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História The Bitch - Norminah - Baby on board.


Escrita por: norminahanonimo

Notas do Autor


Quero fazer um pedido, ouçam What Do You Mean do Justin, para dar aquele clima na fic.

Espero que curtam. :)

Capítulo 87 - Baby on board.


Fanfic / Fanfiction The Bitch - Norminah - Baby on board.

 

 

           POV DINAH 

 

                   23 de Dezembro de 2026

 

Sabe quando você se sente ansiosa e nervosa ao mesmo tempo? Pois bem, eu estava assim nesses últimos meses. Bom, não só eu como Normani e toda a minha família. Falando nela, minha esposa está com um enorme barrigão ao ponto de tomar conta de toda a cama. Brincadeira, ela está a mulher mais linda com o barrigão e  bochechas inchadas. Nosso garotão está grande e já mudou de posição para nascer à qualquer momento. O que está me causando ansiedade ao ponto de não conseguir dormir, trabalhar, comer ou até mesmo sair de dentro de casa. Para falar a verdade, eu também estava com medo, digo, medo de não estar presente nesse dia tão esperado, sabe?!

:- Droga!— Murmurei ao sentir a tinta azul cair em minha testa. Larguei o rolo no balde, limpei as mãos em meu macacão jeans surrado e toquei a parte suja antes que secasse. Bem, eu me prontifiquei em reorganizar o quarto do bebê e pintá-lo do nosso jeito. Haviam diversas tintas na garagem para o bebê que infelizmente não veio, então me prontifiquei em pintar o quarto todo de azul antes que a entrega do berço e o restante dos móveis viessem. Inclusive, amanhã é véspera de natal e tenho certeza que nenhuma loja estará fazendo entregas, então preciso adiantar, até porque não sabemos quando e a hora exata que o bebê nascerá. 

:- Amor, corre aqui!— Antes de curvar-me para pegar o rolo de tinta, avancei alguns passos até o corredor, entrando em nosso quarto e vendo Normani sentada na ponta da cama apenas de toalha. 

:- O que aconteceu? Sentiu dores? A bolsa estourou? Você está bem?

:- Estou, amor.— Riu baixinho enquanto arrumava a toalha. Dei passos largos até a ponta da cama, me ajoelhando em sua frente e encarando sua face serena.— Só queria te avisar que ele se mexeu novamente. Você não queria sentir? 

:- Claro! Claro!— Concordei freneticamente antes de erguer as mãos sujas de tinta e me ligar que alguns respingos ainda estavam molhados.— Eu só... Só preciso lavar as mãos, elas estão sujas... 

:- Não se preocupe, olha... Ele se mexeu novamente.— Normani pegou em minha mão, pondo em uma parte onde ele havia acabado de passar com alguma parte do corpo. Olhei fixamente para a pele de seu abdômen e encostei suavemente na região com um pouco de receio. Essa seria a primeira vez que eu iria conseguir presenciar ele se mexendo, pois sempre quando acontecia ou eu estava longe ou trabalhando.

:- Ei, garotão, se mexe de novo para a mamãe ver?— Falei de forma manhosa e olhei brevemente para Normani. Um sorriso surgiu em meus lábios ao perceber a parte de cima da barriga sobressair e o formato de seu pézinho aparecer diante dos meus olhos. Tentei rapidamente passar as mãos, mas ele foi mais rápido e cessou. 

:- Acho que ele reconheceu sua voz. Tente de novo. 

:- Garotão, mostra o pézinho pra mamãe. 

Ouvi a respiração de Normani ficar um pouco mais descompassada e sua barriga formar um pézinho na parte de cima próximo a costela. Senti meu coração acelerar e um sorriso surgir em meus lábios ao ponto de rasgar minha boca. Então ele reconhece minha voz? Mas... Como?! Ele nem deve fazer idéia de onde está.  

:- Essa doeu um pouco.— Murmurou.

:- Onde?! 

:- Ele chutou perto da minha costela.— Fez uma careta e passou as mãos na barriga na intenção de descê-lo mais um pouco. Toquei a lateral, onde pude sentir uma parte de suas perninhas que agora mexiam rapidamente. Normani gemeu baixo e respirou fundo

:- Isso parece ser assustador. 

:- Não é assustador, é dolorido. Ele está se encolhendo em minha costela. 

:- Tente levantar, talvez desça-o.— Levantei rapidamente e ela fez o mesmo. Depositei um beijo em sua testa, descendo alguns selinhos por suas bochechas, nariz, queixo, até chegar em seus lábios, beijando-os com mais vontade. Suas mãos pesaram em cada lado dos meus ombros, fazendo-nos aproximarmos com um pouco de dificuldade, já que sua barriga impedia.— Melhor?! 

