfrentou.

Tentei perguntar para ele como conseguiu ao menos fazer ela confiar um pouco nele o suficiente para conseguir resgata-la, porém ele simplesmente não me respondeu e deu de ombros. Depois me disse apenas que o importante agora seria dar um jeito de avisar a doutora Makinami o quanto antes, pois nesse ritmo as coisas poderiam piorar bem rápido.

Olho para meu irmão um pouco intrigado, mesmo ainda estando um pouco afetado por tudo que acabei de receber de informação, o que está mais me surpreendendo nesse momento, é o fato de ele estar preocupado com uma lilim, e justamente a única que ninguém aqui sequer mantém contato.

Ele reclamou de eu o estar olhando demais, e de algum modo reconheci o que parecia ser um resquício de vergonha vindo por parte dele, tão pouco e por tão pouco tempo que por um segundo achei que tinha visto coisas. Mas depois que ele desviou o olhar pra lousa, tive total certeza e não consegui deixar de sorrir, um pouco irônico sendo sincero.

-[Olha só, no fim meu irmãozinho não é uma pedra.] – o provoco antes de ajeitar minha mão sobre meu pescoço.

Ele apenas deu um resmungo um pouco mais alto, algo que mais ficou parecendo um rosnado seco de gato. Percebi que Shinji e os outros acabaram voltando suas atenções para cá, mas nem me importei muito com isso, afinal acho que já tratamos o suficiente daquele assunto. E está bem divertido ver o ser que tanto ficou reclamando do fato de eu amar um lilim, estar agora na mesma situação.

-[Vamos admita de uma vez. Tem um atrativo por lilins especiais também não é?] – voltei a afirmar agora ainda mais irônico.

-[Mas tu não tens mesmo decência, me provocando em um momento destes, Tabris seu idiota.] – ele começou a praguejar antes de simplesmente voltar a grunhir em nosso dialeto um monte de xingamentos, o que sendo sincero é uma cena bem divertida de se ver.

Provoquei ele dizendo que estava completamente apaixonado pela lilim que tinha acabado de salvar, e recebi como resposta um belo soco no topo da cabeça, seguido de xingamentos em pelos menos quatro línguas diferentes aos quais ele conseguiu de conhecimento da doutora Makinami, mais os tradicionais reclamos no nosso dialeto. E eu nem consegui segurar o riso por conta do estado que ele estava, nem me importei com o soco um pouco mais exagerado que acabei recebendo.

-Ei, os dois vão ficar se matando ai?! – Soryu perguntou parecendo um pouco revoltada por nos ver brigando dessa forma. – E a gente preocupado que tinha algo sério acontecendo, tsc.

-*Riso* o que ele precisava me avisar já foi dito. – digo antes de voltar minha atenção para Armisael. – [Agora, vai ver quem vai receber o troco irmão.] – comento com um sorriso completamente irônico enquanto ponho minha mão no pescoço já pronto pra revidar no nosso dialeto.

-[Seu anjo estúpido.] – ele volta a praguejar antes de produzir um ruído sinalizando que estava bem irritado agora.

Voltei a provocar ele na nossa língua, dizendo pra ele só admitir que ao menos a alma dela é bem atraente pra ele, além de fazer gestos com minha mão livre que estavam o irritando cada vez mais, e lógico que ele continuou negando. Percebi que os outros nos observavam um pouco confusos, exceto por Shinji que sabia que tínhamos o costume de brigar no nosso dialeto por ser bem mais simples e rápido.

-Esses dois endoidaram? – escutei Makoto dizer enquanto eu já provocava Armisael de novo.

-Deixa eles. – ouvi Shinji comenta um pouco cansado, mas de alguma forma percebi que ele estava se divertindo com a cena.

-Mas eles tão parecendo dois gatos no cio!! – Kenji fala meio confuso, e eu não consegui deixar de pensar que era uma comparação engraçada.

-É apenas o modo como eles se comunicam quando não querem ninguém a não ser eles entendendo a conversa. – Shinji explica de modo bem calmo. – Como se conhecem há muito tempo desenvolveram esse método para conversar, já que ninguém conseguiria deduzir o que tudo isso significa.

-Que bizarro.

Eu continuo irritando Armisael nesse meio tempo, e a cada tentativa minha ele só ficava cada vez mais nervoso, mas o conhecendo sei muito bem que não vai fazer mais nada além de uns socos por conta de eu estar grávido.

No entanto ambos paramos quando ouvimos a porta da sala sendo aberta de novo. Aquela maldita peste entrou no lugar acompanhado de Hebi e da outra lilim que nem sequer consigo me lembrar do nome. Ele sorri de uma forma maligna enquanto olha diretamente para mim, e sinto um pavor horrível me tomar o corpo.

