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História The Bluelight - First Feather


Escrita por: adorevixx

Notas do Autor


Enjoy! Sugestões são sempre bem-vindas ♥

Capítulo 3 - First Feather


Fanfic / Fanfiction The Bluelight - First Feather

Duas horas depois, a cirurgia chegou ao fim, eu e Jaehwan checamos tudo com os assistentes e médicos residentes que participaram e então saímos da sala para trocarmos de roupa e fazer a higienização como sempre; combinamos de nos encontrar no meio da madrugada para comermos alguma coisa e conversamos no nosso “tempo livre”, era algo que costumávamos fazer desde que quando eu era Residente, Jaehwan foi meu mentor na época, e mesmo sendo jovem, o talento dele possibilitou que ele avançasse em tudo, se tornando um dos cirurgiões Chefe do St. Mary’s. Então ele foi de grande ajuda na minha formação, mas ele nunca deu preferência para mim, muito pelo contrário, ele pegava no meu pé assim como fazia com todos os outros, mas de alguma forma nos aproximamos cada vez mais, me sinto muito grato por tê-lo ao meu lado pois além da amizade, eu aprendo muito com ele. Caminhei até a minha sala para descansar um pouco antes de fazer a minha ronda noturna; abri a porta e me joguei no sofá, meu pescoço estava dolorido, mas era uma dor conhecida, já fazia parte da minha rotina. Peguei meu telefone e mandei uma mensagem ao Wonsik, pedindo que ele me enviasse o prontuário da noite e fiquei ali deitado até a resposta dele chegar. Assim que o meu telefone vibrou, olhei para tela e vi que havia recebido um e-mail da recepção, então me levantei e caminhei até a minha mesa, ligando o computador; verifiquei o prontuário e respondi dois e-mails pendentes antes de começar minhas atividades.

O resto da noite não foi tão corrido, éramos abençoados com noites assim uma vez que outra, atendi vários pacientes, mas a maioria das emergências eram pessoas com acidentes domésticos, enxaquecas fortes e esse tipo de coisa; encaminhei exames, avaliei os mesmos, instrui as enfermeiras com as medicações que deveriam ser administradas e fiquei por ali, conversando com os pacientes e as tias da limpeza que aparentemente adoram trabalhar de noite, e isso era algo interessante, vindo de mim, já que tanto Wonsik e Jaehwan viviam reclamando, dizendo que eu deveria falar mais e ser mais sociável e simpático. Eram quase 3h30 da manhã quando eu e Jaehwan fomos tomar um café com brownies, não é a melhor escolha, mas chocolate e cafeína mantem a gente no pique, então é bastante necessário; depois do nosso lanche, voltamos para cumprir o resto da nossa jornada de trabalho que iria até as 7 horas da manhã.

 

Alguns pacientes começaram a chegar assim que o dia clareou, atendi eles antes de ir embora, passando suas fichas para os médicos que assumiriam o turno do dia; na hora de ir para casa, não é a mesma correria que é quando eu chego para trabalhar, até porque eu não tenho nem forças para isso. Fui ao vestiário pegar as minhas coisas e nem me incomodei de tirar a roupa e colocar outra, iria embora assim mesmo, coloquei a mochila no ombro fechando o armário em seguida e sai em direção ao estacionamento.

Vinte minutos depois eu estava na minha casa, tomando um demorado e merecido banho e me enfiando debaixo das cobertas; prometi a mim mesmo que não iria dormir muito pois tinha coisas para fazer como, “tentar” limpar a casa e ir ao supermercado, comecei a fazer uma lista mental das coisas que precisava comprar, mas não consegui concluir, apaguei pensando no terceiro item.

 

Eu havia colocado meu telefone despertar as 4h da tarde, mas demorei mais uns 20 minutos rolando na cama, eu já estava acostumado a essa rotina de vampiro, dormir de dia e passar a noite acordado, mas ainda assim, as vezes (quase sempre) eu sentia falta de uma rotina normal. Levantei e escolhi a primeira roupa que enxerguei para ir ao supermercado. Fui até a cozinha e liguei a cafeteira, enquanto esperava o café ficar pronto, fiz uma lista real do que estava faltando. Tomei o café rapidamente e sai.

