1. Spirit Fanfics >
  2. The Birth of an Angel >
  3. Contos Sobre as Almas e Fantasmas

História The Birth of an Angel - Contos Sobre as Almas e Fantasmas


Escrita por: YukariKitsune9

Notas do Autor


Ops, adivinha quem se distraiu de novo xP
Fui na bienal do livro essa semana e acabei me esquecendo completamente de acabar o capitulo, perdão por isso :'v
Mas ao menos consegui ainda entrega essa semana ;w;

Bom o capitulo será narrado pelo Nagisa

Boa leitura a todos o/

Capítulo 62 - Contos Sobre as Almas e Fantasmas


Assim que acordo eu já percebo que Shinji já não estava dormindo ao meu lado. Ergo meu corpo um pouco lento e tento forcar meu olhar pelos cantos do quarto, e embora esteja vendo tudo meio embaçado consigo notar que apenas Sora estava vagando pelo chão.

Com um pouco de dificuldade eu levanto da cama e agora tento focar melhor meu olhar em nosso quarto e finalmente percebo que a porta do banheiro estava entreaberta. Caminho até lá fazendo o mínimo de barulho possível, e conforme vou me aproximando consigo perceber o que parecia ser o som de água corrente.

Bato de leve na porta algumas vezes antes de chamar por Shinji ainda um pouco sonolento. Consigo ouvir um murmúrio em resposta bem fraco, mas consegui compreender aquilo como sendo uma permissão para poder entrar. Empurrei a porta de madeira devagar e logo adentrei o cômodo, já sentindo um pouco de vapor de água me tocando o rosto. Olho em direção a banheira e já vejo que Shinji estava apenas se banhando.

-Bom dia Nagisa. – ele diz parecendo bastante calmo, ao mesmo tempo em que estendia o braço direito na minha direção.

-Bom dia. – respondo antes de bocejar um pouco, ainda estava bastante cansado. – Acordou faz muito tempo?

-Sim, como dormi demais ontem acabei acordando umas cinco da manhã. Como você parecia bem exausto quando foi dormi decidi deixar você descansando e fiquei lendo um pouco antes de vir aqui. – ele continua falando enquanto me aproximo da banheira.

Assim que já estou a apenas um passo dele eu me agacho em frente a banheira e apoio meus braços sobre a sua beirada. Shinji apoia os seus dedos sobre os fios do meu cabelo em fica me acariciando de uma forma bem lenta. Seus olhos estão bem mais vividos se comparados a ontem, e apesar de as olheiras estarem bem evidentes ainda, ao menos seu espirito parece bem mais calmo.

-Quer entrar um pouco também Nagisa? – ele me pergunta bem gentil antes de mudar a posição de sua mão e a apoiar em minha bochecha esquerda.

-Hm...acho que vou passar por agora, acabei de acordar e como ainda vamos sair hoje, não acho que vá ser uma boa ideia. – respondo meio cansado antes de apoiar meu rosto sobre meus braços. – Deixemos isso para quando voltarmos hoje à noite.

-*Riso* tudo bem, você parece bem exausto ainda. – Shinji continua a falar enquanto apoia a sua outra mão sobre uma das minhas asas que tinha se estendido por cima da banheira. – Antes de sairmos com o Makoto e o Kenji, quer ir até o jardim para esticar as asas um pouco?

-Parece tentador. – falo enquanto movo minha cabeça até deixar apenas um olho visível para ele. – Eu adoraria, ainda mais porque já tem pelo menos um mês que não faço isso.

-É desde a invasão da Seele. – sua mão se move pela minha asa de forma suave, quase como se fosse uma pluma. – Ver você voar numa situação mais calma vai ser mais encantador.

Sorrio em resposta aos pensamentos dele. Poder não apenas ouvir tudo isso, mas sentir toda a sinceridade dele sempre me faz tão bem. É em momentos como esse que não acho ruim essa minha capacidade de pressentir emoções lilins, porque apesar de também perceber as ruins, as boas me fazem sentir que estou nas nuvens.