:- Sim.— Suspirou mais aliviada.— E como está ficando o quarto? 

:- Lindo. Está faltando apenas uma parede. Mais tarde ligarei para a loja, autorizando a entrega dos móveis.— Iniciei mais um beijo, tornando meus braços em volta de seu corpo, pois ela deu um passo para trás em susto. 

:- Você quer comer alguma coisa? 

:- Você. 

:- Não.— Riu envergonhada.— Já te expliquei que isso iremos resolver quando o bebê nascer.

:- Não vejo a hora.— Sussurrei.— Hoje sonhei que estávamos no nosso quarto fazendo tantas loucuras. 

:- Quais?! 

:- Segredo! Só irei contar depois que o bebê nascer. 

:- Está se vingando? 

:- Digamos que sim.— Ri sapeca, fazendo-a me dar um tapinha no braço e rolar os olhos.— Agora preciso terminar o quarto antes que os móveis cheguem. 

:- Tudo bem, estarei aqui no quarto... Sozinha... Pois minha esposa já não me dá atenção porque trabalha demais e quando está em casa, prefere pintar paredes. 

:- Sem drama, Normani Hansen. Estou pintando o quarto do nosso filho.— Tornei em meus calcanhares e rolei os olhos ao ouví-la rir divertida enquanto deitava na cama. Não que ela não quisesse me ajudar com tudo isso, apenas eu quem não queria que ela se mexesse para nada. Estamos na reta final e é melhor não arriscáramos com nada, pois sabemos quais são as consequências. 

Peguei o rolo em cima do latão de tinta e voltei minha atenção à uma parte sem estar pintada. Eu não tinha muitos dotes para pintura, mas sabia desenhar muito bem. Mesmo que o quarto fique extremamente uma merda, quero eu mesma fazer para mostrar ao meu filho que tive o esforço suficiente para criar algo que tanto quis. Quero torná-lo um grande homem um dia, que trate as mulheres como devem. Ser homem de verdade não é pegar todas as mulheres do mundo e dizer que as comeu como uma simples comida, ser homem é ter apenas uma e fazê-la sentir felicidade de todas as mulheres juntas em um corpo só. Eu aprendi isso ao longo do tempo, mesmo não sendo um garoto. Digamos que quero que siga toda a liga familiar, sempre se dedicando ao banco que  nos deu o que comer. Meu pai trabalhou demais para se tornar o que é hoje e eu fiz o que pude para me tornar o que sou hoje. Ele poderá carregar todo o dinheiro do mundo, mas quero que seja simples e responsável o suficiente para saber onde carregar sua fortuna. Foi isso que aprendi com os Hansen's e será isso que passarei por diante.

 

                           .  .  . 

 

:- Essa poltrona está ótima aí.— Falei enquanto um homem barbudo descarregava a poltrona azul no canto do quarto. Só faltava apenas isso para o quarto estar perfeitamente arrumado. Não aguentava mais ouvir barulho de furadeira, martelos e objetos sendo carregados. Mas deu tudo certo e o quarto do nosso bebê estava arrumado, apenas esperando-o. Fitei a parte de cima do berço branco e azulado, onde o letreiro estava desorganizado por eu ainda não ter dito o nome que escolhi. Foi uma escolha minha não contar à ninguém ainda, quero causar uma certa surpresa para Normani. 

:- Está tudo certo, senhorita. 

:- Tudo bem...— Vasculhei meu bolso do macacão surrado, retirando algumas notas.— Aqui está alguns trocados para vocês comerem algo no meio do caminho, pois o esforço foi grande. 

:- Obrigado!— Os três garotos mais o senhor barbudo respondeu enquanto pegavam as notas.

:- Vocês querem algo? Suco?! Água?!

:- Estamos bem. Obrigado.— O mais velho respondeu, fazendo-me dar passagem para que descessem a escada com as máquinas na bolsa. 

:- Obrigado por montarem tudo. Bom trabalho.— Falei de forma amigável, fazendo-os assentirem com a cabeça e caminharem até o caminhão. Fechei a porta atrás de mim, tornando em meus calcanhares para correr até o quarto do bebê novamente. Era inacreditável saber que tudo isso estava acontecendo. À qualquer momento o bebê nascerá e terei de me acostumar com alguém me chamando de mãe e não eu chamando. Isso é... Louco.

