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História The Bloody Countess - The Night


Escrita por: aloritsor

Notas do Autor


Olá Cupcakes!

Muito obrigada a todos que estão lendo ou relendo a fanfic. É muito importante tê-los por aqui, vocês não imaginam o quanto.
Agradeço por cada comentário e por cada forma de apoio.

Sem mais delongas, boa leitura.

Capítulo 2 - The Night


Em algum momento da sua vida, conheceu alguém que mexesse com você a ponto de tomar todos os seus pensamentos? Se sim, sabe quão arrebatadora é a sensação. Se não, bom, eu lhe parabenizo. Uma simples troca de olhares, o pronunciar de uma palavra, a forma como os passos são calculados ao andar. Essas coisas se repetem em sua mente. Embora eu seja, de fato, uma apaixonada por literaturas e, em consequência, por romances, a ideia de amor à primeira vista nunca foi algo que me atraiu. Sempre preferi os amores difíceis, que te domam por dentro e beiram a loucura. Veja bem, eu nunca levei muito em consideração o amor, mas a atração à primeira vista possui minha crença e era inegável que eu a sentia agora.

Regina Mills. Aquele nome ecoou em meus pensamentos durante horas, algo que perdura até agora. O olhar castanho, a boca revestida pelo batom vermelho sangue, o caminhar que deixava clara toda sua imponência e superioridade. Isso me fascinou. Ainda me fascina. Olhei-a com tamanha devoção que basta fechar os olhos para reproduzir detalhadamente os traços de seu rosto.

A noite na Romênia é bela. O céu estrelado me permite divagar, enquanto a lua me banha com toda sua graça e plenitude. Quantos poetas e escritores se colocaram a apreciar à lua e a contemplaram em busca de inspiração? Quantos apaixonados buscaram em sua face as respostas para seus amores? Quantos pediram a ela uma cura para seu coração partido? A lua, em tese, é muito mais do que apenas um astro, não que isso seja pouco. Ela é a incógnita que sempre estará acima de nós, mostrando-se tão incrível, mas deixando claro que mesmo possuindo toda sua luz, também esconde um lado negro.

  ― Patinha! Acorde! ― Ruby pulou sobre a cama e, no mesmo instante, senti minha cabeça latejar.

  ― O que diabos você está fazendo aqui? ― resmunguei enquanto tentava, sem sucesso, esconder o rosto entre as cobertas.

  ― Emma, já é quase meio dia! O dia está lindo lá fora e temos até às dezesseis horas, antes das palestras começarem! ― minha coberta foi puxada. ― Levanta logo! Quem sabe não encontramos com a Mills... ― essa última frase foi dita com um tom de provocação e sinto dizer que surtiu o efeito esperado. ― Você está caidinha por ela, não é? ― Ruby desistiu de fazer com que eu me levantasse e se deitou ao meu lado.

  ― Não estou “caidinha por ela”. ― suspirei enquanto pensava. ― Mas ela tem algo, entende? ― deitei-me de lado para encará-la. ― A forma como agiu no elevador e depois, durante a palestra, eu acho que…

  ― Os olhos dela não saíam de você. ― ela se virou também, ficando de frente para mim. ― Confesso que, por alguns minutos, achei que era para mim que ela olhava. ― sorriu. ― Mas o mundo não é justo. Eu logo percebi que você era o alvo daquele predador olhar... Durante toda a noite.

  ― Mesmo? ― não consegui esconder a surpresa em minha face. ― Achei que fosse algo da minha cabeça.

  ― Não, eu também notei. A questão é… ― voltou-se para o teto. ― O que faremos a respeito?

  ― Não faremos nada, oras! O que diabos poderíamos fazer?

  ― Levantar dessa maldita cama é um bom começo. ― mal concluiu a frase e eu fui empurrada, sentindo o chão pressionar meu rosto.

***

 Depois de passar horas com Ruby andando pelas ruas e mais algumas horas assistindo às palestras de outros professores, o momento pelo qual esperei o dia todo, enfim, chegara. Às exatas dezenove horas.