-Bom vou te deixar descansando um pouco. – começo a falar antes de me erguer do chão. – Vou deixar algo preparado para você comer.

-Obrigado. – ele me responde sorrindo antes de se encostar-se à banheira de novo.

.

.

.

Passou-se uma hora, e logo finalmente saímos de nosso quarto, embora eu ainda esteja bem cansado. Mas ficar naquele local não vai ajudar a melhorar isso, então talvez um pouco de ar fresco me dê algum animo, ao menos foi isso que Shinji me disse.

E acho que ele não podia estar mais certo, no instante que entramos no jardim já consigo sentir uma pequena brisa me tocar o rosto, e junto um pouco do meu cansaço ia se esvaindo. Adentramos até a parte mais central do jardim, onde ninguém mais poderia nos ver, exceto as câmeras de segurança.

Logo que começamos a caminhar por entre as flores, eu joguei as minhas roupas superiores no chão e desfiz a transformação que eu tinha sido obrigado a fazer para poder sair do quarto. Estendi minhas asas até elas ficarem com a envergadura equivalente ao dobro da minha altura, e removi minha cinta que protegia meu núcleo para poder respirar com mais facilidade. Só de finalmente me livrar de tudo isso já me sinto bem melhor.

-Isso é tão bom. – falo bem calmo enquanto estico meus braços.

-Sabia que se sentiria melhor. – Shinji fala bastante alegre enquanto me observa.

-Bom, e eu sei de algo que fará você se sentir mais desperto. – falo agora com um tom de voz um pouco mais sedutor apenas para provocar ele.

-Nagisa, o que você está planejando? – ele pergunta agora completamente corado e sem jeito, e só de poder ver isso já me sinto ainda mais feliz.

-Isso aqui!

Eu o agarro e apoio sobre meus braços sem nem dar chance de reagir, o que me deu uma bela visão dele completamente atrapalhado e em envergonhado enquanto se agitava sobre mim. Segurei ele bem firme antes de finalmente alçar voo e começar a planar pelos arredores daquela pequena clareira coberta de flores brancas.

-Que tal? Um pequeno voo surpresa. – digo animado enquanto observo o céu totalmente azulado que recobria o jardim.

-Da próxima me avisa antes Nagisa. – ele diz completamente envergonhado, ao mesmo tempo em que fica me encarando meio sério e tímido.

-*Riso* tudo bem. Mas é divertido te ver assim todo envergonhado Shinji-kun. – digo com um tom um pouco infantil, mas sem deixar minha calma de lado.

-Ugh, mas você viu. – ele reclama ainda mais envergonhado antes de apoiar o rosto sobre meu ombro direito. - *Suspiro* bom....mas se você está feliz então não vou me incomodar muito com isso, apenas me avise da próxima.

-Certo, irei sim. – falo antes de dar um pequeno rodopio no ar e começar a fazer pequenos círculos bem no meio da clareira. – Nee Shinji-kun.

-O que foi?

-Podemos ficar aqui até o horário que eles marcaram para sairmos hoje? – pergunto bem distraído antes de dar uma pequena pausa e ficar flutuando sobre um pequeno grupo de margaridas. – Logo não vou mais ter tanto folego para voar assim então queria aproveitar enquanto ainda posso.

-Pode sim Nagisa, não precisamos ter pressa nenhuma. – Shinji responde antes de me abraçar pelo pescoço. – Podemos ficar aqui o quanto você quiser por hora.

Sorrio um pouco antes de voltar a voar pelo pequeno campo, o tempo todo encarando todo o meu arredor. A brisa fraca continuava a tocar meu corpo, agora um pouco mais intensamente por conta de eu estar planando. Mudo meu olhar um pouco para Shinji e percebo que ele parecia bem relaxado enquanto estava em meus braços, e agora observava o solo bastante distraído.