:- Amor, você... Oh, meu Deus! Isso ficou lindo.— Normani falava boquiaberta enquanto analisava o quarto atrás de mim. Dei um espaço para que passasse na porta e adentrasse observando cada canto decorado. Bom, eu tive tudo em mente. Coloquei o berço no canto, um pouco mais afastado da janela para que ele não tomasse friagem. O armário branco e azul estava do outro lado, atrás do berço. Haviam alguns abajurs nas mesinhas ao lado para que não houvesse problemas dele ter medo. No teto tinha desenhos de anjinhos, ursinhos, leões  e estrelas, então quando desligasse as luzes teria um céu totalmente animado. Ao longo dos meses, acabei tirando algumas fotos de Normani grávida, inclusive algumas bem engraçadas, colando-as no pequeno varal do berço. Talvez assim ele nunca se esqueça da gente. 

:- Você gostou?

:- Eu amei. Olha essa poltrona. 

:- É para quando se cansar de carregá-lo e quiser se sentar. Ela também balança.— Ela sorriu.— Eu vi em um filme e achei divertido. 

:- O que é aquilo? 

:- Bom...— Ri divertida vendo-a apontar para parte de trás da porta. Caminhei até o local, tocando em alguns bonés de pano para bebês.— Ele ainda não pode usar bonés normais, eu encontrei em uma loja quando estava passando de carro e resolvi comprar alguns para ele usar enquanto pequeno. 

:- Você será pior que ele.— Gargalhou gostosamente antes de tocar nos bonés pendurados na parede.— Aliás, estou perdida com vocês dois, porque sei que irá fazê-lo virar um pestinha. 

:- Ah, você me conhece tão bem.— Me aproximei para dar-lhe um selinho que acabou se formando um longo beijo. Passei com a ponta da língua em seus lábios entreabertos e suguei a parte inferior.

:- Mani! 

:- Como ela...— Sussurrei contra sua boca, fazendo-a suspirar e rir logo em seguida. Nos separamos rapidamente, caminhando de mãos dadas até a parte da escada e vendo Lauren, Camila e Ally na sala.

:- Porque estão aqui?! 

:- Hoje eu não tenho pão.— Respondi. 

:- A porta está aberta e viemos trazer alguns presentes para o filho de vocês.— A baixinha respondeu enquanto erguia alguns pacotes animadamente. Franzi o cenho notando a diferença em seus cabelos. Ela pintou-os?!

:- E não reclamem, pois são coisas úteis.— Lauren falou, mostrando-nos mais algumas caixas.

Ajudei Mani descer a escada com cuidado e caminhei até minhas melhores amigas, dando-lhes um abraço grupal e bem apertado. Não que fizesse tempo que eu não as via, mas já estava com saudades das loucuras das duas. Quando adolescente não desgrudávamos um segundo sequer e era gostoso. Hoje percebemos isso e sentimos falta de tudo. Nos sentamos no sofá, ficando Lauren, Camila e Ally no sofá com três lugares e eu e Mani no de dois. 

:- Chee, trouxemos um carrinho para ele. Espero que gostem.— A morena de cabelos amarrados apontou para a caixa próximo à porta.

:- É, está um pouco pesado, então não aguentei trazê-la pra mais perto. 

:- Eu trouxe algumas roupas novas e fraldas para o meu querido afilhado.— Ally falava de forma tão apaixonada que acabava inflando meu peito e deixando-me mais ansiosa. 

:- Espere aí! Seu afilhado não, meu afilhado. Cheechee me disse que eu serei a madrinha.

:- Você não está cuidando nem da sua irmã, imagina de um bebê recém-nascido. 

:- E você tem uma filha para cuidar, então seja madrinha dela.

:- Como eu posso ser madrinha da minha filha, sua lerda?!

:- Ei, meninas, se acalmem.— Mani prontamente falou, fazendo-as pararem de discutir e nos olhar. Lauren se mantinha quieta, apenas rindo divertida da cena enquanto dobrava algumas roupas que estavam no colo de Ally e caíram ao chão quando a pequena se levantou para discutir com Camila.— Vocês três podem ser madrinhas, tudo bem?! 

:- Eu avisei que não precisava discutir por conta disto.— A morena dos olhos claros rebateu de forma calma, sem deixar de dobrar as pecinhas. 

:- Ele terá muitas madrinhas e amará vocês três igualmente. 

:- Só pode uma madrinha, Mani. 

:- Fique quieta, Camila. Ou farei Normani escolher Ally.

:- Mas Ally tem uma filha. 

:- Você também pode ter. Tem inseminação para isso. 

:- Dinah, não comece!— Lauren respondeu entre os dentes, demonstrando nervosismo só por começar esse assunto. Ela sempre ficava nervosa quando o assunto era ter bebês.— Então, Ally... O que fez no cabelo? 