Não houve mudança nas luzes ou algum som macabro como da primeira vez. Não era necessário. O ecoar dos saltos batendo contra o piso de madeira já fazia com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem. Optei por me sentar em um canto, um pouco mais escondido, mas que me permitia ter uma visão perfeita do palco à frente. Regina trajava um vestido preto que acentuava suas curvas, o cabelo estava preso em um coque, mas a franja caía de forma elegante. Ela trazia consigo uma pasta de couro preta e mantinha sua pose imponente. Àquele ponto, as batidas do meu coração já estavam sendo ditadas por seus gestos. Era certo que bastaria um simples olhar para que ele simplesmente parasse.

Quando ela pisou ao palco, colocando-se de frente, todo o murmúrio sessou e só restou o silêncio. Todos os olhos estavam nela, principalmente os meus. No entanto, os dela vagavam pelo público à sua frente, eu podia notar. Era quase como se estivesse buscando algum rosto específico, mas a incógnita em seu rosto não me permitia saber mais. Ela se mantinha ali, intacta. Sua pose intocável e sua feição inabalável. Ela roubava meu ar e nem ao menos sabia disso.

  ― Boa noite a todos. ― ela sorriu, um sorriso que visivelmente não chegou aos seus olhos. ― Hoje nós iremos falar um pouco mais sobre uma curiosa história que é muito conhecida. Podemos dizer que ele deu origem a massa de vampiros que conhecemos hoje, embora essa massa esteja se divergindo das raízes. Drácula será nosso objeto de estudo. ― a animação que se espalhou era notável. ― Vejam bem, meus queridos, irei mostrar à vocês as diferenças entre o livro e o filme de 1992. Ainda que o filme seja baseado no livro de nosso tão querido Stoker, não se engane ao pensar que são iguais. ― ela caminhava pelo palco e meus olhos não perdiam um movimento se quer. ― Um dos pontos mais importantes e, acreditem, talvez o mais irritante é o amor.

  ― Eu discordo. ― minha voz soou pelo âmbito, antes que eu pudesse me impedir de falar. Os olhos de Regina se encontraram com os meus e pude jurar ver um sorriso genuíno em seus lábios.

   ― Desculpe? ― respirei fundo, tomando coragem para prosseguir.

  ― Eu discordo do que você disse. Não acho que o clima romântico contido no filme tenha retirado a essência de Drácula. Ainda o temos como mal, lutando contra o bem. ― respirei fundo, lutando para manter a voz firme diante dos olhos que pareciam me queimar. Alguém realmente não gostava de ser questionada. ― O amor que alimentou sua revolta contra Deus diante da morte de sua amada e, quatrocentos anos depois, em consequência do amor de Mina, ele consegue o perdão. Isso nos mostra que, no fim, o amor é a força.

  ― Você está enganada, senhorita Swan. ― senti meu corpo estremecer quando ouvi meu nome ser pronunciado por ela. ― Acredite quando digo que para Drácula, isso é uma maldição. O amor é sua fraqueza.

  ― O amor pode ser uma fraqueza, senhorita Mills, se você procurá-lo nos lugares errados.

Era notável a mudança em sua respiração, suas mãos se fecharam em punho e seu olhar me fuzilava. Um sorriso vitorioso brotou em meus lábios, tentei contê-lo, mas vê-la sem respostas era de demasiado deleite. A tensão que nos envolvia era quase palpável, todos os espectadores esperavam uma reação vinda de alguma das partes. Regina me encarava e eu não desviei o olhar. Depois de alguns segundos em silêncio ela pareceu voltar à realidade.

  ― Vamos continuar.

Tudo transcorreu bem, sem mais interrupções. No entanto, vez ou outra o olhar de Mills se voltava para mim, eu podia notar.

Quase como se ela quisesse ter certeza de que eu estava ali.

***

Quando tudo acabou, eu fui para meu quarto, mas o silêncio e solidão fizeram com que eu buscasse por uma fuga. Então, optei por caminhar pelas ruas. Era quase meia noite, elas estavam vazias e poucas pessoas eram vistas. Um grupo de jovens bebia em uma praça, em meio a risadas altas, desfrutando da juventude e da dose de imaturidade que vinha contida nela. Um homem, que aparentava ter seus cinquenta anos, caminhava apressado, carregando um jornal em baixo do braço e uma pasta na mão. Um casal de namorados estava sentado em um banco, suas carícias não eram indiscretas ou algo do tipo, era um amor novo, bonito de se ver.