Ficamos assim por um longo tempo, talvez até mesmo por horas. Continuei voando sem parar até começar a sentir que minhas asas estavam ficando mais fracas. Shinji parecia estar ficando meio cansado também então era melhor parar enquanto ainda tínhamos energia sobrando. Foi então que percebi ao longe que alguém tinha entrado no jardim e agora nos observava bem de onde eu tinha largado as minhas roupas.

-Ayanami? O que ela está fazendo aqui? – Shinji se perguntava confuso.

-Talvez já estejam procurando pela gente. – digo um pouco pensativo antes de voar na direção dela. – Ayanami, já está no horário da gente sair? – pergunto curioso antes de pousar na frente dela.

-Ainda não, mas estão todos combinando de sair para almoçar e por isso pediram para procurar vocês dois. – ela responde sorridente antes de cruzar os braços. – Como não responderam as ligações nos dividimos para procura-los e eu vim para cá.

-Desculpa por isso, meu celular ficou no silencioso. – Shinji dizia meio envergonhado enquanto checava seu celular e via as trinca ligações não atendidas.

-Não se preocupe com isso Ikari-kun. – Rei então me ajuda a recolher as roupas que tinha deixado largadas no solo. – Mas me digam, há quanto tempo estão aqui?

-Acho que já tem pelo menos umas três horas. – Shinji confirma enquanto continua a olhar para o aparelho celular.

-Fiquei voando por mais tempo do que imaginava. – digo um tanto curioso enquanto vestia minha camiseta. – Bom, agora que já estiquei um pouco minhas asas talvez seja melhor você almoçar Shinji-kun.

-É tem razão. Bom nós vamos junto de todos vocês Ayanami. – ele responde enquanto guardava o celular no bolso.

-Certo. Os outros já devem estar aguardando no refeitório a essa hora. – ela fala bem calma antes de me voltar o olhar. – A doutora Akagi já deixou algo pronto para nós dois e seu irmão conseguirmos comer Nagisa.

-Armisael concordou em sair? Que milagre. – digo legitimamente surpreso, ele dificilmente aceita se enturmar tão facilmente com os lilins daqui.

-Parece que foi um conselho da doutora Makinami que ele recebeu. Talvez um tempo a mais convivendo com todos o ajude.

-É, não tem como discordar. – respondo antes de vestir minha blusa de lã. – Bom vamos indo então.

Logo nós começamos a caminhar em direção a entrada do jardim, conversando nesse meio tempo sobre coisas completamente aleatórias. E estranhamente, Ayanami parece mais feliz que o normal hoje. Já estamos todos acostumados com ela expressando suas emoções agora, mas nunca a tinha visto sorrir tanto em tão pouco tempo. Acho que algo de bom deve ter acontecido.

-Até que enfim acharam os dois pombinhos! – consigo reconhecer a voz de Soryu assim que saímos do jardim. Ela e todos os outros pilotos, junto do meu irmão estavam esperando não muito distantes de onde estávamos.

-Cara, o que vocês dois estavam fazendo pra ignorar tantas ligações Ikari? – Kenji comenta bastante irônico.

-Só estávamos aproveitando para relaxar um pouco no jardim Kenji. – Shinji responde bastante envergonhado.

-Acho que prefiro nem imaginar o que seria esse relaxamento. – agora era Makoto que falava, e num tom de zombaria por sinal.

-Deixando tudo isso de lado, Hikari aquela sua colega de quarto não vinha junto? – Kensuke falava bastante curioso, e pelo visto a pergunta dele deixou a todos nós da mesma forma já que mal sabíamos algo sobre a lilim com a qual a representante de classe dividia quarto.

-Não, ela se recusou. – ela respondia parecendo meio chateada. – Pelo visto a Hana não gosta muito de ficar saindo. Ela parecia bem apreensiva com a ideia.

-Bom não tem jeito mesmo, então vamos só nós mesmo. – Soryu afirmava parecendo exausta.