Maldita. Lógico que aquele demônio dos olhos claros tirou o foco da conversa de propósito. A pequena tocou em seus cabelos com uma trança embutida, onde algumas pontas mostravam uma cor azul. 

:- Eu pintei algumas mechas, gostaram?!

:- Gostei, AllyPoo.— Minha esposa se arrastou pelo sofá para tocar seu cabelo um pouco mais alongado. A pequena sorriu agradecida e curvou-se para dar um abraço na morena e cochichar algo em seu ouvido que as fizeram rir. 

Ficamos mais alguma horas conversando sobre coisas aleatórias, até Lauren e Camila resolverem pedir uma pizza e comida japonesa, à pedido de Normani que não queria comer coisas gordurosas por conta da gravidez. Eu e Ally ficamos de arrumar a mesinha de centro para nos servirmos alí mesmo enquanto Camila e Normani conversavam sobre gravidez e Lauren mofava no sofá pedindo com todas as forças para que aquele assunto cessasse. Depois de alguns minutos, as pizzas e a comida japonesa haviam chegado, fazendo-nos juntarmos em volta da mesa para nos servirmos. 

:- Amor, o que é isso?!— Sussurrei ao vê-la colocar algumas partes da pizza de frango dentro da caixa de yakisoba. Ri divertida com suas bochechas coradas e os olhos arregalados. Típico de uma criança aprontando.  

:- Me deu desejo. 

:- Pizza de frango com Yakisoba?! 

:- É!— Riu sem graça. Pressionei os lábios, me arrastando para mais perto e apertando suas bochechas ainda rosadas entre os dedos.

:- Esses seus desejos... 

:- O que tem? 

:- Semana passada você teve desejo de frango com sorvete de morango, amor.

:- E para a sua informação estava uma delícia, não faça essa careta.— Falou com a boca um pouco cheia. Sorri divertida pela forma como comia a pizza com os pauzinhos. 

:- A única coisa deliciosa que eu conheço é você.— Sussurrei o mais baixo possível, apenas para ela ouvir minha voz rouca. 

:- Me poupem, estou comendo.— Camila contestou enquanto fatiava sua pizza de quatro queijo. 

:- Você ouviu porque quis, Karla. 

:- Eu entendo esse desespero, deve estar no cio, coitada.— Ally falou de forma inocente, fazendo todas rirem, menos eu, claro. Rolei os olhos e mostrei a língua um pouco emburrada. 

:- Não falem assim do meu bebê.— Puxou meu rosto para beijar-me os lábios, fazendo o gosto de yakisoba com pizza pairar sobre minha boca. Como ela estava gostando daquilo?! O gosto era horrível. Camila simulou estar vomitando, Lauren rolou os olhos e Ally riu das duas fazendo gracinhas pela forma como minha esposa havia me chamado. 

 

                          .  .  . 

 

 

:- Amor?!— Perguntei ao sair do banheiro enrolada apenas na toalha. A morena retirou o livro da frente de sua face, rolou os olhos por todo meu corpo embaixo de seu óculos de leitura e sorriu.

:- Sim? 

:- Está tudo bem? 

:- Não... 

:- Aconteceu algo?! 

:- Estou com desejo novamente.

:- Meu Deus! Seus desejos só dão à noite?!— Dei a volta na cama, parando na frente do armário para pegar uma camisola e peças íntimas. A vi se sentar com cuidado, encostando o tronco na cabeceira e colocando o livro na mesa do abajur. 

:- Eu não sei... Apenas me bateu vontade de comer sorvete de manga com bolacha de limão.

:- Sorvete de manga?! Isso existe?! 

:- Acho que sim. 

Suspirei, relaxando meus ombros e jogando a cabeça para trás. Era quase meia noite, tudo estava praticamente fechado e nem sei se em mercados existem esse tipo de sorvete. Terminei de colocar minha calcinha e abotoar o sutiã. Meus planos haviam mudado, então peguei um short qualquer e uma regata rasgada. Espero que encontre isso rápido. 

:- Tudo bem... Olha, eu vou procurar em todos os mercados daqui, mas não sei se irei achar. 

:- Seu filho nascerá com cara de manga. Amor, faça isso pela gente?

:- Ok.— Suspirei vencida. Calcei meus chinelos perto da cama e me aproximei da morena com cara de manhosa. Depositei um beijo no topo de sua cabeça.— Eu volto logo. 

:- Estaremos te esperando.