Volto a apoiar a mão na garganta e alerto Armisael para não fazer nada. Ele apenas me respondeu que iria agir somente quando necessário, o que ao menos já me deixa um pouco aliviado. Por fim ele me avisou que iria repassar toda a nossa conversa e as memórias dele para a doutora Mari e a doutora Akagi assim que elas chegassem.

-[Desta vez Tabris, trate de não hesitar caso ele haja.] – ele reclama antes de cruzar os braços, sinalizando que não iria mais usar nosso dialeto. – [Tu tens um bem precioso demais dentro de si para sair se sacrificando de forma tola. Pense na tua própria criança de hoje em diante].

-[Eu tenho consciência disso Armisael. Não vou ser descuidado justo quando não posso.] – respondo cansado antes de também cruzar os braços.

-[Sei. Conhecendo esta sua mente acabará hesitando se seu precioso lilim for envolvido.] – ele reclama parecendo descrente das minhas palavras. – [De todas as formas não irei discutir isto com a sua pessoa. As duas doutoras já estão chegando e vou repassar tudo antes de elas entrarem aqui].

Ele apenas chia uma última vez antes de se retirar da sala, e eu apenas consigo suspirar antes de voltar minha atenção para Shinji. Ele parece preocupado por conta de ter notado o meu humor no momento. Indico para que ele se aproxime, e assim que ele começa a caminhar na minha direção eu percebo que Kuro estava agindo de um jeito esquisito.

Encarava sem parar Hana, e ela em resposta só se encolhia sobre a carteira dela, o que só me deixava ainda mais suspeito dessa situação toda. Pedi que Shinji se apressasse um pouco, e no instante que ele chegou ao meu lado eu cochichei todas as informações que Armisael tinha me passado, de uma forma bem mínima para evitar demais suspeitas.

-Tem certeza? – Shinji pergunta já ficando apavorado.

-Nenhum de nós dois pode confirmar, mas suspeitamos que seja verdade. – comento enquanto seguro a mão de Shinji. – Porém não repasse isso ainda, precisamos evitar de acabar espalhando algum boato que pode ser apenas uma armadilha. Meu irmão já foi passar tudo a Mari-san e a doutora Akagi, então por hora vamos nos manter quietos.

-Se diz....mas estou com um mal pressentimento.

-Meu irmão também estava, por isso acho que vou evitar sair sozinho por um tempo. – respondo mais calmo antes de voltar meu olhar para aquela maldita peste, e percebi que ele me encarava de um modo maligno e pervertido ao mesmo tempo, me dando nojo apenas de perceber.

-Tudo bem. Irei também pedir para os outros ajudarem caso eu não possa te acompanhar. – Shinji fala ainda preocupado enquanto segura seu antebraço oposto com a mão livre. – E se ele se aproximar e você perceber que está em perigo, não hesite em usar seu grito. Sei que irá colocar em risco sua identidade, mas é preferível a colocar sua vida e de nossa filha em perigo.

-Eu sei, pode deixar que desta vez esse maluco não irá conseguir o que quer. – afirmo confiante antes de ter minha atenção desviada.

Percebi que as duas doutoras finalmente tinham entrado na sala de aula, ambas parecendo um pouco tontas. Imagino que seja efeito da habilidade de Armisael nelas, afinal se para mim já é chocante receber tanta informação de uma única vez, para meros lilins isso deve ser ainda pior, sem contar o fato de que meu irmão não conhece muito bem a palavra controle quando ele utiliza seu campo A.T.

A doutora Akagi logo pede para todos se acomodarem em suas respectivas carteiras e antes das aulas começarem, Mari-san me avisou que queria se encontrar comigo, meu irmão e Shinji depois das aulas. Lógico que ela explicou tudo isso em alemão, afinal se Kuro ou algum outro piloto entender o que está acontecendo, as coisas podem acabar piorando bastante.

No fim as matérias foram dadas regularmente, com a diferença de que ambas as doutoras pareciam mais exaustas que o costume. Logo o horário de almoço chegou, e eu pedi que Shinji me acompanhasse para que pudéssemos falar com a doutora Mari, dando a desculpa de que precisava ir fazer um exame e queria companhia. Tudo pensando em não ser descoberto por aquela maldita peste.

Meu irmão já estava sabendo da reunião então já tinha ido acompanhar a doutora Akagi muito antes. Mas para minha surpresa, ele não fez isso sem antes dizer alguma coisa para Hana, que ainda continuava isolada na sala até aquele momento. Não demorou mais que alguns segundos, porém percebi que logo depois disso ela saiu correndo atrás de Hikari e pediu algo para ela.