-Certo certo, chega de falatório. – Kenji interrompia a conversa parecendo bastante eufórico. – Vamos almoçar logo ai podemos visitar mais lugares!

Depois de discutirmos por mais um tempo, fomos direto para o refeitório da Nerv. Assim que chegamos lá foi possível perceber que já estava relativamente vazio, provavelmente por conta de ainda ser muito cedo. Todos os lilins saíram correndo em direção a onde as várias panelas de comidas ficavam dispostas, e apenas eu, Armisael e Ayanami fomos na direção oposta, onde ficava a cozinha.

Ela entrou no outro cômodo, enquanto que eu e meu irmão ficamos aguardando ao lado da porta já que não gostamos muito do cheiro que aquele local tem. Ayanami não se incomoda por já estar acostumada, mas para nós anjos comida lilim chega a ter um cheiro meio pútrido às vezes, principalmente se for comida industrializada. Essa é a razão maior pela qual eu raramente preparo alguma comida para Shinji que não seja feita com vegetais, que por algum motivo o cheiro não me incomoda tanto.

-Pelo que observo, tu e aquele lilim estão em bons termos estes dias Tabris. – Armisael começa a falar num tom meio baixo já que ele tem consciência que não pode dizer meu nome real em voz alta.

-É, embora ainda tenhamos alguns atritos às vezes sinto que estamos bem melhores agora. – respondo bem calmo enquanto me apoio numa parede perpendicular a da porta da cozinha. – Mas que estranho, você não é de se preocupar com coisas tão “triviais” Armisael.

-Tu eres a única esperança dos anjos seu tolo, se não começar a me preocupar com estas trivialidades irei me arrepender futuramente com todas as certezas deste mundo. – ele responde parecendo mais arisco.

-Sei, conte outra. Está até mesmo interagindo melhor com os lilins. – digo o provocando enquanto cruzo meus braços.

-Apenas quero me adaptar a esta realidade. Se vou viver confinado num corpo fraco tenho que lidar com isto de maneira que possa ao menos ter o luxo de alguma paz.

-Você é tão otimista. – reclamo antes de bufar um pouco. Realmente preciso dar um jeito nessa personalidade dele. – Olha depois que passar mais tempo com eles verá que não é tão ruim assim viver nesse corpo. Apenas dê um tempo.

-Não descarto essa hipótese, mas por hora não irei elevar demais meu entusiasmo, posso arrepender-me em algum momento. – ele diz antes de percebermos que a porta da cozinha tinha sido aberta de novo.

Ayanami finalmente tinha saído com a nossa comida numa bandeja média. Eram apenas três potes com alguns poucos vegetais que foram modificados para podermos ingerir, misturado com algumas vitaminas que foram desenvolvidas para atender as demandas de nossos núcleos s2. Mesmo que tenhamos energia infinita, manter os nossos núcleos sempre funcionando normalmente pode se tornar meio difícil por conta de agora termos o corpo de um lilim, ao menos é assim comigo e com Armisael, Ayanami só não come comida lilim por ter a alma de Lilith.

Assim que ela se aproximou de nós dois, fomos direto para uma das mesas do refeitório, que era inclusive uma separada especificamente para nós pilotos, e sentamos um ao lado do outro, com Armisael ficando no meio. Os outros ainda estavam escolhendo o que iam comer, e principalmente os lilins masculinos iam empanturrando seus pratos com toneladas de comida. Quer dizer todos menos Shinji que sempre comeu bem pouco e continua o fazendo, o prato dele é quase metade do de Kenji.

Esperamos mais um tempo, e logo finalmente Shinji já se senta ao meu lado, logo já acompanhado de Soryu que se acomodou ao lado de Ayanami. Os outros pouco a pouco foram se sentando no lado oposto da mesa, até finalmente estarmos todos reunidos.

-Cara Ikari, você como feito um passarinho!! Não passa fome não? – Makoto pergunta parecendo intrigado.

-Eu nunca fui de comer demais Makoto. Vocês que parecem um saco sem fundo. – Shinji reclama um pouco enquanto balança os palitos de hashi.