Assenti com a cabeça antes de sair do quarto e descer as escadas enquanto ligava as luzes da cozinha para sair direto na garagem. Só Normani mesmo para me fazer andar de madrugada para procurar sorvete de manga. Se é que existe isso. Apertei o botão para abrir o portão de aço e entrei no carro, dando partida e saindo de ré. Acelerei o mais rápido para chegar logo em casa, pois estou morrendo de sono. No primeiro mercado procurei em todas as geladeiras, mas não achei o sabor que ela tanto queria. Mas achei a bolacha que ela queria, pelo menos. 

Tive que fazer outro trajeto para procurar um mercado aberto ou qualquer lojinha que estivesse aberta nesse horário. Parei em uma pequena loja aberta vinte e quatro horas e procurei por todo canto o tal sorvete, mas também não tinha, para a minha infelicidade. Procurei em mais quatro mercados e nada de ter aquele sabor. Tinha de todos, menos do maldito sabor de manga. Quando estava prestes à desistir, procurei em um posto de abastecimento que para a minha sorte, tinha de pote grande também. Aproveitei para pegar dois potes e saí em disparada de volta pra casa. 

:- Amor, trouxe o sorvete. E olha que foi difícil achá-lo.— Falei enquanto carregava as sacolas e entrava no quarto. Relaxei meus ombros e suspirei ao vê-la dormir encolhidinha. Larguei as sacolas na mesa do canto e caminhei até a morena, tocando sua face aquecida e rindo baixinho. Já é a segunda vez que ela faz isso comigo, pede as coisas e acaba dormindo.— Eu fiz isso por vocês.— Depositei um beijo em sua testa e outro em sua barriga descoberta. Puxei o lençol até seus ombros e retirei meus chinelos. Depois de tudo, eu iria dormir assim mesmo. 

Engatinha calmamente para não acordá-la e me aconcheguei por baixo do lençol. Desliguei as luzes do abajur e virei para abraçar o corpo da minha esposa contra o meu. 

 

~ 

:- Feliz dois anos de namoro!— A vi estourar uma garrafa de champanhe, fazendo-o borbulhar e respingar por toda areia. Me estiquei para encher as duas taças e a entreguei. 

:- Feliz dois anos.

Dei uma golada no líquido transparente enquanto Normani se sentava na areia apenas de biquini preto. Havíamos ficado o dia inteiro na praia para comemorar os dois anos de namoro. Por pedido dela, já que a minha vontade era de fazer qualquer surpresa e levá-la para algum lugar mais aconchegante e transarmos a noite toda. A noite estava maravilhosa, fazendo a brisa salgada bater contra nossos corpos cobertos apenas por biquínis. 

:- Dinah...— Voltei minha atenção para a morena trêmula sentada à minha frente.— Você sabe que sou péssima com essas coisas, mas... Obrigada por tudo o que têm feito por mim. Eu nem sei como te devolver tudo isso, na verdade, nem sei por onde começar à agradecer. 

:- Ei, não precisa agradecer nada. Apenas com o seu amor já é o suficiente pra mim.

:- Eu nunca me senti tão bem e tão amada assim. Todos os dias você me prova em uma forma diferente e eu tento de todas as formas não deixar passar, porque você sabe que eu te amo mais que tudo nesse mundo e bom...— Pigarreou.— Eu não tenho um presente agora para te dar, mas prometo que no natal darei o melhor de todos.

:- Você já é meu presente de natal, páscoa, ação de graça, carnaval... De tudo. 

:- Não, eu quero te dar algo melhor no natal. 

 

Acordei aos poucos ao ouvir alguns gemidos bem no fundo do meu subconsciente. Virei de um lado para o outro, tateando o lado da cama vazia e sentindo algo molhar meus dedos. Por muito custo, abri os olhos, fitando Normani sentada na ponta da cama e dando respiradas pausadas que toda grávida fazia quando sentia dores. Espera! Dores?!

:- Mani?!

:- Amor, me leva para o hospital, a bolsa estourou! 

:- Sério?! Digo, agora?! 

:- É, Dinah.— Falou por um fio, soltando um som nasal e fechando os olhos sentindo a dor novamente. Levantei em um solavanco da cama, mirando para o relógio marcando quase cinco da manhã. Coloquei uma calça e uma blusa de moletom qualquer, comecei à andar de um lado para o outro desesperadamente.— Me leva logo! 

:- Calma! Eu só... Ai, meu Deus!— Sua camisola estava muito molhada e novamente ela gemeu super alto de dor, fazendo meu desespero aumentar. A gente conversou sobre isso, treinamos também, mas quando acontece não é a mesma coisa. Corri para pegar sua bolsa no armário, pondo-a em meu ombro e peguei Normani com um pouco de dificuldade.— Respira, amor.