Confesso que nunca fui um grande fã de fazer compras, essa vida de dono de casa simplesmente não se encaixa para mim, mas morando sozinho não me restava outra alternativa. Terminei as compras uma hora e meia depois, irritadíssimo. A fila foi o que demorou mais, 15 caixas, 5 atendentes e um mercado lotado, não preciso dizer mais nada né? Caminhei com o carrinho até o meu carro, abri o porta malas e comecei a guardar as coisas, até a minha eventual falta de sorte dar as caras; a sacola em que estavam as verduras arrebentou completamente e elas rolaram pelo estacionamento, mordi a língua para não gritar um palavrão de frustração e contei até dez, respirando fundo, então comecei a recolher as cenouras, tomates, cebolas e todo o resto. Eu estava um tanto concentrado na minha tarefa e irritado demais para prestar atenção nas coisas ao meu redor, eu estava abaixado pegando as cebolas quando uma luz forte de faróis me cegou completamente, o barulho dos pneus cantando no asfalto me assustou tanto a ponto de me fazer largar o que havia juntado, quando dei por mim e consegui analisar a situação, era tarde demais, o carro estava em cima de mim, o segundo que eu demoraria para levantar seria o suficiente para ser atingido e arremessado, então eu fechei os olhos e fiquei esperando; o sangue corria ruidosamente pelas minhas veias, pulsando nos meus ouvidos, e isso era tudo que eu conseguia ouvir, mesmo de olhos fechados a luz ardia e me deixava zonzo, tentei abri-los para ver quanto mais demoraria para o carro me atingir, mas não foi uma escolha inteligente, um feixe de luz azul cruzou pelos meus olhos, provocando ainda mais dor, fechei-os novamente com mais força, e então me dei conta de já haviam passado alguns segundos e eu não tinha sido atropelado e desmembrado como estava esperando. Tentei focar a audição para fora do meu corpo, tentando abafar o som do meu coração galopando no peito, mas por um momento não havia som nenhum, coloquei a mão sobre a testa tentando cobrir um pouco a luminosidade e abri os olhos devagar. A minha visão estava embaçada devido as lagrimas que brotaram por causa da força com a qual fechei os olhos, e do ângulo que eu estava não conseguia enxergar muito. Estiquei as pernas me certificando se tinha forças para levantar e então fiquei de pé; pisquei algumas vezes para ter certeza de estava enxergando direito, pois o carro não estava tão perto como eu havia visto a um minuto atrás, tentei organizar os meus pensamentos mas nada fazia sentido; não tinha como não ter sido atropelado, mesmo que o carro freasse (e isso não parecia ser o caso, eu não sabia se o motorista tinha perdido o controle ou o carro estava estragado ou se estava fugindo de alguém), ele iria chegar até mim e eu seria arremessado na parede bem em frente ao elevador. Eu não sou um gênio em física nem nada disso, mas sei o que aconteceria. Fiquei parado ali pelo que me pareceu horas e não minutos, encarando a cena em minha frente, até que notei algo brilhante a alguma distância de mim, perto do outro carro, a luz do farol só fazia com que aquilo reluzisse mais; caminhei devagar chegando mais perto, me abaixei para analisar e franzi o cenho, era a última coisa que eu imaginava ver essa noite. Uma pena azul, comprida do tamanho de um lápis, olhei em volta para ver se enxergava algum pombo ou pássaro, mas não havia nada, fiquei tentado e com a curiosidade atiçada, então peguei a pena, sentindo sua leveza e maciez nos dedos, ao mesmo tempo que a porta do carro abriu. Levantei colocando-a no bolso do meu casaco e observei o motorista descer do carro cambaleando, completamente embriagado, eu suspirei pesadamente em descrença, e toda a adrenalina do quase atropelamento se transformou em raiva.

O sujeito que aparentava ter uns 40 anos caminhou até mim, tropeçando nos próprios pés e começou a balbuciar coisas sem nexo, adicionando um pedido de desculpas no meio, não entendi metade das coisas que ele estava dizendo, mas para não perder a razão, fechei as mãos em punho tentando me controlar, e avisei a ele que iria chamar um segurança do supermercado.

“Não saia daí” Adverti a ele, e fui em direção a um segurança que estava na entrada. Contei a ele a situação e menti sobre o fato de ele ter quase me atropelado, apenas disse que ele estava dirigindo bêbado e que poderia causar danos a alguém. Eu e o segurança voltamos até o meu carro e onde o homem estava; o segurança disse que não era necessário eu ficar até a polícia chegar, já que não tinha nada a declarar, então eu recolhi as minhas coisas e entrei no carro; coloquei a mão no bolso do casaco onde tinha guardado a pena e a coloquei no porta luvas tentando não pensar em insanidades, dizendo a mim mesmo que apenas iria guardá-la pois era muito bonita e nada mais. Tive que fazer um exercício de respiração para poder me acalmar e dirigir; o efeito não foi muito grande, mas mesmo com as mãos tremulas, consegui chegar até em casa.


Notas Finais


E então? Me digam se estão gostando, com sinceridade por favor haha amo vocês ♥


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