-Nisso eu não discordo de você. – Kenji diz antes de comer de uma vez só um pedaço de carne. – Mas se você não come que nem pássaro seu namorado come. Como os três aí aguentam um dia todo só com salada?! – ele afirma enquanto aponta para mim, Armisael e Ayanami.

-Somos alérgicos a muitas coisas então nossa alimentação acaba ficando restrita. – Ayanami começa a falar antes de apoiar os palitos dela na tigela. – E recebemos suplementos vitamínicos para complementar tudo, então não passamos fome.

-Não consigo me imaginar vivendo assim. – agora era Kensuke que comentava bastante pensativo. – Não sei, parece meio triste.

-Quando se vive assim a vida toda, você acaba nem se importando. – comento um pouco pensativo enquanto encaro o teto por uns segundos. – Não é algo que me faça muita falta então nem me incomodo.

-Quando se possui abstinência de algo desde teu nascimento, acabas nem se importando com sua falta. – agora Armisael falava de forma polida, como sempre. – É como os cegos de nascença, nem sentem tanta falta de suas vistas quanto um ser que a perdeu quando mais velho.

-Hm.....faz sentido. – Hikari comenta intrigada. – Então como nunca realmente comeram as coisas que vocês são alérgicos, ou se comeram já nem lembram mais, então não se importam.

-Exato. – eu confirmo antes de passar meu braço direito sobre os ombros de Shinji, que já tinha acabado de comer. – Bom agora mudando de assunto, por onde vocês dois estavam planejando começar essas visitas? – pergunto para os dois amigos de Shinji.

-Ah sim, íamos perguntar isso para o Ikari!! – Kenji responde já eufórico de novo. – Ei cara, tem algum local bem sinistro em alguma dessas montanhas que tem em volta da cidade?

-Tem um templo abandonado na montanha mais perto da praia. – Shinji comenta bastante pensativo. – Como não chega a ser perto da divisa da cidade conseguimos ir lá sem problemas...

.

.

.

Logo depois de todos terminarem o almoço, fomos direto para o pequeno santuário abandonado que Shinji tinha mencionado. A doutora Akagi e a tenente-coronel tinham prometido que não iam mandar seguranças demais para ficar nos seguindo, apenas o necessário para evitar que Kuro pudesse aprontar alguma coisa, então estávamos livres para andar por onde quiséssemos na cidade.

Caminhando por entre as várias árvores que recobriam o pé da montanha, nós só conseguíamos ouvir os sons de pequenos pássaros e de galhos de árvore balançando ao vento. Soryu e Ayanami estavam liderando o grupo junto de Hikari, enquanto que Kensuke, meu irmão e os dois amigos de Shinji estavam na ponta oposta. Eu e Shinji ficamos no meio, e ele o tempo todo me ajudava a mover por alguns locais que poderiam ser meio perigosos para eu me mexer sozinho.

-É impressão minha, ou aqui está um forno desgraçado? – Soryu reclamava enquanto subia em uma raiz de árvore enorme.

-Bom estamos no meio da mata, e com a umidade daqui relativamente baixa, é logico que ia estar quente demais. – Kensuke comenta enquanto ajeitava os óculos.

-Sorte que providenciei algumas garrafas de água. – a representante Hikari comentava enquanto ajeitava a bolsa na qual ela estava carregando as garrafas plásticas.

-E no pior dos casos tem um rio aqui perto. – eu comento antes de Shinji me ajudar a subir numa pedra que era levemente escorregadia. – Tem como enchermos as garrafas de novo na volta.

-É uma boa ideia Nagisa, mas deixe-me fazer um parênteses aqui. – Kenji começa a falar parecendo incomodado com algo. – COMO DIABOS AGUENTA ESSE CALOR TODO DEBAIXO DESSA CAMISA DE MANGA COMPRIDA?!!