:- Eu to respirando, Dinah! Me leva logo para a porra do hospit...— Nem terminou, apenas gritou contra meu ombro e puxou minha blusa com força. Desci a escada lentamente, pois minhas pernas tremiam e Normani estava pesando demais. A deitei no estofado do carro, passando o cinto com cuidado e me desesperando com os gritos ecoados na garagem.— Se você continuar nessa lentidão seu filho vai morrer, idiota.

:- E-Eu...— Gaguejei diversas vezes, enquanto analisava minha esposa apertar o cinto e abrir a boca. Liguei o carro e abri o portão eletrônico, saindo em disparada à caminho do hospital.— E-Está doendo? 

:- É óbvio que está doendo, Dinah Jane, tem uma criança saindo da minha vagina. 

Pisei fundo no acelerador, passando alguns sinais vermelhos e analisando calmamente algumas avenidas. Não poderia causar um acidente agora. Mas minhas pernas estão trêmulas e meu coração bombardeava meu peito cada vez que Normani gemia de dor e murmurava algo. Do jeito que estava, não iria nem abrir a boca ou levaria um tapa da mesma. Estacionei o carro na entrada do hospital onde ela trabalha, saí rapidamente e a peguei no colo com cuidado. Suas unhas cravaram em minha clavícula, enquanto apertava minha blusa e afundava o rosto em meu peito para respirar fundo. 

:- Está em trabalho de parto?!

:- Está sim, onde posso levá-la? 

:- Traga-a aqui!— Tornei em meus calcanhares, levando-a até uma cadeira de rodas. Prontamente duas enfermeiras surgiram para carregá-la até o corredor.— Senhorita, fique para preencher a ficha dela.

:- Tudo bem...— Me aproximei do balcão, onde a senhora me entregou um enorme papel pedindo informações. Minha letra obviamente sairia um garrancho por conta do tremor, mas o que importa é meu filho nascer bem.

:- A senhorita mesmo será a acompanhante? 

:- Sim... Sim...— Falei entre suspiros antes de terminar de assinar o papel e entregá-la. Recebi uma fichinha, onde pude grudá-la em minha roupa, autorizando minha entrada. 

:- Irei pedir para alguma enfermeira te levar pra trocar de roupa e entrar na sala de parto, tudo bem?! 

Concordei com a cabeça, seguindo a senhora apressadamente pelo corredor, onde podia-se ouvir alguns gemidos de outras mulheres e doutores por todo canto com equipamentos. Entramos em uma sala gélida, contendo algumas enfermeiras que imediatamente me entregaram uma roupa azul e verde para colocar por cima. Depois de totalmente trocada, fui levada até uma sala onde vestiam Normani para o parto que aconteceria logo logo. 

Meu Deus! Meu filho está prestes à nascer diante dos meus olhos. 

:- Vem, doutora Mani, está na hora.— Uma das enfermeiras a pegou pelas mãos, obrigando-a caminhar por muito custo e em meio à alguns gemidos. A colocaram em uma cama com lençóis brancos, onde minha esposa ergueu as pernas, dando totalmente imagem de seu sexo exposto para o médico.

Me aproximei cautelosamente, tocando seus dedos gélidos e fitando o senhor concentrado. Mordi a mandíbula um pouco nervosa por ouví-la murmurar de dor e pelo senhor olhar certas partes. Enfim, ele era profissional e estará fazendo o parto do meu filho, então não tenho porque cismar com isso. Respirei fundo, enquanto a enfermeira fazia todo o procedimento de soros e analisando quantos dilatados minha esposa estava. 

:- Amor, eu estou aqui.— Sussurrei para ela que estava ofegante. Depositei um beijo em sua testa molhada e entrelacei nossos dedos, fazendo-a apertar a palma da minha mão com força.— Eu amo você. 

:- Não solta minha mão. 

:- Nunca! Você se sairá bem.— Beijei as costas de sua mão e apertei demonstrando-lhe forças. 

:- Já está todo dilatado. Está pronta, querida?— O senhor de voz grossa ergueu a cabeça, olhando para minha esposa que concordava com a cabeça e respirava fundo.— Faça toda a força que puder.

Senti minha mão ser apertada e ela curvar a cabeça, prendendo a respiração para fazer mais força. Umedeci os lábios com a ponta da língua e tentei enxergar algo no meio de suas pernas, mas... Nada. Normani deitou a cabeça, soltando sua respiração ofegante e fechando os olhos. 

:- Vamos lá, Normani, faça mais um pouco de força. 