Caminhei sem rumo, o vento batia contra meu rosto e bagunçava-me os cabelos. Queria eu poder culpá-lo também pela bagunça que residia em minha mente, mas meus pensamentos desconexos foram causados por outra coisa, outra pessoa, uma bem inconfundível. Quando dei por mim, estava em uma rua deserta, demasiado longe do hotel e já não havia pessoas por perto. Um barulho ressoou por todo o lugar, chamando-me a atenção para um beco escuro que estava ao meu lado. Procurei pelo o que originara o som, mas nada encontrei.

  ― Não está um pouco tarde para andar sozinha pelas ruas, senhorita Swan? ― eu congelei. O hálito quente em meu ouvido, a voz rouca, banhada em sensualidade, que embora nunca tenha sido dirigida a mim, eu reconheceria em qualquer lugar. Não precisava ver para ter a certeza de que era ela. Respirei fundo e me virei.

  ― Digo o mesmo a você, senhorita Mills. ― ela me observava, analisando-me de uma forma que fazia com que eu me sentisse exposta e, ainda que tentasse negar, entregue. Deseja sair dali, mas como poderia me libertar daquele olhar?

  ― Foi muito ousada em me desafiar daquela forma na frente de tantos alunos. ― eu podia sentir uma ligeira revolta em sua voz. ― No entanto, eu preciso admitir, aquilo me instigou a um debate que não pôde ser finalizado.  

  ― Um debate sobre o que? Sobre você afirmar com tanta convicção que o amor é uma fraqueza? — ela não se moveu, nem sequer um centímetro. Na verdade, Regina sorriu. Um sorriso que despertou uma curiosa revolta em meu peito. — Vilipendiar o amor por não tê-lo é algo cruel de se fazer.

  ― É curiosa a sua conclusão. Precipitada, com certeza. Ainda assim, não posso discordar por completo. ― ela se aproximou, invadindo meu espaço pessoal e tornando a distância entre nossos corpos quase nula. ― Eu me pergunto o que levou-a a pensar algo do tipo. Por que enfrentar-me? Por que questionar algo assim? O que você realmente quer, senhorita Swan?

Aquela pergunta ecoou em minha mente. O que eu realmente queria? Existia algo cruel sobre Regina. Algo sobre sua fala mansa e sedutora demais, sobre suas palavras bem selecionadas e o modo como roubava-me a voz. Eu encarei seus olhos para, em seguida, encarar seus lábios. Eu não sabia o que queria, não exatamente. Queria fugir de seus braços firmes e de seu cheiro inebriante, ao tempo em que não havia desejo maior do que permanecer ali.

Mas eu soube que Regina possuía desejos bem claros, quando no instante seguinte, o seu corpo pressionou o meu, prendendo-me contra a parede gélida. Seus lábios se mantinham a centímetros dos meus e eu implorei mentalmente para que aquela distância não existisse. Ela percorreu minha mandíbula, o toque de sua pele me causando sensações nunca antes experimentadas. Senti o lóbulo de minha orelha ser mordiscado e fraquejei, reprimindo a vontade quase incontrolável de pedir para que continuasse.

  ― Tome muito cuidado com o que você deseja, senhorita Swan. ― um único beijo foi depositado em minha pele e eu arfei, sentido sua respiração quente.

Ela se afastou, mas nossos olhares estavam presos um no outro. Dei um passo à frente, decidida a tomar-lhe os lábios e tê-los como desejava. No entanto, meu ato fora interrompido pelo som que, novamente, ecoou pelo âmbito, chamando-me a atenção. Busquei sua origem como da primeira vez, mas nada encontrei além da escuridão.

Quando voltei-me para Regina, apenas o vazio ocupava o espaço onde há segundos ela estava. Como se ela jamais tivesse realmente estado ali. Aquele breve contato com ela me fez ter duas certezas: a primeira, a sedução de Regina era quase paradisíaca e, a segunda, aquela mulher continha o inferno dentro de si. 


Notas Finais


Espero que estejam gostando.

Um grande beijo!

Twitter: @aloritsor


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