-Hm? Isso o incomoda tanto assim? – pergunto um pouco confuso. Essa peça de roupa não faz diferença nenhuma para mim, só estava com calor antes por conta da blusa de lã, mas já a removi faz tempo e agora a carregava amarrada na cintura.

-É só meio que desconfortável, da pra sentir calor só de te ver coberto desse jeito. Até o Ikari ficou apenas com uma camiseta de manga comprida. – agora Makoto falava bem menos empolgado que o outro lilim.

-Eu só não sinto tanto calor assim. – respondo ainda bem confuso.

-Ei! Vão ficar o tempo todo discutindo roupas ou preferem apreciar a vista daqui?! – Soryu comenta parecendo meio irritada. – Já chegamos.

O grupo finalmente saiu do meio da mata e logo adentramos uma pequena clareira que era coberta apenas por grama alta. E não muito longe de nós estava o templo abandonado. A estrutura totalmente feita de madeira estava repleta de musgos e cipós a recobrindo, junto de algumas trepadeiras e outras dezenas de plantas que nem consigo reconhecer.

O som predominante do local era o de milhares de cigarras cantando sem parar, e os pássaros até mesmo se tornaram imperceptíveis agora. Caminhamos em silêncio até nos aproximarmos dos degraus do templo, e travamos logo depois. De longe se era possível perceber que todos os lilins tinham ficado um pouco nervosos.

-Iremos entrar ou apenas apreciaremos esta vista bizarra? – Armisael pergunta parecendo um tanto entediado, ele não compreende nem um pouco todo esse medo, e sendo sincero eu estou um pouco confuso com tudo isso também. A casa não tem nada de demais.

-O local é mais medonho do que imaginei. – Makoto comenta um tanto atrapalhado.

-Bom é um templo bem antigo, pelo que vi foi um dos poucos que sobreviveu ao segundo impacto. – Shinji começa falar parecendo um pouco assustado também. – Era um templo pequeno em homenagem a deusa Amaterasu.

-Se me lembro corretamente, o comandante uma vez comentou que há uma lenda de que um tesouro está aqui. – Ayanami comenta meio pensativa, e parece completamente calma mesmo estando neste local.

-Bom, se dermos sorte isso pode acabar virando uma caça ao tesouro e não a fantasmas. – Soryu diz como se tentasse espantar o medo que sentia, mas eu já tinha percebido as mãos dela tremendo.

-*Suspiro* vamos entrar de uma vez antes que acabemos desistindo. – Shinji comenta parecendo ainda nervoso.

Demorou um pouco, mas logo ele subiu o primeiro degrau. Um som bizarro de algo se quebrando, junto de diversos rangidos ecoou por toda a clareira, criando uma atmosfera um tanto quanto sombria. Todos os lilins pularam de susto na hora, e apenas nós “não lilins” ficamos observando a tudo neutros.

Depois de engolir seco ele finalmente subiu os outros degraus, ainda bem lentamente e se assustando bastante. Quando finalmente chegou  a porta do templo ele se virou na nossa direção e acenou para que todos se aproximassem. Eu, Ayanami e Armisael fomos primeiro, e apenas quando nós três chegamos lá é que os outros nos seguiram.

Abrimos as portas e entramos de cara num enorme salão totalmente coberto por diversas folhagens esquisitas. Começamos a caminhar pela madeira velha, a qual produzia diversos rangidos aos quais davam a impressão de que o chão iria a ceder a qualquer instante. Quando o grupo alcançou o meio do cômodo, um estrondo ecoou pelo local, e quando percebi todos os lilins estavam gritando, incluindo Shinji que me deixou surdo como naquela vez no banheiro da Nerv.

-EI ACALMEM-SE! – eu grito meio nervoso já que o barulho estava me incomodando. – Foi só a porta fechando com o vento.

-Argh que susto!! – Soryu grita parecendo irritada, mas também aliviada por não ter sido nada grave.

-Caramba, por um segundo achei que estávamos perdidos. – Kenji comentava enquanto apoiava ambas as mãos no peito.