Ela respirou fundo, ergueu a cabeça e murmurou enquanto fazia força. Seus olhos continuavam fechados, a testa escorrendo suor e os lábios secos entreabertos. Eu podia ver nitidamente a veia de seu pescoço pulsar e seu peito inflar. Apertei sua mão novamente e mirei o meio de suas pernas e... Nada. Céus! Não aguentava mais vê-la sofrer com tantas dores. 

:- Ele está quase. Apenas preciso que faça mais força, pois o bebê está se encolhendo.— Normani novamente fez o procedimento, erguendo a cabeça e fazendo força para que o bebê saísse logo.— Isso! Continue. Ele está bem aqui, agora não pare ou irá sufocá-lo. Força!

Fixei meu olhar no meio de suas pernas, sobressaindo a cabecinha do bebê. Um sorriso surgiu em meus lábios, enquanto apertava sua mão e o doutor motivava-a não parar de fazer força. Normani apertou com todas as forças minha mão e gritou. Gritou à ponto de ecoar em todo o hospital. Fechei os olhos sentindo meus dedos formigarem e suspirei profundamente para não puxar minha mão. Abri os olhos imediatamente, vendo a cabeça do bebê saindo totalmente e logo em seguida seu corpo também. Meus olhos inundaram rapidamente ao ouví-lo chorar enquanto o médico terminava de passar a tesoura em seu cordão umbilical. 

:- É ele...— Sussurrei emocionada.

:- Parabéns! É um meninão.— O virou, dando-nos a imagem de seu pequeno sexo. Virei o rosto para encarar Normani com os olhos marejados e o peito subindo e descendo ofegantemente. Tornei à encarar meu filho molhado em cima de um pequeno berço, sem deixar de chorar e mexer as perninhas. A enfermeira o enrolou em uma manta, enquanto analisava seu peso e o perfurava com uma vacina. 

:- Três quilos e seiscentos. 

:- Pesadinho.— O senhor brincou enquanto terminava de fazer o que tinha que fazer no meio das pernas de Mani. A morena continuava desfalecida por cima da cama, tentando olhar para onde o bebê estava. 

:- Coração batendo bem e acabou de abrir os olhos. 

:- Como ele é, amor? 

:- Ele é lindo. Tem um cabelo lisinho escuro, por enquanto é branquinho e parece ter o mesmo nariz que o seu.— Sussurrei antes de beijar-lhe a testa e acariciar seu cabelo. Sequei meus olhos molhados pelas lágrimas e sorrimos juntas.— Obrigada pelo melhor presente de natal. 

 

                           [...]

 

:- E aí, filha, como foi? Já nasceu?— Minha mãe apareceu no hall do hospital totalmente ofegante. Tornei em meus calcanhares com um sorriso contagiante e a abracei. Aproveitei para dar um abraço em meu pai que estara ao seu lado e Regina logo em seguida. 

:- Ele nasceu sim. É lindo, mãe. 

:- Logo quando você me ligou, eu liguei para Camila e pedi para ligar pra melhor amiga da Mani, tudo bem? 

:- Tudo sim.— Terminei de tomar minha água e suspirei.— Sabem que horas são? 

:- Hora de você entrar e trazer meu sobrinho para eu conhecer.— A morena de cabelos longos, cara amassada de sono e braços cruzados respondeu divertida. Rolei os olhos e avancei alguns passos para abraçá-la pelo pescoço.

:- Não se preocupe que você carregará muito ele. 

:- São sete horas da manhã, filha.— Meu pai respondeu, fazendo-me lançar um sorriso agradecida. Ele carregava as bolsas do bebê e de Mani que eu havia pedido para buscar em casa. Pois larguei tudo lá, inclusive meu celular e a porta da cozinha aberta. 

:- Ai, Dinah. Pelo amor de Deus, me diga que tudo saiu bem?!— Ally surgiu desesperadamente em nossa frente com os olhos inchados de sono. 

:- Saiu tudo perfeitamente bem. Ele é lindo, Ally.

:- Graças à Deus!— Suspirou aliviada. Ela logo se ligou que meus pais estavam ao seu lado e correu para abraçá-los e me abraçar também. Troy apareceu logo em seguida, me dando parabéns e compartimentando meus familiares. 

:- Quando poderemos entrar?— Minha mãe perguntou nervosa. 

:- Acho que logo logo. Eles estão fazendo alguns exames no bebê  e eu deixei Normani descansando um pouco. Daqui a pouco vão levá-lo para amamentar e eu pergunto.

:- Nasceu? Meu afilhado nasceu?— A escandalosa da Camila apareceu cheia de balões de bichinhos e uma banheira azul nas mãos. Lauren apareceu logo em seguida com flores nas mãos e rindo pelo desespero de sua namorada. 