A representante parecia confusa com a mudança repentina de comportamento dela, mas logo a acompanhou para fora da sala de aula. No fim eu e Shinji só saímos de dentro do cômodo depois que todos os outros pilotos já tinham ido em direção ao refeitório.

Nós dois chegamos ao laboratório de Mari-san em poucos minutos, e assim que entramos no local já pude ver que meu irmão e as duas doutoras estavam sentados nas macas. Shinji estranhou um pouco a situação, no entanto em pouco tempo ele começou a perceber o que acontecia e apenas me encarou preocupado.

-Sobre o que queria conversar Mari-san? – pergunto bastante sério antes de cruzar os braços.

-Sendo sincera, sobre muitas coisas. Porém irei começar com o básico, precisaremos de ajuda para tentar impedir o Kuro de se aproximar de qualquer um dos outros pilotos. – a doutora fala bastante nervosa. – Se ele fez algo com Hana e não temos como provar, dificilmente apenas a escondendo é que iremos para-lo.

-Mas Mari-san, não tem nenhuma maneira de pelo menos o afastar daqui? – Shinji pergunta um pouco revoltado.

-Infelizmente não, a menos que ela mesmo admita que algo ocorreu será impossível. – a doutora Akagi responde parecendo também nervosa. – Por hora apenas contatamos seu pai e o Subcomandante Fuyutsuki para uma reunião de emergência.

-Irei com as duas para explicar a situação como um todo. – Armisael fala num tom também estressado. – Como teremos que evitar o maior número possível de suspeitas tu meu irmão não poderás comparecer, porém irei pedir que continue distraindo os outros lilins.

-Isso não será um grande problema, já tenho uma ideia do que falar. – é relativamente simples por conta de Armisael estar sendo autorizado a finalmente passar a conviver vinte e quatro horas por dia com todos os lilins. Basta dizer que ele foi ter uma última reunião para decidir isso.

-*Suspiro* porque justo quando tudo parecia bem aquele maldito faz isso. – Shinji reclama irritado.

-Não há muito que fazer, estamos de mãos completamente atadas no momento Shinji. – a doutora Ritsuko responde parecendo entender o sentimento dele, afinal é frustrante saber que tudo pode estar se repetindo de novo, só que agora com outra pessoa.

-Antes que me esqueça, há um último adendo que me esqueci de passar para todos. – Armisael diz parecendo ainda mais sério. – Enquanto batalhei com ele, deu a entender que poderia acabar te utilizando contra mim Tabris. Pode ter sido apenas um blefe, porém assim que o vi entrar na sala notei que estava com uma intenção perigosa contra você.

-Imaginei que isso pudesse acontecer. Já avisei Shinji que não saio mais sozinho de casa por um tempo. – confirmo antes de olhar para Shinji, que acenou a cabeça de forma positiva para concordar com o que eu havia acabado de dizer.

-Muito bem, acho que por hora será apenas isso. Qualquer mudança nós iremos avisar vocês dois através do seu irmão Nagisa. – Mari-san diz antes de pegar um punhado de anotações que estava em uma escrivaninha. – Por hora podem ir ao refeitório.

Eu e Shinji nos despedimos dos três antes de sairmos da enfermaria, e enquanto olhávamos para os lados para ver se ninguém estava espionando o local, nós começamos a caminhar para longe daquele local.

Enquanto trocávamos olhares eu já podia perceber que o sentimento que ele tinha era o mesmo que o meu. Algo de muito ruim poderia estar para acontecer em breve. Ambos sabíamos muito bem disso.

No entanto desta vez as coisas acabaram de forma diferente.

Desta vez aquela peste irá pagar por tudo que fez a nós dois.

E terei certeza de o fazer de modo que se arrependa pela eternidade.


Notas Finais


Bom já da pra sentir que a treta ta voltando pra fic huahuahuahuahua
Não consigo mesmo deixar algo calmo por tempo demais, desculpa x'D

Enfim, agora é só esperar pra ver como o Nagisa reagirá desta vez :P
E como tem acontecido até agora, Armisael só vai aparecer cada vez mais daqui pra frente.
Espero conseguir trabalhar direito nisso lol.

Bom do cap acho que era só isso XD
Ia lançar mais cedo hoje já que tinha tudo pronto, mas uma coisinha chamada Yuri on Ice me distraiu LOL
E aqui minha recomendação, assistam esse anime vale muito a pena :3

Okay parei agora huahuauha

Vejo vocês nos comentários o/


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