-Bom já estamos aqui então.....vamos explorar os dois andares? – Makoto propõe a ideia um pouco confiante, mas ainda assustado.

-Parece...hm...legal.....mas vamos todos juntos? – Hikari pergunta ainda bastante nervosa.

-Que tal ampliarmos o medo. – agora Soryu falava de forma como se quisesse provocar todo mundo. – Vamos nos dividir para conseguir explorar melhor esse templo.

-Tá certo ruiva, não parece ruim. – Kensuke diz enquanto pega a câmera dele, que antes estava guardada em uma pequena bolsa pendurava em seu ombro. – Iremos em duplas só pra ser mais fácil de olhar tudo.

-Nem precisamos perguntar com quem um certo Ikari via. – Makoto comenta confiante.

-Sosseguem. – Shinji diz meio irritado. – Mas sim, vou com o Nagisa.

-Bom, eu vou com a Rei então. – Soryu diz enquanto se aproxima dela, e sendo sincero me surpreendi com essa resposta. Achei que ela fosse escolher a representante.

-Nós dois vamos juntos mesmo. – Makoto diz enquanto dá uns tapas nas costas de Kenji.

-Então só sobraram nós três. – Kensuke comenta enquanto olha para Hikari e Armisael.

-Vão os três de uma vez, até porque o Koichi ai é meio perdidão quando está sozinho. – Soryu fala antes de já sair arrastando a Ayanami para uma das portas que ficava a nossa direita. – A gente vai por aqui. Todo mundo não demore mais que uma hora para voltar para cá hein!!!

Todos pareceram concordar com aquilo e logo todos nos dirigimos para diferentes portas. Eu e Shinji ficamos com o segundo andar e fomos direto para um lance de escadas que ficava próximo de uma grande estátua toda quebrada e rachada. Nem mesmo dava para reconhecer que tipo de divindade era aquela.

Assim que subimos tudo e começamos a andar pelos corredores vazios, eu pude perceber que Shinji parecia bastante assustado mesmo com toda aquela atmosfera. E mesmo assim continuava andando como se nem se importasse realmente com tudo aquilo.

-Nee Shinji-kun, o que tanto te preocupa? – pergunto curioso enquanto abro uma porta que tinha no local e dou de cara com um armário cheio de teias de aranha.

-Eu não sei, esse local tem uma aura esquisita. – ele diz enquanto olhava para os lados sem se focar em algo especifico.

-Hm......agora que mencionou acho que sei o motivo. – digo calmo enquanto fecho a porta. – Deve ter algum espirito andarilho aqui.

-ESPIRITO?! – ele quase grita assustado, mas por sorte minha orelha não vai sofrer de novo.

-Calma, eles não fazem nada. – falo enquanto passo meu braço esquerdo sobre seus ombros e indico para que continuássemos a caminhar. – São apenas almas que de tão fortes, mesmo após a morte não sumiram deste mundo. Elas causam uma sensação estranha a vocês lilins, e por isso onde elas ficam vocês costumam se afastar.

-Acho que...faz sentido. – ele comenta parecendo mais calmo.

-Sabe isso não funciona só com as almas de lilins. – volto a falar antes de entrarmos numa sala que parecia ser onde antes se guardava as roupas dos monges. – Já notou que onde já morreu algum anjo, nenhum lilim se aproxima por muito tempo?

-Hm.........acho que sim. – ele diz parecendo mais interessado agora.

-Então, isso é causado pela presença da alma do anjo que morreu. De tão forte ela acaba permanecendo ali mesmo depois do núcleo ter se desfeito. Não é possível ressuscita-lo, mas nós ainda o percebemos.

-E...você sente todos eles? – Shinji pergunta agora mais preocupado.

-Só se presto atenção demais nisso, normalmente posso passar por esses locais sem nota-los tão rápido. – eu me movo até estar de frente para ele e depois selo nossos lábios por uns instantes.  – Não se preocupe, não há nada do que se culpar se é isso que está pensando.