:- Nasceu, Mila.— Respondemos todos juntos. 

:- Ah, que maravilha.— Entregou as coisas para Regina que rolou os olhos.— Parabéns, Chee.— Pulou em meus braços, dando-me uma chave de braço e afundando o rosto em meu pescoço. 

:- Obrigada, Chan. 

:- Parabéns, DJ.— Lauren apenas deu-me dois beijinhos na bochecha, por conta de carregar as flores nos braços. 

:- Obrigada, Laur. 

Resolvemos ir ao refeitório do hospital para tomarmos um café, já que ninguém havia colocado nada no estômago. Não sabíamos quanto tempo demorariam para liberar as visitas e Normani ainda iria tomar banho, retirar a roupa do parto e colocar a camisola que eu havia levado na bolsa que está dentro do carro. Minha esposa precisava de um tempo para descansar, pois foi um esforço e tanto. 

Depois de quase uma hora conversando, fomos liberados para entrar no quarto, mas antes, me prontifiquei em ver se Normani havia tomado banho e se trocado.

:- Manibear.— Ally foi primeira à correr até a cama para abraçar sua melhor amiga.— Estou tão orgulhosa. Você foi tão forte e trouxe um garoto tão lindo ao mundo. 

:- Obrigada, Allycat. 

:- Vim visitar minha filha de coração.— Minha mãe caminhou até a cama, depositando um beijo no topo de sua cabeça e abraçando-a pelos ombros.— Doeu muito?

:- Um pouco, mas valeu a pena. 

:- Creio que sim. 

:- Mani, trouxe flores à você e parabéns.— Lauren caminhou até a mesma, entregando-a as rosas brancas e dando um beijo em sua bochecha. 

:- E eu como boa madrinha, trouxe balões animados e uma banheira para dar o primeiro banho nele. 

:- Céus! Camila, você foi maravilhosa. Dinah e eu saímos às pressas e nem pegamos nada que não fosse a mala.

:- Eu sei, eu sei.— Mostrou a língua para Ally que estava ao lado da cama segurando a mão de Normani.

:- Mani!— Gina caminhou para abraçá-la. 

:- Gina, como senti sua falta.

:- Eu também, mas agora nas férias e poucos treinos, passarei alguns dias com vocês e o bebê. 

:- Como se sente, minha querida?!— Meu pai prontamente se aproximou, dando-lhe um abraço e largando a bolsa na cadeira ao lado. 

:- Agora me sinto feliz. 

:- Isso o que importa. 

:- Senhorita Hansen, preciso que me acompanhe por alguns minutos.— A enfermei tocou meu braço, obrigando-me tornar em meus pés e caminhar para fora do quarto.— Doutora Mani está ocupada matando as saudades e eu preferi não incomodar. Quer pegar o bebê e levá-lo até ela?

:- Segurar?! C-Claro! 

:- Já venho.— A mocinha sorridente caminhou para dentro da sala com um enorme vidro, onde pude vê-la entrar e pegar o bebê de cobertor verde, usando um macacão do hospital.— Antes, preciso que a senhorita entre para registrar o bebê com o nome certinho e o nome dos pais. 

:- Oh, tudo bem.— Entrei à sala com um balcão no fim, onde a mesma me entregou um papel e caneta. O nome que eu havia escolhido já estava decidido e espero muito que Normani goste. Comecei à assinalar os nomes corretamente enquanto a moça chacoalhava meu filho para que não chorasse, pois deve estar morrendo de fome.

:- Bem, aqui está ele. Irei te acompanhar de volta ao quarto para que leve até a mãe para amamentá-lo, tudo bem?! 

:- Ok.— Curvei-me para trás pegando-o com cuidado. Passei meu braço por baixo de sua cabeça e a moça me ajudou a arrumar a cobertinha. Ele era tão pequenino, enquanto mexia os braços, chupava chupeta e olhava para todo o canto curiosamente. O elevei até meu nariz, sentindo seu cheirinho e sorri. O momento tão esperado estava acontecendo. Eu estava carregando-o em meus braços pela primeira vez. 

Caminhei lado à lado da moça simpática, onde se prontificou em abrir a porta, fazendo todos virarem e sorrirem enquanto observavam-me caminhar até a cama. Normani se sentou com dificuldade, carregando um lindo sorriso e ajeitando algumas tranças emaranhadas. Cheguei à ficar assustada ao ver aquela multidão aproximando do meu filho em meus braços para tocar nem que fosse a coberta. 

:- Digam olá para o Norman Hamilton Hansen. 



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