-*Riso* realmente, às vezes parece que você lê minha mente. – Shinji fala meio sem jeito antes de me abraçar.

-Sou seu namorado, lógico que já consigo notar essas coisas. – falo empolgado antes de o abraçar. – E posso te afirmar, que nem eu nem Armisael temos ressentimento pelas mortes de nossos irmãos.

-Tudo bem não vou ficar me preocupando demais com isso. – suas mãos sem movem até minha cintura e lá ficam repousadas. – Mas uma coisa é certa, agora toda vez que sentir essa sensação esquisita vou achar que tem um morto do meu lado.

-*Riso* isso vai ser interessante.

.

.

.

Depois de quase duas horas dentro daquele templo, nós finalmente decidimos por sair de lá. Durante esse tempo chegamos a ouvir Soryu gritar algumas vezes, e sempre que corríamos para ver o que era, descobríamos que era apenas algum inseto que subiu na perna dela. No fim não achamos nenhum fantasma ou assombração, e nem mesmo o tesouro que haviam mencionado.

Descemos a montanha e voltamos para a cidade, e de lá fomos para várias construções abandonadas que Shinji sabia que eram “mal assombradas”. Em nenhum nós achamos um fantasma, no máximo uma barata que caiu bem na cabeça da Soryu.

A noite chegou tão rápido, que nem mesmo parecia que já tínhamos passado por seis lugares diferentes. E ainda sim continuamos a explorar aquela cidade, passando por áreas que eram até mesmo pouco populosas, e por sorte estávamos em um numero grande o suficiente para não ter nenhum problema.

Quando estava quase na hora de voltarmos, Makoto mencionou que queria ira um local que um funcionário da Nerv tinha mencionado para ele, e já saiu arrastando o grupo todo atrás dele.

Conforme caminhávamos em meio as ruinas, eu e Shinji já fomos reconhecendo aquele local. Sabimos muito bem a onde ele havia nos trazido.

-Makoto, porque nos trouxe aqui? – Shinji perguntou um pouco confuso.

-É mesmo, nunca ouvi nenhuma história desse local. – Ayanami comenta também confusa.

-É que me contaram que aqui apareceu uma assombração esse ano! – ele grita empolgado antes de subir numa pedra. – Aqui uma senhora ouviu um uivo muito assustador enquanto passeava com o cachorro, e logo depois viu duas sombras caminhando em direção a um prédio abandonado!!

-Cara isso só parece dois pirralhos tentando pregar alguma peça em alguém. – Kenji comenta meio sem animo.

-Seria assim se não fosse pelo fato de aqui ter sido uma igreja, e bem nesse dia parece que tinham evacuado a cidade toda sem motivo aparente. – Makoto continua falando. – Dizem que aqui deve ter a alma um casal apaixonado que morreu, um sendo morto pelo amado, que depois se suicidou.

Enquanto dizia isso, nós finalmente chegamos na igreja velha. Logo todo o grupo correu em direção a ela, e apenas eu e Shinji ficamos para trás. Nos entreolhamos ainda pensando no que Makoto falava, e depois sorrimos pensando no quão engraçado era o fato de termos sido confundidos com assombrações naquele dia.

Realmente lilins são criaturas fantásticas, mas às vezes bem peculiares.


Notas Finais


Historias de fantasmas são tão legais <3
Ainda vou trazer mais alguns contextos para esse templo, espero fazer isso direito :'v
Enfim, o maior motivo de eu ter escrito esse capitulo foi a cena final sendo sincera com vocês hauhahuahuauh
Queria muito poder fazer esse mini relato dos dois sendo confundidos com fantasmas

E agora na semana que vem talvez tenha um pequeno salto temporal :3
As coisas ficaram mais rápidas agora por estar chegando mais perto do fim da fic.
Ainda estou decidindo :P
Enfim parando por aqui porque preciso dormir lol

Bueno, vejo vocês nos comentários o/


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...